domingo, 1 de novembro de 2009

Professor acusado de bater nos alunos


Os encarregados de educação dos alunos de uma turma do 6º ano da escola EB 2,3 Martim de Freitas, em Coimbra, acusam um professor de agredir os alunos, de 10 e 11 anos, e de manter com eles "contactos físicos despropositados". Numa queixa apresentada na direcção do estabelecimento de ensino e na Direcção Regional de Educação do Centro (DREC), os pais pedem a substituição do docente e garantem que os filhos "não frequentarão as aulas" enquanto o professor de Educação Visual e Tecnológica e Área de Projecto estiver ao serviço.

Segundo o documento, a que o CM teve acesso, os alunos do 6º D queixam-se quase desde o início do ano lectivo, relatando várias situações, sobretudo de violência verbal. Mas a gota-d’água aconteceu na aula de quinta-feira passada, assim considerada pelos pais de um aluno, que avançaram com uma queixa individual, uma "verdadeira jornada de violência verbal e física". Quatro das crianças foram agredidas fisicamente. Uma delas terá sido forçada a enfiar a cabeça dentro do caixote do lixo.

Mas as situações de "agressividade, intimidação e contactos físicos despropositados verificam--se desde o início do ano lectivo, sempre em sentido crescente, criando o receio nas crianças", refere o documento, subscrito pelos 21 encarregados de educação. Os pais questionam, por exemplo, a "importância no âmbito pedagógico do contacto físico reiterado pelo professor com os respectivos alunos". Num dos casos, o docente terá feito festas nas costas, sob a camisola, a um dos alunos.

Por entenderem que o "ensino--aprendizagem [se] encontra totalmente comprometido, assim como a segurança das crianças", os pais pedem a substituição do professor. Na carta enviada à direcção da escola e à DREC, lembram que as crianças ficam "muito nervosas e receosas nos dias em que têm as disciplinas leccionadas pelo professor". Perplexos com os relatos das crianças, alguns encarregados de educação também apresentaram participações individuais. Foi o caso dos pais de um menino de 11 anos, que terá sido agredido na aula de quinta-feira, e que se afirmam chocados com o "grau de violência". A direcção da escola e a DREC escusaram-se a prestar declarações.

Os pais de um dos menores agredidos na aula vão apresentar uma queixa-crime contra o professor, afirmou ontem ao CM a mãe da criança, que pediu para não ser identificada. Horas após a aula, o filho ainda estava "visivelmente perturbado por toda a situação e pela manifesta violência de alguns comportamentos – que chegaram à agressão física – e atitudes do referido professor", descrevem na carta remetida à direcção da escola.

O professor em causa já anteriormente terá suscitado problemas noutros estabelecimentos de ensino por onde passou. As queixas, que em alguns casos terão mesmo originado processos disciplinares, referem-se a "comportamentos incorrectos com os miúdos e até com colegas", refere o pai de uma criança, que pediu para não ser identificado. Na sequência desses processos disciplinares terá sido afastado algum tempo do ensino.

O professor, que terá entre 40 e 50 anos, encontra-se de baixa médica, tendo sido substituído por uma colega.

Os pais de um menino agredido referem na participação feita à direcção da escola e à DREC que a violência verbal e física é fácil de comprovar por se encontrar na sala uma segunda docente.

Todas as crianças da turma, segundo os pais, apresentam a mesma "sensação de receio quando abordadas pelo professor".

Os pais verificaram que os filhos apresentavam relatos idênticos das situações que mais os marcaram.

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