Cento e vinte crianças da escola de música do Conservatório Nacional encenaram a ópera "Brundibár", representada pela primeira vez no Campo de Concentração de Theresienstadt, em 1944.
A ópera “Brundibár”, criada pelo compositor judeu Hans Krása e com libreto de Adolf Hoffmeister, foi escrita em 1938, mas só seria representada seis anos mais tarde no campo de concentração modelo de Theresienstadt, perante uma comissão da Cruz Vermelha que quis perceber em que condições viviam os judeus nos campos de concentração.
Os nazis restauraram o campo e deram condições mínimas ao espaço para que ficasse uma imagem positiva. A peça seria ainda filmada por uma equipa das SS e foi utilizada numa pelicula de propaganda. Pouco depois, intérpretes e outros participantes no espectáculo foram enviados para o campo de concentração de Auschwitz, onde grande número deles foram mortos.
A ópera conta a história de duas crianças sem pai e com a mãe doente. Para ganharem algum dinheiro decidem cantar no mercado, mas são perseguidas por um vilão – Brundibár – por muitos visto como a encarnação de Hitler. Com a ajuda de um pardal, um gato, um cão e outras crianças conseguem expulsar o vilão e cantar no mercado.
Nesta reportagem assistimos ao ensaio da ópera, que foi a palco no Teatro de São Carlos, e às declarações de Bruno Cochat, encenador e professor do Conservatório, e de Adriano Jordão, administrador do Teatro Nacional de São Carlos.
Sem comentários:
Enviar um comentário