quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Mais de 500 casos de gripe A detectados em escolas

'Desde o início do ano lectivo, apenas os estabelecimentos de ensino das regiões do Alentejo, Algarve e da Madeira escaparam ao vírus. É no Norte que há mais casos entre alunos

Mais de 500 alunos foram infectados com gripe A desde que se iniciaram as aulas. Segundo dados que o DN recolheu junto de todas as regiões, serão já cem as escolas públicas e privadas e infantários com registo da doença. A região do País com mais casos é o Norte. Só na semana de 20 a 27 de Setembro foram registadas 328 situações de estudantes, das quais 159 em crianças com menos de 10 anos.
Na região de Lisboa e Vale do Tejo, desde o início do ano lectivo, os delegados de saúde tiveram conhecimento de, pelo menos, 104 situações. A zona com mais infectados é a do Oeste Norte - que inclui Caldas da Rainha, Alcobaça, Peniche, Óbidos Bombarral ou Nazaré -, tendo-se verificado casos de gripe pandémica em 51 alunos de 47 escolas. Destes, só 25% foram confirmados por testes laboratoriais, precisa o delegado local.
Também as escolas da Amadora têm registo de 20 doentes, de nove estabelecimentos de ensino. E o Cacém registou 11 situações, numa dezena de escolas.
Grande parte destes casos estão já resolvidos - ou seja, os alunos já não estão doentes - e não provocaram qualquer surto de gripe. Neste momento, segundo dados da Administração Regional de Saúde de Lisboa, há 42 casos de crianças ainda em quarentena, detectados em 27 estabelecimentos de ensino.
No Centro do País, o delegado regional teve conhecimento de 11 casos em seis escolas. Já no Alentejo e no Algarve não há qualquer caso confirmado da doença em escolas desde o início do ano lectivo, segundo explicaram ao DN os delegados regionais.
Nas regiões autónomas apenas a ilha de S. Miguel, nos Açores, regista casos em escolas. Há 50 alunos infectados com o vírus H1N1, 43 deles na escola da Maia e os restantes noutros dois estabelecimentos de ensino.
Os delegados de saúde das várias localidades têm acompanhado estes casos de perto e aconselhado as escolas sobre os procedimentos a tomar. Nem todas as situações são confirmadas através de testes, tal como acontece para a maioria das situações de gripe A desde meados de Agosto.
Nenhum estabelecimento de ensino foi até agora encerrado no País. Apenas a escola da Lagoa, em S. Miguel, com cinco casos confirmados da doença, suspendeu as aulas de uma das turmas até ao final da semana.
Segundo António Diniz, da Sociedade Portuguesa de Pneumologia, o encerramento de escolas só deve ser feito em situações excepcionais e decidido caso a caso. "Só faz sentido se servir para cortar cadeias de transmissão", explica. "Ou seja, se isso servir para manter as crianças em casa de forma a estas não contagiarem outras. Se a escola fechar, mas as crianças ficarem a brincar na rua, não resolve nada."
Na última semana, foram detectados no País mais 1530 casos de gripe A. O número, ontem divulgado pela Direcção- Geral da Saúde, representa um decréscimo do ritmo de novas infecções, que nas semanas anteriores foram sempre superiores às duas mil.
Ao longo da semana passada, 21 doentes de gripe estiveram internados em hospitais, seis deles em unidades de cuidados intensivos. Contudo, a maioria dos novos casos diagnosticados não registou gravidade, garante a Direcção-Geral da Saúde.
No entanto, foi na última semana que se registaram os primeiros casos de morte entre portugueses infectados. Dois homens, um de 49 anos, internado desde Agosto no Curry Cabral, em Lisboa, e que tinha sido até então saudável e um outro, transplantado renal, que se encontrava em estado grave no Hospital de Santo António, no Porto.

DN

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