"Se perguntarem aos alunos quantas cadeiras têm, muitos deles não saberão responder. E os pais também não", lembrou a ministra durante a sua primeira audição na Comissão de Educação da Assembleia da República. No conjunto, o que se tem proposto em termos de aprendizagens "não é, muitas vezes, compreendido por quem está nas escolas", frisou, defendendo que é necessário reanalisar a "articulação curricular" entre disciplinas, "tornar os programas mais claros" e adoptar instrumentos de avaliação que permitam aferir o "progresso das escolas, das turmas, de cada aluno". Para esta reforma será essencial o estabelecimento de metas de aprendizagem por ano, que sejam tidas como exequíveis pelos alunos, disse.
Sobre as negociações em curso com os sindicatos, e respondendo a perguntas dos deputados, a ministra da Educação insistiu que as boas classificações serão mesmo sujeitas a quotas e que a progressão na carreira ficará, em determinados escalões, dependente da abertura anual de vagas. A ministra lembrou que este é o regime em vigor na administração pública. Durante uma sessão que se prolongou por quase quatro horas, Alçada frisou também que, contrariamente ao que se passa noutras profissões, no que respeita aos índices salariais dos professores "não há uma desigualdade muito grande em relação a outros países europeus". "Neste momento de crise, não é defensável em termos de interesse público que uma profissão tenha uma posição de benefício em relação a outras profissões ou carreiras", acrescentou.
Em declarações aos jornalistas, disse, contudo, estar com "bastante esperança" de que seja possível alcançar um acordo - "total ou parcial" - com os sindicatos sobre o novo estatuto da carreira e o modelo avaliação de desempenho. A próxima ronda está marcada para amanhã.
Correio da Manhã
Sem comentários:
Enviar um comentário