Uma equipa de astrónomos liderada por Richard Ellis, do California Institute of Technology, descobriu um conjunto de 7 novas galáxias formadas pouco depois da origem do universo, entre as quais identificou aquela que pode ser a galáxia mais longínqua, que se terá formado 380 milhões de anos após o Big Bang (há 13,7 mil milhões de anos atrás).
A descoberta aconteceu no âmbito do censo de 2012 de uma área do céu muito estudada denominada Ultra Deep Field (UDF12), utilizando a Wide Field Camera 3 do telescópio espacial Hubble (NASA) e usando luz com comprimento de onda próximo do da radiação infravermelha.
No seu site, a NASA explica que o recurso à radiação próxima da infravermelha para estudar o universo distante se deve ao facto da expansão do Espaço esticar a luz ultravioleta e a luz visível das galáxias para comprimentos de onda no intervalo dos infravermelhos, um fenómeno denominado redshift (quanto mais distante for a galáxia, maior o seu redshift).
“A maior profundidade das novas imagens do Hubble”, obtidas em agosto e setembro, “em conjunto com uma estratégia de inspeção cuidadosamente delineada” fez com que se obtivesse “o primeiro censo fiável” da época que se seguiu à origem do universo, pode ler-se na notícia publicada no site da NASA.
Os resultados deste censo, que foram aceites para publicação na revista Astrophysical Journal Letters, evidenciam um declínio suave do número de galáxias à medida que se analisa o passado até 450 milhões anos depois do Big Bang. “As observações”, escreve a NASA, “apoiam a ideia que as galáxias se formaram continuamente ao longo do tempo e podem ter disponibilizado radiação suficiente para reaquecer, ou re-inozar, o universo”.
A re-ionização do universo, que se estima ter acontecido há 200-1.000 milhões de anos, envolveu o aquecimento do hidrogénio formado pouco tempo após o Big Bang e tornou o universo transparente à luz, sendo há muito discutido se as galáxias poderiam ter sido responsáveis por este fenómeno.
“Os nossos dados confirmam que a re-ionização foi um processo gradual, que ocorreu ao longo de várias centenas de milhões de anos, com as galáxias a acumularem as suas estrelas e os seus elementos químicos de forma lenta. Não houve um único momento intenso quando as galáxias se formaram. Foi um processo gradual”, explica Brant Robertson da Universidade do Arizona.
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