Não fosse tão dramático e o caso até daria para rir, dizem Anabela Ricardo, professora de Geometria Descritiva, e Vítor Lopes, professor de Educação Física, ambos docentes na Escola Manuel Cargaleiro, no Fogueteiro (concelho do Seixal).
A primeira pertence ao 8º escalão, o segundo, ao 10º, mas é este quem será avaliado por aquela, "apesar de eu não perceber nada de Educação Física", esclarece Anabela Ricardo. "Não te preocupes. Eu ensino-te", diz o colega.
Anabela e Vítor são apenas dois dos professores insatisfeitos que ontem marcharam do Marquês de Pombal até à Assembleia da República contra a política educativa do Governo. Empunhando bandeiras e faixas, alguns envergando camisolas pretas com os dizeres "Estou de luto pela educação", outros entoando slogans ou mesmo cantando: "1, 2, 3, já cá estamos outra vez. E se isto não mudar, nós havemos de voltar!" Em comum, a vontade de não vergar contra o que apelidam de "teimosia" da ministra da Educação.
"Estou a atingir o meu limite de exaustão e ainda não acabou o primeiro trimestre", desabafa Fátima Inácio Gomes, da Escola Secundária de Barcelos. ""Há 15 dias que tento corrigir testes e não consigo. Nas últimas nove semanas tive 25 reuniões, em período pós-laboral", conta, enquanto caminha rumo à Assembleia da República.
Esta professora de Português diz não saber se tudo isto faz dela "uma boa profissional ou uma péssima mãe", referindo-se ao facto de chegar "tardíssimo a casa" e de muitas vezes ter que pedir aos vizinhos "para irem buscar as minhas filhas ao infantário".
Elvira Duarte, professora no agrupamento D. António Costa, em Almada, vestiu-se totalmente de preto e colou, ao longo do corpo, as várias folhas que tem que preencher por cada colega avaliado. "Queremos uma escola pública para os nossos alunos e não uma escola burocrática",referiu.
O cordão humano passa em frente à sede do PS, no Largo do Rato. Aos manifestantes, a organização tinha pedido que se fizesse um minuto de silêncio, mas a revolta interior soou mais alto e ouviram-se assobios e vaias dirigidos aos socialistas e viram-se lenços brancos a acenarem nas mãos dos professores. FÁTIMA MARIANO
A primeira pertence ao 8º escalão, o segundo, ao 10º, mas é este quem será avaliado por aquela, "apesar de eu não perceber nada de Educação Física", esclarece Anabela Ricardo. "Não te preocupes. Eu ensino-te", diz o colega.
Anabela e Vítor são apenas dois dos professores insatisfeitos que ontem marcharam do Marquês de Pombal até à Assembleia da República contra a política educativa do Governo. Empunhando bandeiras e faixas, alguns envergando camisolas pretas com os dizeres "Estou de luto pela educação", outros entoando slogans ou mesmo cantando: "1, 2, 3, já cá estamos outra vez. E se isto não mudar, nós havemos de voltar!" Em comum, a vontade de não vergar contra o que apelidam de "teimosia" da ministra da Educação.
"Estou a atingir o meu limite de exaustão e ainda não acabou o primeiro trimestre", desabafa Fátima Inácio Gomes, da Escola Secundária de Barcelos. ""Há 15 dias que tento corrigir testes e não consigo. Nas últimas nove semanas tive 25 reuniões, em período pós-laboral", conta, enquanto caminha rumo à Assembleia da República.
Esta professora de Português diz não saber se tudo isto faz dela "uma boa profissional ou uma péssima mãe", referindo-se ao facto de chegar "tardíssimo a casa" e de muitas vezes ter que pedir aos vizinhos "para irem buscar as minhas filhas ao infantário".
Elvira Duarte, professora no agrupamento D. António Costa, em Almada, vestiu-se totalmente de preto e colou, ao longo do corpo, as várias folhas que tem que preencher por cada colega avaliado. "Queremos uma escola pública para os nossos alunos e não uma escola burocrática",referiu.
O cordão humano passa em frente à sede do PS, no Largo do Rato. Aos manifestantes, a organização tinha pedido que se fizesse um minuto de silêncio, mas a revolta interior soou mais alto e ouviram-se assobios e vaias dirigidos aos socialistas e viram-se lenços brancos a acenarem nas mãos dos professores. FÁTIMA MARIANO
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