quinta-feira, 21 de setembro de 2017

Biografia - Isabel de Portugal


 Filha do rei D. Manuel I e da rainha D. Maria, sua segunda mulher, Isabel nasceu em Lisboa, no dia 25 de Outubro de 1503. Imperatriz perfeitíssima lhe chamaram mais tarde os cronistas espanhóis. Numa Europa repleta de grandes convulsões politicas, religiosas e sociais, ela soube ser a mulher e a colaboradora do poderoso Carlos V. A sua beleza não foi um mito - basta olhá-la, serena e majestosa, pintada por Ticiano. 
             As primeiras negociações sobre o enlace entre D. Isabel e o imperador Carlos V (hoje as revistas diriam "o casamento do século"!) começaram no Outono de 1522, entre D. João III, seu irmão, e a corte espanhola. Ficaram acordados dois casamentos, o de D. João III com Catarina, irmã de Carlos e o de Isabel de Portugal com o imperador. O rei português casou primeiro e os trâmites para o casamento de Isabel demoraram mais uns tempos. Nestas coisas de casamentos, não há nada como uma "fada madrinha", e a recém- rainha de Portugal escreveu ao irmão a falar-lhe das muitas virtudes e beleza de Isabel, sua cunhada. Na Primavera de 1525, veio a Portugal o embaixador espanhol para tratar dos dois esponsais, tendo as primeiras negociações sido firmadas em 17 de Outubro de 1525.Almeinim foi o local escolhido. E aqui foi também celebrada a cerimónia do casamento, por procuração, em 23 de Outubro de 1525. Presidiu à cerimónia o bispo de Lamego, D. Fernando de Vasconcelos. 
             A partir daquele dia, Isabel de Portugal era já imperatriz. Houve festas e bailes e foi representada, pela primeira vez, a comédia Dom Duardos, de Gil Vicente. O dote da imperatriz foi de 900 mil dobras de ouro castelhanas, o que era uma enorme fortuna. Em Janeiro de 1526, começaram os preparativos da partida da imperatriz Isabel de Portugal para Espanha. 
             Com 22 anos, D Isabel parte rumo a Badajoz com uma grande comitiva. A comodidade da época não ia além de uma liteira, sendo o destino Sevilha. De Toledo, onde Carlos V tinha a corte, veio "um luzido acompanhamento", para fazer as honras à futura imperatriz. Carlos V mandou três emissários da mais alta honorabilidade. D. Isabel chegou a Elvas no dia 6 de Janeiro, acompanhada dos irmãos, D Luís e D. Fernando. Ao chegarem à fronteira, deram-lhe por montada uma linda "faca" branca, termo que significa cavalo pequeno, leve e magro, para maior comodidade na viagem. 
             Entrou em Espanha no dia 7. A cerimónia de troca de séquito ocorreu na fronteira, perto do rio Caia. A lindíssima D. Isabel, serena e sem mostrar o mínimo cansaço, ouviu o irmão Luís dizer as palavras do protocolo ao duque de Calábria: "Senhor, entrego a Vossa Alteza a imperatriz minha Senhora, em nome do rei de Portugal, meu senhor e irmão, como esposa que é da cesárea majestade do imperador." No final, em vez do protocolar beija-mão, D. Isabel quis abraçar os seus irmãos. 
             A viagem demorou dois meses. No dia 10 ou 11 de Março de 1526, realizou -se o casamento com os noivos lado a lado, e a cidade de Sevilha engalanou as ruas e viveu dias de grande alegria. Quem esteve presente nas bodas dos imperadores observou os recém-casados e comentou: "(...) Entre os noivos há muito contentamento, pelo menos é o que parece (...), e quando estão juntos, embora esteja muita gente presente não reparam em mais ninguém, ambos falam e riem, e nunca outra coisa os distrai". Como alguém disse, Carlos e Isabel casaram sem se conhecer e amaram-se depois de se conhecerem. 
             Os noivos imperiais ficaram uns dias em Sevilha mas, para fugir ao calor, seguiram para Córdova, com destino a Granada, onde chegaram nos primeiros dias de Junho. Ficaram no Palácio do Alhambra, onde era notória a influência árabe. Os mouros de Granada ofereceram, como prenda de casamento a Carlos e Isabel, 80 mil ducados. 
             Carlos, atencioso e meigo, deu a Isabel, por divisa, "as três graças, tendo uma delas uma rosa, símbolo da sua formosura, um ramo de murta como símbolo do amor e a terceira uma coroa de carvalho simbolizando a fecundidade". D. Isabel, além de ter um rosto de um perfeito oval, "olhos de garça", cabelos longos e loiros, com uma figura "esbelta e harmoniosa", terá percebido na lua-de-mel que a sorte a bafejara. Os noivos ficaram no Palácio do Alhambra, mas as comitivas eram tão numerosas que os familiares do lado de D. Isabel ficaram hospedados em São Jerónimo, magnífico edifício renascentista. Depois da passagem de Carlos V por Granada (onde nunca estivera), o Palácio do Alhambra sofreu beneficiações. Nestes dias de felicidade, Carlos ofereceu um cravo a Isabel, flor que na altura não era muito vulgar. E diz-se que foi por este gesto que um dos símbolos da Andaluzia e de Espanha é o "clavel".
             Em Dezembro, os imperadores partiram para Valladolid, onde chegaram no início do ano seguinte. Aqui, a imperatriz deu à luz, no dia 21 de Maio de 1527, o herdeiro do trono - Filipe (depois rei Filipe II de Espanha, Filipe I de Portugal). Sabe-se que o parto foi difícil e Isabel de Portugal sofreu muito. Como rainha, quis mostrar-se corajosa quando as dores eram quase insuportáveis. Num momento de maior sofrimento, estampado no rosto, a parteira pediu-lhe que gritasse, porque ajudava a descontrair-se, mas a imperatriz respondeu em português: "Não me faleis tal, minha comadre, que eu morrerei, mas não gritarei." 
             Isabel de Portugal tinha residência própria, independente da do marido, onde viviam quarenta damas e açafatas e mais de setenta jovens, rapazes e raparigas, alguns filhos do pessoal que lidava de perto com D. Isabel. Além da morada do imperador, havia as casas dos infantes e infantas (quando já tinham idade para serem independentes), e ainda o palácio da rainha Joana, mãe de Carlos, que vivia em Tordesilhas. 
             Foram contemporâneos de Carlos V e de Isabel de Portugal, umas vezes inimigos e outras vezes aliados, Francisco I de França, Henrique VIII de Inglaterra - que na sua sucessão de esposas contou também com uma tia de Carlos V - Catarina de Aragão e o poderosíssimo Soleimão, o Magnífico, senhor do império otomano no seu período de apogeu. 
             Enquanto Carlos V estava em guerra ou a negociar tratados de paz com países ou regiões da Europa, Isabel tinha as responsabilidades de regente. O seu cargo era, como ficou escrito, "lugarteniente dcl reino de Castilla". Foi regente entre 1529 e 1532 centre 1535 e 1539. Nessa qualidade, viajou bastante. Para amenizar as saudades e para tratar de assuntos importantes do império, Carlos e Isabel escreviam-se com regularidade. Por vezes, o imperador não escrevia durante meses, a ponto de preocupar a imperatriz, que numa carta lhe "ralhou", dizendo que ao menos lhe escrevesse "todos os vinte dias". 
             Devido ao clima demasiado quente de Toledo e de Sevilha, a imperatriz Isabel passava os Verões em Ávila, por ser mais ameno, pois sofreu diversas vezes de paludismo. Viajava no Outono, com regularidade, entre Toledo, Valladolid, Sevilha, Barcelona e Maiorca. Quando tinha notícia de que o marido ia regressar, mandava preparar uma recepção, com grande comitiva, mas durante o tempo em que estava sozinha com os filhos, as damas e conselheiros da corte, Isabel de Portugal fazia uma vida muito ascética. 
             Em 1529, nasceu a filha Maria e, mais uma vez, foi um parto doloroso e complicado. Durante os 16 anos de casamento, Carlos não procurou outra mulher, mesmo nos períodos de ausência de casa. Isabel de Portugal foi novamente mãe, em 1535. Esta filha, Joana, viria a casar com o príncipe João Manuel, filho de D. João III de Portugal e de D. Catarina. Ficou viúva e à espera de um filho, que viria a ser o malogrado rei D. Sebastião, morto em Alcácer-Quibir. 
             Quando Isabel de Portugal morreu de pós-parto, em 1539, o imperador estava ausente em Madrid e ficou muitíssimo amargurado. Refugiou-se no Mosteiro de Sisla, vestido de negro, cor que usou até ao fim dos seus dias. Rezava. E frequentemente os seus vassalos lhe viram lágrimas nos olhos. Temeu-se pela sua saúde, tal era o seu sofrimento pela ausência de Isabel. Para ter perto de si a imagem daquela que ele tanto amara, encomendou um retrato a Ticiano. Era costume fazerem-se as máscaras mortuárias dos falecidos ilustres e terá sido a partir dessa máscara de cera com as feições da imperatriz que Ticiano concebeu o retrato. Quando o imperador o viu, não o achou perfeito e quis que o mestre pintor retocasse o nariz de Isabel. E assim fez Ticiano. Aliás, pintou dois quadros quase iguais. Um desapareceu, anos mais tarde, num incêndio. Resta apenas aquele que acompanhou Carlos V quando se retirou para o Mosteiro deYuste, em 1556, e que esteve na grande exposição de Toledo, de Outubro de 2000 a Janeiro de 2001. 
             A vida de Francisco de Borja está indissoluvelmente marcada pela de Isabel de Portugal, porque este fidalgo viria a protagonizar uma história verídica, devido à morte da imperatriz. 
             Francisco de Borja serviu na corte de Carlos V, onde conheceu a sua futura mulher, dama que foi no séquito de Isabel de Portugal. Deste casamento, nasceram li filhos, tendo sobrevivido oito. Em Maio de 1539, quando morreu Isabel de Portugal, o imperador pediu-lhe que tratasse das exéquias. A imperatriz morreu em Toledo, mas foi a enterrar em Granada. Acompanhou-a também o filho Filipe, que estivera sempre muito próximo da mãe. Entre a morte e o dia "da tumulação", mediaram 16 dias. O calor era tal que, quando Francisco de Borja viu, ao abrirem a tampa do caixão, a face daquela que fora a mulher mais bela do seu tempo, completamente irreconhecível, ficou tão impressionado que terá dato que, a partir daquela data, não mais ser viria nenhum senhor na Terra. Iria dedicar-se, de alma e coração ao serviço de Deus. Ficou viúvo em 1546 e entrou para a Companhia de Jesus, tendo feito votos solenes em Fevereiro de 1548. Foi ordenado sacerdote em 1551 e viria a ser impulsionador da cristianização das colónias espanholas e do Brasil. Foi canonizado em Abril de 1671. 
             Isabel de Portugal, por desejo do filho Filipe, seria trasladada, em 1574, para o Mosteiro do Escorial, 
             Depois da morte de Isabel, Carlos V passou mais tempo isolado. Deixou pouco a pouco os negócios políticos e abdicou, em 1556, a favor do seu filho Filipe, que subiu ao trono como Filipe II de Espanha, enquanto que o seu irmão Fernando lhe sucedeu como imperador da Alemanha. 
             Nos seus tempos de juventude, Carlos teve uma filha, fruto dos amores por uma flamenga, Margarida Van der Gheist. Esta filha casará com um Médicis e depois, já viúva, com o duque de Parma. Já viúvo de Isabel de Portugal, aos quarenta e cinco anos, o imperador Carlos V teve uma relação amorosa com uma jovem, que lhe deu um filho - , João de Áustria. No recolhimento de Yuste, Carlos V não se afastou completamente da vida política, mas levou uma vida simples. Olhando para o retrato de Isabel, terá então recordado os anos de felicidade com a imperatriz perfeitíssima. 
             Carlos V da Alemanha, Carlos I de Espanha morreu a 21 de Setembro de 1558. Isabel e Carlos estiveram algum tempo separados, também na morte. Mas depois passaram a repousar lado a lado, no Mosteiro de São Lourenço do Escorial, panteão dos monarcas espanhóis, mandado construir por Filipe II. 

A autora agradece a Maria do Carmo Holbeche Beirão Cortez a sua colaboração.

Biografia retirada daqui

Fontes:
Manuel Rios Mazcarelle, Dicionario de los Reys de Espanha, 1996.
Carlos Fisas, Historias de las Reinas de Espacia - la Casa de Áustria, 18ª edição, Madrid, Planeta, 1997.
Manuel Fernadez Álvarez, Carlos V el rey de los Encomenderos Americanos, Madrid, Anaya, 1988.
Joseph Pérez, Carlos V, Ediciones Temas de Hoy, 1999.
Francisco Câncio, Portugal Histórico e Monumental, 1934, vol. 2.

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quarta-feira, 20 de setembro de 2017

EFA - STC - Exercício - Tecnologia e Inovação - Sociedade, Tecnologia e Ciência

Leia o extracto da proposta de Barack Obama



Actualizar a Educação para atender as necessidades do Século XXI: Barack Obama vai enfatizar a importância da alfabetização tecnológica, assegurando que em todas as escolas públicas as crianças sejam dotadas com as necessárias competências em ciência, tecnologia e matemática, habilidades para ter sucesso na economia do Século XXI. Acesso a computadores e ligações em banda larga nas escolas públicas deve ser conjugada com professores qualificados, currículos flexíveis e um compromisso com o desenvolvimento de competências no domínio da tecnologia. Isto é central para a competitividade do sector tecnológico da nossa nação e dos nossos cidadãos. Obama também acredita que é preciso fortalecer a educação científica e matemática para ajudar a desenvolver uma qualificada força de trabalho e promover a inovação. Ele vai trabalhar para aumentar o nosso número de diplomados em ciências e engenharia, incentivar os jovens a estudar matemática e ciência para obterem graduação, e trabalhar para aumentar a representação das minorias e das mulheres na ciência e na área da tecnologia, representando a diversidade da América para satisfazer a crescente procura de uma mão-de-obra qualificada. Se vamos exportar o nosso melhor software e melhores empregos de engenharia para países em desenvolvimento, é menos provável que a América beneficie com a próxima geração de inovações em nanotecnologia, electrónica ebiotecnologia. Devemos ter mão-de-obra qualificada para que possamos manter e crescer empregos que exigem as competências do Século XXI em vez de obrigar os empregadores a encontrar trabalhadores qualificados no exterior.



1. Identifique a triologia de competências valorizada por Obama.



2. Relacione as competências tecnológicas com o crescimento económico.

Assista à reportagem da SIC sobre o papel da tecnologia na "escola do futuro".

Conheça os Projectos-chave do Plano Tecnológico da Educação. 







3. Comente o papel da tecnologia na "escola do futuro".

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terça-feira, 19 de setembro de 2017

Powerpoint - Introdução às Boas Práticas Laboratoriais


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Conteúdo - Giambattista Vico - A Infância


Vico nasceu como o sexto dos oito filhos de Antonio Vico e Candida Masulio. Foi-lhe dado este nome por causa de São João Batista, e foi batizado na Igreja Católica, à qual permaneceu leal toda a vida. Desde a primeira infância ele combinou um agudo e amplo intelecto com um insaciável amor ao conhecimento, e muito da sua educação se deu na livraria de seu pai. Com a idade de sete anos ele caiu do alto de uma escada - talvez uma daquelas usadas para alcançar os livros na loja - e fraturou severamente seu crânio. Durante as cinco horas em que permaneceu completamente inconsciente e imóvel, o médico local declarou que ele ou morreria ou ficaria idiotizado. Apesar de sua convalescença levar três anos e sua constituição permanecer delicada durante toda a vida, ele recuperou-se integralmente e entrou na escola com dez anos. Vico ultrapassou seus colegas tão rapidamente que logo foi transferido para uma escola jesuíta. Dentro de um ano, contudo, ele viu seus professores devolvendo-o à anterior, e ele deixou a escola para estudar por conta própria.

Uma visita casual à universidade atraiu sua atenção para o direito romano, em uma época em que a jurisprudência envolvia conhecimento de ética, teologia, política, história, filologia, línguas e literatura. Embora ouvisse as detalhadas palestras de Don Francesco Verde, um distinguido professor de direito, ele percebeu que os princípios básicos eram facilmente perdidos nas minúcias, e ele voltou ao estudo autônomo mais uma vez. Com dezesseis anos ele testou suas habilidades no tribunal assumindo um caso em defesa de seu pai. Ele deu-se bem mas decidiu-se a não seguir a custosa prática do direito. Achou sua saúde fraca, as cortes ruidosas, os casos tediosos e sua mente poética restrita demais naquela profissão, embora descobrisse na jurisprudência as chaves para um novo entendimento da humanidade e da sociedade.

Notícia - ESA - Huygens

A sonda Cassini-Huygens é um projecto colaborativo entre a ESA e a NASA para estudar Saturno e as suas luas através de uma missão espacial não tripulada.

Notícia - Dragões pré-históricos


As libélulas de Portugal estão por explorar
Surgiram na Terra há cerca de 300 milhões de anos. Assistiram ao reinado dos dinossauros e à sua enigmática extinção, mas algumas espécies estão hoje ameaçadas. Falamos dos mais antigos insectos voadores, as libélulas. O biólogo Jorge Nunes revela as curiosidades destas relíquias do passado, quase desconhecidas em Portugal.

Em matéria de records, as libélulas não estão unicamente entre os insectos voadores mais antigos, também conquistaram o título dos maiores insectos voadores de todos os tempos. Esse feito notável foi alcançado pela espécie Meganeura monyi, que viveu no período Carbonífero (há aproximadamente 300 milhões de anos) e atingiu setenta e cinco centímetros de envergadura (tamanho equivalente às asas distendidas de um pombo-torcaz em voo). Terão sido estas dimensões descomunais, que rivalizam com as dos filmes de ficção científica, que levaram a que fossem apelidadas de “dragões voadores”.

O gigantismo de alguns insectos pré-históricos, entre os quais as libélulas, ainda hoje continua a apaixonar muitos paleo-entomólogos, que não encontraram uma justificação totalmente satisfatória para o crescimento desmesurado desses artrópodes. Um dos problemas, que necessita de explicação cabal e que continua a alimentar controvérsias no seio da comunidade científica, é saber como o modesto sistema respiratório traqueal conseguia abastecer de oxigénio todas as células dos seus corpos gigantes.

Como a atmosfera terrestre possui actualmente menor quantidade de oxigénio, não corremos o risco de viver a experiência arrepiante de ser sobrevoados por um desses ruidosos monstros aéreos. Logo, não é de estranhar que a maior libélula actual, a Megaloprepus coerulatus, nativa da América Central, não vá além de uns modestos doze centímetros de comprimento e dezanove de envergadura. Longe das dimensões das suas congéneres extintas, destaca-se, todavia, das mais pequenas do mundo, incluídas no género Agriocnemis, e que atingem no máximo dezoito milímetros de envergadura. A Anax imperator, com onze centímetros de envergadura, é uma das maiores que ocorrem em Portugal, e os exemplares do género Coenagrion, com os seus três a quatro centímetros, contam-se entre as mais diminutas.

Acrobatas aéreos
A maior parte da vida das libélulas adultas desenrola-se no ar. Apesar de a sua morfologia apresentar numerosas características pré-históricas, são os insectos com o aparelho de voo mais perfeito. As suas asas são atravessadas por numerosas nervuras longitudinais que formam uma rede com as abundantes nervuras transversais, o que lhes permite suportar grandes pressões longitudinais sem se dobrarem. Como a enervação alar difere consoante as espécies, esta é uma característica morfológica extremamente útil na sua identificação.

Em voo, podem atingir os 30 quilómetros por hora, e tanto se deixam levar pelo vento sem bater as asas como efectuam manobras aéreas extremamente complicadas. Algumas espécies conseguem mesmo voar para trás. Esta habilidade deve-se ao facto de os dois pares de asas se movimentarem independentemente um do outro e de cada asa poder mover-se isoladamente. Por tudo isto, as libélulas têm servido de inspiração e modelo a muitos dos mecanismos de voo utilizados nas mais recentes invenções relacionadas com as extraordinárias máquinas voadoras de alta tecnologia.

As libélulas adultas ostentam colorações admiráveis, que vão desde o vermelho ao verde, passando pelo amarelo, o castanho ou o azul-metalizado. No entanto, as suas cores brilhantes desaparecem depois da morte. Por isso, não são muito procuradas pelos coleccionadores de insectos, contrariamente ao que sucede com as borboletas, que mantêm as suas belas tonalidades mesmo depois de mortas.

Porém, e ao contrário do que poderíamos pensar, as cores das libélulas não servem apenas para nos deleitarmos com a sua beleza. Desempenham múltiplas funções na sua sobrevivência, incluindo a detecção e a identificação dos parceiros sexuais, a camuflagem do corpo em função do meio e a manutenção da temperatura corporal através da filtragem dos raios ultravioletas da luz solar.

Temíveis dentro e fora de água
As libélulas são animais com um ciclo biológico complexo, tendo os adultos uma vida terrestre e capacidade de voo e as larvas uma longa existência aquática. As semelhanças entre ambas são muito subtis, fazendo lembrar as histórias infantis da bela e do monstro ou do patinho feio.

As diferenças entre as espécies fósseis já extintas e as actuais, se exceptuarmos o tamanho descomunal das primeiras, são muito poucas. Isto mesmo pode confirmar-se através da análise do registo fóssil e parece indicar uma excelente adaptabilidade das libélulas, que se mantiveram mais ou menos inalteradas ao longo de muitos milhões de anos.

Como acontecia no passado remoto, continuam a ser predadoras temíveis. Caçam essencialmente durante o voo, retendo as presas com as patas colocadas em forma de cesto. Possuem um aparelho bucal triturador onde se destaca um par de possantes mandíbulas que lhes permitem agarrar e morder fortemente as presas, especialmente insectos voadores de que se alimentam. Os espécimes de maiores dimensões podem mesmo infligir dolorosas mordeduras aos humanos caso sejam agarrados com as mãos desprotegidas.

Não se pense, contudo, que o aspecto agressivo e os instintos predatórios são exclusivos dos adultos, pois as larvas aquáticas são caçadoras ainda mais terríveis. São carnívoras oportunistas, apresentando uma dieta alimentar muito variada, que inclui quase tudo o que se mexa nas suas imediações, desde vermes a caracóis, girinos, outros insectos, peixes e até pequenos anfíbios.

A estratégia de caça que usam é muito peculiar. Começam por se camuflar no ambiente e ficam totalmente imóveis aguardando a aproximação das vítimas. Depois, avançam suavemente até que aquelas fiquem ao seu alcance. Quando tal acontece, projectam de forma repentina, em apenas 25 milionésimos de segundo, a sua “máscara” (um lábio modificado semelhante a uma pinça articulada com um comprimento idêntico ao do seu próprio corpo) provida de ganchos terminais que agarram firmemente a presa. O sucesso desta técnica, que depende de uma correcta determinação da distância a que se encontra a “refeição”, resulta de possuírem uma apuradíssima visão estereoscópica e uma espantosa rapidez de movimentos.

Nos locais de acasalamento e postura, especialmente durante a Primavera e o início do Verão, os machos caçam intensamente para recuperar o enorme dispêndio energético com as paradas nupciais e o cortejamento das fêmeas. Perscrutam incessantemente os seus territórios, constituindo verdadeiras ameaças para tudo o que se movimente sobre o espelho de água. Entretanto, debaixo de água, no leito dos lagos e ribeiros, as larvas emboscadas estão sempre atentas à aproximação de uma incauta vítima.

Devido ao elevado número de insectos que capturam ao longo das suas vidas, muitos considerados pragas agrícolas, as libélulas prestam um importante serviço ao equilíbrio dos ecossistemas e aos agricultores. O seu apetite é de tal forma insaciável que em situações especiais podem recorrer ao canibalismo, alimentando-se mesmo de indivíduos da própria espécie. Esta tem sido uma prática observada sobretudo em algumas fêmeas que demonstram um apetite desmesurado devido ao facto de a postura dos ovos ser uma tarefa muito fatigante.

Mensageiras do Diabo
Desde tempos remotos que as libélulas foram vistas como animais pouco desejáveis e conotadas com origens diabólicas. Os missionários cristãos consideravam-nas seres malfeitores, o que levou a apelidá-las de “cavalinhos-do-diabo”, designação ainda hoje usada pelos vizinhos espanhóis, ou de “dragões voadores”, como lhe continuam a chamar os ingleses.

Em Portugal, consoante a região, receberam diferentes nomes populares: “tira-olhos”, porventura devido ao seu aspecto ameaçador; “helicópteros”, certamente aludindo ao movimento rápido e sonoro das suas asas e à sua capacidade de permanecerem paradas no ar; “lavadeiras”, “corta-águas” e “bate-cus”, devido ao modo como as fêmeas depositam os ovos, mergulhando as caudas repetidamente na água; “gaiteiros”, pela suposta semelhança com as gaitas-de-foles; e “libelinhas” e “donzelinhas”, possivelmente devido à elegância e fragilidade das espécies mais pequenas.

Todas as libélulas estão incluídas na ordem dos Odonatos (palavra de origem grega que significa “dentes” e que terá sido usada devido às fortes mandíbulas destes insectos). Quanto ao termo “libélula”, ainda hoje está envolto em polémica. Poderá ter tido duas origens etimológicas distintas: do latim libellus, que significa “pequeno livro”, aludindo ao facto de as asas das pequenas libélulas se manterem fechadas como as páginas de um livro quando estão pousadas (pertencem à subordem dos zigópteros); ou libella, que significa “na horizontal”, lembrando a posição em que as libélulas de maior tamanho colocam as suas asas quando estão em repouso (correspondem à subordem dos anisópteros).

Os zigópteros são geralmente de pequeno tamanho e de aspecto inconfundível. A sua cabeça, em forma de haltere, está colocada transversalmente ao corpo e o seu abdómen é cilíndrico e fino. Outra característica que permite identificá-los é o facto de as quatro asas serem sensivelmente iguais e ficarem juntas, na vertical, quando os indivíduos estão em repouso.

Os anisópteros, também designados “grandes libélulas”, apresentam as asas posteriores mais largas na base do que as anteriores e mantêm-nas abertas quando estão pousadas. Os enormes olhos tocam-se geralmente no cimo da cabeça, que é grande e quase hemisférica, ainda que em algumas espécies deste grupo surjam nitidamente separados. A forma do abdómen é muito variável, apresentando um aspecto longo e cilíndrico, sendo, todavia, mais largo do que o dos zigópteros.

A cabeça das libélulas é ocupada maioritariamente pelos olhos compostos, que compreen­dem dez a trinta mil omatídeos (unidades fotorreceptoras dispostas hexagonalmente, cada uma ligada a um nervo óptico autónomo). Por esta razão, têm um grande campo visual e percepcionam o mundo que as rodeia através de imagens em mosaico. Apresentam uma visão excepcional, tendo sido referidos casos em que algumas libélulas conseguiram reconhecer os seus congéneres a uma distância superior a quarenta metros.

Nos olhos, as facetas superiores servem para a visão distante, enquanto as inferiores estão destinadas a uma visão mais próxima. O cimo da cabeça apresenta três pequenos ocelos (órgãos oculares simples), para avaliar apenas a intensidade luminosa, não tendo intervenção directa na formação da imagem visual.

As antenas são curtas e inserem-se geralmente um pouco atrás dos ocelos. Desempenham um importante papel sensitivo, pois ajudam o animal a determinar a velocidade de voo, de acordo com a deformação provocada pela resistência que oferecem à passagem do ar.

Rituais de acasalamento
As lutas entre machos pelo domínio do território e pelas fêmeas são relativamente comuns. No entanto, algumas espécies exibem combates rituais que permitem apurar o vencedor e o vencido sem necessidade de qualquer contacto físico.

Embora as situações de conflito entre machos originem curiosos repertórios comportamentais, são, contudo, as paradas nupciais que mais têm atraído a atenção dos cientistas. Durante o acasalamento, os machos seguram com as pinças caudais as cabeças das suas companheiras, realizando estranhos bailados com elas suspensas e criando curiosas estruturas voadoras que parecem querer desafiar todas as regras da aerodinâmica.

A cópula, que consiste no acto de transferência de esperma do macho para a fêmea, também ocorre numa estranha posição em que os parceiros formam com os seus abdómenes um “coração copulatório”, assim designado porque faz lembrar um coração ligeiramente assimétrico.

A deposição dos ovos ocorre de dois modos diferentes, consoante as espécies: um, mais primitivo, em que os ovos são injectados pela fêmea no interior de algumas plantas aquáticas; e outro, mais evoluído, em que são depositados na água ou bem acomodados sobre substratos no fundo de charcos e ribeiros.

A eclosão dos ovos, com o nascimento das larvas aquáticas, pode demorar desde uma semana até vários meses, variando este período também de espécie para espécie.

As larvas de todas as libélulas, tirando apenas algumas tropicais, crescem obrigatoriamente em ambiente aquático. Para o seu desenvolvimento decorrer com normalidade, apresentam necessidades específicas no que diz respeito à qualidade da água (nomeadamente no que se refere ao pH, à concentração de sais minerais e ao teor de oxigénio dissolvido) e à disponibilidade de plantas aquáticas. As fêmeas precisam de ter todos estes factores ambientais em consideração aquando da escolha do local de postura, de modo a garantirem as melhores condições para as suas proles.

Consoante os requisitos ecológicos específicos, as espécies presentes numa determinada zona húmida serão distintas. Algumas optarão por ambientes lóticos (de águas rápidas e oxigenadas) outras por lênticos (de águas calmas ou paradas); umas escolherão locais com esparsas plantas aquáticas, enquanto outras procurarão fartas coberturas vegetais.

Durante o seu processo de desenvolvimento e crescimento, as libélulas passam por até vinte estádios larvares, correspondentes a igual número de mudas do esqueleto externo. Nas espécies de maiores dimensões, as larvas podem atingir um comprimento de cinco a seis centímetros. Houve quem afirmasse que, se as larvas de libélulas tivessem dimensões semelhantes às de um pequeno cão, seriam, com toda a certeza, os animais mais terríveis de água doce. Atendendo à eficácia do seu sistema de caça e aos seus instintos predatórios, caso pudessem atingir tais dimensões seria decerto muito arriscado ir a banhos nas praias fluviais.

Algumas espécies podem viver no estado larvar durante mais de seis anos, sendo a duração dessa vida aquática fortemente condicionada por vários factores, como a abundância de alimento e a temperatura ambiente, entre outros.

Quando se aproxima o grande momento da metamorfose, da transformação do monstro em bela, as larvas deixam a água e sobem pela vegetação. Penduradas nas plantas, aguardam, pacientemente, as modificações necessárias à libertação dos adultos. Ao emergirem, deixam atrás de si os invólucros quitinosos, conhecidos por “exúvias”, onde se abrigaram no decurso das suas vidas aquáticas.

Os exoesqueletos, aparentemente insignificantes, são, no entanto, um precioso manancial de informações para os cientistas. A partir deles, podem identificar-se as espécies, conhecer a sua distribuição geográfica e requisitos ecológicos, saber a dinâmica populacional e até retirar amostras de ADN que poderão permitir ver, entre outras coisas, a variabilidade genética das populações.

Relíquias a preservar
Conhecem-se cerca de 5680 espécies de libélulas em todo o mundo. Destas, vivem 138 na Europa, das quais 65 ocorrem em território português (64 no continente, seis na Madeira e quatro nos Açores, num total de 41 anisópteros e 24 zigópteros). Apesar de a primeira referência às libélulas de Portugal datar de 1797, publicada por Dominicus Vandelli no primeiro volume das Memórias da Academia Real das Sciencias de Lisboa, e de o nosso país apresentar um número considerável de espécies, sabia-se muito pouco sobre estes admiráveis insectos até ao início do século XXI.

Os esporádicos trabalhos, realizados essencialmente nas duas últimas décadas, por naturalistas estrangeiros (que aproveitavam os períodos de férias para explorar algumas zonas turísticas) e por investigadores nacionais (que se dedicaram a regiões muito circunscritas, como as áreas protegidas), permitiam apenas uma imagem muito desfocada da realidade portuguesa. Este desconhecimento da biologia e da distribuição geográfica das espécies impediu que tivessem sido implementadas medidas de monitorização e conservação, tanto dos habitats como de algumas espécies consideradas internacionalmente ameaçadas.

Ainda em 2005, Sónia Ferreira, do Centro de Investigação em Biodiversidade e Recursos Genéticos (CIBIO) da Universidade do Porto, denunciava esta preocupante situação: “A fauna de Odonata de Portugal é uma das menos estudadas da Europa, sendo este facto surpreendente se tivermos em consideração que o país de situa na Península Ibérica, um ‘hot spot’ entre a Fauna Paleártica ocidental e Paleotropical.” Felizmente, o cenário parece estar a inverter-se.

O “estudo deste grupo conheceu um avanço significativo graças à publicação de uma bibliografia anotada e de um catálogo crítico de espécies”, refere a investigadora, que organizou, em Julho de 2010, o primeiro Congresso Europeu de Odonatologia. Esse simpósio foi o primeiro passo para a criação de uma rede europeia que visa recolher e partilhar informação sobre esta temática.

Apesar das lacunas que se verificam em relação ao conhecimento científico da odonatofauna lusitana, “as perspectivas relativamente ao desenvolvimento do conhecimento e da conservação dos odonatos em Portugal são francamente animadoras”, admite a investigadora do CIBIO. Além disso, o “nosso país vai ter uma participação activa na elaboração do Atlas Europeu de Odonata”, acrescenta.

As libélulas começam, finalmente, a ter a atenção da comunidade científica. E os conhecimentos nunca serão demais, se considerarmos que em Portugal ocorrem pelo menos quatro espécies (Macromia splendens, Oxygastra curtisii, Coenagrion mercuriale e Gomphus graslinii) consideradas ameaçadas e que constam da Lista Vermelha das Libélulas Europeias, estando abrangidas pela Convenção de Berna e pela Directiva Habitat.

A intensificação dos trabalhos de campo com um maior esforço de amostragem poderá ainda ajudar a colmatar lacunas ancestrais no inventário das espécies. Isso mesmo pôde constatar Sónia Ferreira, quando realizou prospecções no Parque Natural de Montesinho e deu de caras com a libelinha Lestes sponsa, uma nova espécie para a lista (cada vez mais credível e em actualização permanente) das libélulas de Portugal.

Biomarcadores Optimal
Estes insectos são óptimos bioindicadores da qualidade dos habitats. “Um local onde exista apenas uma ou duas espécies de libélulas não é, com toda a certeza, um habitat bem preservado”, diz Sónia Ferreira. Estas palavras ganham ainda maior relevância se considerarmos que se tem verificado uma importante regressão das populações de libélulas ao longo dos últimos anos, em quase todos os recantos do mundo. Aqui mesmo, no velho continente, segundo a Lista Vermelha das Libélulas Europeias, apenas metade das espécies tem populações estáveis e cerca de um quarto está em declínio. Embora se conheçam numerosos inimigos naturais das libélulas, uma vez que estas fazem parte da dieta alimentar de inúmeros animais, a culpa não parece ser imputável aos seus predadores, mas ao próprio homem. A maioria encontra-se ameaçada, dado que são muito sensíveis às modificações que ocorrem nos seus habitats.

Os principais factores de ameaça têm sido a deterioração da qualidade da água (meio essencial ao desenvolvimento larvar), devido à poluição agrícola, industrial e urbana; as alterações nos cursos de água, com construção de barragens e de canais de irrigação, artificialização das margens e entubamento dos leitos (muitas das espécies em perigo estão associadas a ambientes de água corrente); a diminuição dos lençóis freáticos superficiais, devido à drenagem dos pântanos e lagoas; a utilização de pesticidas; o abandono das práticas agrícolas tradicionais e a sobrecarga de fertilizantes, que contribuem para a eutrofização dos ambientes aquáticos; e a apanha de exemplares para coleccionismo (embora, sobre esta prática, não existam dados disponíveis para Portugal).

Como principais medidas de conservação, podem apontar-se a diminuição dos factores de risco já referidos, que passam pela recuperação e conservação dos habitats, evitando a poluição das águas e a utilização de pesticidas em zonas consideradas críticas (especialmente, no que se refere a espécies com uma limitada distribuição geográfica), e pela protecção da vegetação ribeirinha, quer aquática quer das margens, de modo a manter a estabilidade das cadeias alimentares em que estas espécies se inserem.

Qualquer medida de conservação, porém, só poderá ser implementada com sucesso se for antecedida por um estudo exaustivo da biologia e distribuição das espécies e dos seus habitats. Sem conhecer as necessidades de cada uma das espécies e dos seus diferentes estádios de vida, não será possível desenhar e desenvolver políticas de preservação eficazes, que permitam manter viáveis as populações.

Embora algumas espécies protegidas de libélulas constem da Directiva Europeia dos Habitats, estes insectos continuam a ser esquecidos em muitos estudos de impacto ambiental. E, “às vezes, bastariam pequenas medidas mitigadoras, sem grandes custos económicos, para fazer toda a diferença na sua protecção”, lembra Sónia Ferreira.

Face à inexistência de um Livro Vermelho de Invertebrados de Portugal, com explicitação do estatuto de ameaça deste vasto grupo faunístico, a grande dúvida é saber se a incrível resistência que permitiu a estes vetustos insectos sobreviverem na Terra desde tempos longínquos continuará a protegê-los de um destino que se afigura pouco risonho.

JN
SUPER 155 - Março 2011


Postal Antigo - Espanha - Grutas de Altamira - Cerva


Ficha de Trabalho - Word


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Biografia - João Moutinho

Os membros de um grupo de baile resolvem experimentar, motivados pelo programa "Rock em Stock" de Luís Filipe Barros, alguns temas originais com letras de João Moutinho. Um dos temas dessa maquete caseira chegou a passar no programa. O último concerto da banda foi na passagem de ano de 1980 para 1981.

A editora Gira estava a promover, no programa matinal da Comercial, um concurso de letras para escolher a melhor versão de um tema dos English Boys. O prémio seria a gravação de um single com a letra vencedora. João Moutinho gravou a sua letra ("Anda Daí") sobre o instrumental do grupo inglês. 

Apesar de não ser esse o mote do concurso, o tema foi logo divulgado no programa e agradou a Luis Vitta, o promotor da editora. O cantor tinha levado também uma cassete com as gravações caseiras da sua antiga banda, onde se encontravam os temas "Rockolagem" e "A Pastilha". A editora interessou-se pela gravação destes dois temas o que levou à reunião dos elementos da banda.

O técnico de som foi Moreno Pinto que deu o apoio necessário face à inexperiência dos músicos. "Pastilha" (escrito com Amilcar) e "Rockolagem" (com Carlos Barbosa) foram ediatdos num single com dois lados A.

João Moutinho passa para a Rádio Triunfo pela qual é editado um novo single com os temas "Ponta de Saída" e "Tony da Meia".

João Moutinho escreveu letras para o disco dos Seilasié. Com Armando Gama escreveu temas para outros artistas (Nicolau Breyner)

A letra de "Rockolagem" e a história da gravação do disco está incluída no livro "Memórias do Rock português" de Aristides Duarte.

DISCOGRAFIA
Rockolagem/A Pastilha (Single, Gira, 1981)
Ponta de Saída/Tony da Meia (Single, RT, 1981)


NO RASTO DE...
Cedeu letras para serem musicadas por Rui Veloso, entre as quais "Homenagem" de Adelaide Ferreira.

Desenhos para colorir - Primavera


Conteúdo - A tentar perder peso? Erros a evitar - Seguir livros de perda de peso


Os livros sobre perda do peso são bons para a motivar mas não irão fazer exercício por si. Ler todas as informações sobre perda de pesa não é bom se depois não as colocar em prática. Precisa de tomar as coisas pelas suas próprias mãos. Mantenha um registo de quanto come, faça exercício diariamente e tente aumentar o seu nível de exercício lentamente com o tempo. Pode até usar uma aplicação de registo de calorias no seu telemóvel ou simplesmente anotar pequenos detalhes como tempo, nível de fome e humor.

Biografia - Cadaval (D. Miguel Caetano Álvares Pereira de Melo, 7.º marquês de Ferreira, 8.º conde de Tentúgal, 5.º duque de).


n.       6 de fevereiro de 1765.
f.        14 de março de 1808.

Mordomo-mor da rainha D. Maria I, em 21 de março de 1807, por nomeação do príncipe regente D. João, e do conselho da referida soberana; grã-cruz das ordens de Cristo e da Legião de Honra, de França; marechal de campo dos reais exércitos em 9 de março de 1801 ficando desobrigado do comando do Regimento de Cavalaria de Meclemburgo, etc.

Nasceu a 6 de fevereiro de 1765; faleceu na Baía 14 de março de 1808. Era filho do 4.º duque de Cadaval, D. Nuno Caetano Álvares Pereira de Melo, e de sua mulher, a duquesa D. Leonor da Cunha. Foi-lhe concedido o titulo de duque por carta de 15 de maio de 1777; professou na Ordem de Cristo, como cavaleiro de hábito e a título de comenda de S. Pedro de Vilar Maior por decreto de 4 de junho do referido ano; teve o assentamento do título de duque de 750$000 réis por carta de 7 de junho de 1784, e por outra de 24 de março de 1785; foi-lhe confirmada a mercê de marquês de Ferreira e de conde de Tentúgal dos bens da coroa e ordens e de privilégios da sua casa, que lhe fora feita estando ainda na tutela da duquesa sua mãe, pelas portarias de 18 de maio de 1779, de 7 de julho de 1784 e por alvará de 10 de novembro deste ano.

O duque de Cadaval assentou praça de cadete no regimento do Cais, de que era coronel o conde de Cantanhede, em 1785, foi promovido a capitão para o regimento de Meclemburgo a 27 de janeiro de 1788, a tenente-coronel para o de Castelo Branco em 3 de novembro de 1792, a coronel a 29 do referido mês de 1796, e a brigadeiro em 15 de janeiro de 1801, sendo estes dois últimos postos para o regimento de Meclemburgo. O duque de Cadaval foi uma das testemunhas que assinaram a escritura da outorga das capitulações matrimoniais da infanta D. Mariana Vitória com o infante de Espanha D. Gabriel, que se celebraram a 12 de abril de 1785 no Paço da Ajuda, assistindo à cerimonia do casamento, que também ali se realizou nesse mesmo dia. Quando em novembro de 1807 a família real se retirou para o Brasil, o duque embarcou com sua mulher e filhos na nau D. João de Castro, a qual, separando-se da esquadra, teve uma viagem trabalhosa e demorada. Em meados de janeiro de 1808 avistaram a costa de Paraíba, e nos fins desse mês arribaram à Baía, onde o duque veio a falecer, por se lhe terem agravado os padecimentos, de que já se queixava ao sair de Portugal. A família, em 23 de março, logo depois da sua morte, embarcou para o Rio de Janeiro, onde chegou no meado de abril, e nessa corte se conservou até 1816, ano em que regressou ao reino.

O duque de Cadaval casou a 7 de outubro de 1791 com D. Maria Madalena Henriqueta Carlota Emília de Montmorency Luxembourg, dama das ordens de Santa Isabel e de S. João de Jerusalém, filha do duque de Pinay Luxembourg e Chatillon, que foi presidente da ordem da nobreza nos Estados Gerais de 1789. Deste consórcio houve quatro filhos: D. Adelaide, que faleceu em Alcobaça a 2 de agosto de 1833; D. Nuno, 6.º duque de Cadaval; D. Segismundo, 3.º duque de Lafões, por ter casado com a 3.ª duquesa deste título (V. Lafões) e D. Jaime, que foi marquês honorário.

Biografia retirada daqui


UFCD - 0001 - História das artes e da indústria gráfica

0001 - História das artes e da indústria gráfica
(*) Em Vigor
Designação da UFCD:
História das artes e da indústria gráfica
Código:
0001
Carga Horária:
25 horas
Pontos de crédito:
2,25
Objetivos

  • Identificar os principais marcos da história das artes e da indústria gráfica.
Recursos Didáticos

Conteúdos

  • Invenção da escrita
  • Evolução da escrita
  • Invenção da tipografia
  • Evolução da tipografia
  • Primeiros tipos de letra
  • Unidade de medida “ponto”
Referenciais de Formação

213001 - Operador/a de Pré-Impressão
Histórico de Alterações

(*) 2008-05-14   Criação de UFCD.

segunda-feira, 18 de setembro de 2017

EFA - STC - Exercício - Ciberdemocratização - Sociedade, Tecnologia e Ciência

As NTIC? Poderá inconscientemente esta sigla triunfante designar as “Novas Tecnologias da Informação e da Comunicação”? Serão elas também, os Novos Tipos de Inequidades Culturais?


O Mundo muda, os recursos materiais e intelectuais com os quais precisamos de viver, agir, captar para a realização dos nossos projectos renovam-se, ao sabor das mudanças tecnológicas. Muda também, agora, o padrão das inequidades culturais que condicionam o acesso aos recursos. No campo da comunicação, a emergência da escrita, depois da invenção da imprensa, actualizou a nossa perspectiva do Mundo; mais tarde, o telefone, a radio, o cinema, depois a televisão e o vídeo fizeram-no à sua medida. Hoje, o multimédia, as redes mundiais, a realidade virtual, e mais banalmente o conjunto das ferramentas informáticas e telemáticas parecem transformar a nossa paisagem, as relações sociais e os modos de trabalhar, de se informar, de se formar, de se distrair, de consumir, e mais basicamente ainda de se expressar, de escrever, de entrar em contacto, de consultar, de decidir, e pouco a pouco, talvez o modo de pensar. Pierre Lévy (1997) não teme associar estas mutações a uma incipiente cibercultura que já se instalou.

A Escola não pode ser pensada afastada destas transformações. Não faltam os espíritos não totalmente desinteressados, para a incitar a juntar-se à “revolução numérica”. O meu propósito não é combater esta mensagem, mas somente a parte do mito libertador e igualitário frequentemente veiculado: a alienação e as desigualdades intelectuais e culturais manifestam-se diferentemente utilizando as novas tecnologias que utilizando o livro, mas elas não desaparecem como por magia, e podem mesmo agravar-se temporariamente, ou mesmo duradouramente se não forem tomadas em consideração.


1. A Escola face às NTIC
2. A desigualdade frente às ferramentas
3. A desigualdade frente à abstracção
4. Cidadania e redes 



Continuar a ler o texto EM FORMATO DOC Opção reservada aos utilizadores do Arquivo


1. Desenvolva dois aspectos referidos no ponto 4.1. A Escola face às TIC.

2. Refira os recursos intelectuais clássicos que “fazem a diferença” na generalidade das tarefas escolares. (ponto 4.3.)

3. Mostre que o papel da Escola é relativamente mais complexo quando pretende oferecer aos indivíduos (1) idênticas oportunidades de utilização da Internet (ponto 4.3.) do que simplesmente (2) idênticas oportunidades de acesso à rede (ponto 4.2.)

4. Discuta a possibilidade da Internet favorecer os melhores estudantes.

5. “Ainda é necessário saber-se se servem [os computadores] para desenvolver competências, suscitar projectos, criar situações problemáticas, avaliar de um modo formativo, regular em função de objectivos claros e realistas (...)”.

Justifique as dúvidas de Perrenoud quanto às potencialidades educativas dos computadores.

6. A arquitectura da Internet foi discutida a nível mundial ou foi imposta a todo o mundo pelos peritos? (http://www.w3.org/Justifique tendo em consideração as características da modernidade.

7. Que papel atribui Perrenoud à Escola, num mundo onde o poder se encontra tão inequitativamente distribuído?

Biografia - Agamenon Magalhães

Agamenon Magalhães (1894-1952) foi político brasileiro. Foi Deputado Estadual, Deputado Constituinte, Ministro do Trabalho, Ministro da Justiça, Interventor Federal e Governador de Pernambuco. Agamenon Magalhães (1894-1952) nasceu em Vila Bela, atual Serra Talhada, no sertão Pernambucano. Filho de Sérgio Nunes Magalhães e de Antônia de Godoy Magalhães. Fez o curso primário em sua cidade natal. 

Estudou dois anos no Seminário de Olinda e depois no Colégio Arquidiocesano. Ingressou na Faculdade de Direito do Recife, onde formou-se em 1916. Foi nomeado promotor público do município de São Lourenço da Mata, iniciando-se na política sob a orientação de Manuel Borba. Em 1922 participou da campanha em favor da candidatura de Nilo Peçanha à presidência da República. Foi aprovado para a cátedra do Ginásio Pernambucano, com a tese de Geografia Humana "O Nordeste Brasileiro, o Habitat e a Gens". Com 29 anos foi eleito deputado estadual e reeleito para mais um mandato. 

Em 1927 foi eleito para a Câmara Federal. Em 3 de maio de 1933, foi eleito para a Assembléia Nacional Constituinte. Foi o deputado mais destacado da bancada pernambucana, defendendo o sistema parlamentarista de governo, o desenvolvimento do crédito agrícola, a intensificação da produção de alimentos, a elaboração de uma legislação que desse maior facilidade de acesso à propriedade da terra aos agricultores. Defendia o sindicato único por categoria profissional e a subordinação do órgão ao Ministério do Trabalho. Com a promulgação da Constituição de 16 de julho de 1934, o presidente Getúlio Vargas recompôs o ministério e nomeou Agamenon para Ministro do Trabalho. 

Esse cargo foi ocupado, no início do governo, por Lindolfo Collor. No dia 7 de janeiro de 1937, Agamenon acumulou a pasta do Trabalho com a da Justiça e passou a influenciar a sucessão presidencial que era disputada entre Armando de Sales Oliveira, José Américo de Almeida e Plínio Salgado. Agamenon Magalhães foi nomeado interventor federal em Pernambuco, em dezembro de 1937. 

Nas eleições de 2 de dezembro de 1945, foi eleito Deputado Federal, acompanhado de uma forte bancada pernambucana. Ocupou a presidência da Comissão Constitucional e da Sub-Comissão da Ordem Econômica e Social, na legislatura que se seguiu à Constituinte. Em 1950, resolveu disputar as eleições para governador de pernambuco, concorrendo com João Cleofas de Oliveira. Foi eleito com uma pequena margem de votos. Agamenon Magalhães faleceu no Recife, de um enfarte fulminante, no dia 23 de agosto de 1952.

Biografia retirada de e-biografias

domingo, 17 de setembro de 2017

Legislação - Regulamento (CE) n. o 2073/2005 da Comissão das Comunidades Europeias


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Conteúdo - Giambattista Vico


Giambattista Vico ou Giovan Battista Vico (Nápoles, 23 de junho de 1668 — Nápoles, 23 de janeiro de 1744) foi um filósofo político, retórico, historiador e jurista italiano, reconhecido como um dos grandes pensadores do período iluminista, apesar de ter sido, em certa medida, um crítico do projeto iluminista.

Em seu tempo, Vico era relativamente desconhecido fora de Nápoles, mas, a partir do século XIX, suas ideias despertaram interesse e passaram influenciar filósofos e cientistas sociais do Ocidente.

Notícia - Astrónomos americanos identificam aquela que pode ser a galáxia mais distante entre 7 novas galáxias primitivas agora descobertas


Uma equipa de astrónomos liderada por Richard Ellis, do California Institute of Technology, descobriu um conjunto de 7 novas galáxias formadas pouco depois da origem do universo, entre as quais identificou aquela que pode ser a galáxia mais longínqua, que se terá formado 380 milhões de anos após o Big Bang (há 13,7 mil milhões de anos atrás).

A descoberta aconteceu no âmbito do censo de 2012 de uma área do céu muito estudada denominada Ultra Deep Field (UDF12), utilizando a Wide Field Camera 3 do telescópio espacial Hubble (NASA) e usando luz com comprimento de onda próximo do da radiação infravermelha.

No seu site, a NASA explica que o recurso à radiação próxima da infravermelha para estudar o universo distante se deve ao facto da expansão do Espaço esticar a luz ultravioleta e a luz visível das galáxias para comprimentos de onda no intervalo dos infravermelhos, um fenómeno denominado redshift (quanto mais distante for a galáxia, maior o seu redshift).

“A maior profundidade das novas imagens do Hubble”, obtidas em agosto e setembro, “em conjunto com uma estratégia de inspeção cuidadosamente delineada” fez com que se obtivesse “o primeiro censo fiável” da época que se seguiu à origem do universo, pode ler-se na notícia publicada no site da NASA.

Os resultados deste censo, que foram aceites para publicação na revista Astrophysical Journal Letters, evidenciam um declínio suave do número de galáxias à medida que se analisa o passado até 450 milhões anos depois do Big Bang. “As observações”, escreve a NASA, “apoiam a ideia que as galáxias se formaram continuamente ao longo do tempo e podem ter disponibilizado radiação suficiente para reaquecer, ou re-inozar, o universo”.

A re-ionização do universo, que se estima ter acontecido há 200-1.000 milhões de anos, envolveu o aquecimento do hidrogénio formado pouco tempo após o Big Bang e tornou o universo transparente à luz, sendo há muito discutido se as galáxias poderiam ter sido responsáveis por este fenómeno.

“Os nossos dados confirmam que a re-ionização foi um processo gradual, que ocorreu ao longo de várias centenas de milhões de anos, com as galáxias a acumularem as suas estrelas e os seus elementos químicos de forma lenta. Não houve um único momento intenso quando as galáxias se formaram. Foi um processo gradual”, explica Brant Robertson da Universidade do Arizona.

Fonte: Filipa Alves/www.nasa.gov