1 - Apoia o alargamento da escolaridade obrigatória ao 12.º ano?
2 - As escolas estão prontas para a mudança?
Marçal Grilo
1 - É uma medida muito positiva.
2 - Acho que é preciso criar as condições integrais para a cumprir, tal como ocorreu em 1986 quando se decidiram os nove anos de escolaridade obrigatória.
Roberto Carneiro
1 - Era uma medida que, mais dia menos dia, era esperada. A sociedade do conhecimento não pode repousar sobre um patamar abaixo do 12º ano de escolaridade. A cidadania, as empresas, a tecnologia não se compadecem com um nível inferior ao 12º ano. Temos ainda 35 por cento dos jovens que não concluem o 12º ano, mas temos de ter ambição. A medida legislativa por si só não resolve nada, é preciso medidas sociais e pedagógicas que apoiem e tornem possível uma medida legal.
2 - Imediatamente, se calhar, as escolas não estão preparadas. É preciso haver formação dos professores. Tem de haver formação muito intensa e, no concreto, cada escola tem de se organizar e tem de haver algum dinheiro disponível para isso.
Júlio Pedrosa
1 - Considerando que este Governo promoveu já um alargamento significativo do ensino secundário profissional, criando um leque de ofertas diversificadas, creio que se está em condições de considerar esta medida. Isto desde que se garanta um número de condições para a equidade no acesso e no seu sucesso: o apoio social aos estudantes de condição socio-económica mais vulnerável, mas também a consolidação deste universo diversificado de ofertas, a qualidade e condições de funcionamento das escolas, recursos humanos qualificados, acessibilidade dos próprios e um currículo adequado quer para as ofertas profissionais, quer para as ofertas de formação secundária geral.
2 - Não estamos ainda com os padrões adequados, mas temos três anos à nossa frente. Todos temos de ter consciência de que não podemos dar-nos ao luxo de usar mal esse tempo: temos de usar todos os minutos destes três anos para criar essas condições.
Couto dos Santos
1 - Acho a medida positiva. A grande dúvida é saber se existem condições de garantir, do ponto de vista social, que essa medida possa ser cumprida na sua plenitude. Temos hoje escolaridade obrigatória até ao 9º ano e há muitos que têm abandonado por dificuldades económicas. De nada servia estar a pôr o alargamento na lei se não houver condições que permitam que a grande maioria - se não todos - possa lá chegar.
2 - As escolas preparam-se rapidamente, temos professores com muita capacidade, mas se não houver um período transitório, com o diálogo e envolvimento de todos os agentes, corre o risco do fracasso. É algo que vem aumentar mais as responsabilidades das escolas, que já têm uma grande carga de trabalhos. Se houver um período de transição, há condições para preparar os órgãos da escola. Espero que o façam em diálogo com eles, porque vai exigir muito dos professores e dos pais.
2 - As escolas estão prontas para a mudança?
Marçal Grilo
1 - É uma medida muito positiva.
2 - Acho que é preciso criar as condições integrais para a cumprir, tal como ocorreu em 1986 quando se decidiram os nove anos de escolaridade obrigatória.
Roberto Carneiro
1 - Era uma medida que, mais dia menos dia, era esperada. A sociedade do conhecimento não pode repousar sobre um patamar abaixo do 12º ano de escolaridade. A cidadania, as empresas, a tecnologia não se compadecem com um nível inferior ao 12º ano. Temos ainda 35 por cento dos jovens que não concluem o 12º ano, mas temos de ter ambição. A medida legislativa por si só não resolve nada, é preciso medidas sociais e pedagógicas que apoiem e tornem possível uma medida legal.
2 - Imediatamente, se calhar, as escolas não estão preparadas. É preciso haver formação dos professores. Tem de haver formação muito intensa e, no concreto, cada escola tem de se organizar e tem de haver algum dinheiro disponível para isso.
Júlio Pedrosa
1 - Considerando que este Governo promoveu já um alargamento significativo do ensino secundário profissional, criando um leque de ofertas diversificadas, creio que se está em condições de considerar esta medida. Isto desde que se garanta um número de condições para a equidade no acesso e no seu sucesso: o apoio social aos estudantes de condição socio-económica mais vulnerável, mas também a consolidação deste universo diversificado de ofertas, a qualidade e condições de funcionamento das escolas, recursos humanos qualificados, acessibilidade dos próprios e um currículo adequado quer para as ofertas profissionais, quer para as ofertas de formação secundária geral.
2 - Não estamos ainda com os padrões adequados, mas temos três anos à nossa frente. Todos temos de ter consciência de que não podemos dar-nos ao luxo de usar mal esse tempo: temos de usar todos os minutos destes três anos para criar essas condições.
Couto dos Santos
1 - Acho a medida positiva. A grande dúvida é saber se existem condições de garantir, do ponto de vista social, que essa medida possa ser cumprida na sua plenitude. Temos hoje escolaridade obrigatória até ao 9º ano e há muitos que têm abandonado por dificuldades económicas. De nada servia estar a pôr o alargamento na lei se não houver condições que permitam que a grande maioria - se não todos - possa lá chegar.
2 - As escolas preparam-se rapidamente, temos professores com muita capacidade, mas se não houver um período transitório, com o diálogo e envolvimento de todos os agentes, corre o risco do fracasso. É algo que vem aumentar mais as responsabilidades das escolas, que já têm uma grande carga de trabalhos. Se houver um período de transição, há condições para preparar os órgãos da escola. Espero que o façam em diálogo com eles, porque vai exigir muito dos professores e dos pais.
M.G. / Público
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