sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

Conselho de Escolas entrega propostas de revisão do Ensino Básico até final do ano lectivo


"O Conselho de Escolas conta apresentar algumas propostas em Abril/Maio", disse à agência Lusa o presidente do órgão consultivo do Ministério da Educação, Álvaro Almeida dos Santos.

Este será o tema dominante da reunião de plenário do Conselho, a realizar sexta-feira e na qual é esperada a ministra da Educação, Isabel Alçada, durante parte dos trabalhos.

As questões relativas à avaliação e carreira dos professores deverão também ser abordadas por serem temas directamente relacionados com a escola, mas o Conselho de Escolas "não vai imiscuir-se em nada que seja do âmbito sócio-profissional", matéria que diz respeito às organizações sindicais, disse Álvaro Almeida dos Santos.

"Não será um parecer formal, daremos apenas a nossa opinião", acrescentou. Segundo o presidente deste órgão, a reorganização do Ensino Básico está a ser estudada por um grupo de trabalho e poderá implicar uma redução do número de disciplinas.

Ainda nada está definido, mas de acordo com Álvaro Almeida dos Santos este nível de ensino poderá reorganizar-se em áreas de competências, áreas curriculares com disciplinas ou conjuntos de disciplinas.

"Se temos uma competência histórico-geográfica para desenvolver com os alunos, não precisamos de ter uma disciplina de História e outra de Geografia. Poderão juntar-se", exemplificou.

Álvaro Almeida dos Santos considera também necessária uma nova organização temporal, que pode resultar em alterações no número de horas de cada disciplina.

"Podemos ter um esquema diferente, mas são apenas hipóteses de trabalho", frisou.

"Em vez de termos ´x´ tempos de horas definidas por semana, podemos ter um modelo anual ou semestral para alcançar os objectivos. O importante é ser mais eficaz, proporcionar uma maior qualidade. Os caminhos poderão ser diferentes para lá chegar", avançou.

O importante, sublinhou, é que a nível do Ensino Básico se consigam desenvolver as oito competências-chave definidas pela União Europeia: comunicação na língua materna e em línguas estrangeiras, competência a Matemática e competências básicas em Ciências e Tecnologia, competência em Tecnologia Digital, Aprender a Aprender (ter competências para aprender sempre), competências sociais e cívicas, espírito de iniciativa e empreendedorismo, conscencialização da identidade cultural e a sua expressão.

"Isto é transversal a todo o currículo e é com estas competências que temos de trabalhar ao rever o ensino básico", declarou, indicando que o novo programa que está a ser testado para Língua Portuguesa e Matemática já vai ao encontro destes pressupostos.

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