quarta-feira, 8 de outubro de 2008

«Professores que sofrem»: licenciada em História a... limpar o chão

De que vale tirar um curso quando se acaba a limpar o chão e as casas de banho? Esta é a pergunta que Arminda faz todos os dias quando vai para a escola. Licenciada em Português/História, continua sem ter colocação como professora e ganha a vida como tarefeira de limpeza.

Talvez por acreditar que, estando naquela ambiente escolar, talvez um dia volte a contactar com os alunos à frente de um quadro, em plena sala de aula, optou por ficar na escola, contrariando a tendência de muitos dos seus colegas, que «leccionam» numa caixa de supermercado,

Após ter concluído a licenciatura, em 1998, na Universidade Católica de Viseu, e depois de ter cumprido o estágio profissional nas duas disciplinas na EB 2/3 Dr. Azeredo Perdigão, em Abraveses (Viseu), conseguiu colocação. «Foi em 98/99, na EB 2/3 de S. Pedro do Sul, mas como foi uma substituição não tive direito a subsídio de desemprego», contou ao PortugalDiário.

Continuou a concorrer e ficou a pertencer ao grupo de português, mas como não conseguiu colocação, foi exercendo outras actividades. Chegou a ser animadora infantil num infantário privado em Oliveira de Frades, mas em 2000 decidiu mudar-se para a zona de Aveiro, tentando sempre a sua sorte nos concursos a nível nacional.

Por necessidade de subsistência, inscreveu-se no Centro de Emprego, tendo posteriormente conseguido colocação durante um ano lectivo como técnica animadora de ATL na Gafanha de Aquém, em Ílhavo. Mas, a instabilidade era enorme. Chegou a ser auxiliar de educação numa IPSS, até que em 2004 passou a exercer funções de tarefeira no Jardim de Infância de Esgueira (Aveiro). Durante quatro horas por dia, ao longo de quatro anos, auxiliou meninos com espectro de autismo.

O grau de degradação da profissão foi aumentando, apesar de nunca ter desistido de concorrer para o cargo de professora de português. Este ano lectivo, e após uma directriz da Direcção Regional de Educação do Centro (DREC), passou a exercer funções como tarefeira de limpeza Agrupamento de Escolas de Esgueira.

«São quatro horas por dia para limpar a escola», referiu. A indicação da DREC foi concreta: «O trabalho das tarefeiras passava a focar-se essencialmente nas limpezas, deixando o auxílio aos meninos com necessidades educativas especiais às auxiliares de acção educativa». Conclusão, apesar de ser licenciada em Português e História, está colocada numa escola para limpar salas e casas de banho.

Arminda tem um filho, necessita trabalhar, mas como não tem outro tipo de solução, aceitou este cargo. «Em relação ao curso já não existe, porque as saídas foram tantas que apenas 1% das pessoas formadas leccionam e as outras estão noutras actividades. Quanto ao meu diploma, esse está arrumado para não apanhar pó, porque até custou 25 contos. A vida continua e sorrio, porque tenho um filho e um marido maravilhosos».

Filipe Caetano

terça-feira, 7 de outubro de 2008

Alunos com certificados irregulares podem vir a perder colocação no ensino superior

O Ministério do Ensino Superior rejeitou qualquer responsabilidade na emissão de certificados irregulares de equivalência ao 12.º, ainda que admita ter tido conhecimento de que as notas que estava a receber do Ministério da Educação (ME) tinham sido calculadas com base numa proposta de lei que não estava, e não está, em vigor. Mesmo assim, decidiu aceitar aqueles certificados para efeitos de concurso de acesso à universidade. Agora, há alunos que podem ver a sua situação corrigida e perder o lugar na universidade.

Escusando-se a responder às dúvidas colocadas pelo durante a semana, o ministério colocou ontem ao final do dia um esclarecimento sobre este caso na página da Direcção-Geral do Ensino Superior (DGES). E assegurou que, "na eventualidade de virem a ser libertadas vagas resultantes da modificação da situação destes candidatos", os lugares serão novamente postos a concurso.

Desconhece-se o número de alunos dos currículos do Bacharelato Internacional, norte-americano e inglês (os que seriam abrangidos pela tal proposta de lei) que entraram no superior público com notas mais altas do que as que deviam ter tido se fosse cumprida a lei em vigor. Mas é certo que, se algum entrou graças a uma classificação mal calculada, então perderá a sua colocação. São essas situações que a DGES se compromete a rectificar, corrigindo a colocação se for caso disso e libertando a respectiva vaga.

Neste cenário, a DGES diz estar à espera, "com a urgência que se impõe", que a Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular (DGIDC), serviço do Ministério da Educação responsável pela emissão diplomas de equivalência dos planos de estudo estrangeiros, "confirme a legalidade dos certificados em questão ou identifique e corrija eventuais irregularidades".

Todo o esclarecimento do Ministério do Ensino Superior sobre este processo remete, aliás, para a actuação do Ministério da Educação. Por várias vezes é lembrado que "a competência para a emissão de equivalências pertence exclusivamente, e por força da lei, aos serviços do ME".

Mas, no mesmo documento, a DGES também confirma que foi informada, a 3 de Setembro, pela DGIDC, de que "os cálculos das classificações das equivalências das habilitações obtidas pelos alunos nas escolas estrangeiras sediadas em Portugal foram efectuados com base na proposta" de portaria, enviada ao secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, mas que não estava aprovada.

Sete dias depois, a 10 de Setembro, a DGES soube que "a aludida portaria não iria ser publicada, condição para a sua entrada em vigor".

Estava-se então à beira da divulgação dos resultados da 1.ª fase do concurso de acesso ao superior (disponibilizados no dia 13), "momento de forte impacte social e de ansiedade para cerca de 54 mil candidatos e famílias", frisa a DGES. "Perante a necessidade de tomada de uma decisão urgente, entendeu a DGES por conveniente manter em concurso as candidaturas associadas aos certificados de equivalência", lê-se no esclarecimento.

Uma das explicações para a decisão tem a ver com a possibilidade de corrigir "eventuais irregularidades, resultantes da emissão de certificados, numa fase posterior do concurso nacional de acesso ao ensino superior". A outra remete para o facto de os certificados de habilitações estrangeiras emitidos pela DGIDC fazerem "prova plena dos factos deles constantes" e de terem por fundamento o "Decreto-Lei n.º 227/2005, de 28 de Dezembro".

Esta última justificação torna-se mais difícil de entender, já que o decreto referido é um documento genérico, que não tem nenhuma tabela de conversão. Já a referência à portaria que regula a equivalência dos Bacharelatos Internacionais desapareceu dos certificados emitidos este ano, ao contrário do que era normal.

Isabel Leiria

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

FNE não recebe documento do Ministério para análise de reunião sobre concursos

A FNE tem agendada para a próxima terça-feira, dia 7 de Outubro (pelas 14h30), a primeira de quatro reuniões com o Ministério da Educação com vista à alteração ao actual diploma legal dos concursos de professores.
A FNE, que foi convocada pela Tutela para este ciclo de reuniões, critica duramente a postura do Ministério que, a um dia útil deste primeiro encontro de trabalho, ainda não recebeu qualquer documento de proposta para alteração legal do diploma, de modo a que possa preparar convenientemente uma alternativa ao que deverá ser elencado pela Tutela.
Aliás, esta não seria a primeira vez que o ME actuaria dessa forma, chegando os sindicatos a ter conhecimento, no passado recente, de diversos diplomas e respectivas alterações através dos órgãos de comunicação social, o que vai contra a lógica de diálogo com os parceiros sociais.De referir que a delegação da Federação Nacional dos Sindicatos da Educação será presidida pelo vice secretário-geral, José Ricardo.

Conteúdo - Como apareceu a vida na Terra

1º - A energia solar proporciona luz e calor ao planeta. A radiação ultravioleta atingia a superfície da Terra queimando-a.

2º - Como consequência da intensa actividade vulcânica (expelindo lava, cinza, azoto, vapor de água, hidrogénio e dióxido de carbono), os oceanos de magma banham a superfície terrestre formando-se a atmosfera primitiva (Constituída por CO2 (Dióxido de Carbono), CH4 (Metano), N2(Azoto), NH3 (Amoníaco) e H2O (Vapor de Água) que resulta essencialmente do aprisionamento de gases provenientes da actividade vulcânica.


3º – A existência de chuvas contínuas sobre o planeta já arrefecido permite a formação dos oceanos primitivos. Posteriormente forma-se matéria orgânica nos oceanos (Porque estavam protegidos das radiações ultravioleta do Sol).


4º – Aparecem as primeiras formas de vida (bactérias e algas) nos oceanos que começam a realizar a fotossíntese. Liberta-se oxigénio para a atmosfera que resultou maioritariamente da actividade fotossintética. A explosão de vida foi ocorrendo nos oceanos.


5º – O Oxigénio libertado para a atmosfera primitiva é bombardeado pelas radiações ultravioleta do Sol, separando o oxigénio molecular (O2) em oxigénio atómico (O), formando Ozono(O3)

6º- Forma-se a camada de ozono.

7º- A atmosfera passa a ter uma composição idêntica à actual com CO2 (Dióxido de Carbono), N2(Azoto), H2O (Vapor de Água), O2 (Oxigénio) e O3 (Ozono). As primeiras formas de Vida que invadiram os continentes terão sido vegetais primitivos.


8º – A actividade vulcânica diminui consideravelmente. Os seres vivos ocupam mares e continentes, devido à presença da camada de ozono que os protege dos raios ultravioleta do Sol.

Conteúdo - O que faz da Terra um planeta com vida?

- A distância da Terra em relação ao Sol (150 milhões km) é a distância ideal para permitir que a energia solar proporcione luz e calor ao planeta, necessários à vida

- A existência de um planeta com crosta sólida que resultou essencialmente da erupção de vulcões que expeliram para a superfície matéria do seu exterior.

- A existência de água nos seus três estados: sólido, líquido e gasoso

- A existência de atmosfera rica em oxigénio a partir da qual se formou a camada de ozono, que protege a Terra dos nocivos raios ultravioleta.

- O aparecimento dos seres vivos também condicionou a evolução da Terra como planeta – as primeiras bactérias e algas fotossintéticas enriqueceram a atmosfera de oxigénio.

Mais 37 creches previstas para o distrito do Porto

O ministro da tutela assina este sábado, no Porto, protocolos no âmbito do programa PARES para a abertura de mais creches no distrito. A taxa de cobertura destes equipamentos chegará aos 35% - apenas mais 12% do que o indíce actual.

São 37 as creches previstas para o distrito do Porto, protocoladas esta manhã pelo ministro do Trabalho e da Segurança Social, José Vieira da Silva, no âmbito da terceira fase do programa Programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES).

Os equipamentos de infância previstos - que se destinam a 1819 crianças -, terão uma comparticipação pública de 8,6 milhões de euros para um investimento total de 17,3 milhões de euros.

A terceira fase do programa PARES - que só abrange as duas áreas metropolitanas de Lisboa e do Porto - contempla a criação de parcerias para a abertura de 82 creches - 45 das quais na AML e 37 na AMP -, para um totalde 4141 crianças.

Não sendo certo que todas estas creches estejam a funcionar no final da legislatura, em Outubro de 2009 (dentro de um ano), a sua abertura aumentará de 23,5% para 35% a taxa de cobertura nacional dos equipamentos para a infância.

Ainda assim aquém da meta do aumento em 50% do número de lugares em creches que foi fixada em meados de 2005, no programa do Governo.

Hoje na Fundação Cupertino de Miranda, o ministro do Trabalho e da Segurança Social, Vieira da Silva lembrará as 152 respostas que o programa do PARES, lançado em Março de 2006, permitiu dar ao distrito do Porto.

Após as duas primeiras fases - a segunda terminou em Fevereiro - e até ao final de 2009, o distrito contará com 76 equipamentos para idosos. Entre estes contam-se lares de terceira idade, centros de dia e de cuidados continuados de saúde, além de serviços de apoio domiciliário.

No distrito, serão 72 equipamentos para a infância e apenas quatro de apoio e internamento para pessoas com deficiência, mantendo-se assim o défice de resposta nesta área.

Dos objectivos traçados pelo Governo, o incremento dos níveis de integração e o aumento da rede de respostas residenciais e de centros de actividades ocupacionais para pessoas com deficiência continua a ser o que está mais longe de ser alcançado.

A explicação reside no facto de as candidaturas apresentadas privilegiarem os equipamentos de geriatria e infantis, sendo menor a oferta para os cuidados diários a portadores de deficiência.

ALEXANDRA MARQUES

domingo, 5 de outubro de 2008

Colocação de docentes para o grupo de recrutamento 350

Assunto: Colocação de docentes para o grupo de recrutamento 350 – Espanhol, quando não existem candidatos com habilitação profissional ou própria

Para o exercício da profissão docente é exigida uma habilitação profissional nos termos do Decreto-lei n.º 43/2007, de 22 de Fevereiro. Contudo, os regimes de recrutamento em vigor prevêem, ainda, a possibilidade da existência de habilitação própria.
Situações há, no entanto, como o caso do espanhol, em que face ao aumento da procura as escolas vão correspondendo à vontade dos alunos e famílias, aumentando e diversificando a oferta, sendo que os recursos docentes disponíveis com a devida qualificação profissional são, ainda, insuficientes.
Neste contexto, ficou por preencher um conjunto de horários do grupo de recrutamento 350 - Espanhol - declarados para a fase das necessidades residuais do concurso de docentes para 2008/2009, e, também para as primeiras contratações cíclicas, exactamente por falta de candidatos com a devida habilitação.
Se nos casos de turmas de iniciação ainda poderá ser possível às escolas, se assim o entenderem, reorientar a oferta, disponibilizando uma outra opção, o mesmo não poderá acontecer para as turmas de continuidade.

Assim, face à necessidade de preencher os horários não ocupados por falta de candidatos com habilitação legalmente requerida, informam-se os Conselhos Executivos das Escolas e Agrupamentos que, para além dos critérios definidos internamente, na selecção dos candidatos, em termos habilitacionais, sejam tidas em conta, as seguintes situações:

-Candidatos profissionalizados ou detentores de habilitação própria que possuam formação adicional constituída por pelo menos 3 cadeiras de língua espanhola (Espanhol I, II e III) obtidas no âmbito de curso de nível superior;
Ou
-Candidatos com licenciatura ou a frequentar licenciaturas na área científica do espanhol, com aprovação em pelo menos 3 cadeiras de língua espanhola (Espanhol I, II e III).

Pretende-se com esta proposta, face à inexistência de candidatos qualificados, responder às necessidades das escolas e continuar a garantir as condições de qualidade científica exigíveis à leccionação nesta área de docência.

Pais pedem afastamento de professor

Os pais dos alunos da Escola Secundária do Restelo estão indignados e pedem o afastamento de um professor estrangeiro que terá sido condenado por crimes sexuais e que está a dar aulas naquele estabelecimento, onde estudam menores.

Preocupado com a situação, e depois de algumas diligências, um grupo de encarregados de educação resolveu pedir ajuda a Pedro Namora, membro da direcção da Associação Rede de Cuidadores, para denunciar o caso. O advogado – que ficou conhecido por ter dado a cara na divulgação do escândalo de pedofilia da Casa Pia, adiantando ainda que os pais estão já a ponderar convocar uma assembleia geral. Os encarregados de educação já terão feito chegar a sua posição à escola, mas o nome do professor continua a constar do corpo docente do estabelecimento para o ano lectivo 2008/2009.

Esta não é a primeira vez que uma situação desta natureza acontece. Em Gondomar, enquanto aguardava julgamento, um professor de música acusado de 19 crimes de pedofilia continuou a leccionar, sob a vigilância da Direcção Regional de Educação do Norte.



Ana Luísa Nascimento com M.G.

sábado, 4 de outubro de 2008

Orientações relativas à aplicação da prova introduzida pela Lei n° 3/2008 - Estatuto do Aluno

Orientações relativas à aplicação da prova introduzida
pela Lei nº 3/2008, de 18 de Janeiro,
na Lei nº 30/2002, de 20 de Dezembro
(Estatuto do Aluno dos Ensinos Básico e Secundário)


Relativamente ao artigo 22° da Lei n° 3/2008, de 18 de Janeiro e no sentido de corresponder às orientações veiculadas através da Nota Informativa, que mereceu o despacho concordante do Senhor Secretário de Estado da Educação, datado de 08 de Setembro de 2008, cumpre informar:

1 — A prova de recuperação deve ser encarada como uma medida de responsabilização dos deveres inerentes ao direito à educação e não como uma medida estritamente punitiva, dado que respeita à relação da ausência — independentemente da sua natureza — com a aprendizagem, pois que as medidas disciplinares a tomar, por razão da natureza das faltas, são as indicadas no n°1 do artigo acima referido.

2 — Enquanto instrumento de avaliação, a prova de recuperação deve ser adequada à situação específica do aluno e à natureza da disciplina ou disciplinas, o que pressupõe o recurso ao(s) instrumento(s) de avaliação considerado(s) mais apropriado(s) para que o aluno faça prova da sua recuperação nas matérias e/ou competências desenvolvidas durante a respectiva ausência; isto é, o formato da prova a aplicar decorre da situação específica, podendo ser de natureza oral, prática ou escrita, pelo que a ficha de avaliação ou o teste escrito constituem apenas um de entre vários instrumentos de avaliação passíveis de aplicação.

3 — A informação resultante da realização da prova de recuperação, quando respeitar à aplicação da alínea a) do n°3, do art° 22, deve permitir à escola a determinação das actividades, concebidas no âmbito curricular, de enriquecimento cumcular ou de apoio educativo, que contribuam para que os alunos adquiram os conhecimentos e as competências consagradas nos currículos em vigor.

CDS-PP quer esclarecimentos sobre preços da ligação à Internet no programa "e-escolas"

O CDS-PP pediu esclarecimentos ao Governo sobre a discrepância entre os preços fixados em Diário da República e os praticados pelas operadoras de telecomunicações no âmbito do programa “e-escolas”. Segundo os democratas-cristãos, os alunos ficam sem saber ao certo quanto pagarão pela Internet.

Um despacho do gabinete do secretário de Estado Adjunto e da Educação, publicado em Diário da República a 11 de Agosto, fixa preços mais baixos da ligação à banda larga do que os divulgados pelas operadoras de telecomunicações e do que os previstos no próprio site do programa.

O líder parlamentar do CDS-PP, Diogo Feio, disse que a bancada tem recebido queixas de famílias que se deparam com a discrepância de informações, acrescentando que “quando contactam o Ministério da Educação, é garantido às famílias que os preços correctos são os fixados no despacho”. “Impõem-se esclarecimentos urgentes da parte do Governo”, afirmou, considerando que “o caso é demonstrativo da diferença entre a propaganda que o primeiro-ministro faz e a realidade”.

O programa, que foi alargado ao terceiro ciclo do ensino básico e secundário a partir do presente ano lectivo, prevê a entrega de computadores portáteis aos alunos que adiram e a ligação à Internet a preços reduzidos.

Segundo o despacho do secretário de Estado Adjunto e da Educação, Valter Lemos, os alunos abrangidos pelo escalão 1 e 2 do abono de família pagam pela ligação uma mensalidade de cinco euros, enquanto os do escalão 3 pagam uma mensalidade de 15 euros.

No entanto, segundo o CDS-PP, no site do programa na Internet, www.eescola.net, a mensalidade prevista para os alunos do escalão 2, “agregados de baixo rendimento”, é de 15 euros, mais dez que o indicado no despacho do secretário de Estado. Já no escalão 3, a mensalidade é de 17,5, mais 2,5 euros.

Uma vez que a adesão ao programa é no mínimo de 36 meses, a diferença no valor global para os alunos do escalão 2 é de cerca de 360 euros a mais, frisou o líder parlamentar democrata-cristão, Diogo Feio.

Acresce que o despacho, que regula as condições de aplicação das medidas de acção social escolar, fixa que os computadores são gratuitos em todos os escalões, apesar de o site do programa, e as páginas das operadoras, estabelecerem que os alunos abrangidos pelo escalão 3 do abono de família pagarão 150 euros pelo portátil. Lusa

“A escola só me faz chorar

O início das aulas costumava ser para mim uma alegria, agora a escola só me dá vontade de chorar". Conceição Pereira, 52 anos, professora do Ensino Especial, resume assim o seu estado de espírito, no Dia Mundial do Professor, numa altura em que a classe vive numa encruzilhada devido às reformas do Governo, em especial o novo Estatuto da Carreira Docente e o modelo de avaliação de desempenho.


No sábado, Conceição e muitos outros professores receberam mensagens escritas e electrónicas, de origem anónima, a convocar uma manifestação no Marquês de Pombal, em Lisboa, domingo às 15h00. O objectivo assumido era chegar às "cem mil pessoas", mas ontem apenas compareceram pouco mais de 60 professores. "Isto foi premeditado, para desmobilizar, a ministra está por detrás disto", queixavam-se alguns docentes na rua Augusta, numa acção da Fenprof, depois de terem passado pelo Marquês de Pombal e saído de lá desiludidos.

Para assinalar o Dia Mundial do Professor,a Fenprof distribuiu panfletos por todo o País, sob o lema ‘Os Professores Contam!’ "A um domingo,feriado,era difícilmobilizaros professores por isso optámos por estas acções junto da população. Não temos nada a ver com essa manifestação, não sabemos quem a marcou, mas também gostávamos de saber. Eu também recebi uma SMS anónima", disse ao CM António Avelãs, presidente do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa. "Queremos restituir a dignidade a uma profissão muito maltratada. Sem professores motivados a escola não funciona", acrescentou Avelãs.

Entretanto, a UNESCO revelou que há falta de 18 milhões professores em todo o Mundo, para que até 2015 seja alcançada uma educação primária universal. E destacou que os principais problemas dos docentes são baixos salários, excessiva carga horária, salas de aula superlotadas e formação inadequada.

DEPOIMENTOS

"VOTEI NO PS E ESTOU ARREPENDIDA", Anabela Martins Prof. 1.º Ciclo

Estou completamente desiludida. Sinto--me triste e enganada porque votei no PS e estou arrependida. Não sou uma professora mas sim uma funcionária pública, uma burocrata, com este modelo de avaliação de desempenho que põe professores uns contra os outros".

"OLHAVA PARA O HORÁRIO E ENTRAVA EM PÂNICO", Sara Barbosa Prof. Port./Francês

Estou de baixa há cinco meses com depressão. Foi provocado pela sobrecarga de trabalho com esta reforma. Olhava para o horário e entrava em pânico. E também pela indisciplina dos meus alunos numa escola difícil da Amadora".





Bernardo Esteves

sexta-feira, 3 de outubro de 2008

Objectivos Individuais



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Net para alunos do primeiro ciclo nem sempre é «mundo novo»

A Internet e as novas tecnologias são um mundo que nem sempre é novo para os três mil alunos do primeiro ciclo que começaram hoje a receber os computadores portáteis, distribuídos numa mega-operação do Governo.

Aos oito anos, Catarina Sousa, estudante em Mafra, é uma das muitas alunas de todo o país que hoje recebeu um computador, desta vez das mãos do coordenador do Plano Tecnológico, Carlos Zorrinho. Já habituada às novas tecnologias, Catarina Sousa passa a ter agora o seu próprio computador portátil.

«A Catarina é muito activa e muito eufórica com os computadores. Mexe no meu portátil, no do computador do irmão e tem o dela, que é de uma 'geração' mais antiga», disse à Lusa o pai da aluna.

«Sempre que tenho tempo faço desenhos e jogo no computador, vejo sites de jogos e de corridas de carros», contou Catarina Sousa.

Na Amadora, Francisco, de 7 anos, foi um dos 270 alunos da escola Sacadura Cabral que hoje recebeu o seu computador portátil e o entusiasmo é evidente: «É o meu primeiro computador. Isto é muito giro, posso jogar e ir à Internet quando eu quiser».

Já a sua colega Ana Sofia revelou que agora poderá impor regras à irmã que lhe limitava o acesso à Internet. «A minha irmã nunca me deixa mexer no computador dela e eu ficava triste. Agora, ela é que não mexe no meu, que é mais bonito que o dela», disse, ao mesmo tempo em que mostrava a uma amiga como funciona o seu novo «Magalhães».

«Posso desenhar, posso escrever, é giro não é? É pequenino mas é muito bonito», acrescentou.

Mais a sul, na vila alentejana de Portel (Évora), a pequena Inês Coxinho, de seis anos, ficou hoje «encantada» quando recebeu o Magalhães, o seu novo «amigo informático». «Gosto de tudo e tem muitas cores», observou a tímida lourinha, uma das crianças da Escola Básica do primeiro ciclo de Portel que hoje ficaram «felizes» quando receberam computadores portáteis «Magalhães», antes da chegada da ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, que participou na cerimónia.

«Lá em casa temos um computador, do meu pai, meu e da minha mãe», contou à Lusa Inês, que, a partir de hoje, tem um computador só para ela e já não precisa de partilhar o lá de casa com os pais e que só usa «para jogar» e «quando o pai deixa».

Já na escola de São Mamede de Infesta onde esteve o primeiro-ministro José Sócrates, a «loucura» foi «total» quando à entrada da sala de aula, os alunos se aperceberam que em cada secretária já se encontrava o respectivo computador portátil «Magalhães».

Houve até quem prometesse dar «um beijo» de agradecimento ao primeiro-ministro, que hoje assinalou naquela escola o início da distribuição dos computadores aos alunos do 1º ciclo.

«Eu vou dar-lhe um beijo, porque em minha casa só o meu irmão é que tinha computador», anunciava a Cláudia, em declarações à Lusa.

Nos seus sete anos, esta aluna estava «feliz» por agora poder fazer «coisas giras» como «pintar e jogar» no seu computador.

«Jogar», «pesquisar» e «fazer os trabalhos de casa» eram tarefas que os alunos prometiam cumprir ainda que sem certezas em relação à ligação à Internet.

Mais para o interior, em Sabrosa, na terra onde terá nascido o navegador português que dá o nome ao computador, Joana Ruivo foi uma das alunas que recebeu o novo portátil. Para já, a primeira experiência foi escrever o próprio nome mas a Joana diz que vai aprender com a irmã de 14 anos a navegar na Internet já que ela «passa lá muito tempo a brincar».

José Bruno também tem sete anos, mas para ele o computador já não é novidade alguma. Bruno já joga no computador do pai e diz que vai servir para «jogar muitos jogos».

Mas da escola mais activas na utilização das novas tecnologias e por isso, não foi de estranhar que hoje se tenha sentado na primeira fila para receber o «Magalhães».

Se o entusiasmo de todos é imenso, as regras a definir vão caber aos pais.


A partir de Mafra, Catarina Sousa espera «dar a volta ao mundo» como o descobridor Fernão Magalhães mas sem sair do quarto ou da sala de aula. Para já, ficou com um aviso dos pais: só pode aceder aos jogos do Magalhães desde que tenha os trabalhos de casa todos feitos.

Lusa

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