sábado, 9 de maio de 2015

2ºAno - Estudo do Meio - Ficha de Trabalho - Objectos que Flutuam


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Powerpoint - Instrumentos de Observação e Registo de Avaliação em Jardim de Infância


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Higiene e Segurança no Trabalho - Powerpoint sobre Avaliação de Riscos


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Vídeo - História do computador

Vídeo - Anaxímenes de Mileto

Notícia - A gravura pré-histórica mais antiga da América está em Belo Horizonte

Arqueólogos brasileiros descobriram a gravura mais antiga do novo mundo: um corpo antropomórfico esguio, com uma idade compreendida entre os 9500 e 10.400 anos. A figura terá sido feita por grupos de caçadores recolectores que viviam na região e poderá ser uma manifestação simbólica ligada à fertilidade. O estudo foi publicado nesta quarta-feira na revista Public Library of Science.

“Há pinturas tão antigas como esta gravura, mas esta deve ser das representações artísticas mais antigas do continente”, disse Walter Neves, da Universidade de São Paulo, no Brasil. Ao contrário das pinturas, que têm pigmentos orgânicos facilmente datáveis, as gravuras esculpidas na pedra são muito mais difíceis de datar. Mas a equipa do arqueólogo teve sorte com o achado.

“Descobrimos no fundo de um sítio arqueológico que escavámos há nove anos na Lapa do Santo”, disse o arqueólogo ao PÚBLICO. O local fica a 60 quilómetros a Norte da cidade de Belo Horizonte, em Minas Gerais, no Brasil e é um importante ponto arqueológico na América do Sul. A figura está a quatro metros de profundidade e foi descoberta em 2009, no final de uma escavação arqueológica que se iniciou em 2002.

“No caso da pintura rupestre você pode datar os pigmentos da pintura, no caso do petroglífo, que foi esculpido na pedra, não tem matéria orgânica para datar”, disse o cientista. Mas acima da gravura, existiam os restos arqueológicos de uma fogueira que datam de há 9500 anos. Como o local está ocupado desde há 10.400 anos, “a gravura tem entre 9500 e 10.400 anos”.

O desenho foi feito por caçadores recolectores (grupos nómadas). Seriam grupos pequenos de 25 a 30 pessoas que tinham uma capacidade grande para se movimentarem pela região para conseguir caçar e recolher alimentos.

“Na América do Norte especializaram-se em caçar a megafauna já extinta, como mamutes, bisontes ou o cavalo pré-histórico. Na América do Sul estes grupos caçavam a fauna que existe hoje e tem um porte médio”, disse o especialista, acrescentando desconhecer-se a razão desta opção, já que também existiam ali os grandes mamíferos que serviam de alimento para os grupos da América do Norte.

Quanto à pintura, Walter Neves defende que é “uma manifestação simbólica ligada à questão da fertilidade”. O desenho representa “um antropomorfo, filiforme, com uma cabeça em forma de C, os braços e as pernas terminam em três dígitos, e tem um falo grande e erecto”.

Não é a primeira vez que se descobre este tipo de iconografia. Noutras regiões da América, conhecem-se figuras semelhantes que representam mulheres grávidas e cenas de parto. Provavelmente “esta é uma figura que deve fazer parte de um painel maior”. Entretanto, em 2011, a equipa voltou ao sítio arqueológico para tentar descobrir outras figuras.

Segundo Walter Neves, esta descoberta também põe em perspectiva a colonização da América feita pelo Homo sapiens vindo da Sibéria. A nível arqueológico, a chegada ao continente está intimamente ligada aos achados da cultura Clovis: sítios arqueológicos em diversos locais da América do Norte onde se encontraram vestígios de pontas para a caça.

“Nós estamos mostrando que no final do pleistoceno já havia uma grande diversidade de pensamento simbólico na América do Sul. Essa grande diversidade seria impossível de surgir em pouco tempo, e isso sugere que o homem deve ter entrado na América há mais de 11.200 anos, que é a datação para a cultura Clovis”, explicou o cientista. “Eu diria que a questão mais importante [da arqueologia americana] é conseguir sítios arqueológicos com datações pré-Clovis.”

sexta-feira, 8 de maio de 2015

Resumo - Caraterização do Bullying


Download - Caracterização do Bullying

Eu não acredito!


Por que há pessoas que negam as evidências?
O HIV não causa a sida. As vacinas provocam autismo. O que é natural é mais saudável. São exemplos de teses defendidas pelos negacionistas, que insistem em fechar os ouvidos ou deturpar os dados científicos. É possível desmascará-los?

O problema da fome no mundo é um perfeito exemplo da aversão pela ciência formal, ou seja, a que é feita em universidades e centros de investigação. Esta recusa dos dados e dos métodos científicos surgiu nas derradeiras décadas do século XX, depois de se ter esfumado a veneração da década de 1950. Continuamos a acreditar nos milagres tecnológicos, mas, de forma contraditória, temos pouca fé nos que são capazes de produzi-los.

Na África subsahariana, há governos como o da Zâmbia, com 2,4 milhões de habitantes à beira da inanição, que recusou, em 2002, receber do World Food Programme várias toneladas de sementes geneticamente modificadas. As autoridades preferiam deixar que os seus cidadãos morressem de fome a plantar as sementes “venenosas”.

Na era da biologia molecular, e com uma teo­ria da evolução completamente estabelecida e comprovada, cresce o número de pes­soas que pensam que Deus nos colocou na Terra como quem planta um gerânio num vaso. O criacionismo conta com um número crescente de adeptos, como é o caso, nos Estados Unidos, dos defensores da chamada “inteligência superior”, uma nova teoria da origem da vida que os darwinianos designam por “neocriacionista”. Segundo os seus defensores, a teoria da evolução não tem resposta para algumas questões sobre o desenvolvimento de determinadas formas vivas. O conceito darwinista da selecção natural não explica totalmente, por exemplo, certas estruturas existentes em seres como os flagelados (protozoários) ou as asas de moscas do género Drosophila, de acordo com Michael Behe, professor de bioquímica na Universidade de Lehigh, o qual insiste que a complexidade dos flagelados e de certos “mecanismos” existentes nas células não pode ter evoluído a partir de outras formas vivas.

Entra o negacionismo científico
Por outro lado, o que dizer, por exemplo, de George W. Bush (fervoroso criacionista) e do seu plano para a prevenção da sida denominado “Abstenção até ao Casamento”? Durante o seu mandato, o ex-presidente norte-americano atribuiu mais de mil milhões de dólares a este programa de política social, apesar de numerosos estudos mostrarem que o convite ao celibato só em raras ocasiões alcançava os objectivos propostos.

Esta forma de pensar, normalmente guiada pela ideologia ou pela religião e que despreza qualquer constatação científica, é designada por “negacionismo científico”. O termo “negacionista” surgiu, pela primeira vez, para referir os autodenominados “revisionistas do Holocausto”, que negam a realidade da matança sistemática de judeus nos campos de concentração. Pela sua conotação moral, muitos criticam que seja utilizado para descrever os que rejeitam, por exemplo, a existência das alterações climáticas. Todavia, há cientistas que consideram que se trata de uma aplicação correcta. Na opinião do virologista norte-americano Robert Gallo, um dos responsáveis pela descoberta do vírus da imunodeficiência humana (VIH), negar que o agente viral seja o causador da sida é semelhante a semear dúvidas sobre o genocídio nazi.

De certa maneira, não deixa de ter razão. Entre 1999 e 2008, a ministra da Saúde da África do Sul (país com cinco milhões de infectados pelo VIH), a ginecologista Manto Tshabalala-Msimang, recentemente falecida, mostrou sempre uma total aversão pelos fármacos retrovirais, ao mesmo tempo que louvava as virtudes do alho, da beterraba, do limão, do azeite e da batata como cura para a pandemia. Poder-se-á quantificar, alguma vez, os danos causados por essa governante anticientífica?

É semelhante o empenho manifestado pelos líderes muçulmanos do Norte da Nigéria. Em 2003, proibiram os fiéis de se vacinarem contra a poliomielite porque, alegavam, fazia parte de uma conspiração ocidental para esterilizar as meninas muçulmanas e propagar ainda mais a sida. Consequência? Os casos de poliomielite aumentaram drasticamente e alguns dos doentes que viajaram até Meca contagiaram outros muçulmanos, o que provocou surtos da doença em mais 12 países.

O VIH não existe
Por vezes, podemos encontrar currículos espectaculares entre as fileiras dos negacionistas. É o caso do biólogo molecular Peter Duesberg, que começou a questionar a relação entre o VIH e a sida em 1987. Outros, como os médicos australianos do Grupo de Perth, negam a própria existência do vírus. Segundo escreveu, em 1993, o então editor da revista Nature, o falecido John Maddox, “os seus argumentos assentam na utilização de retóricas falsas, e ignoram qualquer constatação que entre em conflito com as suas afirmações”.

Nesse caso, por que será que acabam por se converter em opiniões generalizadas? De acordo com o divulgador norte-americano Michael Specter, perito em tecnologia e saúde, isso deve-se, em parte, ao facto de os cidadãos sentirem que estão a perder o controlo sobre o meio circundante devido à rapidez dos avanços tecnológicos. “Trata-se de uma tentativa para reduzir o mundo a dimensões compreen­síveis”, resume.

Contribuíram para isso as más práticas ou o abuso de poder por parte da comunidade científica. O exemplo mais patente é o das barbaridades cometidas durante a Segunda Guerra Mundial pelos médicos nazis e japoneses; se bem que os norte-americanos também tenham motivo para se envergonharem: entre 1932 e 1972, investigadores do Serviço Público de Saúde efectuaram a Experiência Tuskegee, que consistia em deixar de tratar centenas de homens negros doentes de sífilis, para estudar a evolução da doença.

Outra forma de negacionismo é afirmar a existência de uma relação entre dois fenómenos, mesmo que não existam quaisquer provas disso. Um exemplo é a ideia de que a vacinação provoca, entre outras coisas, o autismo. A hipótese surgiu em 1998, quando um grupo de médicos liderado por Andrew Wakefield publicou, na revista médica The Lancet, um estudo em que assegurava haver uma ligação entre a vacina tripla viral (contra a papeira, o sarampo e a rubéola) e os sintomas do autismo. Foi de imediato desmentido.

O regresso do sarampo
Contudo, o pânico espalhou-se entre os ingleses; no prazo de um ano, as vacinações passaram de 92 para 73 por cento. Chegou mesmo ao número 10 de Downing Street: o primeiro-ministro, Tony Blair, recusou revelar se tinha imunizado o seu filho mais novo. Em consequência da situação, o número de casos de sarampo, em Inglaterra e no País de Gales, foi maior em 2006 e 2007 do que na totalidade da década anterior. Em 2008, a incidência aumentou cerca de 50%.

Avaliar os danos é uma tarefa complexa. Para já, a OMS teve de renunciar ao seu objectivo de erradicar, ainda este ano, o sarampo da Europa. Não temos consciência de que só o saneamento básico e a higiene fizeram mais pela saúde humana do que as vacinas, e que nem sequer os antibióticos conseguem competir com elas.

Nos Estados Unidos, quando uma comissão criada pela prestigiosa Academia Nacional de Ciências publicou, em 2001, o relatório sobre a suposta relação entre as imunizações e o autismo, hordas de negacionistas atacaram-no e acusaram os cientistas de estarem a soldo das companhias farmacêuticas. O clamor foi de tal ordem que se voltou a divulgar, em Maio de 2004, um novo relatório ainda mais pormenorizado. Após uma análise exaustiva de todos os dados publicados e ainda por publicar em estudos epidemiológicos efectuados em numerosos países com centenas de milhares de crianças, a comissão confirmava que não existia qualquer prova de uma ligação. A presidente, Marie McCormick, era suficientemente explícita: “Não há qualquer dúvida sobre as conclusões; os dados são claríssimos.”

Contudo, o medo é mais infeccioso do que os vírus, sobretudo se houver personalidades conhecidas a contribuir para propagá-lo. Robert F. Kennedy Jr. acusou o Centro de Controlo de Doenças (CDC) de “ordenar aos investigadores que negassem qualquer ligação com o autismo”. Num artigo publicado na revista Rolling Stone, acusou as diversas agências de saúde governamentais de conspirarem com a indústria farmacêutica para ocultar os riscos das vacinas à população. Confessou, ainda, ter sido um céptico até ter lido determinados estudos científicos que lhe abriram os olhos. Claro que não revelou quais tinham sido, ou onde tinha adquirido as suas súbitas competências epidemiológicas.

Outros, como Jenny McCarthy, ex-namorada do actor Jim Carrey, têm uma maneira singular de se “especializar” na questão. Quando lhe disseram que os dados da CDC pareciam refutar a campanha antivacinas que lançara, respondeu: “A minha ciência chama-se Evan [o seu filho autista] e está agora em casa.” Onde obteve os conhecimentos que defende? “Na Universidade do Google.” Noutra ocasião em que três médicos mostraram estar em desacordo com a ex-coelhinha da Playboy, ela replicou simplesmente: “Merda!” Carrey é igualmente conspiranóico: “Não podemos permanecer cegos aos interesses da CDC, da Academia Americana de Pediatria e da indústria farmacêutica.”

O efeito deste género de posições pode ser muito perigoso (http://www.jennymccarthybodycount.com). Em alguns estados norte-americanos, os pedidos de isenção de vacinas por motivos filosóficos ou religiosos quadruplicaram durante a última década. O problema não é haver uma minoria de crianças sem imunização: a doença precisa de estender os seus tentáculos e, sem uma massa crítica de organismos receptivos, não pode progredir. Porém, se houver menos de 90% vacinados, a protecção de grupo desaparece e as consequências são difíceis de prever. É o caso, já referido, do sarampo no Reino Unido, país onde estava praticamente erradicado em meados da década de 1990. Contudo, os negacionistas descrevem desdenhosamente a evidência estatística como sendo “outro ponto de vista”.

Cruzada para eliminar o sintético
O triunfo dos argumentos anti-empíricos afecta também a esfera do consumo. Imagine que lhe mostram duas fatias de pão: uma provém de uma grande superfície e a outra, idêntica, de uma pequena padaria. Qual escolheria? Certamente, a segunda. Os motivos pouco têm a ver com a qualidade do alimento; simplesmente, o produto artesanal significa autenticidade. Fala-nos de uma forma de vida tradicional, talvez mais verdadeira e honesta; para nós, urbanos, que vivemos longe do campo, a agricultura evoca a beleza, o lar, a terra. A Revolução Industrial, com as suas máquinas e tecnologias, destruiu esse mundo puro, semelhante à povoação onde vivem os alegres e genuínos hobbits de O Senhor dos Anéis.

O desejo de autenticidade é convenientemente explorado por muitos dos defensores da agricultura orgânica ou biológica, que não utiliza fertilizantes químicos nem organismos geneticamente manipulados. “Se estiver preo­cupado com a sua saúde ou com a dos seus filhos, com a forma como os animais são tratados ou com o bem-estar dos agricultores e o futuro do planeta, deve comprar alimentos orgânicos”, recomenda Peter Melchett, da Soil Association, a organização de agricultura ecológica mais importante do Reino Unido.

Este género de raciocínio, que envolve uma superioridade ética, é habitual entre os seus adeptos. Trata-se de uma missão quase evangelizadora: cultivar e comer tudo o que seja saudável e natural, livrando o mundo da sua dependência do sintético. Por vezes, a publicidade tenta confundir biológico com fresco. É óbvio que os produtos de agricultores vizinhos sabem melhor. A vantagem de ter uma pequena horta no jardim reside, precisamente, no facto de se consumirem vegetais acabados de colher, independentemente dos métodos utilizados para o seu cultivo. Todavia, não é verdade que os alimentos ecológicos sejam mais nutritivos e saudáveis do que os convencionais, como demonstram diferentes estudos.

Em 2008, o governo dinamarquês encarregou o Centro de Investigação de Alimentos Orgânicos de descobrir se havia diferenças significativas em função do modo de cultivar cenouras, batatas e maçãs. Durante dois anos, os produtos foram o sustento de ratos de laboratório. Os investigadores, liderados por Susanne Bügel, da Universidade de Copenhaga, concluíram que o seu trabalho “não apoiava a convicção de que os alimentos orgânicos contivessem mais nutrientes”. Tal como outros negacionistas, muitos dos seus defensores limitam-se, simplesmente, a fazer ouvidos de mercador aos estudos e continuam a proclamar as virtudes daquilo em que acreditam. Ou, então, chegam aos extremos do combativo Peter Melchett, que afirma: “São os consumidores, e não os cientistas, que devem decidir se os pesticidas utilizados são seguros.” Importa-se de repetir?

A defesa cega do natural torna-se atraente, muito embora nada do que comemos hoje possa, realmente, ser assim designado, pois resulta de séculos de manipulação genética através da selecção artificial e da hibridação. Actualmente, a referida manipulação é feita em laboratório e provoca grandes receios... apenas no nosso prato. Nina Fedoroff, assessora científica da secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton, é suficientemente clara: “Aceitamos a tecnologia no campo da medicina, mas, quando se trata de alimentos, queremos recuar até ao século XIX.”

Curas clínicas e espirituais
Tendo em conta que todos os alimentos processados possuem um ingrediente proveniente de organismos geneticamente modificados e que os consumimos há 30 anos, é paradoxal afirmar que são prejudiciais, quando não há registo de uma única morte em todo o mundo por sua causa. Um dado que se pode confirmar é que, em 2008, 2000 norte-americanos perderam a vida por tomar aspirinas, e 300 ao tomarem banho em casa. Por que será, então, que ninguém pede para se aplicar uma moratória ao ácido acetilsalicílico ou às banheiras?

As medicinas alternativas e complementares (MAC) são outro dos focos mais activos do negacionismo científico. Um dos seus grandes propagandistas (com tiques de misticismo New Age) é Andrew Weil: afirma não com­preen­der a preocupação científica em ter estudos controlados, que não são mais do que pormenores insignificantes, tanto para ele como para os seus seguidores. No mundo das terapias naturais, a constatação não é tão importante como a convicção. Segundo Weil, a medicina baseada em evidências “é uma forma de pensar que descarta as provas da experiência; temos de estar atentos à realidade não-material, à cura espiritual”. Advoga, essencialmente, que as particularidades pessoais estão ao mesmo nível ou acima dos ensaios clínicos.

Este modo de pensar explica posições como a do senador democrata Tom Harkin, o defensor político das MAC nos Estados Unidos. Em Março de 2009, Harkin declarou estar muito desiludido com o Centro Nacional para as Medicinas Alternativas, que tinha contribuído para criar. Motivo? Porque apenas se tinha dedicado, desde 1998, “a refutar coisas, em vez de procurar uma maneira de fazer aprová-las”.

O negacionismo nada tem a ver com o cepticismo alimentado pela ausência ou escassez de provas. Como assinalou recentemente, na New Scientist, Michael Shermer, director da Skeptics Society, há uma diferença subtil entre dizer “acredito no Big Bang” e “acredito na democracia”. Em princípio, a primeira afirmação pode ser confirmada ou refutada com recurso a melhores teorias. A segunda, não, pois depende da ideologia ou, noutros casos, da religião. Os dados nunca poderão afectar as suas convicções.

Os mandamentos do negacionista
Pretende defender uma teoria peregrina numa mesa de debate ou num programa televisivo? Aprenda com os especialistas e aplique estes preceitos, simples e suficientemente cínicos.

1. Jogue com a incerteza. Se os cientistas hesitarem, qualquer conclusão basea­da nas suas opiniões será prematura. Defenda que a sua posição também deve ser ouvida; se assim não for, estará a ser vítima de censura.

2. Escolha os argumentos empíricos que apoiem a sua hipótese e ignore os outros.

3. Cite a opinião de falsos peritos. Não interessa que sejam de campos que não pertençam aos do tema em debate

4. Rejeite qualquer consenso científico: na realidade, trata-se de uma conspiração por parte dos poderes fácticos e dos grupos de peritos. Seja conspiranóico.

5. Seja criativo com as falácias lógicas.



M.A.S. SUPER 150


Notícia - Supercontinente Amásia deverá formar-se junto ao Pólo Norte

A Terra terá um novo supercontinente dentro de 50 a 200 milhões de anos. Amásia resultará da junção da América e da Ásia junto ao oceano árctico, estimam geólogos da Universidade de Yale num artigo publicado nesta quinta-feira na revista Nature.

Os actuais continentes do planeta serão empurrados para uma massa de terra única, em redor do Pólo Norte, escrevem os investigadores, que propõem um modelo dos movimentos lentos dos continentes nas próximas dezenas de milhar de anos.

“Primeiro deverão fundir-se as Américas e depois irão migrar para Norte, colidindo com a Europa e a Ásia, mais ou menos onde hoje existe o Pólo Norte”, disse Ross N. Mitchell, geólogo da Universidade de Yale e principal autor do estudo, na revista Nature. “A Austrália deverá continuar a mover-se para Norte e fixar-se perto da Índia” e o oceano Árctico e o Mar das Caraíbas desaparecerão, dentro de 50 a 200 milhões de anos.

A última vez que a Terra assistiu ao nascimento de um supercontinente foi há 300 milhões de anos, quando todas as massas terrestres se fundiram no equador, dando origem à Pangeia, situada onde hoje está a África ocidental.

Depois de estudar a geologia das cadeias montanhosas em todo o mundo, os geólogos têm assumido que o próximo supercontinente se irá formar no mesmo local da Pangeia. Mas Ross N. Mitchell, geólogo da Universidade de Yale, e os seus colegas têm uma ideia diferente: a Amásia deverá formar-se no Árctico, a 90 graus do centro geográfico do supercontinente anterior, a Pangeia.

Os geólogos chegaram a esta conclusão depois de analisar o magnetismo de rochas antigas para determinar as suas localizações no globo terrestre ao longo do tempo. Além disso mediram como a camada directamente abaixo da crosta terrestre, o manto, move os continentes que “flutuam” à sua superfície.

“A forma como os continentes se movem tem implicações para a biologia – por exemplo, pode afectar os padrões da dispersão das espécies – e para as dinâmicas no interior da Terra”, disse um dos autores do estudo, Taylor M. Kilian, da Universidade de Yale, em comunicado no site desta instituição.

“Compreender a disposição das massas dos continentes é fundamental para compreendermos a história da Terra”, disse Peter Cawood, geólogo na universidade britânica de St Andrews, citado pela revista Nature. “As rochas são a nossa janela para a história.”

O geólogo David Rothery da Universidade Aberta, em Milton Keynes, no Sul da Inglaterra, disse à BBC que não está preocupado com o choque de continentes. “Podemos compreender melhor o Ambiente da Terra no passado se soubermos exactamente onde estavam os continentes”, disse. “Não me interessa se os continentes vão convergir no Pólo Norte ou se a Inglaterra vai colidir com a América num futuro longínquo. Prever o futuro tem muito menos importância do que saber o que aconteceu no passado.”

Vídeo - Maria Cavaco Silva e a Língua Portuguesa

Vídeo - Números Racionais

quinta-feira, 7 de maio de 2015

Vídeo - A África que nunca vimos

1ºAno - Estudo do Meio - Ficha de Trabalho - Registo do Tempo


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Manual - Guia do Programa Criança Segura Pedestre


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Higiene e Segurança no Trabalho - Powerpoint sobre Avaliação/Controle de Riscos Profissionais


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Vídeo - Bill Gates discute com Steve Jobs

Vídeo - Anaximandro

Notícia - A serra dos mortos - Megalitismo na Aboboreira

As grandes pedras que serviram para honrar os defuntos no passado remoto permitem-nos hoje conhecer melhor o homem pré-histórico. O Campo Arqueológico da Serra da Aboboreira é uma das maiores necrópoles megalíticas do país e fala-nos sobre a sociedade dos seus construtores.

Perdida entre as vertentes agrestes do Marão e os vales dos rios Tâmega e Douro encontra-se a serra da Aboboreira. Com as suas modestas dimensões, que não vão além de 15 quilómetros de extensão, cerca de 7 km de largura e apenas 971 metros de altitude, está longe de rivalizar com as grandes serras que caracterizam o relevo montanhoso do Norte de Portugal.

Não se destacando pelo tamanho ou tão pouco pela sua riqueza e diversidade naturais, que são todavia dignas de registo, este acanhado terreno acidentado, perdido nos confins do distrito do Porto, ganhou notoriedade pelo seu magnífico património arqueológico: uma extensa necrópole megalítica, das maiores que se conhecem em Portugal. São mais de quarenta túmulos (onde se incluem mamoas, antas e dólmenes), identificados, intervencionados e estudados desde 1978.

O Campo Arqueológico da Serra da Aboboreira (CASA), projecto de investigação, divulgação e valorização do património arqueológico, herdou o seu nome do maciço granítico onde se iniciaram os trabalhos de prospecção, mas, na verdade, estende-se actualmente por uma vasta área que extravasa os limites físicos da Aboboreira e se espalha pelas cumeadas da região até à contígua serra do Castelo. Este, que é um dos mais interessantes arqueosítios portugueses e peninsulares, possui uma invejável colecção de monumentos megalíticos funerários de diferentes épocas, desde o Neolítico (cerca de 4500 a.C.) até à Idade do Bronze (por volta de 1900 a.C.).

De modo a assegurar a adequada compreen­são dos diferentes tipos de monumentos funerários e a sua evolução ao longo dos tempos, o Núcleo de Arqueologia do Museu Municipal de Baião expõe algum do espólio recolhido nas inúmeras campanhas de escavação arqueo­lógica e exibe uma maqueta didáctica, onde 120 figurinhas humanas ilustram as diferentes fases de construção de uma anta (câmara funerária delimitada por uma série de grandes pedras fincadas verticalmente no solo e coberta por uma laje que serve de tampa) e da respectiva mamoa (montículo artificial de terra e/ou pedras que oculta a anta). Uma vez que as mamoas formam geralmente pequenas elevações com a sugestiva forma de mamilo, são também conhecidas popularmente como “mamoelas”, “mamoinhas”, “mamelas”, “mamorras” e “maminhas”.

Construtores habilidosos

Percorrendo a maqueta, os visitantes menos letrados em investigação arqueológica e nos assuntos da pré-história podem inteirar-se das técnicas usadas pelo homem da Idade da Pedra. Torna-se assim mais fácil perceber como foi possível que apenas com a força humana se conseguisse fazer a extracção, o talhe e o transporte de descomunais blocos graníticos, alguns com várias toneladas, utilizados na construção dos megálitos (assim denominados por serem construções com pedras de grandes dimensões).

Acredita-se que as chãs planálticas (amplas superfícies aplanadas) da serra da Aboboreira, actualmente inóspitas e despidas de gente, tenham servido de lar, nos tempos pré-históricos, a um número médio de 140 habitantes por geração. A estimativa, da autoria da arqueó­lo­ga Carla Stockler, resultou da aplicação de fórmulas que permitiram calcular a quantidade de indivíduos implicados na construção de cada um dos quarenta monumentos megalíticos disseminados pela região ao longo de sucessivas gerações. Os seus cálculos apontam para que tenham vivido nesta área geográfica, durante dois milénios, aproximadamente 11.200 indivíduos. Durante esse período, a que terão correspondido cerca de oitenta gerações, construiu-se aqui, a um ritmo impressionante de um monumento por cada duas gerações, uma das maiores e mais importantes necrópoles megalíticas do país.

Todavia, o número de pessoas envolvidas em tais construções tumulares ainda está longe de ser consensual entre os especialistas, que baseiam os seus cálculos e as suas inferências em diferentes índices. A título de exemplo, refira-se, relativamente ao número mínimo de horas de trabalho necessárias para a edificação de um tumulus (designação que corresponde à mamoa), que alguns investigadores usam o índice de 0,3 metros cúbicos de construção por homem e por hora, enquanto outros sugerem 1,67 m3, o que implica forçosamente discrepâncias acentuadas entre os diversos arqueólogos.

Nos megálitos de maiores dimensões, acredita-se que terá sido necessário um esforço coordenado e simultâneo de muitas dezenas de pessoas para transportar e erguer os enormes blocos graníticos que lhes dão forma. No entanto, os arqueólogos também não se entendem no que se refere às pessoas necessárias para deslocar as grandes pedras erguidas em honra dos mortos. Neste caso, as diferenças de opinião parecem advir das técnicas distintas que poderão ter sido usadas pelos edificadores dos monumentos, o que obviamente tem implicações na avaliação do esforço construtivo.

Desde logo, podem antever-se três cenários possíveis para o deslocamento das pedras gigantes: poderão ter sido arrastadas directamente sobre o solo, puxadas sobre “rolos” (troncos) de madeira ou transportadas através de alavancas. No arrasto sem “rolos”, estima-se que seriam necessários 16 homens por cada tonelada de pedra. Se o transporte se fizesse sobre rolos de madeira, esse valor já desceria para apenas seis homens por tonelada. E, se fossem usadas alavancas, alguns estudos provaram que seria possível mover as grandes pedras com apenas duas pessoas por tonelada.

Não havendo certezas absolutas sobre as técnicas usadas na construção dos vários monumentos, vale a pena confrontar os estudos do arqueólogo Vítor Oliveira Jorge (pioneiro na arqueologia social dos sepulcros da serra da Aboboreira), onde as alavancas não foram consideradas, com os do arqueólogo Joel Cleto, do CASA, defensor do uso de alavancas pelos construtores de alguns daqueles megálitos. Considerando o transporte de um esteio (bloco granítico que serve para escorar a enorme pedra de cobertura de uma anta) com 6,24 toneladas, pertencente ao monumento Outeiro de Ante 1, verifica-se que teriam sido necessários cem homens para o arrastar sem rolos de madeira, 36 com o auxílio de “rolos” e apenas 13 se fossem usadas alavancas. Assim, Oliveira Jorge estimou que aos cem homens adultos necessários para o arrastamento do esteio corresponderia uma população global de 450 pessoas, e aos 36 adultos que usavam os “rolos” uma população de 162 indivíduos. Joel Cleto, por seu lado, considera que 56 habitantes seriam suficientes para obter 13 construtores com perícia suficiente para usar as alavancas.

Muito provavelmente, nunca saberemos com absoluta certeza qual a técnica de construção que foi utilizada, havendo até uma grande probabilidade de que tenham sido usadas várias em simultâneo. Contudo, não deixa de ser curiosa a possibilidade de terem sido usadas alavancas. A ser assim, muito antes de Arquimedes (287–212 a.C.) ter enunciado o princípio da alavanca (através da famosa expressão que lhe é atribuída: “dai-me uma alavanca e um ponto de apoio adequado e eu moverei a Terra”), já o homem pré-histórico, sem o saber, aplicava o seu postulado. Afinal, “a habilidade e a inteligência, mais do que a força por si só, terão sido factores fundamentais para mover grandes pesos”, considera Joel Cleto.

O passado remoto “antes da História”, do qual nos chegam apenas alguns indícios soltos que frequentemente não passam de arabescos, continua ofuscado pelo nevoeiro do tempo, apesar dos avanços tecnológicos a que temos assistido nas últimas décadas. No entanto, divergências à parte, todos os arqueólogos partilham a mesma certeza de que estes estudos são muito importantes porque contribuem para uma aproximação hipotética à demografia e à sociedade dos construtores dos megálitos.

Ocupação pré-histórica

É quase certo que nessas épocas remotas o clima era mais ameno e que as chãs da Aboboreira, localizadas a cerca de mil metros de altitude, tivessem condições propícias ao maneio agrícola (considerado um aspecto crucial para a coesão social e para a entreajuda na construção dos megálitos funerários), à exploração dos recursos cinegéticos e à pastorícia. Só assim se compreende a ocupação pré-histórica da serra, cujos primeiros indícios datam de há aproximadamente 7000 anos.

Alguns estudos de paleobotânica (análise de carvões vegetais, frutos, sementes, grãos e pólen) permitiram ainda confirmar que a melhoria climática que se verificou com o fim da última glaciação, há cerca de dez mil anos, poderá ter contribuindo para uma crescente arborização das partes mais altas da serra. Assim, espécies que na actualidade se encontram acantonadas abaixo dos 700 metros (carvalho alvarinho, castanheiro, vidoeiro e aveleira, entre outras) seriam aí relativamente abundantes, fornecendo alimento e lenha e contribuindo para enriquecer a biodiversidade local.

Os vestígios habitacionais das populações que começaram a fixar-se na Aboboreira por volta do quinto milénio a.C. são muito escassos, deixando adivinhar povoados limitados, sem preocupações de defesa, instalados em terrenos húmidos e, a avaliar pelas numerosas partículas de carvão vegetal encontradas sob o solo de algumas mamoas, que utilizariam o fogo para possivelmente abrir clareiras na densa floresta. Embora pouco se saiba do modo como viveram esses povos primitivos, conhece-se relativamente bem a forma como adoraram os seus mortos. Geração após geração, os monumentos funerários foram-se amontoando, tendo sempre como referência as construções megalíticas que os precederam. A proximidade entre as sucessivas inumações parece denotar um grande significado simbólico e ritual atri­buí­do a alguns lugares.

Arquitectura funerária

Por volta do quinto milénio, começaram a construir monumentos sepulcrais de câmaras pequenas e cobertas por montículos de terra (mamoas) de reduzidas dimensões: inferiores a um metro de altura e com menos de dez metros de diâmetro. No decurso do quarto milénio, as tumbas atingiram uma maior monumentalização e destaque na paisagem, com dimensões que ascendiam a 1,5 m de altura e a mais de 15 m de diâmetro. Neste período áureo do megalitismo na serra da Aboboreira, em que foram erguidos os grandes dólmenes, como Chã de Parada (monumento nacional) e Chã do Outeiro de Ante, os sepulcros tornaram-se verdadeiramente colectivos, deixando antever um maior número de indivíduos enterrados e permitindo um enterramento e um ritual mais prolongado no tempo. Os despojos encontrados nesses dólmenes são relativamente escassos e pobres, resumindo-se a micrólitos geométricos, pontas de seta de base triangular e com aletas, de sílex e quartzo hialino, lâminas e lamelas, contas de colar em xisto e variscite e raros fragmentos de vasos lisos. Os objectos votivos, construídos com intentos exclusivamente funerários, resumem-se a enxós, seixos rolados e machados.

Na Idade do Bronze, ter-se-ão reutilizado os antigos sepulcros e ter-se-á edificado, por volta de 2400 a.C., a mamoa de Chã de Carvalhal. Esta correspondeu a uma viragem no ritual funerário, que passou a fazer-se de modo individual. O defunto fazia-se acompanhar de armas em cobre (punhais e pontas de lança de tipo Palmela) e vasos cerâmicos. Seguindo esta tipologia de construção, contrária à visibilidade e monumentalidade que caracterizaram as mamoas megalíticas de épocas anteriores, regista-se ainda, mais recentemente (cerca de 1400 a.C.), a edificação do monumento de Outeiro de Gregos.

No limiar da Idade do Bronze, assiste-se a uma hierarquização e uma diferenciação social, que se evidencia nas próprias tumulações. Como lembra a arqueóloga Carla Stockler, “a partir de agora, são introduzidos no espólio funerário produtos de prestígio, como a cerâmica campaniforme e as armas metálicas, objectos mais individualizadores de uma primeira elite, cuja importância era publicamente manifesta pela posse e uso destes produtos, difíceis de obter ou dispendiosos”.

Janelas para o passado

Aquilo que para o homem comum não passa de um monte de pedras, apelidadas usualmente de antas, dólmenes ou antelas, mas que o folclore nacional também conhece como “arcas”, “arquinhas”, “palas”, “orcas”, “mamoas”, “mamoncelos” ou “pedras dos mouros”, revela-se aos olhos experimentados dos arqueólogos como magníficas janelas para o passado. Se durante décadas esses blocos de pedra pouco ou nada trabalhadas apenas revelavam segredos sobre o culto dos mortos, desde há alguns anos que se têm mostrado igualmente úteis na compreensão do mundo dos vivos, nomeadamente da vida social pré-histórica.

Embora o dia-a-dia dessas sociedades primitivas fosse muito diferente do que acontece actualmente nas sociedades modernas do século XXI, é fascinante pensar que as pessoas (os construtores habilidosos dos monumentos megalíticos) eram anatomicamente iguais a nós. Se fosse possível pegar numa das suas crianças recém-nascidas e criá-la na nossa casa, ela seria indistinguível dos nossos filhos. Por incrível que pareça, falaria como nós, viveria agarrada ao telemóvel e à internet, usaria com mestria as novas tecnologias da informação e comunicação, viajaria de avião e sonharia ser médico, cientista ou futebolista. É que, no Neolítico, quando começaram a construir-se os monumentos megalíticos na Aboboreira, já o Homo sapiens sapiens tinha desenvolvido todas as características que nos fazem o que somos hoje. Os milénios que nos separam não acrescentaram nada de novo à nossa anatomia ou fisiologia, tendo servido apenas para consideráveis avanços culturais, tecnológicos e científicos.

No planalto da Aboboreira, as antas, os dólmenes e as mamoas confundem-se com o caos de blocos e com os afloramentos naturais da paisagem granítica. Não se sabe bem se terá sido esse cenário oferecido aos olhos contemplativos do homem primitivo que o inspirou a ritualizar a paisagem e a implantar aqui os seus monumentos funerários. Mas uma coisa é certa, as nossas raízes mais distantes parecem revelar-se em lugares mágicos como a Aboboreira, uma verdadeira serra dos mortos.

J.N.
SUPER 152 

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