quarta-feira, 17 de dezembro de 2008

PSD não tem modelo próprio

O PSD entregou no Parlamento um projecto de lei que defende a suspensão imediata da avaliação do desempenho dos professores, adopção de uma solução transitória dentro de um mês e aprovação, por parte do Governo, de um novo modelo para 2009/2010, até ao final do ano lectivo.

O maior partido da Oposição não apresenta, contudo, um modelo alternativo ao do Governo – cuja versão simplificada deverá ser hoje aprovada em Conselho de Ministros extraordinário.

A explicação apontada pelo líder parlamentar Paulo Rangel é o facto de pretender "alcançar um consenso parlamentar".

Na única alusão ao conteúdo do futuro modelo, o PSD defende que seja "simples, justo e desburocratizado, no qual todos os agentes educativos se revejam". Rangel assumiu quinta-feira que com esta iniciativa pretendia emendar a mão, depois de as faltas de trinta deputados do PSD terem impedido sexta-feira a aprovação de um projecto do CDS-PP pela suspensão da avaliação.

Rangel acredita que pode obter apoio de "outros deputados do PS". Há uma semana, seis deputados socialistas votaram a favor e uma absteve-se, com o PS a ficar em minoria em termos absolutos – 114 contra 116.

Depois do fracasso das negociações de quinta-feira, os sindicatos iniciaram ontem nas escolas a recolha de assinaturas para o que pretendem que seja o maior abaixo-assinado de sempre. A Fenprof garante ainda que há já 450 escolas/agrupamentos onde a avaliação foi suspensa. Na blogosfera sucedem-se os apelos a medidas radicais, como greve por tempo indeterminado, mas Mário Nogueira disse ao CM que isso seria "um tiro no pé". No plano oposto, um grupo de 13 professores a favor da avaliação foi recebido no Ministério.

Bernardo Esteves

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