segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

«Vivemos num país onde o Estado avalia as escolas, os professores e os alunos, mas onde nem o Estado nem as políticas públicas são suficientemente avaliados.»


Almerindo Janela Afonso é Licenciado em Ciências Políticas e Sociais e Doutorado em Educação, na área de conhecimento de Sociologia da Educação. É Professor Associado do Instituto de Educação da Universidade do Minho e Pesquisador do Centro de Investigação em Educação (CIEd). As suas áreas de interesse na investigação e docência centram-se nos domínios da sociologia da educação, políticas educativas e avaliação educacional, temas sobre os quais tem publicado artigos em diversas revistas da especialidade, nacionais e estrangeiras, bem como em outras obras, das quais se destacam “Políticas Educativas e Avaliação Educacional” (UM, 1998); “Avaliação Educacional: Regulação e Emancipação” (Cortez, 2005, 3ª Ed.); e, em co-autoria, “Reformas da Educação Pública. Democratização, Modernização, Neoliberalismo” (Afrontamento, 2002). Co-organizou recentemente, com Teresa Esteban, o livro “Olhares e Interfaces. Reflexões Críticas sobre a Avaliação” (São Paulo: Cortez, em publicação). Em 1999 recebeu o Prémio “Rui Grácio” de Ciências da Educação, atribuído pela Sociedade Portuguesa de Ciências da Educação e Fundação Calouste Gulbenkian. É membro de conselhos científicos de prestigiadas revistas académicas e membro de diversas associações científicas nacionais e internacionais, entre as quais a European Evaluation Society e a International Sociological Association. É um dos mais prestigiados investigadores na área da avaliação educacional em Portugal. Aqui, a Almerindo Janela Afonso pedimos a sua opinião essencialmente sobre um tema que tem marcado a política educativa em Portugal: a avaliação.
Que mudanças ocorreram no plano da avaliação educacional em Portugal na última década?
Em meados dos anos 1980, em termos de políticas educativas, Portugal ainda se encontrava em relativo contraciclo face a países centrais, como os Estados Unidos ou o Reino Unido. Entre nós, por exemplo, as reformas postas em prática nos primeiros anos do cavaquismo colocavam uma ênfase muito forte na avaliação formativa – congruente, aliás, com o discurso de valorização do professor como profissional e com o desejo, que alguns sectores alimentavam, de virmos a ter um novo modelo de direcção e gestão que pudesse permitir uma autonomia relativa mais expressiva para as escolas e actores educativos. Mas é claro que os ventos neoliberais estavam a chegar e, nesse sentido, as medidas educativas acabaram por se revelar ambíguas e heterogéneas - oscilando entre a expansão conjuntural de direitos e a sua retracção ou, então, entre a intervenção do Estado e as lógicas e medidas de privatização – algo que designei na altura como “neoliberalismo educacional mitigado”.
Já a partir de meados dos anos 1990, com os governos de Guterres, houve alguma preocupação em conter alguns efeitos negativos de formas de avaliação externas, que entretanto reapareciam, tendo-se evitado, por exemplo, no consulado do ministro Santos Silva, que fosse o Ministério da Educação a publicitar os rankings de escolas baseados em exames nacionais. Nesse período, sobressaem os currículos alternativos e os territórios educativos de intervenção prioritária - medidas induzidas pela “ideologia da inclusão”, como a designou José Alberto Correia -, bem como o desejo de construir parcerias e fazer um “pacto educativo”, deixando a ideia das grandes reformas de lado.
Mais tarde, já com os governos de Durão Barroso e de Santana Lopes, a obsessão avaliativa instalou-se. Tivemos, aliás, um ministro da educação, David Justino, que foi um dos mais entusiastas defensores dos exames nacionais e dos rankings das escolas, e tudo isso sustentado num discurso de redefinição dos conceitos de público e de educação pública, que a proposta de Lei de Bases da Educação destes governos, entre outras coisas muito discutíveis, pretendia.
Esta legislatura fica marcada pela dificuldade em estabelecer um modelo justo, sustentável e exequível de avaliação dos professores 
Qual foi, nesse sentido, a postura do actual Governo?
O actual Governo, sustentado por uma maioria absoluta do Partido Socialista, continuou, de certo modo, esta obsessão avaliativa na medida em que, como consta do seu programa de governo, pretendeu expandir a avaliação para todas as áreas do sistema de educação e formação, designando-a, aliás, como uma das ambições para a legislatura. E, para além da avaliação, este mesmo Governo introduziu, em vários normativos legais, referências a princípios e a formas parcelares de prestação de contas que julgo louvável, mas sem, todavia, ter criado um sistema de accountability para o sistema educativo que pudesse ser articulado, coerente e avançado em termos éticos, epistemológicos e democráticos.
Ao contrário, esta legislatura fica marcada pela dificuldade em estabelecer um modelo justo, sustentável e exequível de avaliação dos professores, ainda que tenha conseguido, por outro lado, iniciar e implementar, com um sucesso discreto, um novo programa de avaliação externa das escolas - a este propósito é interessante ver o parecer do Conselho Nacional de Educação.
Do meu ponto de vista, aliás, um dos aspectos muito positivos deste modelo de avaliação das escolas é o facto de ele se articular com formas parcelares de accountability, nomeadamente com dimensões de participação de todos os actores educativos, transparência e prestação pública de contas. A publicitação dos relatórios de avaliação externa e os seus contraditórios são, entre outros, um exemplo do que acabei de afirmar.
 Mudanças que se inscrevem no contexto de um processo mais amplo a nível internacional...
Sim, claramente, num processo de globalização e de crescente “contaminação” e “importação” das agendas políticas, que é para levar a sério. E se muitos e importantes movimentos cívicos, culturais e políticos têm conseguido oferecer alguma resistência, mesmo assim eles continuam a ser insuficientes.
Curiosamente, falamos num momento em que se realiza mais um encontro do Fórum Social Mundial. Julgo que essa poderá ser, eventualmente, a alternativa possível: o reforço sustentado de movimentos de globalização contra-hegemónica que se articulem de forma mais organizada, de modo a tentar conter e modificar certas agendas e, sobretudo, propor e construir alternativas credíveis.
Talvez precisemos olhar mais de perto o último livro de Boaventura Sousa Santos – Epistemologias do Sul – para nos descentrarmos de visões eurocêntricas e neocoloniais que nos impedem de imaginar outras visões do mundo. Mas as resistências e o “pensamento alternativo de alternativas” em relação às agendas e políticas para a educação e formação parecem não estar tão presentes nos movimentos contra-hegemónicos.
 Em termos de formas de avaliação, que outras mudanças estão a ocorrer?
As influências que pesam sobre cada país dependem inevitavelmente de factores tão diversos como a sua posição periférica ou semi-periférica relativamente aos países centrais, bem como de questões como as tradições, os níveis cívico, moral e de escolarização das populações, as formas de organização dos sistemas educativos, os graus de desenvolvimento económico, a natureza e configuração dos regimes políticos, a vitalidade da sociedade civil, os compromissos com organizações internacionais e supranacionais  - como, entre nós, a própria União Europeia -, entre outros.
No caso português, sabemos que existe uma indução muito forte no sentido de tornar a avaliação mais presente e transversal, já não apenas com incidência na avaliação dos alunos, mas também nas escolas e nos profissionais da educação. Aliás, parece-me que o programa do actual governo, e muitas das orientações que este seguiu, são congruentes com essas pressões exteriores vindas da União Europeia, mas também de organizações como a OCDE e outras. Nunca como hoje, o governo dos números foi tão evidente. Aí estão as estatísticas internacionais, as avaliações comparativas - como as que são levadas a cabo por programas como o PISA -, os relatóriosEducation at a Glance, etc., etc.
O meu colega António Teodoro tem sido um dos investigadores que em Portugal mais tem chamado a atenção para este facto. Aliás, é no contexto da União Europeia que podemos localizar alguns dos impulsos iniciais mais marcantes no que diz respeito a uma dimensão menos estudada, mas, do meu ponto de vista, extremamente importante: a avaliação das próprias políticas de educação e formação. É esta, aliás, a minha actual área de interesse em termos de investigação e reflexão.
Sem pormos de lado a importância e as consequências do que alguns autores já chamaram o “comparativismo globalizador”, que não tem apenas aspectos negativos, há que não esquecer que a avaliação em educação visa sobretudo outras possibilidades, mais democráticas, criativas e emancipatórias. Como tenho repetido noutras ocasiões, as teorias e epistemologias da avaliação têm avançado muito mais em termos de complexidade metodológica e de validade social, ética e cultural do que pode parecer quando olhamos muitas das práticas e das políticas de avaliação. Frequentemente marcadas, aliás, por um revés neopositivista.
A emergência da figura do director de escola ocorre de forma lenta e gradual ao longo de vários anos
Partindo do trabalho que tem feito nesta área, que conclusões pode adiantar?
Vivemos num país onde o Estado avalia as escolas, os professores e os alunos, mas onde nem o Estado nem as políticas públicas são suficientemente avaliados. Neste aspecto, aliás, considero que a integração de Portugal na União Europeia trouxe alguns aspectos positivos porque, de alguma forma, tem induzido a avaliação das políticas, condicionando mesmo, por esse processo, muito financiamentos e programas.
Mas existe entre nós, apesar de tudo, uma forte relutância em avaliar políticas e acções de governação; e, sobretudo, uma grande relutância na adopção clara de sistemas ou modelos democráticos e justos deaccountability (prestação de contas e responsabilização). Deveria ser normal que um governante prestasse contas aos cidadãos, à sociedade civil, aos profissionais, aos pais – e que os cidadãos, os pais e a sociedade civil exigissem a prestação de contas e a responsabilização dos governantes e dos dirigentes que estão à frente de instituições públicas ou que visam o interesse público, sem que nenhuma das partes se excluísse das suas próprias responsabilidades. Afinal, a co-responsabilização é uma dimensão da vida colectiva que visa manter um mundo melhor onde possamos ter uma vida mais decente e digna.
A classe política entende habitualmente que essa prestação de contas deve ser feita apenas em altura de eleições...
Numa democracia representativa, os períodos que antecedem as eleições e as próprias eleições são, sem dúvida, momentos que possibilitam essa prestação de contas. Mas pretender circunscrever toda a questão a esses momentos dá-nos uma visão muito redutora sobre a política, a vida, e a “política da vida”. A exigência da prestação de contas faz parte dos discursos partidários de inspirações e recortes ideológicos muito distintos.
Esta é, por isso, uma questão mais complexa e ampla que não pode ser assumida sem um profundo questionamento dos seus pressupostos, dispositivos e consequências. Por isso, não pode depender de momentos, factos e motivações que têm, muitas vezes, uma dimensão pragmática, incerta e instável, e que se esgotam nas eleições.
Neste sentido, penso que é preciso assumir que a avaliação das políticas pode ser uma forma de integrar a prestação de contas e a responsabilização nos processos de governação. Com a vantagem de, também dessa forma, se assumirem com mais sentido ético os compromissos dos períodos eleitorais. Mas, não esqueçamos que há muitos modelos diferentes de accountability - desde os menos democráticos aos mais democráticos - para os quais precisamos dirigir a nossa disponibilidade de cidadania crítica e capacidade reflexiva.
As políticas educativas seguiram ao longo da última década, portanto, um rumo bastante diferente daquele que era preconizado nos anos 80 e 90?
Acho que houve uma maior clarificação em relação a certos caminhos. Se pensarmos, por exemplo, nas últimas alterações ao modelo de gestão das escolas públicas, podemos constatar que a emergência da figura do director de escola ocorre de forma lenta e gradual ao longo de vários anos. Possivelmente, a transição que os sectores mais conservadores e neoliberais realizaram noutros países não teve terreno tão propício, na mesma altura, para uma mudança idêntica em Portugal. Hoje, pelo contrário, uma gestão voltada para processos de eficiência, avaliação e controlo, inspirada na “visão” da chamada nova gestão pública (“new public management”), e que alastrou a partir de países centrais, acabou por ser adoptada, também entre nós, pelo Estado e pela administração pública.
Neste contexto, os dispositivos de prestação de contas hierárquico-burocráticos ou “managerialistas” têm muito pouco a ver com uma democracia crítica e participativa. Aliás, corremos o risco de termos algumas escolas transformadas em panópticos de instrução altamente desmotivadores para estudantes e professores. E isto é ainda mais grave se tivermos presente que, de há uns anos a esta parte, tem vindo a esboçar-se um fosso entre democratização e meritocratização/selectividade.
Criou-se a ideia, por exemplo, de que o ensino básico, porque universal e obrigatório, era um mal necessário decorrente das políticas de democratização, e que, por isso, teriam de ser os níveis educativos subsequentes, como o secundário, a assumir a função de “pôr ordem” no sistema e reintroduzir padrões meritocráticos e de maior selectividade. Este movimento reorganizativo acentuou-se por causa da massificação do ensino secundário e do aumento do desemprego dos jovens, conduzindo a uma crescente pressão, por parte da classe média no sentido de se adoptarem estratégias mais explícitas de preservação dos seus interesses e expectativas.
Neste sentido, a introdução de mecanismos de maior selectividade, como é o caso dos exames externos, pretende contribuir, entre outros aspectos, para fazer a gestão da crise da escola e das diversidades nela presentes. E esta maior selectividade e pressão para a produção de resultados mensuráveis não é, de todo, compatível com qualquer modelo de gestão.
Voltando ao tema da nossa entrevista e a uma questão que frequentemente se coloca neste debate: avaliar implica necessariamente classificar? Qual é a sua opinião?
Uma acção não é necessariamente consequência da outra. A avaliação tem uma dimensão muito mais ampla do que a classificação. Esta última poderá, eventualmente, ser uma das consequências da avaliação – uma consequência estática. Mas a avaliação é dinâmica, procura ajudar a promover, a mudar e a melhorar os nossos percursos e projectos, para termos uma consciência crítica dos processos, das organizações, das pessoas, das interacções. A avaliação é um universo maior, é um campo denso da prática social, de pesquisa e de investigação empírica e teórica, sendo, também, um campo de decisão política e educacional.
De uma forma generalista, que principais questões enformam hoje os sistemas de avaliação?
Há pelo menos duas questões a ter em conta. Antes de mais, a que diz respeito à forma como são utilizados os sistemas de avaliação pelos poderes constituídos e governos dos diferentes países, ou seja, como se assume a avaliação enquanto instrumento ou estratégia, quer de controlo, quer de gestão, quer de apoio à decisão. Por outro lado, temos a questão que diz respeito à forma como a avaliação é encarada enquanto ferramenta ao serviço da capacidade de empowerment, de desenvolvimento, de emancipação, de criatividade, de acesso ao conhecimento e de auto-conhecimento.
Ao mesmo tempo, temos de pensar não apenas nas grandes orientações das políticas de avaliação, mas também em tudo aquilo que hoje está disponível em termos de reflexão científica, metodológica e ética em torno da avaliação. Para responder à sua questão, diria que existem actualmente, pelo menos, dois movimentos: um que questiona a agenda em torno das políticas de avaliação - e da avaliação de políticas - e outro que se centra nas epistemologias e teorias da avaliação - ou numa meta-avaliação da avaliação.
Respeito muito aqueles que defendem que a avaliação é, e deve ser, uma disciplina científica, até porque muitos são grandes nomes do pensamento e da investigação em avaliação. Eu prefiro, todavia, falar de um campo, no sentido que lhe atribui Pierre Bourdieu, enquanto espaço atravessado por muitas influências, poderes, paradigmas, contributos…
Estas posições devem ser consideradas como pontos de partida para tentar responder ao que me pergunta – coisa que não poderei fazer por agora.
Não é com instrumentos burocratizantes, pouco credíveis ou impostos que se avalia uma profissão complexa como a docência
Defendia em tempos uma avaliação formativa no contexto de um “projecto de educação emancipatória” que funcionasse como eixo de articulação entre o Estado e a comunidade. Essa “utopia realizável”, como lhe chamava, ainda é possível no actual contexto?
 Sim, perfeitamente, e isso inscreve-se, sobretudo ao nível local, nas perspectivas de resistência contra-hegemónica que há pouco referia. Mas uma avaliação formativa é mais complexa porque exige condições que, infelizmente, estão cada vez mais afastadas do quotidiano das escolas públicas. Pressupõe, por exemplo, uma relação de confiança entre professores e estudantes. Infelizmente, vamo-nos apercebendo que vivemos num sistema em que a desconfiança impera: dos governantes em relação aos governados, do ministério em relação aos professores, dos professores em relação aos alunos, dos pais em relação aos professores; e vice-versa. É uma característica muito marcante na nossa sociedade actual.
E julgo que, neste aspecto, este Governo começou muito mal. Mesmo conferindo o benefício da dúvida sobre as eventuais boas intenções da tutela, as críticas iniciais aumentaram a desconfiança sobre o sistema e sobre os professores. E grande parte do actual sentimento de desmotivação resulta desta desconfiança. Mas há outras condições que são necessárias para fazer uma avaliação formativa enquanto dispositivo de aprendizagem e de realização pessoal: motivação, autonomia e empenho profissionais, direito a ter voz e a ouvir outras vozes, conhecimento para lidar com as diferenças, possibilidade de acompanhar percursos distintos, tempo para fazer registos e planificar caminhos, colaboração sincera dos alunos, dos pais e da comunidade educativa…
Há certamente práticas docentes que estão imbuídas de orientações formativas em termos de avaliação, mas é muito difícil dizer que a avaliação formativa é uma prática normal no quotidiano das nossas escolas. Por isso, trata-se de uma modalidade de avaliação que, para poder ser concretizada com todas as condições pedagógicas, tem que ser assumida num compromisso entre o Estado, os estudantes, os professores e a comunidade.
Irá levar algum tempo a recuperar o sentimento de confiança mútua...
 Claro, e sem essa confiança mútua não é possível pôr em prática uma avaliação formativa séria. Porque ela supõe que os alunos sejam capazes de se expor e falar das suas dificuldades solicitando ajuda; da mesma forma, cada professor, confiando nos alunos, deve ser capaz de compreender o que está em causa e criar condições para proporcionar essa ajuda e acompanhamento. A avaliação formativa precisa de mais tempo para ser preparada, quer em casa, quer na escola. Defender a avaliação formativa é, de alguma forma, abalar o sistema tal como está actualmente estruturado. Ora, essa mudança não parece compatível com a racionalidade dominante, nem com o predomínio de outras formas de avaliação, a que já aludi nesta entrevista.
 É possível um sistema de avaliação aferir objectivamente a qualidade do desempenho de um professor?
 Em avaliação, a objectividade é sempre a objectividade possível. Se a função docente é, em si mesma, complexa, os instrumentos de avaliação têm de corresponder a essa complexidade. E quando digo intrumentos complexos não pretendo dizer complicados, mas sim dispositivos de avaliação que consigam dar conta da amplitude das tarefas e das suas especificidades. Não é com instrumentos burocratizantes, pouco credíveis ou impostos que se avalia uma profissão complexa como a docência. Há, felizmente, muitos modelos testados e conhecidos sobre a avaliação do desempenho docente noutros países. Mas é necessário mais tempo para chegarmos a um modelo que seja consistente e consensual porque os professores querem, e precisam, de ser avaliados, mas de uma forma que os dignifique como pessoas e como educadores.
A este propósito, temos que pensar por que razão a experiência recente de decidir um modelo de avaliação do desempenho docente não correu bem entre nós. Talvez possamos aproveitar o balanço crítico dessa experiência para repensar muitas coisas. Já há muito tempo se sabia que indexar ou condicionar, ainda que fosse apenas em parte, a avaliação dos professores aos resultados escolares dos alunos seria uma decisão problemática e injusta.
Há alguns anos escrevi a este propósito, dizendo nomeadamente que seria uma das coisas mais nefastas que poderiam acontecer. Aqui, como noutras coisas, não aproveitámos as boas experiências. Se é verdade que a acção de um professor pode ser decisiva para o sucesso escolar de um determinado aluno, ou mesmo de uma turma, também sabemos que o sucesso é um fenómeno multifactorial que não se resume à competência profissional dos professores. Este aspecto acabou por ser provisoriamente deixado de lado, mas não sabemos como será resolvido.
Eu defendo que a questão crucial é saber se consideramos ou não os professores como profissionais, e o que é que isso pode significar exactamente numa época de mudanças educacionais e sociais profundas, não apenas em relação aos dispositivos de regulação como também em relação ao que podem ou devem ser as missões e objectivos essenciais da educação. Sem criar consensos em torno destes pressupostos é difícil decidir que modelo de avaliação deve ser proposto para e com os professores.

Entrevista conduzida por Ricardo Jorge Costa
Almerindo Janela Afonso + Ricardo Jorge Costa
P.E. N.º 185, série II

domingo, 3 de janeiro de 2010

Formação


Em 2009/10, o GAVE, enquanto entidade formadora acreditada pelo Conselho Científico-Pedagógico da Formação Contínua, promove acções de formação para supervisores da classificação das Provas de Aferição e dos Exames Nacionais, classificadores de História B, professores-examinadores das Provas de Expressão Oral - Língua Estrangeira e formadores em avaliação educacional.
Supervisores da Classificação - Provas de Aferição e Exames Nacionais
A supervisão da classificação tem como principal objectivo aumentar a fiabilidade da classificação das Provas de Aferição e dos Exames Nacionais, promovendo padrões de qualidade na avaliação educacional, uma vez que se pretende garantir uma aplicação rigorosa dos critérios de classificação definidos.
Em 2010, são objecto de supervisão: a classificação das Provas de Aferição dos 1.º e 2.º Ciclos do Ensino Básico (Língua Portuguesa e Matemática), dos Exames Nacionais do 3.º Ciclo do Ensino Básico (Língua Portuguesa e Matemática) e dos Exames Nacionais de Nível Secundário das disciplinas de Português, Matemática A e B, Biologia e Geologia, Física e Química A e História A.

Supervisores - mais informação 
Documentação para a candidatura à formação de supervisores da classificação - 2009/10 
Dispensa para formação - Despacho da Senhora Ministra da Educação 
Estatísticas relativas ao programa de formação de supervisores


Formação de Classificadores de História B
Considerando a importância da classificação das provas de avaliação externa das aprendizagens em condições de fiabilidade e a necessidade de reflexão sobre programas e práticas de avaliação, o GAVE promove a realização de uma acção de formação para classificadores de História B. A convergência destas duas vertentes - desenvolvimento do programa e avaliação - visa a introdução de um maior rigor nas classificações do exame da disciplina.
Esta acção de formação, que terá a duração de 28 horas presenciais (1,1 créditos), terá lugar em Lisboa, nas instalações do GAVE, entre os dias 20 e 23 de Janeiro, no seguinte horário: das 9.00 às 13.00 e das 14.30 às 17.30 horas.
Perfil do candidato à formação:
  • Professores do Quadro de Escola ou QZP;
  • Experiência de leccionação do programa;
  • Experiência como classificador.
Os candidatos a esta acção de formação (um por agrupamento de exames) devem remeter ao GAVE a ficha de pré-inscrição (preenchida e assinada pelo Director/a da sua Escola) e um CV síntese relativo aos últimos cinco anos de actividade profissional.
Dispensa para formação - Despacho da Senhora Ministra da Educação

Avaliação da Expressão Oral no Ensino Secundário - Línguas Estrangeiras
O GAVE tem vindo a desenvolver, nos últimos anos, um projecto experimental de avaliação da expressão oral em línguas estrangeiras, no âmbito do qual têm sido criados e experimentados, com a colaboração de professores em escolas do ensino secundário, instrumentos de avaliação estandardizada. O Quadro Europeu Comum de Referência para as Línguas constitui um dos principais documentos orientadores, nomeadamente no que respeita à elaboração de categorias e descritores de nível de desempenho.
O reconhecimento da importância da oralidade no processo de ensino-aprendizagem encontra-se bem evidenciado na instituição, no âmbito dos Cursos Científico-humanísticos, de momentos formais de avaliação da componente da oralidade nas disciplinas de línguas estrangeiras, correspondente a um peso de 30% (Portaria n.º1322/2007, de 4 de Outubro), para além da obrigatoriedade de realização de uma prova oral de equivalência à frequência nas línguas estrangeiras.
No âmbito deste projecto, o GAVE irá promover, no ano lectivo de 2009/10, dois cursos de formação.
Mais informação sobre este projecto:
  • Disciplinas: Francês e Espanhol - para professores que frequentam, pela primeira vez esta acção de formação
  • Duração: 25 horas
  • N.º de créditos: 1 
Dispensa para formação: Despacho da Senhora Ministra da Educação
Formação de Professores-Examinadores [ficha de pré-inscrição] [minuta de contrato]

sábado, 2 de janeiro de 2010

Projecto Por uma Cidadania Global


O Instituto de Estudos Estratégicos e Internacionais lançou, com o apoio do Instituto Português de Apoio ao Desenvolvimento, o projecto Atua! Por uma Cidadania Global. O projecto dirige-se a estudantes do ensino secundário e profissional, entre os 15 e os 18 anos, e deverá envolver cerca de 1500 estudantes, de todos os distritos do país, na discussão sobre questões da actualidade internacional e do desenvolvimento, preparando, assim, futuros cidadãos interventivos, conscientes da sua capacidade de acção e do papel da sociedade civil na resolução de problemas globais.



As actividades incluem a realização de 20 ateliers em escolas secundárias e profissionais (abrangendo todos os distritos do país) e de um Encontro Nacional de jovens “Por uma Cidadania Global”. Partindo dos Objectivos de Desenvolvimento do Milénio, as questões em debate deverão abranger temas que, cada vez mais, se colocam como desafios globais, mas que têm implicações muito directas a nível local e cujas soluções podem partir das comunidades escolares. Paz e Democracia, Desenvolvimento e Cooperação Internacional, Migrações Internacionais, são algumas das temáticas em discussão.



Além da organização dos Ateliers em escolas de todos os distritos do país, o projecto aposta numa plataforma de informação e discussão online. O website www.atua.com.pt é um portal informativo, onde os utilizadores – incluindo os professores – podem aceder a informação essencial sobre cada um dos temas em discussão, manter-se actualizados relativamente ao que se passa no mundo e descobrir como intervir.

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010

Dispensa de serviço para formação - 2009/2010


Dispensa de serviço para formação - 2009/2010

Publicação de despachos da Senhora Ministra da Educação que concedem dispensa de serviço para formação - 2009/2010
Foi concedida dispensa de serviço para formação de supervisores de classificação e classificadores, para formação de professores examinadores de expressão oral e para formação de formadores em avaliação educativa.

Formação de Supervisores de classificação e Classificadores [pdf]

Formação de Examinadores em avaliação de expressão oral [pdf]

Formação de formadores em avaliação educativa [pdf]

quarta-feira, 30 de dezembro de 2009

Sindicatos e Ministério da Educação falham acordo


À saída de mais uma reunião de negociação com o Ministério da Educação sobre a revisão do estatuto e da avaliação docente (e que deveria ter sido a última), o secretário-geral da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), Mário Nogueira, disse aos jornalistas que na quinta-feira da próxima semana, dia 7, haverá nova ronda negocial e que a tutela se comprometeu a enviar aos sindicatos uma nova proposta de acordo.

A Federação Nacional dos Professores (Fenprof) divulgou hoje uma lista com 30 pontos que considera necessários para chegar a um acordo com o Ministério da Educação sobre a revisão da carreira e da avaliação docente.

Para a Fenprof, a última proposta do ministério sintetiza, de uma forma geral, documentos já conhecidos, ignorando propostas formuladas pelos sindicatos que representa. Exemplos citados são a abolição da prova de ingresso na profissão, das quotas na avaliação para as melhores classificações e a consideração de todo o tempo de serviço.

Público

Fenprof impõe lista de 30 pontos para assinar acordo com o ministério


As propostas, que fez chegar ontem à tutela, são consideradas "fundamentais para existência de um eventual acordo", lê-se no documento divulgado pelo secretariado nacional da estrutura que representa o maior número de professores.

Para a Fenprof, a última proposta do ministério sintetiza, de uma forma geral, documentos já conhecidos, ignorando propostas formuladas pelos sindicatos que representa. Exemplos citados são a abolição da prova de ingresso na profissão, das quotas na avaliação para as melhores classificações e a consideração de todo o tempo de serviço.

A estrutura sindical diz ainda que ficou por esclarecer como se aplicarão as percentagens que limitam o acesso aos 3º, 5º e 7º escalões da carreira docente e se todos os anos abrirão vagas.

No final da reunião de hoje com a tutela - com início marcado para as 15h00 - a Fenprof fará uma declaração pública em que anunciará o resultado da última ronda negocial.

Entretanto, a Federação Nacional de Sindicatos da Educação já anunciou a impossibilidade de chegar a acordo com o texto hoje discutido e a Federação Nacional do Ensino e Investigação também já antecipou que só assinará se houver "uma revolução" até às 18h00, hora em que será recebida no ministério.

Público

Alunos aprendem a respeitar direitos de autor


Os alunos dos 12 aos 18 anos vão ser desafiados a criar uma obra original no âmbito de um concurso nacional que visa sensibilizar os jovens para a importância de respeitar os direitos de autor.

O concurso, designado como o Grande C, foi criado pela Associação para a Gestão de Cópia Privada (AGECOP) e vai abranger todas as escolas do país a partir de 11 de Janeiro, segundo anunciou hoje a directora executiva da AGECOP, Vera Castanheira.

"Inicialmente tínhamos planeado lançar o projecto em 100 escolas mas já conseguimos apoios suficientes para disponibilizar um kit de lançamento em todas as 917 escolas do país, incluindo as regiões autónomas", garantiu.

Segundo explicou a directora, o Grande C visa desafiar os alunos do Ensino Secundário e do terceiro ciclo para que criem uma obra original em qualquer área à sua escolha, desde a música, ao cinema, à escrita, ao jornalismo ou ao design.

"O que está em causa é a originalidade e a protecção do trabalho", refere o site do projecto, criado para o concurso (www.grandec.org).

"O Grande C pretende esclarecer o público e em especial os jovens, convidando-os a fazer parte de um projecto em que eles próprios serão os criadores de obras protegidas, permitindo analisar o outro lado da obra, o do seu processo de criação", explica.

Os trabalhos podem ser criados individualmente ou em colaboração e concorrer a uma ou mais categorias. Entre as categorias disponíveis contam-se Música (instrumental ou canção), Letra, Design de Capa (CD/disco, DVD, livro, jogo ou revista), Vídeo (videoclip, vídeo-reportagem e curtíssima-metragem); Plano de promoção on-line (música, filme, livro ou revista), Escrita Criativa (ficção, científico, poesia ou teatro) e Media (generalista, desporto, moda, artes, viagens).

A inscrição dos alunos poderá ser feita até 5 de Março, sendo os prémios atribuídos a 18 de Junho, um dia depois do final do
ano lectivo.

"Esperamos fazer uma grande festa e, depois, durante o Verão será promovida a obra vencedora", explicou Vera Castanheira, adiantando que a obra premiada será publicada e divulgada pelos parceiros da iniciativa.

O projecto conta com o apoio de entidades como o Ministério da Educação e o Ministério da Cultura, da comissão europeia para os Assuntos dos Consumidores, da Associação de Editores e Livreiros (APEL), da Associação Portuguesa de Imprensa (API) e da Sociedade Portuguesa de Autores, SPA.


Lusa

terça-feira, 29 de dezembro de 2009

Legislação

Publicado em Diário da República


― Despacho n.º 26802/2009. D.R. n.º 240, Série II de 2009-12-14daPresidência do Conselho de Ministros e Ministério da Educação
Nomeia a licenciada Maria Luísa Ferreira de Araújo para exercer o cargo de directora-geral do Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação, do Ministério da Educação.
 
― Despacho n.º 26803/2009. D.R. n.º 240, Série II de 2009-12-14daPresidência do Conselho de Ministros e Ministério da Educação
Nomeia o licenciado Mário Agostinho Alves Pereira para exercer o cargo de director-geral dos Recursos Humanos da Educação, do Ministério da Educação.
 
― Despacho n.º 26804/2009. D.R. n.º 240, Série II de 2009-12-14daPresidência do Conselho de Ministros e Ministério da Educação
Nomeia a mestre Maria Alexandra Castanheira Rufino Marques para exercer o cargo de directora-geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular, do Ministério da Educação.
 
― Despacho n.º 26805/2009. D.R. n.º 240, Série II de 2009-12-14daPresidência do Conselho de Ministros e Ministério da Educação
Nomeia o Prof. Doutor Jorge Adelino Rodrigues da Costa para exercer o cargo de presidente do conselho científico para a avaliação de professores, do Ministério da Educação.
 
Recomenda que, no âmbito do processo negocial em curso e no prazo de 30 dias, seja revogada a divisão da carreira docente nas categorias hierarquizadas de «Professor» e «Professor titular» e seja concretizado um novo regime de avaliação do desempenho dos docentes.
 
― Despacho (extracto) n.º 27218/2009. D.R. n.º 244, Série II de 2009-12-18dos Ministérios do Trabalho e da Solidariedade Social e da Educação ― Agência Nacional para a Qualificação, I. P.
Extinção do Centro Novas Oportunidades promovido pela Escola Superior de Educação da Universidade do Algarve e criação do Centro Novas Oportunidades a promover pela Escola Secundária Padre António Martins de Oliveira.
 
― Despacho n.º 27220/2009. D.R. n.º 244, Série II de 2009-12-18, doMinistério da Educação ― Gabinete da Ministra
Alteração ao despacho n.º 7345/2009, de 3 de Março, publicado no Diário da República, 2.ª série, n.º 49, de 11 de Março de 2009 - Prémio Nacional de Professores.


Para publicação em Diário da República

― Despacho dos Gabinetes dos Secretários de Estado das Comunidades Portuguesas e da Educação
Aprova a rede oficial de cursos do ensino português da República da África do Sul, Namíbia e Suazilândia para o ano escolar de 2010.


Informações Gerais
 
― Comissão Europeia aprova revisão do POPH
Com o objectivo de reforçar a capacidade de resposta à crise a Comissão Directiva do POPH (Programa Operacional Potencial Humano) propôs a revisão do Programa.
Para mais informações: www.poph.qren.pt
 
― Newsletter do POPH
Já se encontra disponível a 3.ª Newsletter do POPH (Programa Operacional Potencial Humano) que reporta as principais actividades recentes do Programa.
Para mais informações: www.poph.qren.pt
 
― Concurso de Ideias do Prémio da Fundação Ilídio Pinho ― Ciência na Escola (8.ª Edição)
O Prémio da Fundação Idílio Pinho 'Ciência na Escola' resulta de um protocolo assinado com o Ministério da Educação como forma de sensibilizar e estimular os jovens estudantes para a importância da cultura científica no desenvolvimento e na valorização humana.
Para mais informações: www.drealentejo.pt/
 
― Supervisores da Classificação de Provas de Aferição e Exames Nacionais
O Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE) promove, em 2010, acções de formação para supervisores da classificação das Provas de Aferição e dos Exames Nacionais, classificadores de História B, professores-examinadores das Provas de Expressão Oral - Língua Estrangeira e formadores em avaliação educacional.
Para mais informações: http://www.gave.min-edu.pt/np3/formacao
 
― Candidatura RBE 2010
Com o objectivo de apoiar e integrar novas escolas, agrupamentos e outras instituições de ensino, é lançada a Candidatura RBE 2010, que decorrerá de 15 de Dezembro a 5 de Fevereiro.
Para mais informações: http://www.rbe.min-edu.pt/np4/681.html
 
― Centro de Artes Visuais - Visitas Guiadas
Serão realizadas visitas guiadas para grupos escolares às exposições, mediante uma inscrição prévia. A entrada é gratuita.
Para mais informações: www.drec.min-edu.pt/
 
― Escolas do Alentejo premiadas no âmbito dos Projectos eTwinning
O Serviço Nacional de Apoio da Holanda distinguiu os melhores projectos eTwinning com escolas holandesas.
Para mais informações: www.drealentejo.pt/
 
 

segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

Ensino da Matemática e outras Ciências













GAVE disponibiliza séries de problemas de Matemática A para o 10. º ano

O Gabinete de Avaliação Educacional (GAVE) apresenta séries de problemas de Matemática A, destinados aos estudantes do 10. º ano de escolaridade, com uma periodicidade mensal.

Com estes problemas, o GAVE pretende proporcionar aos alunos instrumentos de trabalho que permitam promover uma auto-regulação das suas aprendizagens.

No sentido de contribuir para elevar o nível de desempenho dos estudantes, o GAVE procura incentivar uma resolução de itens com um grau de dificuldade médio / elevado.

Com esse intuito, o GAVE disponibiliza, a título experimental, um conjunto de itens na sua página electrónica, acessível ao público em geral, desde Outubro de 2009 até Abril de 2010.

Os itens de grau de dificuldade mais elevado, a incluir nos dois testes intermédios que irão se realizar em Janeiro e em Maio do corrente ano lectivo, poderão ser adaptações dos itens disponibilizados nos três meses anteriores à realização de cada um dos testes.

Para mais informações, consultar:


Série de Problemas 1 - Outubro de 2009     Problemas  --  Soluções

Série de Problemas 2 - Novembro 2009       Problemas  --  Soluções


           
                                                                         
A página do GAVE






                                         
Banco de Itens

Relembramos o Banco de itens, iniciado pela publicação de itens da disciplina de matemática dos vários anos de escolaridade, incluindo todos os itens do Projecto 1000 Itens da matemática do 9 º ano.
O banco conta agora com Português e Matemática do 1 º e 2 º ciclo Matemática do 3 º ciclo, Biologia, Geologia, Biologia e Geologia, Física, Química, Física e Química, Economia, Geografia e Matemática, claro.

Na área reservada aos professores é possível a criação, com base nos itens disponíveis, de trabalhos para casa, fichas para aulas de substituição, entre outros. O professor pode ainda sugerir itens da sua autoria para posterior publicação no Banco de Itens.
  • O item tem de ser da autoria do professor que o sugere ;
  • O professor que sugere  o novo item tem de estar identificado devidamente;
  • O conteúdo do item tem de estar de acordo com os programas em vigor;
  • O item deve estar devidamente caracterizado, indicando conteúdos e capacidades;
  • O item, se aprovado, será publicado com menção ao autor do mesmo.

                              »» Banco de Itens««

domingo, 27 de dezembro de 2009

OCDE assinala carências de educação em Portugal


Estudo aponta Portugal como um dos países com piores resultados de educação na população activa, comparáveis com os dos países considerados mais atrasados, situados fora da Europa.

O estudo do Conselho Nacional de Educação, a que a agência Lusa teve acesso, analisa dados do Programa de Avaliação Internacional de Estudantes, patrocinado pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE).

No que toca às habilitações literárias das pessoas entre 25 e 64 anos, em 2005, o 9.º ano era o máximo a que tinham chegado três quartos das pessoas, o que coloca Portugal no grupo dos países mais atrasados, como México, Brasil ou Turquia.

Comparando com outros países europeus, Portugal fica muito atrás: na Dinamarca, por exemplo, apenas um por cento da população activa tinha em 2005 habilitações abaixo do 6.º ano (em Portugal, o número atinge 59%), enquanto 50% concluiu o Ensino Secundário (em Portugal, não passa dos 13%).

"As habilitações portuguesas ao nível dos seus parceiros da OCDE só são comparáveis com países que se situam fora da Europa", refere o relatório, acrescentando que entre 1960 e 2005 é "pelo menos decepcionante" o ritmo a que aumentou a taxa de escolarização da população.

No meio de um quadro geral muito negativo da evolução da educação no século XX, Portugal pode ainda ter alguma esperança, indica o relatório, que olha para os "resultados nos testes escolares a Ciências, Matemática e Leitura dos filhos da mão-de-obra activa portuguesa" para dizer que "estão a caminhar mais depressa do que a média da OCDE".

"Pode estar a emergir perante os nossos olhos um padrão de crescimento convergente", refere-se nas conclusões do relatório, que destaca a importância de prudência na comparação de estatísticas mas aponta como factores positivos a "ajuda dos professores e os investimentos feitos na educação de forma sustentada desde o início da década de noventa".

Numa comparação entre os resultados dos alunos de vários países da OCDE em testes de Ciências, Matemática e Leitura realizados em 2006, Portugal, embora não esteja nos lugares cimeiros (ocupados por países como a Finlândia, Coreia do Sul ou Canadá), já se aproxima mais de países europeus como a Itália ou Luxemburgo.

Olhando para a prática de outros países, os responsáveis pelo relatório indicam que as políticas educacionais seguidas professam quase todas a importância dos primeiros anos de escolaridade e destacam que o ciclo da educação primária é, em países como o Reino Unido, Irlanda ou Japão, de seis anos, com um único professor generalista.

Na definição de currículos escolares, as práticas de outros países analisados centram-se na "definição de metas de aprendizagem e o destaque dos tópicos mais importantes no sentido de evitar abordagens superficiais".

Um aspecto que o relatório identifica como carecendo de estudo é a retenção dos alunos no mesmo ano, da qual "Portugal apresenta ainda níveis demasiado elevados comparativamente com outros países desenvolvidos", reportando-se a dados dos anos 2000, 2003 e 2006.

"Comparativamente com Espanha, Irlanda e Japão, Portugal é o país onde existe maior proporção de alunos que ficaram retidos no mesmo ano de escolaridade mais do que uma vez", frisa o relatório.



LUSA

sábado, 26 de dezembro de 2009

Acordo Ortográfico adiado nas escolas


A ministra da Educação, Isabel Alçada, anunciou que o novo acordo ortográfico não será aplicado nas escolas no próximo ano.

“Temos trabalho a fazer com diversos parceiros para estabelecer como será introduzido o acordo ortográfico nas escolas”, destacou a ministra durante o seminário sobre ‘O impacto das avaliações internacionais nos sistemas educativos’.

Isabel Alçada salientou ainda que os estudos internacionais sobre o ensino são fundamentais para, através do conhecimento e da comparação com o que se faz noutros países, melhorar o desempenho escolar e aumentar as competências dos portugueses.

Ao estabelecer a comparação entre os resultados obtidos pelos alunos dos vários países, os estudos internacionais permitem clarificar a situação de Portugal face aos seus parceiros e, a partir daí, criar um padrão que permita apreciar se o sistema educativo nacional está a ser desenvolvido de forma correcta, explicou a ministra.

'Nós precisamos é de uma evolução positiva. Quando nos encerramos em nós mesmos e só analisamos o que se passa no interior do país, não ganhamos a distância necessária, que estes estudos nos dão, para avaliar melhor a nossa situação', considerou, acrescentando que o que importa é perceber quais os problemas mais prementes de Portugal, pois o País necessita de políticas estruturantes para manter os alunos na escola, para melhorar a sua aprendizagem, no sentido de aumentar as competências.

Este prolongamento do tempo que os alunos se mantêm na escola aplica-se não apenas aos jovens, mas também aos adultos, realçou Isabel Alçada, referindo o programa Novas Oportunidades, que assegura estar a ser 'alvo de muita observação exterior'.

'Há pedidos de apoio de países estrangeiros para lançar programas como este nos países respectivos', sublinhou.

O Ministério da Educação está a desenvolver um trabalho que consiste em estabelecer qual a meta de aprendizagem que os alunos devem atingir em cada ciclo e ano de escolaridade para se considerar que obtiveram competências básicas naquele ano, de forma a que os professores tenham as ferramentas necessárias para estabelecerem metas de avaliação mais precisas.

L.M.N. com Lusa



Docentes pedem à ministra para não cortar a sua disciplina

Na segunda-feira, a ministra da Educação, Isabel Alçada, anunciou que o 3.º ciclo do ensino básico terá um novo currículo, já a partir do próximo ano lectivo. A carga horária é para manter, logo, a tutela tenciona mexer no número de disciplinas. O objectivo, precisou Alçada, é que os alunos tenham "mais tempo" para trabalhar cada disciplina. Haverá "menos dispersão", acrescentou.

A semana passada, no Conselho Nacional de Educação, a ministra avançou alguns pormenores: além das competências básicas na área da leitura, escrita, Matemática e Ciências, também as Tecnologias de Informação e Comunicação são consideradas essenciais.

Se, no 1.º ciclo, os alunos têm quatro áreas obrigatórias, quando chegam ao 3.º ciclo estas disparam para mais do triplo, com 14 disciplinas, que podem ser 15 com Educação Moral e Religiosa (facultativa). No secundário, nos cursos gerais, as disciplinas diminuem para quatro de formação geral e cinco de formação específica.

Com a pressão que existe sobre a Matemática e a Língua Portuguesa, "o que é natural é que se aumentasse a carga horária" destas duas disciplinas, defendem Arsélio Martins, presidente da Associação de Professores de Matemática (APM), e Paulo Feytor Pinto, presidente da Associação de Professores de Português (APP). Se, por cá, os alunos têm dois blocos de 90 minutos semanais para cada uma das disciplinas, há países onde têm o dobro, aponta Arsélio Martins. "São esses que "competem" connosco nos estudos internacionais da OCDE", lembra Feytor Pinto.

Também os professores de Educação Física defendem que, em vez de duas horas semanais, os alunos deviam ter uma hora diária de actividade física. Para isso, vão pedir uma audiência a Isabel Alçada para "garantir, pelo menos, quatro tempos semanais", informa Marcos Onofre, do Conselho Nacional das Associações de Profissionais e Professores de Educação Física. "É o mínimo previsto pelas normas internacionais e é fundamental nestes escalões etários por causa da obesidade e outros problemas de saúde", justifica.

As línguas vivas vão perdendo terreno na organização curricular, lamenta Cristina Avelino, da Associação Portuguesa de Professores de Francês. Em conjunto, as duas línguas estrangeiras têm três blocos no 7.º ano, que são reduzidos em 45 minutos nos 8.º e 9.º anos. "Não sei onde é que se pode cortar, talvez nas transversais [áreas curriculares não-disciplinares]", sugere. Contudo, estas são importantes, sobretudo para os alunos que não têm apoios em casa ou fora da escola, acrescenta.

"É infame que só tenhamos hora e meia de aula por semana", reclama Alberto Gaspar, da Associação Portuguesa de Professores de Inglês, para quem as áreas não-disciplinares devem ser "abolidas" porque os seus conteúdos podem ser trabalhados em todas as outras. O que é preciso, sugere, é formação para que os professores saibam trabalhar essas áreas.

Para Augusto Barroso, da Sociedade Portuguesa de Física, os "cortes não devem ser feitos no essencial, mas no acessório". Estudo Acompanhado e Introdução às Tecnologias de Informação e Comunicação podem desaparecer, na opinião de Emília Sande Lemos, presidente da Associação de Professores de Geografia. Quanto a Área Projecto, pode ser leccionada só no 9.º ano, porque é importante para preparar os alunos para o mercado de trabalho. Sobre a Geografia, considera que esta não deve estar ligada à História, como acontece no 2.º ciclo, mas não a "escandaliza" que seja semestral.

Os presidentes da APM e da APP denunciam que muitas escolas usam as horas de Estudo Acompanhado para dar matéria de Matemática e Língua Portuguesa. No próximo ano há novos programas para as duas disciplinas e estes foram pensados para a actual carga horária, alertam os dois responsáveis. "Não sei se em nove meses vai ser possível fazer uma nova organização curricular", diz Feytor Pinto. É preciso ouvir os professores, pedem.

C.Manhã

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

Legislação

Publicado em Diário da República

― Deliberação n.º 3258/2009. D.R. n.º 236, Série II de 2009-12-07, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior ― Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior
Elenco de provas de ingresso para a candidatura de 2012-2013.
 
― Deliberação n.º 3259/2009. D.R. n.º 236, Série II de 2009-12-07, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior ― Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior
Altera o anexo i da deliberação da Comissão Nacional de Acesso ao Ensino Superior n.º 1704/2009, de 18 de Junho.
 
― Despacho n.º 26721-A/2009. D.R. n.º 238, Suplemento, Série II de 2009-12-10, do Ministério das Finanças e da Administração Pública ― Gabinete do Ministro
Quadro de avaliação e responsabilização (QUAR).
 
― Decreto-Lei n.º 321/2009. D.R. n.º 239, Série I de 2009-12-11, da Presidência do Conselho de Ministros
Aprova a Lei Orgânica do XVIII Governo Constitucional.


Informações Gerais

― Esmiuçar Copenhaga
“Esmiuçar Copenhaga” é uma iniciativa lançada pela APA (Agência Portuguesa do Ambiente) que tem como objectivo desencadear o debate e a reflexão critica acerca da Cimeira de Copenhaga, colocando depois essa informação sob a forma de um videoclip.     
Para mais informações: www.drec.min-edu.pt/
 
― Proposta didáctica 'Conectando Mundos' edição de 2009-2010
Conectando Mundos é uma proposta didáctica de Educação para a Cidadania Global desenvolvida por quatro Organizações Não Governamentais europeias: Ucodep (Itália), Intermón Oxfam (Espanha), Inizjamed (Malta) e CIDAC (Portugal).
Para mais informações: www.dgidc.min-edu.pt/
 
― Lançamento do site 'Ser Trabalhador na Administração Pública'
A Direcção-Geral da Administração e do Emprego Público (DGAEP) através do espaço 'Ser Trabalhador na Administração Pública' pretende disponibilizar de forma concisa, pragmática e de carácter marcadamente utilitário, informação sobre os vários regimes jurídicos que enquadram o emprego público.
Para mais informações: http://www.dgaep.gov.pt/stap
 
― Novo sitio do Plano Tecnológico da Educacao (PTE)
O novo sítio do PTE disponibiliza informação e documentação sobre todos os projectos do Plano, a par de conteúdos, de notícias, de agenda e de espaço de opinião sobre o PTE e sobre a modernização tecnológica da educação em Portugal e no mundo.
Para mais informações: http://www.pte.gov.pt
 
― JRA – Jovens Reporteres para o Ambiente
Três escolas da Região Centro apresentaram 5 trabalhos vencedores (em Inglês e Português) ao Concurso Nacional JRA 2008/09.
Para mais informações: www.drec.min-edu.pt/
 
― Programa ECO-ESCOLAS
Implementado em Portugal desde o ano lectivo 1996/97 o Programa Eco-Escolas é coordenado a nível internacional pela Foundation for Environmental Education (FEE) e a nível nacional pela ABAE – Associação Bandeira Azul.
Para mais informações: www.drel.min-edu.pt/
 
― Programa CUIDA-TE (Abertura de candidaturas)
No âmbito do Programa Cuida-te (Portaria n.º 655/2008, de 25 de Julho) - Programa de Promoção de Estilos de Vida Saudáveis, encontram-se abertas as candidaturas de 1 e 31 de Dezembro de 2009.
Para mais informações: www.drealentejo.pt/
 
― TI 1.5 – Alargamento de prazo
Foi alargado, até ao dia 4 de Janeiro de 2010, o prazo para apresentação de candidaturas ao POPH, no âmbito da Tipologia de Intervenção 1.5 - Reequipamento dos Estabelecimentos de Ensino.
Para mais informações: www.poph.qren.pt

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

Terceiro ciclo do ensino básico vai ter menos disciplinas - A partir do próximo ano, vai existir menos dispersão nas escolas

"Se perguntarem aos alunos quantas cadeiras têm, muitos deles não saberão responder. E os pais também não", lembrou a ministra durante a sua primeira audição na Comissão de Educação da Assembleia da República. No conjunto, o que se tem proposto em termos de aprendizagens "não é, muitas vezes, compreendido por quem está nas escolas", frisou, defendendo que é necessário reanalisar a "articulação curricular" entre disciplinas, "tornar os programas mais claros" e adoptar instrumentos de avaliação que permitam aferir o "progresso das escolas, das turmas, de cada aluno". Para esta reforma será essencial o estabelecimento de metas de aprendizagem por ano, que sejam tidas como exequíveis pelos alunos, disse.

Sobre as negociações em curso com os sindicatos, e respondendo a perguntas dos deputados, a ministra da Educação insistiu que as boas classificações serão mesmo sujeitas a quotas e que a progressão na carreira ficará, em determinados escalões, dependente da abertura anual de vagas. A ministra lembrou que este é o regime em vigor na administração pública. Durante uma sessão que se prolongou por quase quatro horas, Alçada frisou também que, contrariamente ao que se passa noutras profissões, no que respeita aos índices salariais dos professores "não há uma desigualdade muito grande em relação a outros países europeus". "Neste momento de crise, não é defensável em termos de interesse público que uma profissão tenha uma posição de benefício em relação a outras profissões ou carreiras", acrescentou.

Em declarações aos jornalistas, disse, contudo, estar com "bastante esperança" de que seja possível alcançar um acordo - "total ou parcial" - com os sindicatos sobre o novo estatuto da carreira e o modelo avaliação de desempenho. A próxima ronda está marcada para amanhã.

Correio da Manhã

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

Prevenir a indisciplina

É necessário que o professor conheça bem os seus alunos e a si próprio. Precisa de estar consciente da dinâmica das relações interpessoais (aluno-aluno, aluno-professor, professor-aluno) e de estar atento à adequação das actividades que propõe, relativamente à diversidade dos alunos da turma.



Muito se tem falado de indisciplina nas escolas. Será ela um problema dos tempos modernos ou virá já de tempos antigos? Quem não se recorda, independentemente da idade, das partidas que a sua turma gostava de pregar aos professores e daquele colega que volta e meia levava falta disciplinar? Quais são as causas da indisciplina? Como é que ela pode ser prevenida?

Os factores que favorecem a indisciplina são múltiplos:

- algumas características de cada nível etário;

- a falta de interesse pelas matérias leccionadas;

- dificuldade em acompanhar as matérias dadas na aula, por falta de bases ou por dificuldades de aprendizagem;

- excessiva permissividade ou demasiado autoritarismo por parte do professor;

- aulas pouco motivadoras;

- dificuldades de relacionamento professor/alunos ou alunos/alunos;

- salas de aula sem condições;

- turmas demasiado grandes.


Sendo extensa, esta lista não esgota as causas de insucesso escolar da escola recente e da mais antiga. Contudo a todas elas juntam-se agora outras, resultantes da massificação do ensino. O público-alvo da escola é heterogéneo, social e culturalmente. Muitos alunos, oriundos de meios socioculturais desfavorecidos e de zonas rurais, não se identificam com a linguagem da escola. Os graves problemas que existem na sociedade (famílias desagregadas, toxicodependência, etc.) chegam às salas de aula. Não obstante uma tão grande modificação da sua realidade sociocultural, a estrutura da escola não se alterou grandemente.


Como prevenir a indisciplina?

É necessário que o professor conheça bem os seus alunos e a si próprio. Precisa de estar consciente da dinâmica das relações interpessoais (aluno-aluno, aluno-professor, professor-aluno) e de estar atento à adequação das actividades que propõe, relativamente à diversidade dos alunos da turma. A redução do número de alunos por turma e o apetrechamento das salas de aula com material informático e outro impõem-se.

Os professores desempenham novas funções (professor-tutor) e leccionam novas áreas (Área de Projecto e Formação Cívica), nas quais os alunos podem desenvolver competências sociais indispensáveis e realizar projectos motivadores que permitem aprendizagens em contextos menos formais. Surgem novas profissões nas escolas, embora a um ritmo inferior ao desejado. É o caso dos animadores culturais e dos psicólogos. Faz-se sentir muito a necessidade de assistentes sociais. A colaboração das famílias com a escola precisa de ser reforçada.

Os novos desafios que a escola enfrenta não podem ser resolvidos pela exclusão dos sectores mais desfavorecidos da sociedade. É preciso procurar respostas que passam pela criação de melhores condições nas escolas, pela formação inicial e contínua dos professores em áreas como a sociologia, pelo envolvimento das famílias e da comunidade e pelo trabalho de equipas multidisciplinares. Lá diz o ditado: 'Mais vale prevenir que remediar!'.


ARMANDA ZENHAS Mestre em Educação, área de especialização em Formação Psicológica de Professores, pela Universidade do Minho. É licenciada em Línguas e Literaturas Modernas, nas variantes de Estudos Portugueses e Ingleses e de Estudos Ingleses e Alemães, e concluiu o curso do Magistério Primário (Porto). É PQND do 3.º grupo da Escola EB 2,3 de Leça da Palmeira e autora de livros na área da educação. É também mãe de dois filhos.