domingo, 10 de maio de 2009

Manif em cima da campanha eleitoral

O próximo protesto de professores pode coincidir com o arranque da campanha para as eleições europeias, a 22 de Maio. O secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, anunciou ontem, em Viseu, onde participou em mais uma das 1400 reuniões de consulta aos docentes, que essa é uma das hipóteses em cima da mesa.

Segundo o líder da Fenprof, alguns professores defendem a realização de uma manifestação nacional; outros apostam em várias manifs pelo País; uns acham que "deveria ser a um sábado para não interromper as aulas", outros que "seria muito importante" acontecer durante a semana. A plataforma só na próxima quarta-feira irá anunciar qual o modo de contestação escolhido contra o modelo de avaliação.

Do lado dos movimentos de docentes, Ilídio Trindade, do MUP, propõe "uma marcha lenta em todas as capitais de distrito, à mesma hora, para tentar parar por completo o País". Já Mário Machaqueiro, da APEDE, defende que "uma manif nacional não pode ser isolada e independente de greves".

Bernardo Esteves

Vídeo - Grande terramoto ocorrido na Itália durante o mês de Abril do ano de 2009

sábado, 9 de maio de 2009

Programa TEIP vai abranger mais escolas

A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, admitiu  alargar o programa dos Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP) a mais escolas. "Há mais escolas a necessitar de ser incluídas. Estamos a trabalhar para que isso possa acontecer tão depressa quanto possível", disse à Lusa. 

O programa TEIP, destinado a escolas localizadas em meios sócio-económicos desfavorecidos e com elevadas taxas de abandono e insucesso escolar, abrange actualmente 60 escolas. A ministra participou ontem em Lisboa num seminário da Inspecção-Geral de Educação (IGE), em que foram revelados dados sobre as avaliações externas realizadas às escolas.

Apenas cinco das 397 escolas avaliadas entre 2005 e 2008 pela IGE obtiveram Muito Bom em todos os parâmetros. As escolas são as seguintes: Quinta das Palmeiras (Covilhã); Alberto Sampaio (Braga); Agrupamento Santa Catarina (Caldas da Rainha); Leal da Câmara (Rio de Mouro) e Agrupamento Gualdim Pais (Tomar).

B.E

Powerpoint - Sismologia


Download 1 - Dropbox
Download 2 - Mega
Download 3 - Google Drive
Download 4 - Box


Conteúdo - Impacto dos sismos na Humanidade

Os sismos têm tido um grande impacto ao longo da história da Humanidade, tendo gerado milhões de vítimas, incluindo mortos, feridos e desalojados. As principais causas destes números alarmantes resultam de três grandes grupos de factores.
Em primeiro lugar, a localização de centros urbanos por vezes mesmo grandes cidades, bem como estâncias balneares, ocorre em zonas de grande incidência sísmica. É o que acontece, por exemplo, no Japão e no Sudeste Asiático.
Ainda recentemente pudeste constatar as consequências deste factor no sismo do Sudeste Asiático de Dezembro de 2004 e do enorme e tsunami devastador gerado.
Em segundo lugar, em muitos locais do mundo existe uma fraca qualidade dos edifícios, quer sejam de habitação, de unidades industriais ou de complexos turísticos, à qual se junta uma inadequação a situações de sismo ao nível de construção, sobretudo das suas fundações e estruturas. Estes aspectos provocam um comportamento deficiente destas construções que, por vezes, desmoronam por completo.
Finalmente, um factor de grande influência nas consequências gravosas dos sismos relaciona-se directamente com a população, ou seja, com cada um de nós.

O desconhecimento das medidas de prevenção, assim como a falta de informação sobre o que fazer em termos de atitudes e comportamentos em caso de emergência, são um bom exemplo deste factor.

A protecção das populações que vivem em países localizados em regiões sísmicas passa também pela actuação do Estado a diferentes níveis, nomeadamente:

- na avaliação do risco sísmico por técnicos especializados;
- na criação de regras de construção anti-sísmica e na fiscalização da
sua aplicação;
- na sensibilização da população para realizar a sua autoprotecção,ou seja, para o que cada indivíduo deverá fazer em caso de iminência ou de ocorrência de um sismo;
- na divulgação através de campanhas e folhetos, geralmente dos bombeiros e da Protecção Civil, das condutas e medidas que cada cidadão deverá tomar.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Governo mantém idade mínima de trabalho

O aumento da escolaridade obrigatória até ao 12º ano e 18 anos de idade não terá reflexos na idade legal de trabalho, que continuará a ser os 16 anos. A garantia foi dada ontem pelo ministro do Trabalho e da Solidariedade Social, Vieira da Silva, que se socorreu do exemplo de outros países para justificar a opção. 

"Nenhum país com escolaridade obrigatória de 12/13 anos alterou a idade legal de trabalho, que na Alemanha, Bélgica ou Holanda continua a ser a partir dos 16 anos. O alargamento da escolaridade não significa proibição de trabalhar", disse o governante, frisando que "as políticas públicas terão de ser mudadas para apenas incentivar a contratação de jovens com o 12º ano".

O ministro falava no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, numa conferência com 40 peritos sobre o alargamento da escolaridade, presidida por José Sócrates e Maria de Lurdes Rodrigues. A ministra da Educação admitiu que o aumento da escolaridade para 12 anos e a entrada de mais 35 mil alunos no sistema poderá obrigar a um "reforço de professores e outros recursos humanos nalgumas regiões". Lurdes Rodrigues defendeu que "talvez seja possível atingir a escolaridade de 12 anos dentro de três anos". Já o primeiro-ministro defendeu existirem "meios humanos e físicos para atrair para a escola estes 35 mil jovens, porventura os mais difíceis".

E se o Governo quer 12 anos de escolaridade, já o representante dos pais, Albino Almeida, foi mais longe, pedindo uma "intervenção educacional logo a partir das creches" por ser "vital para a socialização". O líder da Confap (Confederação Nacional das Associações de Pais) defende ainda que seja feito um "diagnóstico vocacional aos alunos no 5.º ano" e anunciou um "plano de formação parental" que ajude os pais, frisando que "nem todos os alunos têm de chegar a doutores e engenheiros".

A conferência de peritos durou cerca de cinco horas e ficou também marcada pela intervenção do reitor da Universidade de Lisboa, António Nóvoa. Socorrendo-se dos números fornecidos pelo Ministério da Educação aos presentes, o reitor sublinhou que na maioria dos países da União Europeia a escolaridade obrigatória é inferior a 12 anos (apenas em seis é igual ou superior) e defendeu ser mais importante actuar nos primeiros seis anos de escolaridade do que fixar objectivos nos 12 anos.

De resto, a maioria considerou o alargamento da escolaridade uma medida positiva, bem como os apoios previstos a nível de acção social escolar e melhoria de equipamentos (segundo o Governo vai custar 211 milhões de euros no primeiro ano). Foi também apontada a necessidade de diversificar a oferta de cursos, com ênfase nos profissionais, e de reestruturar os 2.º e 3.º ciclos, reduzindo o número de disciplinas. Na sua intervenção final, a ministra Maria de Lurdes Rodrigues, viria a abordar este último tema, fazendo uma rara referência à classe docente: "Com 17 professores por turma não é possível trabalhar. Há ainda uma lógica de subordinação dos interesses das escola aos grupos corporativos. Há muito trabalho a fazer".

Bernardo Esteves

Conteúdo - Escala de Mercalli e Richter

Nos últimos anos, os cientistas têm utilizado uma nova técnica de análise da propagação das ondas sísmicas denominada tomografia sísmica . Os registos de dezenas de milhar de estações podem ser recolhidos num computador que, a partir deles, produz imagens tridimensionais do interior do planeta, tal como poderás verificar quando estudares a estrutura da Terra.
Os sismos podem ter efeitos devastadores para o ser humano, provocando mortes e a destruição dos seus lares e outros bens.
Para determinar a intensidade de um sismo usa-se muitas vezes a escala de Mercalli modificada ou escala Internacional, que se baseia nos efeitos destruidores do sismo na superfície terrestre e nos bens humanos. Para se utilizar esta escala é necessário fazer-se um inquérito à população atingida pelo sismo, com o intuito de se saber quais os danos por ele causados. A quantificação da intensidade de um sismo pela escala de Mercalli é expressa em graus de I a XII.
Usando um mapa e ligando neste os diferentes pontos em que o sismo se fez sentir com a mesma intensidade, obtêm-se linhas mais ou menos concêntricas designadas por isossistas . Como estas limitam zonas onde o sismo atingiu a mesma intensidade, é possível, assim, ter uma noção mais generalizada dos efeitos do sismo à escala do país e observar a zona onde este atingiu maior intensidade, ou seja, a zona que corresponde ao epicentro do sismo.
A determinação da intensidade do sismo pela escala de Mercalli depende, por um lado, das respostas obtidas no inquérito, que podem ser influenciadas pelos momentos difíceis vividos pela população e, por outro, do facto de o mesmo sismo, poder ser mais ou menos destruidor
consoante as condições do local afectado. Deste modo, para determinar com precisão a magnitude de um sismo, existe uma outra escala - escala de magnitude de Richter– que se baseia em cálculos complexos relacionados com a quantidade de energia libertada pelo sismo no hipocentro.
A escala de Ritcher determina a magnitude do sismo a partir da amplitude das vibrações sísmicas registadas no sismograma.
A magnitude de um sismo é, assim, uma medida da energia libertada e, portanto, uma medida de grandeza absoluta, pelo que é uma escala muito mais precisa do que a escala de Mercalli.
No quadro seguinte estão indicados os efeitos dos sismos de acordo com a sua magnitude.
Teoricamente, a magnitude de um sismo pode ser qualquer número real positivo. Na prática, os sismógrafos apenas gravam os sismos cuja magnitude excede 1,0 e nunca foi registado nenhum que tenha excedido 9,0. Portugal está situado numa zona sísmica, verificando-se que os Açores e as regiões de Lisboa e do Algarve são os territórios com maior actividade sísmica.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Despachos beneficiam presidente do conselho científico para avaliação de professores

O presidente do Conselho Científico para a Avaliação de Professores (CCAP), Alexandre Ventura, passa a usufruir de subsídio de residência de 941,25 euros mensais e a ter direito a usar viatura do Estado, de acordo com dois despachos publicados quinta-feira em Diário da República.

Estas regalias acrescem à remuneração de cerca de 3700 euros por exercer cargo equiparado a director-geral, que acumula com o de professor auxiliar na Universidade de Aveiro a tempo parcial (30%). O subsídio é justificado por ter 'residência permanente em Aveiro' e o CCAP funcionar em Lisboa. Segundo o site do Ministério da Educação (ME), o CCAP só reuniu quatro vezes desde a sua nomeação em Novembro. O ME afirma que Ventura tem de dormir 'algumas noites por semana em Lisboa' porque além das reuniões há 'imenso trabalho que não se vê'. E garante que fica mais barato do que pagar hotel como até agora.

O subsídio de residência tem efeitos desde 1 de Novembro de 2008, quando foi nomeado, pelo que Alexandre Ventura recebe desde já 4706,25 euros.

O CCAP é um órgão consultivo do Ministério, cuja missão é acompanhar a avaliação de docentes.



Bernardo Esteves

Conteúdo - Sismógrafos

A maioria dos sismos só é detectada por aparelhos muito sensíveis - os sismógrafos – que se encontram em estações sismográficas.
As ondas sísmicas resultantes das vibrações das rochas são registadas graficamente, obtendo-se um traçado que se designa por sismograma .
Existem três tipos de ondas sísmicas: as P, que são as mais velozes, pelo que são as primeiras a serem registadas; as S, que são menos rápidas que as Pmas mais destrutivas; as L, ondas superficiais,que são as mais lentas e as mais destrutivas.
Os sismógrafos mais modernos têm dois componentes – um localizado no terreno que detecta as vibrações do solo e transmite essa informação ao outro componente, localizado na estação central, que as regista. As vibrações do solo são amplificadas cerca de um milhão de vezes.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Fórum Qualificação 2009: Escolhas com Futuro

Fórum Qualificação 2009: Escolhas com Futuro decorrerá na Exposalão, na Batalha, de 7 a 9 de Maio de 2009, correspondendo a uma organização da Agência Nacional para a Qualificação, I. P., em parceria com o Instituto do Emprego e Formação Profissional e as Direcções Regionais de Educação. Esta iniciativa, aberta ao público em geral, terá como destinatários privilegiados os jovens que se encontrem a concluir o 3º ciclo do ensino básico (9º ano de escolaridade) ou que estejam no início do ensino secundário e pretendam repensar o seu trajecto escolar ou formativo.
Este evento terá o formato de uma "vila das profissões", composta por praças correspondentes a grandes áreas de educação e formação, assinaladas pela cor e por sinalética, e espaços apropriados a actividades de animação. De entre estes espaços destaca-se um jogo: a Roda das Profissões. Através de actividades lúdicas, os jovens visitantes vão poder associar formações a profissões e conhecer as competências e os saberes inerentes a cem saídas profissionais.
Ao todo serão mais de 100 stands, animados por jovens alunos e/ou formandos de todo o país que irão demonstrar o que aprendem e como aprendem nos cursos que conferem dupla certificação (escolar e profissional).
Tal como sucedeu com a edição anterior, este fórum será extremamente animado e atractivo não só para os jovens que terão de escolher um curso de nível secundário, mas também para os seus encarregados de educação, formadores e professores.
O Fórum Qualificação 2009: Escolhas com Futuro assume como objectivos principais divulgar a diversidade de cursos contemplados pelas diferentes modalidades de educação e formação; promover as ofertas profissionalizantes junto dos jovens que concluíram o 9º ano de escolaridade, das comunidades educativas e formativas e do tecido empresarial e socioeconómico; valorizar socialmente as formações e as certificações adquiridas pelos jovens no âmbito dos cursos profissionalizantes; evidenciar as vantagens das aprendizagens centradas no desenvolvimento de competências em detrimento de aprendizagens focadas na transmissão de conteúdos; disseminar as vantagens obtidas com os cursos que conferem dupla certificação (escolar e profissional), incentivando à procura das vias profissionalizantes; demonstrar a importância do financiamento comunitário proveniente do Fundo Social Europeu na diversificação da oferta profissionalizante; e, ainda, despertar o interesse das entidades empregadoras para as vantagens resultantes da contratação de jovens que concluíram percursos profissionalizantes.
A selecção das entidades participantes foi feita com base nos projectos apurados num concurso lançado em Janeiro passado, intitulado "Projectos com Futuro", e ainda de alguns convites que as entidades organizadoras decidiram efectuar, colmatando lacunas em aberto.
O Fórum Qualificação 2009: Escolhas com Futuro estará aberto durante os três dias, entre as 10h00 às 18h00, no Pavilhão 3 da Exposalão, na Batalha.
A entrada é livre.

Conteúdo - Hipocentro/Epicentro

A zona do interior da Terra onde o sismo se originou designa-se por foco ou hipocentro  e a zona à superfície terrestre que se situa na vertical do hipocentro denomina-se  epicentro.
A partir do hipocentro, as vibrações sísmicas transmitem-se em todas as direcções sob a forma de ondas. Estas diminuem de intensidade por dispersão da energia, à medida que se propagam e se afastamdo local de origem. Assim, um sismo corresponde às vibrações das rochas resultantes da libertação de energia no interior da Terra e propaga-se na forma de ondas sísmicas .

terça-feira, 5 de maio de 2009

Disponíveis as listas provisórias de admissão e exclusão. Poderão ser consultadas nos Agrupamentos / Escolas prioritárias, site da DGRHE e DREs

O que pensam quatro ex-ministros da Educação

1 - Apoia o alargamento da escolaridade obrigatória ao 12.º ano?

2 - As escolas estão prontas para a mudança?


Marçal Grilo

1 - É uma medida muito positiva.
2 - Acho que é preciso criar as condições integrais para a cumprir, tal como ocorreu em 1986 quando se decidiram os nove anos de escolaridade obrigatória.

Roberto Carneiro

1 - Era uma medida que, mais dia menos dia, era esperada. A sociedade do conhecimento não pode repousar sobre um patamar abaixo do 12º ano de escolaridade. A cidadania, as empresas, a tecnologia não se compadecem com um nível inferior ao 12º ano. Temos ainda 35 por cento dos jovens que não concluem o 12º ano, mas temos de ter ambição. A medida legislativa por si só não resolve nada, é preciso medidas sociais e pedagógicas que apoiem e tornem possível uma medida legal.
2 - Imediatamente, se calhar, as escolas não estão preparadas. É preciso haver formação dos professores. Tem de haver formação muito intensa e, no concreto, cada escola tem de se organizar e tem de haver algum dinheiro disponível para isso.

Júlio Pedrosa

1 - Considerando que este Governo promoveu já um alargamento significativo do ensino secundário profissional, criando um leque de ofertas diversificadas, creio que se está em condições de considerar esta medida. Isto desde que se garanta um número de condições para a equidade no acesso e no seu sucesso: o apoio social aos estudantes de condição socio-económica mais vulnerável, mas também a consolidação deste universo diversificado de ofertas, a qualidade e condições de funcionamento das escolas, recursos humanos qualificados, acessibilidade dos próprios e um currículo adequado quer para as ofertas profissionais, quer para as ofertas de formação secundária geral.
2 - Não estamos ainda com os padrões adequados, mas temos três anos à nossa frente. Todos temos de ter consciência de que não podemos dar-nos ao luxo de usar mal esse tempo: temos de usar todos os minutos destes três anos para criar essas condições.

Couto dos Santos

1 - Acho a medida positiva. A grande dúvida é saber se existem condições de garantir, do ponto de vista social, que essa medida possa ser cumprida na sua plenitude. Temos hoje escolaridade obrigatória até ao 9º ano e há muitos que têm abandonado por dificuldades económicas. De nada servia estar a pôr o alargamento na lei se não houver condições que permitam que a grande maioria - se não todos - possa lá chegar.
2 - As escolas preparam-se rapidamente, temos professores com muita capacidade, mas se não houver um período transitório, com o diálogo e envolvimento de todos os agentes, corre o risco do fracasso. É algo que vem aumentar mais as responsabilidades das escolas, que já têm uma grande carga de trabalhos. Se houver um período de transição, há condições para preparar os órgãos da escola. Espero que o façam em diálogo com eles, porque vai exigir muito dos professores e dos pais.
M.G. / Público

"Até ao 12.º?! Não é verdade!"

De mochila às costas e mãos enfiadas nos bolsos, Miguel Reis flecte ligeiramente as pernas e roda sobre si mesmo, como se tivesse apanhado um murro. "Obrigatório?! O 12.º ano? Não é verdade!!!".
Sob o degradado resguardo da paragem de autocarro já estavam alunos do 8.º ano do Agrupamento de Escolas de São Silvestre, do concelho de Montemor-o-Velho, que riem: "Verdade p'ra ti, puto! P'ra nós não!"
Apesar de todos serem repetentes e de terem quase a mesma idade, só Miguel, que está quase a fazer quinze anos, não ultrapassou a fronteira do 6.º ano, apanhando, em cheio, com o alargamento da escolaridade obrigatória. Ainda resmunga que está farto da escola. Mas rapidamente reage ao gozo dos colegas, erguendo a cabeça com um gesto que não faz tremer o cabelo penteado em crista: "E o que é que tem? Na booooa! Para o ano vou para Montemor e em dois anos faço um curso de informática que me dá o 9.º ano. Mais um ano de outro curso qualquer e dão-me o 12.º". E vira as costas.
Os outros não respondem. Quando chegaram à paragem, também eles reagiram à notícia com indignação: "Afinal há liberdade ou não há!?", perguntara pouco antes Filipe Silva, de 14 anos. E os outros tinham feito coro, apesar de acabarem por reconhecer, um a um, que embora tenham chegado ao 8.º ano com dificuldades (frequentam uma turma com percurso curricular alternativo, destinada a alunos com dificuldades de aprendizagem ou de comportamento) todos querem, depois do 9.º, fazer cursos profissionais com equivalência ao 12.º. Para quê? Um a um, também, todos encolhem ombros.
Filipe Silva, que caminha de um lado para o outro, inquieto, explica que "hoje ninguém tem emprego sem o 12.º". Cristiano Cortesão, um ano mais velho, também no 8.º, concorda, mas não deixa de contrapor que "nem assim" o emprego está garantido. Nuno Pascoal, que por ter 16 anos até podia deixar já a escola, também quer fazer um curso profissional, mas não tem ilusões: "Há muita gente com cursos da universidade sem trabalho", murmura, lá do murete de betão onde se deitou.
São 17h30. Um toque longo anuncia a invasão da paragem junto à escola de quase trezentos alunos situada na aldeia de São Silvestre, no Baixo Mondego. "'Tás em que ano?!", vão perguntando os mais velhos, ansiosos por dar a notícia. Marina Silva, de 12 anos, e Rafaela Gonçalves, do 5º, abrem a boca de espanto: "É um exagero!", exclama a primeira. Mas não por causa delas: ambas querem ir para a universidade.
Inês Macedo, com a mesma ambição mas já com 14 anos de idade e o 9.º ano quase feito, tem uma opinião semelhante: "O Governo não ganha nada em manter as pessoas na escola contra a sua vontade. Nem aprendem nem fazem o que querem e com 16, 17 e 18 anos, já têm o direito de decidir o que querem fazer da vida", diz.

Graça Barbosa Ribeiro

Conteúdo - A ORIGEM E A PROPAGAÇÃO DOS SISMOS

Os sismos são vibrações bruscas da litosfera que ocorrem numa determinada região e durante um curto período de tempo. Dos diversos tipos de causas naturais que podem originar um sismo, a fractura  das rochas da litosfera, provocada pelas forças internas da Terra, seguida do deslizamento das rochas umas em relação às outras, é o mais importante.
Devido, principalmente, aos movimentos das placas litosféricas, as rochas existentes no bordo destas ficam sujeitas a intensas forças de vários tipos. Estas forças provocam a deformação da rocha e mesmo a sua fractura, quando são ultrapassados os seus limites de resistência à deformação. Nestas condições, os blocos rochosos podem deslizar bruscamente um em relação ao outro, ao longo do plano de falha, libertando-se energia que gera vibrações que se propagam na forma de ondas e originam um sismo.

segunda-feira, 4 de maio de 2009

Redes da internet baixam as notas

Os utilizadores do Facebook, Hi5 ou Orkut têm mais probabilidades de obter piores resultados escolares do que os estudantes que prescindem dessas redes sociais da internet. Os que passam mais tempo nesses sites dedicam apenas uma hora por semana a estudar. Esta é a conclusão de um estudo realizado na Universidade de Ohio, nos Estados Unidos, centrado unicamente no caso do Facebook, em que foram inquiridos 219 estudantes universitários.


"O estudo mostrou que quem passa mais tempo no Facebook passa menos tempo a estudar", disse a investigadora Aryn Karpinski, citada pelo jornal inglês ‘The Times’. A especialista sublinha que a discrepância de notas entre uns e outros é "significativa, sendo equivalente à diferença entre obter um A ou um B" – nos EUA, o sistema de classificação vai do A (a nota mais alta) até ao F (a mais baixa).

Em Portugal ainda não há estudos sobre o tema, admite o neuropsicólogo Nélson Lima. "Está tudo muito no início. Mas há de facto um grande número de jovens que está a ser mais prejudicado do que beneficiado com as novas tecnologias, porque não as utilizam de forma eficaz. Passam 80% do tempo nas redes sociais e não usam outras possibilidades."

O neuropsicólogo Nélson Lima relativiza as conclusões do estudo – "uma amostra de 219 pessoas não é suficiente para tirar conclusões universais" –, mas reconhece os riscos das redes sociais. "Tudo depende de como se utiliza. Ouço jovens dizer que têm 500 contactos no Hi5 e alimentar isso pode levar a uma distracção e à redução do tempo de estudo. Mas o perigo maior é o isolamento. Muitos jovens fecham-se nos quartos e reduzem os contactos com pessoas de carne e osso", disse ao CM.



Bernardo Esteves

domingo, 3 de maio de 2009

9º Encontro Nacional De Química Física e 1st Iberian Meeting on Ionic Liquids

Está, desde o início do mês, disponível o registo e a submissão de resumos para o 9º ENQF e 1st IMIL que terão lugar em Aveiro nos dias 15 e 16 de Junho de 2009. Podem para o efeito aceder à página do 9º ENQF
http://path.web.ua.pt/9ENQF/index.asp?page=abstracts

As comunicações apresentadas no 9º ENQF poderão ser publicadas em números especiais do:
Journal of Chemical and Engineering Data
Journal of Molecular Structure: THEOCHEM 

O 9º ENQF vai este ano estruturar-se em torno de duas grandes áreas temáticas multidisciplinares: Química Computacional e Líquidos Iónicos. Contamos com a presença de alguns investigadores nacionais e internacionais de renome nestas áreas como:
Química Computacional
Francesc Illas Riera (Barcelona, Espanha)
Benedito Costa Cabral (Lisboa)
Pedro Alexandrino Fernandes (Porto)
João Prates Ramalho (Évora)
Pedro caridade (Coimbra)
Líquidos Iónicos
Robin Rogers (Quill, Belfast, UK)
Andrew P. Abbott (Leicester, UK)
J. Troncoso (Vigo)
J.N. Canongia Lopes (ITQB)
Carlos M. Afonso (IST)
José O. Valderrama (La Serena, Chile)

Espero que toda a comunidade da Química-Física portuguesa se possa juntar a nós em Aveiro para o que promete ser um excitante encontro científico.

outras informações: http://path.web.ua.pt/9enqf

sábado, 2 de maio de 2009

Fenprof ganha processo em tribunal contra ME

O Tribunal Administrativo e Fiscal de Coimbra decretou a suspensão das orientações do Ministério da Educação para os Conselhos Executivos das Escolas imporem objectivos individuais se os professores os não apresentassem, noticia a Lusa.

O tribunal atendeu a providência cautelar apresentada pelo Sindicato dos Professores da Região Centro (SPRC), à qual se seguirá agora a acção administrativa especial a declarar nulo o acto.

Luís Lobo, dirigente da Fenprof e do SPRC, adiantou à Lusa que o tribunal não atendeu uma invocação de interesse público apresentada pelo Ministério da Educação para impedir que decretasse a providência cautelar, e consequente suspensão das orientações.

Para Mário Nogueira, líder da Fenprof, esta decisão tem um carácter simbólico, pois vem condenar um «ministério que não olha a meios para impor regras», algumas vezes em violação da lei e da Constituição da República.

Acrescenta que «parece, também, caírem por terra as ameaças do Ministério da Educação quanto a eventuais penalizações desses professores».

Com as orientações, agora suspensas, o Ministério da Educação quis impor que os objectivos individuais dos professores fossem de entrega obrigatória.

O ME garante que ainda não foi notificado da decisão.

Lusa

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Um em cada três adolescentes alemães teme violência na escola

De acordo com uma sondagem realizada recentemente na Alemanha um em cada três adolescentes deste país tem receio da violência no meio escolar e um em cada cinco já foi agredido pelo menos uma vez na vida.
“Estes resultados não me surpreendem e confirmam apenas aquilo que já se pensava”, diz a psicóloga Mechthild Schifer, explicando que “num universo de dez milhões de alunos, cerca de meio milhão são regularmente atormentados pelos colegas”.
No contexto desta violência, têm vindo a ganhar destaque as agressões filmadas através de telefones portáteis e posteriormente difundidas na internet. Este fenómeno havia já sido detectado na Grã-Bretanha e está cada vez mais popularizado na Alemanha.
Um estudo da Universidade de Bochum, realizada no ano passado, havia concluído que os agressores são na sua maioria rapazes e que justificam frequentemente a sua atitude com a “defesa da honra”.