sexta-feira, 2 de maio de 2008

Despedido por atar aluno

Um professor do ensino primário que leccionava na Escola do 1.º Ciclo de Alcains, em Castelo Branco, foi despedido por ter amarrado, com fita-cola, um aluno de seis anos aos tubos do aquecimento central do edifício escolar.




O caso ocorreu na segunda semana de Abril mas só agora foi denunciado pela mãe da criança, 'para alertar a sociedade' para aquilo 'que ainda vai acontecendo nas nossas escolas'. O episódio verificou-se durante uma aula de Educação Visual e Tecnológica.

Segundo conta a progenitora, o filho estava a fazer um trabalho com plasticina quando a deixou cair para o chão. 'Quando a foi apanhar caiu ao chão e o professor não terá gostado da sua atitude. Depois colocou-o de frente para a parede, meteu-lhe o nariz entre dois tubos e amarrou-o com fita-cola', descreve Maria José Barata, salientando que o filho é hipertenso e que naquela aula 'se sentiu humilhado perante os colegas da escola'.

A progenitora adianta que naquele dia sentiu que o filho 'teve um comportamento estranho'. Acabou, no entanto, por lhe contar tudo 'após muita insistência'. No dia seguinte, Maria José Barata foi 'pedir satisfações' ao professor, ao que ele lhe disse 'que tudo não tinha passado de uma brincadeira'. 'Uma brincadeira de mau gosto', respondeu-lhe.

Após 'uma longa reflexão' a mãe da criança decidiu participar do professor ao Agrupamento de Escolas José Sanches, de Alcains, para que 'casos como este não fiquem por esclarecer'.

Adirecçãodoagrupamento abriu um inquérito 'para apurar em que circunstâncias' se verificou o episódio e comunicou-o à Direcção Regional de Educação do Centro. Após ouvir o docente, que não fazia parte do quadro da escola, o agrupamento rescindiu o seu contrato e demitiu-o de funções.

O professor do ensino primário, com cerca de 30 anos, tinha sido contratado pela Câmara de Castelo Branco para substituir uma colega que se encontrava em licença de parto. Agora ficou desempregado.

A mãe do aluno elogia a forma como o Agrupamento de Escolas José Sanches 'resolveu o caso'. Mas lamenta o 'triste acontecimento', até porque o filho 'ficou sem vontade nenhuma de ir para a escola. Foi muito mau aquilo que o professor fez', conclui Maria José Barata.

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