quarta-feira, 19 de novembro de 2008

DIA INTERNACIONAL DA FILOSOFIA - 20 de Novembro de 2008

Este ano propomos à reflexão o tema O LUGAR DO HOMEM NO UNIVERSO, a partir de uma experiência filosófica proposta por Roger-Pol Droit, conjugada com uma fotografia da Terra obtida pela sonda Voyager 1 (o artefacto humano mais distante da Terra) e um texto de Carl Sagan sobre a história e o propósito dessa fotografia.
[Clique abaixo para obter o plano de aula e respectiva documentação]
PLANO DE AULA [pdf]
Fotografia da Terra [pdf]
Texto de Roger-Pol Droit [pdf]
Texto de Carl Sagan [pdf]

Com esta actividade pretendemos celebrar o Dia Internacional da Filosofia e, simultaneamente, associarmo-nos às iniciativas de comemoração do Ano Internacional da Astronomia 2009 (AIA 2009), realçando o impacto que a observação do cosmos tem sobre a origem do filosofar, reconhecida nestas palavras de Aristóteles:

«Foi a admiração que incitou os homens a filosofar: admiraram-se primeiro com o que lhes acontecia e lhes era estranho, depois, pouco a pouco, foram mais longe e inquiriram dos movimentos da lua, do Sol, dos astros e da criação do Universo .»

Bullying - agressões acontecem do primeiro ciclo ao ensino superior

O bullying é praticado por jovens desde o primeiro ciclo, ao ensino superior, é um fenómeno que tem ganho protagonismo em Portugal e em que as vítimas raramente oferecem resistência.

O bullying existe em contexto escolar nos diferentes ciclos de ensino e é habitualmente cometido por rapazes, a maioria das agressões são verbais e as vítimas têm receio em falar do problema. As idades dos agressores vão do seis aos vinte anos.

Os agressores agridem os colegas da escola, humilham-nos em público e exercem chantagem psicológica e emocional. Os sintomas que as vítimas normalmente demonstram são psicológicos entre os quais a tristeza, a perda de apetite, a apatia e perturbações do sono, provocando alterações no rendimento escolar e na inclusão destes alunos na escola.

Na base desta violência, está um agressor que precisa de mostrar aos outros que é mais forte para e sentir seguro, para isso procuram as suas vítimas nos recreios da escola, são habitualmente, miúdos emocionalmente retraídos e com menos capacidades para encontrarem soluções ou fazerem queixa.

Segundo relatórios da UNESCO entre 25 a 50 por cento dos alunos são vítimas de bullying, nos Estados Unidos afecta entre 20 e 58 por cento dos estudantes e constitui já uma das principais causas de absentismo escolar, levando mais de 160 mil alunos a faltar diariamente às aulas, com medo.

Em Portugal existe a linha de apoio a famílias e alunos vítimas de bullying (808968888) e tem o apoio de uma equipa multidisciplinar ao dispor da família e das vítimas de bullying, composta por elementos da área de psicologia, psicopedagogia, mediação, educação e direito.

(c) PNN Portuguese News Network

terça-feira, 18 de novembro de 2008

Visão do Min.Educação sobre a Avaliação de Desempenho

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) divulgou sexta-feira, dia 14 de Novembro, durante uma conferência de Imprensa, uma lista de 124 escolas de todo o País onde o processo de avaliação dos professores estaria suspenso, de acordo com relatos da Comunicação Social.

Antes, na edição desse mesmo dia do Jornal de Notícias escrevia-se: "Segundo a Federação Nacional dos Professores (Fenprof), cerca de 200 estabelecimentos de ensino de todo o país já decidiram não avançar com quaisquer procedimentos relacionados com este processo, uma lista que garantem aumentar diariamente".


Constatação 1 - no mesmo dia, apesar da garantia de aumento diário, a Fenprof revê em baixa de 38 por cento a sua contabilidade de escolas com a avaliação supostamente suspensa.


Na terça-feira, dia 04 de Novembro, a jornalista Natália Faria escrevia, no jornal Público, em artigo intitulado "Metade das escolas suspenderam ou vão suspender a avaliação", o seguinte: "Mais de 150 escolas já suspenderam o processo de avaliação imposto pelo Ministério da Educação. E, segundo a Fenprof, mais 450 escolas estão a recolher assinaturas para travar o processo, somando-se a estas outra centena de escolas que ‘optaram por adiar consecutivamente os prazos, fazendo com que, na prática, a avaliação não esteja a avançar', segundo Francisco Almeida, daquela federação.

Num universo composto por quase 1200 escolas do básico e secundário, a Fenprof conclui assim que " ‘mais de metade está a recusar-se a avançar com um modelo de avaliação do desempenho docente que, além de mau, é inexequível' ".



Neste mesmo dia, o Diário de Notícias publicava um artigo com o título "Fenprof garante que avaliação está parada em metade das escolas".


Constatação 2 - a estimativa da Fenprof do número de escolas em que alegadamente o processo estaria suspenso caiu, em 10 dias [de 04 para 14 de Novembro], de mais de 600 para pouco mais de 100.



Constatação 3 - a ser verdade (e não é!) que houvesse 124 agrupamentos de escolas (AE) e escolas não agrupadas com a avaliação de desempenho dos professores suspensa, isso significaria que a própria Fenprof reconhece que em 90 por cento dos AE e escolas não agrupadas o processo de avaliação está a avançar normalmente.



Esta vontade de procurar fazer com que a realidade seja como se quer que seja, e não como é, tem motivado contradições similares, como a afirmação, à Agência Lusa, em 01 de Novembro último, de Óscar Soares, dirigente do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa, integrante da Fenprof, segundo o qual três colégios da Casa Pia, que nem depende do Ministério da Educação, tinham decidido a suspensão da avaliação. No dia seguinte, o conselho directivo desta instituição desmentiu tal suspensão.



Por outro lado, a mencionada listagem de 124 escolas integra casos em que houve aprovação de moções em reuniões de docentes e a promoção de abaixo-assinados contra o modelo de avaliação. Ora, como é público e notório, reuniões com votações por braço no ar não suspendem a aplicação de qualquer legislação, no caso a relativa à avaliação docente.



Para mais, apelar aos professores e às escolas que violem a lei é, no mínimo, irresponsável.





PS - o semanário Expresso adianta, na edição de hoje, cálculos da sua responsabilidade segundo os quais sete por cento das escolas já teriam decidido suspender o processo de avaliação. Convém corrigir. O adiamento de procedimentos de avaliação, como a entrega dos objectivos individuais, argumento em que o jornal se baseia para os cálculos, não suspende a aplicação da lei.





Mais informação


1 - O dossier sobre avaliação de desempenho docente está disponível em http://www.min-edu.pt/np3/193.



2 - O Memorando de Entendimento entre o Ministério da Educação e a Plataforma Sindical está disponível em http://www.min-edu.pt/np3/1901.html.



3 - O diploma que regulamenta o regime transitório de avaliação de desempenho dos professores e os respectivos efeitos durante o 1.º ciclo de avaliação foi publicado no Diário da República e está disponível em http://www.min-edu.pt/np3/2090.html.



4 - A entrevista da ministra da Educação à RTP N - "Este modelo de avaliação protege os professores - está disponível em http://www.min-edu.pt/np3/2764.html.



5 - A entrevista da ministra da Educação à Visão - "Queremos reconhecer os professores excelentes" - está disponível em http://www.min-edu.pt/np3/2765.html.



6 - O desmentido de qualquer recuo no processo de avaliação e da suspensão dos efeitos desta está disponível em http://www.min-edu.pt/np3/2822.html.



7 - O dossier Estatuto da Carreira Docente está disponível em http://www.min-edu.pt/np3/56.
Fonte: Site do Min-Edu

Setúbal e Vila Real - Agrupamentos de professores suspendem avaliação

A maioria dos cerca de 200 professores do Agrupamento Vertical de Escolas Cetóbriga, em Setúbal, decidiu suspender a participação no processo de avaliação até que o mesmo seja revisto. Igual decisão foi tomada por cerca de duas centenas de professores de escolas do distrito de Vila Real.


Cento e cinquenta e cinco professores do Agrupamento Cetóbriga que participaram numa reunião realizada segunda-feira ao final da tarde na Escola EB 2,3 de Aranguez, anunciaram que não vão entregar os objectivos individuais, por considerarem que o actual modelo de avaliação é 'inexequível'.

'A aplicação do modelo previsto no decreto regulamentar 2/2008 tem-se revelado inexequível, por ser inviável praticá-lo segundo os critérios de rigor, imparcialidade e justiça exigidos pelos professores deste agrupamento', refere um comunicado elaborado por aquele grupo de professores.

Os docentes alegam também que o decreto regulamentar 2/2008 impõe quotas para as menções de ‘excelente’ e ‘muito bom’, e, com isso, desvirtua, logo à partida, qualquer perspectiva de os docentes verem 'reconhecidos os seus efectivos méritos, conhecimentos, capacidades, competências e investimento na carreira'.

No mesmo documento, os professores do agrupamento de Setúbal consideram ainda não ser “aceitável a subordinação da avaliação de desempenho dos professores e da sua progressão na carreira a parâmetros como o abandono escolar e o sucesso dos alunos'.

Nesse sentido, os docentes alegam que estes critérios 'desprezam variáveis inerentes à realidade social, económica, cultural e familiar dos alunos, que escapam ao controlo e responsabilidade do professor e que são fortemente condicionadoras do sucesso educativo'.

Também em Vila Real, outro grupo de cerca de 200 professores decidiu parar o processo de avaliação nas escolas do distrito. A decisão foi tomada num plenário realizado ontem à noite, depois das escolas locais terem pedido a suspensão da avaliação.


Segunda-feira à noite, no comentário semanal na RTP1 ‘Notas Soltas’, o socialista António Vitorino defendeu a possibilidade de ser criada “uma comissão independente inspirada no modelo inglês, um grupo de sábios, pessoas que fossem aceites de ambos os lados”, para avaliar o processo de avaliação dos professores.

Desta forma, considera António Vitorino, seria possível introduzir “um pouco de independência e de razoabilidade” naquilo que considera “um conflito prisioneiro de muitas paixões', sublinhando que existem em Portugal muitas personalidades capazes de estabelecer uma “ponte entre o Ministério da Educação e os professores”.

Esta proposta foi rejeitada pelo dirigente socialista Augusto Santos Silva, que recordou que o Governo e os sindicatos dos professores acordaram já em constituir uma comissão de acompanhamento do processo de avaliação, salientando que a comissão só não reúne, porque “os representantes dos sindicatos têm faltado”.

Augusto Santos Silva, que participou numa reunião com a ministra da Educação e militantes socialistas que durou até à madrugada de hoje, assinalou que o Executivo “leva muito a sério os compromissos e documentos que assina”, defendendo que “a avaliação dos professores é para fazer”.

“Só há uma maneira de corrigirmos ou melhorarmos aquilo que houver que melhorar, que é fazer a avaliação dos professores”, argumentou o também ministro dos Assuntos Parlamentares, acrescentando que, se essa avaliação não foi feita, “nunca conseguiremos perceber as potencialidades e também quais são os pontos em que pode ser melhorada”.

Também a Plataforma Sindical dos Professores rejeitou a hipótese lançada por António Vitorino, de criar uma comissão de sábios para facilitar a negociação do processo de avaliação dos docentes. Mário Nogueira, porta-voz da plataforma, é da opinião que a negociação tem de ser feita sempre entre os sindicatos e o Ministério da Educação, apesar de reconhecer a importância de se conhecer a opinião de especialistas.


Os coordenadores dos grupos parlamentares do PSD, PCP e Bloco de Esquerda na Comissão Parlamentar de Educação e Ciência, onde durante a manhã foi ouvida a Plataforma Sindical de Professores, pediram a suspensão “imediata” do processo de avaliação dos professores. O PS mostrou-se disponível para melhorar o actual modelo.

Os deputados da oposição na Comissão consideraram que o actual modelo “não serve os interesses das escolas”, devendo ser imediatamente suspenso.

Esta é também a posição defendida pela Plataforma Sindical dos Professores, que reúne os onze sindicados do sector. Para além da suspensão imediata da avaliação, a plataforma tem ainda como prioridade encontrar uma solução para este ano e alterar o modelo no quadro da revisão do estatuto da carreira docente.

Por sua vez, a deputada do PS Fernanda Asseisseira reconheceu que neste momento existe um clima de instabilidade que “preocupa o partido socialista” e admitiu que o “modelo é complexo e que a sua implementação não está a ser fácil”, mas salientou que “não há outro modelo”. No entanto, a deputada adiantou que o PS está disponível para acompanhar e melhorar o actual modelo de avaliação. CM

Professores recebidos pelo BE e CDS/PP

A manifestação de professores realizada este sábado em Lisboa terminou às 17:30, três horas depois de ter começado, estimando a polícia que tenham estado no protesto cerca de 7 mil professores, enquanto os organizadores falam em mais de 20 mil.

Ilídio Martins, do movimento independente Mobilização e Unidade dos Professores (MUP), num discurso improvisado junto às escadas do Parlamento, anunciou aos professores presentes que no próximo dia 6 de Dezembro vai haver "um encontro nacional de escolas em luta, em local e hora a marcar".

O protesto deste sábado foi convocado por movimentos de professores independentes para contestar o processo de avaliação de desempenho dos professores.

No final da manifestação, os representantes dos professores foram recebidos na Assembleia da República pelos grupos parlamentares do CDS/PP e do Bloco de Esquerda. JN

Conselho das Escolas pede à ministra que suspenda a avaliação

A maioria dos professores presentes ontem na reunião do Conselho de Escolas com a ministra da Educação aprovou um documento pedindo à tutela que suspenda o processo de avaliação de desempenho, soube o PÚBLICO junto de várias fontes.
O documento será entregue hoje a Maria de Lurdes Rodrigues, e, apesar de a decisão não ter sido de todo unânime (30 votos a favor e 23 contra), promete agudizar o braço-de-ferro entre o Governo e os docentes.

O Conselho das Escolas é um órgão consultivo do Ministério da Educação (ME), criado pela actual equipa e onde têm assento dezenas de presidentes de conselhos executivos. Álvaro dos Santos, que preside a esta estrutura, não confirmou nem desmentiu a informação. Questionado sobre a existência deste documento, limitou--se a confirmar que foi votada uma posição já depois de Maria de Lurdes Rodrigues ter abandonado a reunião. E que essa posição iria ser "formalmente apresentada" hoje à ministra. "Não adianto nada", afirmou.

Em declarações ao PÚBLICO, Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof, garantiu ter tido a informação de que o documento a pedir a suspensão da avaliação foi aprovado por maioria.

A reunião de ontem é apenas um dos vários encontros agendados pela ministra da Educação para estes dias, com diversas entidades representativas do sector, no sentido de tentar encontrar formas de "melhorar as condições" da aplicação do processo de avaliação.

De acordo com Álvaro dos Santos, os professores não ouviram propostas concretas da tutela. "Manifestámos um conjunto de preocupações sobre a "exequibilidade do modelo" e o "clima difícil" que se vive, resumiu.

Certo é que o ME voltou ontem a garantir que não suspende a avaliação de desempenho dos professores. E, quase em simultâneo, os sindicatos voltaram a dizer que não desistem de lutar contra o modelo. Prometem criar uma nova frente de batalha nos tribunais, através de providências cautelares, e levar o caos às escolas, por via de uma vaga de greves. A primeira, de âmbito nacional, será no dia 3 de Dezembro. A esta seguir-se-ão paralisações regionais, que poderão estender-se às avaliações no 1.º período, se o processo não for entretanto suspenso pela tutela.

"Os alunos terão notas, só que estas sairão mais tarde", acautelou Mário Nogueira, que ontem, em conferência de imprensa da plataforma sindical, responsabilizou Maria de Lurdes Rodrigues pelos prejuízos: "A única coisa que prejudica os alunos é a teimosia da ministra".

Às escolas, o dirigente da Fenprof repetiu o apelo feito na semana passada: "Suspendam a avaliação", "não tenham medo". Será esta a prioridade. Depois é a escalada: manifestações nas capitais de distrito na última semana de Novembro e greves em Dezembro. A primeira estava inicialmente prevista para Janeiro.

Para os sindicatos, existe apenas um ponto de partida possível para desbloquear a actual situação: "Estamos dispostos a iniciar desde já a negociação de um modelo alternativo, mas o pressuposto para esta negociação é a suspensão do actual modelo. Não há espaço para soluções intermédias nem simplificações", anunciou Nogueira.

O ponto de partida dos sindicatos é precisamente aquele que é rejeitado pelo Governo. "Não há outro modelo, isto não é um pronto-a-vestir aonde se vai buscar um mais adequado. O que temos disponível para trabalhar é o modelo actual", repetiu ontem a ministra, citada pela Lusa, no final da reunião com o Conselho de Escolas.

Hoje será a vez de Maria de Lurdes Rodrigues ouvir as preocupações dos encarregados de educação, num encontro com a Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap). Para a Confap, é urgente que se crie uma plataforma de entendimento, com a participação de Sócrates, Maria de Lurdes Rodrigues, sindicatos e conselho de escolas, "por forma a que se devolva a serenidade e tranquilidade às escolas e às aprendizagens dos alunos."

Isabel Leiria, Graça Barbosa Ribeiro, Clara Viana

Líder do PSD pede suspensão da avaliação dos professores

A líder do PSD, Manuela Ferreira Leite, pediu este sábado, em Leiria, a suspensão do modelo de avaliação dos professores, considerando que este "já provou na prática que não funciona".

"Era necessário haver algum bom-senso no sentido de efectivamente suspender este sistema para dar tempo a preparar um outro modelo de avaliação", disse Manuela Ferreira Leite após reunir com um grupo de professores do Movimento em Defesa da Escola Pública, à margem do Encontro Autárquico 2008.

A presidente da Comissão Política Nacional do PSD reiterou ser "absolutamente defensora de um sistema de avaliação", mas lembrou que, "se este não funciona, deve haver outro".

Questionada sobre as declarações da ministra da Educação que reafirmou não pretender cancelar este modelo de avaliação de professores, a dirigente social-democrata referiu: "Se a senhora ministra diz isso, significa que tomou a opção de paralisar a escola pública e que tomou a opção de prejudicar o futuro dos alunos, do seu currículo escolar e das famílias".

Manuela Ferreira Leite recusou, por outro lado, a ideia de haver instrumentalização nas manifestações de professores, esclarecendo, ainda, não concordar que haja manifestações de alunos "do estilo que tem havido".

A presidente do PSD acusou também o primeiro-ministro de estar "a perder o controlo do Governo" nas questões relacionadas com a Educação.

Já no discurso de abertura do Encontro Autárquico 2008, que reúne três centenas de autarcas do distrito de Leiria, Manuela Ferreira Leite sublinhou que em matéria de Educação se está a assistir a uma "luta gravíssima pelas suas consequências", apontando também a demissão recente de dois reitores de universidades.

"Algo não vai bem", frisou a presidente do PSD, que alertou: "Isso significa que está a alastrar a todo o sector". JN

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Sindicatos antecipam greve para 03 de Dezembro

A Plataforma Sindical de Professores agendou hoje uma greve nacional para 03 de Dezembro e paralisações regionais para 09, 10, 11 e 12 do mesmo mês, caso o Ministério da Educação (ME) não suspenda o processo de avaliação de desempenho.

Em conferência de imprensa, o porta-voz da plataforma sindical anunciou ainda que se o processo não for suspenso até ao dia 15 do próximo mês, os sindicatos apresentarão um novo pré-aviso de greve, "que coincidirá com a semana das avaliações do primeiro período".
"Não hesitaremos em avançar com isto tudo se o ME não suspender a avaliação", garantiu Mário Nogueira.

De acordo com as acções de luta agendadas hoje, as greves regionais terão início dia 09 de Dezembro na região Norte, seguindo-se o Centro (dia 10), a zona de Lisboa e Vale do Tejo (dia 11) e o Alentejo e Algarve (dia 12).

Lusa


Plataforma Sindical em conferência de imprensa

A Plataforma Sindical dos Professores reúne esta segunda-feira, dia 17, em Lisboa, para analisar a actual situação político-sindical, marcada pela extraordinária Manifestação de 8 de Novembro e pelo processo de suspensão da avaliação que está em curso nas escolas portuguesas. No final da reunião haverá uma conferência de Imprensa.



Lista de escolas/agrupamentos de escolas que suspenderam a avaliação

Lista das escolas que, de acordo com dados obtidos até às 11.00 horas de 17 de Novembro de 2008, tinham procedido à suspensão da aplicação do modelo de avaliação do desempenho em vigor, por decisão dos seus órgãos ou por decisão dos docentes, em reuniões gerais ou através de subscrição, praticamente unânime, de posições de escola.

REGIÃO NORTE (33)

Amarante

Agrupamento de Escolas de Felgueiras
Agrupamento de Escolas de Idães
Agrupamento de Escolas de Mesão Frio

Braga

Escola Secundária Carlos Amarante
Escola Secundária de Maximinos
Escola Secundária de Póvoa de Lanhoso
Agrupamento de Escolas de Vila Verde

Chaves

Escola Secundária Júlio Martins
Escola Secundária António Granjo

Monção

Agrupamento de Escolas Território Educativo de Coura
Agrupamento de Escolas de Valdevez
Agrupamento de Escolas de Ponte da Barca

Penafiel

Escola Secundária de Lousada

Porto

Escola Secundária de Gondomar
Escola Secundária Diogo Macedo
Agrupamento de Escolas da Senhora da Hora
Agrupamento de Escolas de Rio Tinto
Agrupamento de Escolas da Areosa
Escola Secundária António Nobre
Agrupamento de Escolas Soares dos Reis
Agrupamento de Escolas Irene Lisboa

Póvoa do Varzim

Escola Secundária Alcaides de Faria
Escola Secundária D. Afonso Sanches
Escola Secundária de Barcelos
Escola Secundária de Barcelinhos

S. João da Madeira

Agrupamento de Escolas Cucujães
Escola Secundária João da Silva Correia

Vila Real

Agrupamento de Escolas Monsenhor Jerónimo do Amaral
Escola Secundária Dr. João Araújo Correia
Escola Secundária Camilo Castelo Branco
Escola Secundária de S. Pedro
Escola Profissional Agrícola do Rodo

Vila Nova de Famalicão

Agrupamento de Escolas de Calendário

REGIÃO CENTRO (48)

Coimbra

Escola Secundária D. Dinis - Coimbra
Escola Secundária de Tábua
Escola Secundária Infanta D. Maria
Escola Secundária de Cantanhede
Escola Secundária Jaime Cortesão
Escola Secundária José Falcão
Escola Secundária D. Duarte
Agrupamento de Escolas de Cantanhede
Agrupamento de Escolas Alice Gouveia
Agrupamento de Escolas Silva Gaio
Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Poiares
Agrupamento de Escolas de Martim de Freitas
Agrupamento de Escolas Inês de Castro
Agrupamento de Escolas de S. Pedro d'Alva

Aveiro

Agrupamento de Escolas de Aguada de Cima
Agrupamento de Escolas de Cacia
Agrupamento de Escolas de Esgueira
Escola Secundária de Estarreja
Agrupamento de Escolas da Mealhada
Agrupamento de Escolas da Pampilhosa

Castelo Branco

Escola Secundária c/ 3.º ciclo Amato Lusitano
Escola Secundária c/ 3.º ciclo Campos Melo
Agrupamento de Escolas Paul - Entre Ribeiras
Agrupamento de Escolas Pedro Álvares Cabral
Agrupamento de Escolas João Franco
Agrupamento de Escolas Cidade de Castelo Branco
Escola Secundária Frei Heitor Pinto
Agrupamento de Escolas da Sertã

Guarda

Agrupamento de Escolas de Pinhel
Agrupamento de Escolas de S. Miguel
Agrupamento de Escolas de Santa Clara - Guarda
Agrupamento de Escolas da Sequeira
Agrupamento de Escolas de Gouveia
Agrupamento de Escolas de Almeida
Agrupamento de Escolas de Tourais - Paranhos
Agrupamento de Escolas de Seia
Agrupamento de Escolas de Louriga
Agrupamento de Escolas de Manteigas

Leiria

Escola Secundária Francisco Rodrigues Lobo
Escola Secundária Afonso Lopes Vieira
Agrupamento de Escolas do Avelar

Viseu

Agrupamento de Escolas de Sátão
Agrupamento de Escolas de Mões - Castro Daire
Escola Secundária de Mortágua
Agrupamento de Escolas de Oliveira de Frades
Agrupamento de Escolas de Vouzela
Agrupamento de Escolas de Resende
Agrupamento de Escolas de Silgueiros

GRANDE LISBOA (29)

Lisboa

Agrupamento de Escolas de Fernando Pessoa
Agrupamento de Escolas S. Julião da Barra
Escola Secundária Rainha D. Amélia
Escola Secundária Marquês de Pombal
Casa Pia - Colégio Pina Manique
Casa Pia - Nuno Alvares
Casa Pia - Instituto Jacob Rodrigues Pereira
Casa Pia - Colégio Maria Pia
Escola Secundária Padre Alberto Neto
Escola Secundária D. João II
Escola Secundária Dr. António Carvalho Figueiredo
Escola Secundária Ferreira Dias
Escola Secundária Camões
Escola Secundária Virgílio Ferreira
Agrupamento de Escolas Avelar Brotero
EBI de Santo Onofre
Agrupamento de Escolas João de Deus - Cascais
Escola Secundária Pedro Alexandrino

Setúbal

Escola Secundária c/ 3º Ciclo da Amora
Escola Secundária c/ 3º Ciclo Manuel Cargaleiro
Agrupamento de Escolas Pinhal de Frades
Agrupamento de Escolas Conceição E Silva
Agrupamento de Escolas Elias Garcia
EB 2, 3 Luísa Todi
Escola Secundária de Sampaio
Escola Secundária Padre António Macedo
Agrupamento de Escolas Dr. António Augusto Louro

Santarém

Agrupamento de Escolas do Entroncamento
Escola Secundária do Entroncamento
Agrupamento de Escolas D. Sancho I de Pontével (posições dos departamentos)
Escola Secundária de Rio Maior
Agrupamento de Escolas Francisco Casimiro

REGIÃO SUL (ALENTEJO E ALGARVE) (14)

Évora

Escola Secundária Severim de Faria
Escola Secundária Gabriel Pereira
Escola Secundária André de Gouveia
Agrupamento de Escolas de Redondo

Faro

EB 2,3 D. José I
Escola Secundária de Tavira
Escola Secundária Teixeira Gomes
Escola Secundária de Silves
Agrupamento de Escolas Francisco Cabrita
Escola Secundária de Vila Real de Santo António
Agrupamento de Escolas de Vila Nova de Cacela
Escola Secundária Tomás Cabreira

Lenços brancos e muitos assobios junto à sede do PS

Não fosse tão dramático e o caso até daria para rir, dizem Anabela Ricardo, professora de Geometria Descritiva, e Vítor Lopes, professor de Educação Física, ambos docentes na Escola Manuel Cargaleiro, no Fogueteiro (concelho do Seixal).

A primeira pertence ao 8º escalão, o segundo, ao 10º, mas é este quem será avaliado por aquela, "apesar de eu não perceber nada de Educação Física", esclarece Anabela Ricardo. "Não te preocupes. Eu ensino-te", diz o colega.

Anabela e Vítor são apenas dois dos professores insatisfeitos que ontem marcharam do Marquês de Pombal até à Assembleia da República contra a política educativa do Governo. Empunhando bandeiras e faixas, alguns envergando camisolas pretas com os dizeres "Estou de luto pela educação", outros entoando slogans ou mesmo cantando: "1, 2, 3, já cá estamos outra vez. E se isto não mudar, nós havemos de voltar!" Em comum, a vontade de não vergar contra o que apelidam de "teimosia" da ministra da Educação.

"Estou a atingir o meu limite de exaustão e ainda não acabou o primeiro trimestre", desabafa Fátima Inácio Gomes, da Escola Secundária de Barcelos. ""Há 15 dias que tento corrigir testes e não consigo. Nas últimas nove semanas tive 25 reuniões, em período pós-laboral", conta, enquanto caminha rumo à Assembleia da República.

Esta professora de Português diz não saber se tudo isto faz dela "uma boa profissional ou uma péssima mãe", referindo-se ao facto de chegar "tardíssimo a casa" e de muitas vezes ter que pedir aos vizinhos "para irem buscar as minhas filhas ao infantário".

Elvira Duarte, professora no agrupamento D. António Costa, em Almada, vestiu-se totalmente de preto e colou, ao longo do corpo, as várias folhas que tem que preencher por cada colega avaliado. "Queremos uma escola pública para os nossos alunos e não uma escola burocrática",referiu.

O cordão humano passa em frente à sede do PS, no Largo do Rato. Aos manifestantes, a organização tinha pedido que se fizesse um minuto de silêncio, mas a revolta interior soou mais alto e ouviram-se assobios e vaias dirigidos aos socialistas e viram-se lenços brancos a acenarem nas mãos dos professores. FÁTIMA MARIANO

Já há professores a admitir fazer greve à avaliação dos alunos

A possibilidade de um boicote às notas dos alunos, no final dos períodos de aulas ou na altura dos exames, não foi discutida oficialmente pelos sindicatos nem é consensual entre estes, mas é assumida como uma forma de luta "em cima da mesa"

É "uma bomba atómica" que, oficialmente, ainda não foi discutida entre os sindicatos - nem está previsto que o seja na reunião de hoje da "plataforma", onde deverão ser anunciadas novas greves até ao Natal -, mas que está em cima da mesa: na guerra contra a avaliação do Ministério da Educação, os professores podem vir a recorrer à greve às avaliações... dos alunos.

A hipótese está longe de ser consensual entre as estruturas do sector. A Federação Nacional dos Sindicatos da Educação (FNE) é assumidamente contra essa via, cujo maior risco seria o isolamento dos professores perante a sociedade e até alguns dos partidos da oposição que os têm apoiado.

Ms também há quem a considere um último recurso admissível se o ministério não recuar perante outras formas de pressão: "Tudo é possível. Até uma greve às avaliações [dos estudantes], que seria a bomba atómica", admitiu Carlos Chagas, secretário--geral do Sindicato Independente e Democrático dos Professores (Sindep). "Essa hipótese ainda não foi discutida, mas é uma carta que está em cima da mesa", avisou. "Temos evitado o prejuízo dos alunos, mas tudo tem limites. Até porque também é em nome deles que fazemos esta luta."

No site do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa (SPGL), afecto à Federação Nacional dos Professores (Fenprof), o DN encontrou uma "sondagem" sobre a possibilidade de se avançar com esta abordagem já no 1.º período. Entre 785 respostas, 74% consideravam-na "viável e útil".

Mas o próprio secretário-geral da Fenprof relativizou a questão: "As sondagens internas são muito úteis para entendermos algumas questões, mas não representam a opinião da maioria dos professores", avisou Mário Nogueira. "Temos um mandato de confiança, que nos foi dado pelos 120 mil professores que foram à manifestação de dia 8, e não podemos pô-lo em causa com voluntarismos excessivos."

Mário Nogueira admitiu que o facto de a hipótese ainda não ter sido discutida oficialmente "não significa que o não venha a ser". Mas considerou que "só com uma adesão em massa" um protesto dessa natureza seria eficaz no primeiro período de aulas. "Antigamente, nas reuniões de conselho de turma, se um professor faltasse, os restantes não podiam classificar o aluno. Agora, a avaliação é feita pelos que lá estão e, quando o professor regressa, pedem-lhe logo que dê a sua nota." Já "na altura dos exames nacionais", o cenário seria outro. De resto, já houve uma greve durante as provas de 2005.

Entre os movimentos independentes de professores, a posição também é de cautela: "Não tenho dúvidas que as formas de luta têm de ser radicalizadas", disse Mário Machaqueiro, da APEDE. "Há vozes que falam nisso [não avaliar alunos]. É algo sobre o qual teremos de reflectir."

ANA BELA FERREIRA

Professores na rua contra a política educativa

Foram cerca de 20 mil os professores que este sábado se manifestaram, em Lisboa, contra a política de Educação do Governo. Muito aquém dos 120 mil da semana passada, mas com a mesma determinação e objectivos.

Organizada por dois movimentos independentes - a Associação de Professores e Educadores em Defesa do Ensino (APEDE) e o Movimento Mobilização e Unidade dos Professores (MUP) -, com o apoio de algumas estruturas sindicais (ENCOPROF e SPGL), a acção de protesto de ontem realizou-se precisamente uma semana depois da mega-manifestação convocada pelos sindicatos e que reuniu 120 mil professores em Lisboa. Ontem, foram só 20 mil (sete mil, segundo a PSP), mas os professores não desanimaram.

Francisco Trindade, coordenado da APEDE, garantiu "que o número de participantes não é o mais importante". "Não é possível fazer duas mega-manifestações no intervalo de oito dias", diz. Explicou que, apesar de os movimentos terem algumas divergências quanto às posições dos sindicatos, ambos têm o mesmo inimigo: a ministra da Educação.

Ilídio Trindade, coordenador do MUP, preferiu destacar a importância de "não se dar um palmo de terreno à ministra da Educação". "Se ela não muda, nós também não, na nossa determinação nesta luta", sublinhou.

Em causa está mais do que o modelo de avaliação. Os professores exigem a revogação do Estatuto da Carreira Docente, que "criou divisões entre os próprios professores", e a melhoria da qualidade do ensino público.

Os docentes "não querem negociar nada, mas sim, suspender e revogar", sublinhou José Rui Rebelo, professor de Filosofia na Escola Secundária de Barcelos.

À chegada à Assembleia da República, num palco devidamente montado e equipado para o efeito, ouviram-se os discursos de circunstância. No final, uma delegação de professores foi recebida pelo PSD, CDS/PP e Bloco de Esquerda, a quem entregaram um caderno reivindicativo.
FÁTIMA MARIANO

domingo, 16 de novembro de 2008

Faltas justificadas não obrigam alunos a fazer exame

A ministra da Educação assinou este domingo um despacho, que entra em vigor segunda-feira, que «clarifica de uma vez por todas» o regime de faltas e desobriga os alunos com faltas justificadas à realização de um exame suplementar, escreve a Lusa.

O secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, sublinhou que o despacho obriga ainda as escolas cujo regulamento interno não seja explícito sobre o regime de faltas do Estatuto do Aluno a adaptarem-nos às novas normas, para que os alunos não sejam obrigados a realizar qualquer exame suplementar.

Segundo o secretário de Estado, os alunos com faltas justificados têm contudo que passar por uma avaliação «de forma simplificada» que permita ao professor aferir as matérias que o aluno não aprendeu durante a ausência às aulas para que a escola possa estabelecer «medidas de apoio na sua recuperação».

Valter Lemos referiu que o despacho surge na sequência de várias «discrepâncias» relativamente às faltas justificadas por doença, que obrigariam os alunos à realização de um exame suplementar e mesmo à sua reprovação.

O secretário de Estado admitiu ainda que os regulamentos internos de algumas escolas «não eram claros sobre essa questão», mas garantiu que das faltas justificadas por doença não decorre «a aplicação de nenhuma medida disciplinar, sancionatória ou correctiva» tal como não «pode decorrer nenhuma reprovação do aluno, nenhuma retenção nem nenhuma exclusão».

«Quando há faltas justificadas, a prova de recuperação que o aluno tenha que fazer relativamente às aprendizagens que não tenha feito no período de ausência destina-se exclusivamente ao diagnóstico por parte do professor das aprendizagens não feitas para o estabelecimento de medidas de apoio por parte do professor e da escola para recuperação do aluno», sublinhou.

«Em absolutamente caso nenhum o aluno pode ter qualquer penalidade seja do ponto de vista da frequência seja do ponto de vista disciplinar por essas faltas», concluiu Valter Lemos.

Lusa

Bispos defendem pacto social para a Educação

A crise por que passa a Educação em Portugal, opondo a generalidade dos professores ao Ministério da Educação, problema já extensivo à contestação frequente de alunos e à crescente preocupação de pais e encarregados da Educação, não é indiferente aos bispos portugueses, reunidos em assembleia, na semana passada, em Fátima.

Defendem a necessidade de um pacto social para a área da Educação e destacam a importância da missão dos professores. Voltam a apelar ao diálogo entre o Governo e os docentes. O vice-presidente da Conferência Episcopal, D. António Marto, considera que, relativamente aos políticos, os professores têm um papel mais importante a desempenhar. "Esperamos que haja um diálogo sereno, civilizado, para que se possam ultrapassar as dificuldades presentes, porque a Educação depende também do clima educativo e, concretamente, de uma estima pela missão dos docentes e da autoridade que lhes compete na educação", frisou. "O diálogo é o encontro de ambas as partes para encontrar a melhor solução frente às dificuldades que têm sido expressas de uma maneira comum, concretamente nas manifestações que tem havido", frisou o porta-voz da CEP, padre Morujão. Não pense o Governo que a procissão ainda vai no adro. Está prestes a recolher. Não queira, à revelia do bom senso, deitar os foguetes, apanhar as canas e estragar a festa. JN

Recusa da avaliação trava acesso à categoria de titular

A interdição do acesso à categoria de titular e a perda de prémios de mérito em dinheiro são algumas das consequências de recusar a avaliação. Sete a 10 mil professores manifestaram-se ontem em Lisboa, num protesto convocado por movimentos não associados aos sindicatos

Além da não progressão na carreira, o impedimento da candidatura à categoria de "professor titular" - com implicações nas remunerações e acesso a cargos de chefia - é a consequência mais palpável da recusa da avaliação. No total, ao que o DN apurou, há cinco efeitos práticos para essa tomada de posição, sendo que os restantes três não parecem suficientemente fortes - pelo menos no imediato - para fazerem hesitar os contestatários.

A impossibilidade de renovar o contrato com a escola, nos casos do vínculos a termo certo, poderia fazer recuar muitos professores em início de carreira. Mas essa será uma questão indiferente no próximo ano. Isto porque, como vão decorrer concursos nacionais de colocação de professores, nenhum contratado pode, em qualquer caso, renovar automaticamente o vínculo, tendo sempre de disputar as vagas.

Por outro lado, como os concursos começam logo no início do ano e as avaliações - a concretizarem-se - só estarão concluídas em Julho, também não deverá ser possível impedir o acesso às vagas a professores que venham a recusar ser avaliados.

Outra consequência é a impossibilidade do acesso aos "prémios de excelência", uma gratificação pecuniária para quem repita avaliações de excelência. Fora do horizonte fica ainda a candidatura ao Prémio Nacional do Professor, de 25 mil euros.

Mais difíceis de descortinar são as eventuais sanções da recusa. A ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, avisou mais de uma vez que rejeitar a avaliação será considerado um "acto individual", sujeito a "consequências", mas o próprio ministério já pôs de parte, pelo menos no imediato, o desencadear de processos disciplinares.

O DN tentou, sem sucesso, ouvir especialistas em Direito Administrativo e do Trabalho sobre possíveis punições aplicáveis. Porém, o decreto-lei 2/2008 - o novo estatuto da carreira - parece ser omisso na matéria. Aliás, o único "dever" imputado ao avaliado é fazer a auto-avaliação no final do ano lectivo. Mas o que muitos professores não estão a fazer neste momento é a entrega dos "objectivos individuais".

Relativamente aos objectivos, o que diz o estatuto é que estes devem partir do avaliado, sendo definidos por acordo com o avaliador. Se não houver entendimento, este último tem a palavra decisiva. Mas não está prevista a não apresentação de qualquer proposta. É esse aparente vazio legal que muitos professores podem aproveitar para travar o processo desde a sua raiz.

Situação diferente enfrentam os directores de escola e os avaliadores em geral, por definição professores titulares: a sua categoria profissional implica a aceitação desta tarefa. E a recusa pode significar a perda de funções.

PEDRO SOUSA TAVARES/DN

sábado, 15 de novembro de 2008

Rejeição do Modelo de Avaliação do Desempenho na Escola S/3 José Régio



Professores: avaliação paralisada em 124 escolas

Há pelo menos 124 escolas em todo o país em que os procedimentos de avaliação de professores se encontram paralisados. Estes números foram avançados esta manhã pela Fenprof, que garante que vão subir, porque há muitas outras em que o processo de suspensão está em curso. Em conferência de imprensa, a Federação Nacional dos Professores apelou aos docentes que «não tenham medo» e diz que vai propor «nova greve ou greves» antes do Natal.

«Estão confirmadas, até agora, 124 escolas que têm suspensa, com posição tomada, a avaliação de desempenho», disse o secretário-geral da Fenprof, Mário Nogueira, adiantando que são «centenas» os estabelecimentos que poderão vir a juntar-se a estes. «O número de escolas que suspendem a avaliação cresce diariamente e a ritmo acelerado», apontou, desafiando a ministra a dizer em qual destas 124 escolas a avaliação não está suspensa.

«Não resta alternativa aos professores senão suspender por iniciativa própria, escola a escola, a avaliação de desempenho», disse, lançando um apelo aos docentes: «Não tenham medo de ameaças que começam a ser feitas».

Segundo Mário Nogueira, «se cada uma das 124 escolas tiver em média 100 professores, serão pelo menos 12 mil professores que suspenderam a avaliação». «Mas são bem mais, porque há muitas escolas em que não foi suspenso o processo e os professores já o fizeram», acrescentou.

O responsável demarcou-se ainda das manifestações organizadas por alunos: «Os alunos não participam na nossa luta» e sublinhou que «a difamação é um crime e acaba normalmente na barra de tribunais», respondendo a declarações feitas por membros do Governo. «Qualquer insinuação sobre isso é bom que não passe de insinuação», frisou.

Questionado sobre as consequências que poderão vir a sofrer os professores que suspendam a avaliação, Mário Nogueira respondeu com ironia: «Pode acontecer que fiquem com mais tempo para trabalhar com os alunos».

Este anúncio surge um dia depois da Ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, se ter mostrado inflexível relativamente ao modelo de avaliação dos professores e ter mesmo dito quer os docentes que recusem ser avaliados «vão sofrer as consequências» .

Na passada quarta-feira, a ministra tinha pedido «desculpa aos professores por ter causado tanta desmotivação» com a avaliação, mas reafirmou que o processo é para continuar. A governante justificou a sua posição com o «interesse do país, das escolas e dos alunos».

Esta quinta-feira, o presidente da Câmara de Lisboa, o socialista António Costa, admitiu no programa da SIC Notícias «Quadratura do Círculo», que o PS poderá vir a perder a maioria absoluta eleições dos legislativas devido a este diferendo que opõe os professores ao Governo.

Recorde-se que a manifestação de 8 de Novembro foi a maior da classe em Portugal. Manifestaram-se em Lisboa, segundo os sindicatos, mais de 120 docentes. A principal reivindicação é a alteração do actual modelo de avaliação a que estão sujeitos, que dizem ser demasiado burocrático. Lusa

Polícia proibida de revelar número de manifestantes

A PSP deixou de revelar o número de participantes em manifestações. Assim, não forneceu valores oficiais sobre a última concentração de professores. Depois da ‘invasão’ de Lisboa por 100 mil docentes, em 8 de Março, cuja divulgação irritou o Governo, as ordens foram para não contabilizar números daqui para a frente.
Helena Pereira e Margarida Davim

sexta-feira, 14 de novembro de 2008

Alunos: novo arremesso de ovos em Portimão

Milhares de alunos de escolas básicas e secundárias do Alentejo e Algarve decidiram faltar esta manhã às aulas para se manifestarem nas ruas mais centrais das respectivas cidades, incluindo protestos junto das câmaras municipais e governos civis.

Em Portimão, cerca de 1.500 estudantes das escolas secundárias concentraram-se junto ao edifício da autarquia num protesto contra a política educativa do Governo que incluiu arremesso de ovos contra as paredes do edifício.

Alunos foram orquestrados por «radicais e alguns professores», diz porta-voz do PS.


O protesto em Portimão começou cerca das 07:00, junto a quatro escolas secundárias da cidade, «na tentativa de mobilizar o maior número de alunos», disse à Lusa o presidente da Associação de Estudantes da Escola Poeta António Aleixo.

Os estudantes seguiram depois para o largo do município, onde se concentraram a partir das 09:00, com cartazes onde se lia: «Ministra para a rua» e «Não a este regime de faltas».

Apesar do protesto convocado pelas associações de estudantes, as escolas em Portimão estão a funcionar normalmente, asseguraram funcionários dos vários estabelecimentos de ensino do concelho contactados pela Lusa.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Associação de Estudantes da Escola Poeta António Aleixo, Samir Hadido, explicou que o protesto contra as políticas educativas do Governo, foi decidido na quinta-feira, após os líderes das associações de estudantes do concelho terem «recebido na quarta-feira, uma convocatória através de SMS (mensagem de telemóvel)».

Também em Faro, centenas de alunos concentraram-se de manhã frente ao Governo Civil para pedir a demissão da ministra da Educação. «Abaixo o regime de faltas» ou «Ministra basta, demite-te já», eram alguns dos «slogans» visíveis nos cartazes que os alunos empunhavam, enquanto cantavam em uníssono «Está na hora de ires embora».

No Alentejo, o protesto contra o novo regime de faltas juntou alunos nas ruas das três capitais de distrito da região: Évora, Beja e Portalegre, onde os alunos percorreram as ruas entoando palavras de ordem contra as políticas educativas do Governo.

Em Évora, os alunos concentraram-se na Praça do Giraldo, a «sala de visitas» da cidade, enquanto em Beja a manifestação foi centrada junto ao edifício do Governo Civil.

Outras escolas do Alentejo «acordaram» hoje fechadas a cadeado, como a André de Resende, em Évora, cujos portões foram abertos ao início da manhã, segundo fonte policial. Em Viana do Alentejo (distrito de Évora), a Escola Básica 2,3 Dr. Isidoro de Sousa também foi fechada a cadeado, com os alunos a protestar na rua contra o novo regime de faltas.

Em Beja, a acção de protesto reuniu alunos de três escolas básicas e de duas secundárias, que se manifestaram pelas principais ruas da cidade até ao Governo Civil.

Também no distrito de Portalegre, alunos de várias escolas estão hoje envolvidos em acções de protesto contra o novo regime de faltas, disse à agência Lusa fonte da GNR. De acordo com a mesma fonte, os protestos estão a decorrer em diversas escolas dos concelhos de Nisa, Sousel, Castelo de Vide, Alter do Chão, Campo Maior e Elvas de forma «pacífica». Lusa