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sexta-feira, 6 de setembro de 2013

Pais não estão preocupados com habilitações dos professores


Os representantes das confederações das associações de pais consideram que a questão das habilitações dos docentes – esta quarta-feira levantada pela Associação Nacional de Professores Contratados ( ANVPC) – é um apenas um problema “laboral”, que não lhes “diz respeito”. Dizem que, “naturalmente”, vão continuar atentos à qualidade de ensino, mas não consideram que esta esteja em causa devido ao aumento do número de professores do quadro que vão dar aulas, pela primeira vez, em disciplinas que nunca leccionaram e para as quais não têm qualificação profissional.

Em causa está uma circular normativa dos finais de Julho, que determinou que os docentes poderiam, “independentemente do grupo pelo qual foram recrutados, leccionar outra disciplina ou unidade de formação do mesmo ou de diferente ciclo ou nível de ensino”, desde que fossem “titulares da adequada formação cientifica”. Por esta entende-se, clarificou o Ministério da Educação e da Ciência (MEC), “ser detentor, preferencialmente, de uma qualificação profissional para o respectivo grupo de recrutamento ou de uma licenciatura/mestrado na área científica da disciplina”.

César Israel Paulo, dirigente da ANVPC, considera que o “'preferencialmente'” – que terá permitido a muitos professores do quadro livrarem-se de ficar sem componente lectiva – abre porta a um sem-número de arbitrariedades”. E, admitindo que não conhece nenhuma ilegalidade na distribuição de horários, argumentou que “o que este MEC tornou legal basta para prejudicar a qualidade de ensino e colocar em causa a igualdade entre os alunos”.

“Um professor que ensina Informática ou Economia há 20 anos, até pode ter habilitação própria para dar Matemática – mas é esse professor que os pais querem para os filhos?”, perguntou esta quarta-feira César Israel Paulo.

Os representantes dos pais, contudo, não se mostram preocupados com a possibilidade de professores darem aulas em grupos para os quais não foram recrutados e poderem não serem profissionalizados, ou seja, não terem formação pedagógica nem estágio feito ou experiência na área que vão leccionar.

“Infelizmente, como em todas as profissões, há docentes com profissionalização e muitos anos de experiência que não correspondem às expectativas e outros que, dando aulas pela primeira vez, se mostram óptimos professores”, comparou Jorge Ascenção, dirigente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap).

Rui Martins, que para além de dirigente da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação (CNIPE) é professor, frisou que em relação aos professores dos filhos “o que menos” o preocupa “é se são profissionalizados”. “Espero que os professores dominem a matéria e a saibam ensinar, que respeitem as crianças, que as saibam cativar, que sejam seus amigos e educadores”, enumerou.

Ambos consideraram que a questão levantada pela ANVPC é “laboral” – “a debater com os sindicatos e não com os pais”, precisou Rui Martins. Isto na medida em que, como não esconde Israel Paulo, quanto mais vagas tenham sido e venham a ser ocupadas por professores dos quadros fora do seu grupo de recrutamento, menos sobrarão para os professores sem vínculo desse mesmo grupo.

“Continuaremos atentos à qualidade de ensino e se verificarmos que há problemas agiremos, como sempre o fizemos”, disse Jorge Ascensão.

Só na próxima semana, segundo o MEC, é que os professores sem vínculo saberão os resultados do concurso à contratação inicial. César Israel Paulo já disse que prevê uma situação “ainda mais dramática” do que no ano passado, quando ficaram colocados 7600 professores sem vínculo, menos 5147 do que no ano anterior.

Notícia retirada daqui

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Pais criticam falta de incentivos para inverter redução de alunos nas escolas


O presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais, Jorge Ascenção, criticou, esta terça-feira, as atuais políticas "sociais e económicas", afirmando que "não há incentivos" para Portugal inverter a quebra demográfica e consequente redução de alunos nas escolas.


A "retração acelerada" registada na educação "é uma consequência das políticas sociais e económicas que a Europa tem vindo a seguir e Portugal também", afirmou, em declarações à Lusa, o responsável.

Comentando as últimas estatísticas da educação, relativas a 2011/2012, Jorge Ascenção afirmou que ter filhos "não tem vantagem em lado nenhum" em Portugal.

"Daí que tenha dito, quando tomei posse, que nos preocuparíamos com as políticas educativas a par das políticas da família", sustentou, acrescentando que a atual quebra demográfica só mudará quando "as políticas forem alteradas".

Para o presidente da Confap, "não é possível pensar em políticas estratificadas, porque uma sociedade tem como célula de construção a família".

Jorge Ascenção entende que a atual crise que o país está a atravessar fará com que o número de alunos seja ainda mais reduzido daqui a cinco anos.

"Por aquilo que podemos ver e ouvir de quem tem o poder de decidir politicamente, penso que vai ser pior [daqui a cinco anos]. Apesar de uma ou outra medida assistencialista, não se veem políticas que nos levem a dizer que daqui por anos teremos uma situação sustentável", sustentou.

"Temos jovens com 30 anos a continuar a viver com os pais", disse, acrescentando que isso "só pode mudar quando as políticas forem alteradas".

Jorge Ascenção apontou ainda uma alteração de valores como um dos fatores que faz com que os jovens sejam pais cada vez mais tarde.

"Os valores também são cada vez mais materiais, o próprio ser humano começa a dar mais importância a bons carros, boas casas e bons vencimentos. E é isso que se sente, a juventude está mais virada para o que chamamos estabilidade económica e a estabilidade social está, de facto, em decréscimo, e a demografia vem sendo consequência disso", concluiu.

Noticia retirada daqui

sexta-feira, 27 de julho de 2012

Pais preocupados com o transporte


Paredes é o concelho do País onde vão encerrar mais escolas primárias: 17. Os cinco novos centros escolares vão receber os 1178 alunos que frequentavam as escolas que encerram.
A autarquia salienta o investimento de 50 milhões de euros no parque escolar, mas entre a população há quem não veja com bons olhos a medida. "Preocupam--me as viagens de autocarro pa-ra o novo centro escolar", refere Maria Rosa Rocha, ao lado da EB1 de Sobrosa. Já a Joaquim Pinto, também de Sobrosa, onde vão encerrar duas das 17 escolas, a preocupação é com o bem-estar dos alunos. "O meu filho vai para o 1º ano e vai ter de se levantar às 07h00 para apanhar o autocarro. E as aulas só começam às 09h00", critica. "Só acho que nesta altura de crise, e com as escolas em boas condições, não era preciso gastar este dinheiro", afirma Armindo Rocha, morador. No total, o fecho de escolas no País deverá afectar cinco mil alunos.
No distrito de Coimbra, a Figueira da Foz é o concelho onde encerram mais escolas (nove). Em Caceira, o fecho representa um "problema sério" para Conceição Pereira e Carlos Rodrigues, que dizem não ter meio de transporte para levar a filha à escola. Terá de ser a mãe a levar a menina de autocarro, mas não tem dinheiro para adquirir o passe mensal, que custa cerca de 50 euros.
O aumento da despesa nos transportes é uma das preocupações da Associação Nacional de Municípios, que reclama uma dívida em atraso no valor de 60 milhões de euros. "É preciso pagar o que devem às autarquias e ter em atenção que o encerramento destas escolas, criando novos centros escolares, também vai trazer às autarquias um aumento de despesa nos transportes", disse Rui Solheiro, vice-presidente da ANMP e autarca de Melgaço.

domingo, 27 de maio de 2012

Pais e professores antecipam catástrofe nos resultados do 9.º ano a Matemática

Os resultados do teste intermédio de Matemática do 9.º ano elaborado pelo Gabinete de Avaliação Educacional (Gave) confirmam as piores expectativas e estão a assustar alunos, pais e professores.

Escolas do topo do ranking registam quebras de 20 a 30% nas notas e no país há turmas com apenas uma ou duas positivas. A menos de um mês do exame nacional do 9.º, a presidente da Associação de Professores de Matemática (APM) – que denunciou a desadequação do teste ao programa –, diz que "o Ministério da Educação está a deitar a perder o esforço de promoção do gosto pela disciplina". Os pais falam em "catástrofe".

Ontem, Rui Martins, da Confederação Nacional Independente de Associações de Pais (Cnipe), enviou mensagens escritas, por telemóvel, para outros encarregados de educação de jovens do 9.º ano de diferentes pontos do país. Pouco depois, as respostas começavam a cair, "assustadoras": "Na turma da minha filha só houve uma positiva, se o exame for assim é uma catástrofe." "O meu filho teve a primeira negativa na sua vida escolar." "O melhor aluno da turma, de nível 5, teve 45%."

Há duas semanas, Elsa Barbosa, dirigente da APM, e Raquel Azevedo, da Associação Nacional de Professores (ANP), denunciaram a "completa desadequação" do único teste intermédio do 9.º ano ao programa que está a ser ministrado na maioria dos estabelecimentos de ensino.

Na altura, o Gave assegurou – e reiterou esta semana – que a prova está "inteiramente de acordo" com o anunciado em Janeiro, quando foi dito que aquela teria "por referência os conteúdos/objectivos comuns aos dois programas de Matemática que estão a ser aplicados no corrente ano lectivo". As professoras mantêm, contudo, que, se os conteúdos são comuns, a abordagem (que assenta nas capacidades transversais, de resolução de problemas, de raciocínio matemático e de comunicação matemática) corresponde ao programa que apenas está a ser aplicado em escolas-piloto.

O prazo para a entrega dos resultados das provas ao Gave termina dia 31, mas uma sondagem feita pelas direcções das duas associações de professores e por associações de pais confirma "as piores expectativas", diz Elsa Barbosa.

Aparentemente, a quebra é geral. "Se aqui os resultados foram menos bons, como terá sido noutros lados?", comenta Maria da Glória Cordeiro, directora de um dos colégios privados que encabeçam o ranking dos estabelecimentos com melhores notas a Matemática no ensino básico, o Rainha Santa Isabel, de Coimbra. Ali, as classificações "caíram cerca de 20%" em relação ao ano passado.

Uma situação semelhante à verificada na secundária José Falcão, que, em 2011, ocupou um lugar de destaque entre as escolas públicas com melhores resultados à disciplina. "Caímos dos 63% para uma média negativa. Se isto é uma amostra do exame, vai ser lindo...", lamenta o director Paulo Ferreira. Na Escola Secundária da Sé, na Guarda, que também está entre as que conseguiram melhores classificações no último exame, as quebras "são de mais de 20%", confirma a representante do grupo da disciplina, Filomena Paixão.

Nas escolas que não são "de topo", o panorama é "desolador", diz Elsa Barbosa. A responsável também coligiu resultados que, frisa, são apenas indicadores. Aponta como exemplo uma escola "com três turmas de 9.º ano e um total de 77 alunos, dos quais zero com níveis 5 e 4; quatro com nível 3; e 73 negativas, das quais 39 de nível 1".

Noutra, relata, as turmas que no ano passado tiveram média de 46,5% no teste intermédio do 8.º ano viram agora, no do 9.º, "a média baixar para 27,6% e a taxa de sucesso cair de 43% para 12,5%". Raquel Azevedo, da ANP, reuniu e tratou dados de 14 escolas do Litoral Norte, cada uma com cerca de 160 alunos no 9.º ano: numa escala de zero a 100, a média da classificação do teste intermédio é de 33%, concluiu.

"Só agora os encarregados de educação começam a aperceber-se da dimensão do problema", explica Albino Almeida, dirigente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap). "Quando uma criança aparece com uma negativa, alguns de nós pensamos que ela não estudou o suficiente. Depois percebemos que aconteceu a toda a turma e, finalmente, o desastre é nacional. Mas o que é que se passa? Como é que é possível que depois do enorme investimento feito no ensino da Matemática isto aconteça?", questiona Rui Martins.O responsável da Cnipe sublinha o desalento dos alunos e dos pais. Já Albino Almeida antevê "o completo descalabro nos exames".

Numa altura em que o exame de Matemática, marcado para dia 21 de Junho, já estará feito, a APM destaca, num parecer sobre o teste, os efeitos deste tipo de situação: "Cria um sentimento de incapacidade perante a disciplina e um desânimo que em nada contribuem para a melhoria das aprendizagens dos alunos".

O Ministério da Educação reiterou, através do gabinete de imprensa, que, "em caso de acentuada disparidade" entre a classificação interna e a nota dos testes intermédios, as escolas devem "privilegiar apenas uma cuidada análise dos resultados por item, com os alunos, identificando razões dos possíveis insucessos e ajudando-os a superar as suas dificuldades".

O uso das notas do intermédio de Matemática – que em muitas escolas está previsto desde o início do ano lectivo – tem sido discutido por professores e pais, dada a quebra generalizada dos resultados.

"É compreensível que um docente que considera o teste desadequado ao que ensinou não valorize o resultado, mesmo que tal estivesse previsto", defende a presidente Elsa Barbosa.

quinta-feira, 26 de abril de 2012

Ministério da Educação arquivou queixa de pai que é contra "viva o Benfica"

A Inspecção-Geral de Educação (IGE) decidiu arquivar a queixa apresentada pelos pais de uma aluna contra o Agrupamento de Escolas da Ericeira por incluir a expressão ‘viva o Benfica’ na cantilena infantil Atirei o pau ao gato.

Na resposta enviada por escrito, a IGE informou os pais da aluna que “a queixa foi arquivada, porque a actuação da escola não mereceu censura jurídico-disciplinar”.

Descontente com o resultado, Eduardo Mascarenhas, pai de uma menina de quatro anos a frequentar o jardim-de-infância de Santo Isidoro, já expôs o caso ao Provedor de Justiça.

Na queixa efectuada à IGE, o progenitor manifestou-se contra o facto de a educadora ter feito uma adaptação, ao ensinar as crianças a cantar “vai-te embora pulga maldita/batata frita/viva o Benfica” várias vezes ao dia.

O encarregado de educação, que se apresenta como um adepto não muito “ferrenho” do Futebol Clube do Porto, considera que se trata de uma “situação de lavagem e de indução ao comportamento” das crianças alimentada pela educadora e pelos responsáveis do agrupamento, todos benfiquistas.

“Compromete os valores fundamentais da escola, ou seja, o respeito pela diferença e pela individualidade, o fomento da pluralidade de gostos e o civismo”, refere na queixa, lembrando que “a escola deve ser um espaço onde nem política, nem religião, nem clubismos desportivos devem ser alimentados”.

Do agrupamento, o pai da menina, que frequenta o jardim de infância de Santo Isidoro, recebeu como resposta que a maioria das crianças é do clube: de um total de 13 crianças da sala, apenas duas não são benfiquistas.

A filha de Eduardo Mascarenhas está em casa, sem ir ao jardim-de-infância, desde o dia 22 de Março, admitindo mesmo transferir a filha de escola.

segunda-feira, 16 de abril de 2012

Pais contra aumento do número de alunos por turma

A Confederação Nacional de Associações de Pais (CONFAP) desaprovou este domingo, em Vila Real, a medida do Governo de aumentar o número de alunos por turma entre o 5.º e o 12.º anos, dos actuais 28 para 30 estudantes.
Reunida em Assembleia-geral, a CONFAP aprovou um documento que será remetido ao Presidente da República, ao primeiro-ministro e ministros da Educação e da Solidariedade e Segurança Social.
No final do encontro, o presidente da Confederação, Albino Almeida, disse à Agência Lusa que os pais desaprovam a medida anunciada esta semana pelo Governo.
Um despacho governamental publicado no Portal das Escolas determina, entre os 5º e 12º anos de escolaridade, o aumento do número máximo de estudantes por turma, dos 28 atuais para os 30 e o número mínimo dos 24 para os 26.
O responsável lamentou a forma como a alteração foi anunciada e sem as associações de pais terem sido ouvidas ou envolvidas no processo.
Referiu ainda não entender esta imposição às escolas, numa altura em que se fala precisamente de lhes dar mais autonomia. Por princípio, a CONFAP "não associa o número de alunos por turma ao sucesso escolar", mas considera que a "organização das turmas nas escolas é o segredo de encontrar vias de qualificação do ensino e da aprendizagem".
"Dificilmente os portugueses entenderão que nas cidades em que temos muitos jovens multiculturais, com dialectos e linguagens diferentes, seja possível garantir sucesso educativo com 30 alunos numa turma", salientou.
A confederação reagiu com preocupação ao facto de nada se ter dito sobre as turmas com alunos com necessidades educativas especiais e que, segundo Albino Almeida, no passado, "levavam à redução de dois alunos por turma e a um máximo de alunos por turma inferior ao valor até agora estabelecido".
Outra preocupação dos pais é a dificuldade de se "encontrar no interior do país 30 alunos para organizar a oferta do ensino recorrente". "Na prática isto é impedir muitos alunos de estudar à noite", frisou Albino Almeida.
Outra alteração anunciada pelo Governo é a possibilidade dos pais escolherem a escola que os filhos vão frequentar no ensino pré-escolar e no básico (até ao 9.º ano).
O diploma salvaguarda, contudo, que caso o estabelecimento escolhido não seja na área de residência, as despesas que essa opção possa significar ficam por conta do encarregado de educação ou do aluno, desde que a escola da zona onde reside tenha o percurso formativo desejado. A CONFAP "lamenta que a liberdade de escolha da escola dependa da capacidade dos pais para pagarem o transporte".
Esta semana, em resposta à oposição sobre a paragem de investimento nas escolas, o ministro Nuno Crato assegurou que as obras não foram congeladas e que apenas foi decidida a suspensão parcelar de algumas intervenções este ano (26), com retoma em 2013, estando em curso a recalendarização de outras.
A confederação congratulou-se por esta retoma anunciada dos trabalhos e considerou ainda que é necessário que o Governo valorize a oferta educativa de desporto escolar.

sexta-feira, 30 de março de 2012

Pais organizam-se para dar explicações gratuitas a alunos em Torres Vedras

Três dezenas de pais dos alunos do Externato de Penafirme, Torres Vedras, organizaram-se para dar explicações gratuitas em colectividade da região, numa estratégia solidária para contrariar a crise económica.

O projecto “Estudar dá Futuro” é dirigido a alunos do 5º. ao 7º. ano e foi implementado há dois meses pela associação de pais em 10 colectividades das freguesias abrangidas pela escola, numa iniciativa que conta com 30 pais voluntários.

“Assim como as minhas filhas sentem dificuldades na escola e eu ajudo-as, sei que há muitos pais que não têm condições económicas nem tempo para auxiliar os filhos. E como tinha algum tempo livre e como sempre fiz voluntariado, achei que podia ajudar”, explicou Fernando Martins, consultor de gestão e pai de duas adolescentes da instituição.

Fernando Martins desloca-se uma vez por semana durante uma hora à associação da Silveira com Carlos Freire e Maria José Gomes, também pais de alunos da escola, para dar apoio a 15 alunos da freguesia.

Sofia Reis, a frequentar o 6º. ano, é uma das alunas que beneficia do projecto. Antes “fazia os trabalhos de casa sozinha” porque os pais “não conseguiam ajudar”, mas desde que é acompanhada tem “melhorado e subido as notas nos testes”.

Para o Externato de Penafirme, trata-se de um projecto relevante nos tempos que correm: “cada vez mais, chegam-nos pedidos de ajuda na alimentação, por exemplo, e é lógico que, não tendo dinheiro para pagar a alimentação, muito menos têm dinheiro para pagar explicações ou outro género de apoios”, conta o professor Jorge Henriques.

Luís Marinho, coordenador do projecto na associação de pais, explicou que a ideia foi criar uma ajuda para as famílias da comunidade escolar, sejam ou não carenciadas, em salas das colectividades, numa lógica de proximidade em relação às residências dos alunos.

“O projecto visa garantir que as famílias sejam apoiadas porque, sendo voluntário, permite uma poupança de custos que, se não existisse, as famílias sozinhas não conseguiam ter”, disse.

Assim, tira benefício das qualificações dos pais voluntários (a maioria com o 12º ano) que formam equipas multidisciplinares para apoiar os filhos uns dos outros no estudo, desde “acompanhar os trabalhos de casa”, “esclarecer dúvidas quando se aproximam testes”, “organizar cadernos” e “ensinar a sublinhar o que é mais importante”.

Além do apoio, uma equipa composta por quatro pais percorrem as 10 colectividades do projecto com o intuito de desenvolverem jogos pedagógicos com os mais novos para, além da aprendizagem dos currículos escolares, desenvolverem competências relacionadas com comportamentos, camaradagem, solidariedade e trabalho de equipa.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Escola deixou alunos sozinhos

Todos os docentes e funcionários da Escola Básica de Matosinhos foram ontem cantar as Janeiras ao presidente da câmara, Guilherme Pinto, deixando sozinhas na escola as crianças cujos pais não autorizaram participação na iniciativa.
"A minha filha de seis anos foi encontrada por uma amiga no átrio da escola, muito assustada, quase em pânico", contou Vítor Maganinho. O encarregado de educação explicou que "qualquer pessoa podia entrar na escola e levar as crianças". Vítor Maganinho referiu: "A minha amiga trouxe os meus filhos com o meu conhecimento, mas não havia qualquer funcionário a controlar a porta." Vítor foi um dos pais que não autorizaram os filhos, de 4 e 6 anos, a irem cantar para o autarca. "A escola já tinha avisado que podia não ter quem ficasse com as crianças, e hoje [ontem] de manhã voltaram a avisar, mas nunca pensei que o fizessem", disse Vítor. Cerca de vinte crianças terão ficado abandonadas na escola durante toda a manhã. 

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

Açores aplicam multas a pais de estudantes problemáticos

Os pais dos estudantes das escolas do básico e secundário dos Açores podem vir a pagar multas, caso os seus filhos faltem às aulas ou se envolvam em casos de indisciplina. As famílias que não cumpram o pagamento destas contra-ordenações podem mesmo perder direito aos apoios da acção social. Estas medidas fazem parte do novo estatuto do aluno na região autónoma foi publicado em Diário da República.

O decreto que regula o estatuto do aluno dos ensinos básico e secundário nos Açores estabelece contra-ordenações que podem ir dos 20 aos 300 euros. Estas multas podem ser aplicadas aos pais que não compareçam à escolas quando os seus filhos atinjam o limite de faltas ou que não se responsabilizem pela pontualidade dos estudantes. O não cumprimento de tarefas escolares e a existência de problemas disciplinares são também elencados no documento como motivo para aplicação de coimas aos encarregados de educação.

Os pais devem “responsabilizar-se activamente pelos deveres de assiduidade e de disciplina dos seus educandos”, lê-se no decreto legislativo, que determina que o produto das coimas aplicadas deve reverter para o fundo escolar da unidade orgânica em que os alunos estejam inscritos.

Em caso de não pagamento das multas definidas no novo estatuto do aluno dos Açores, há outras sanções para as famílias. Os pais que beneficiam dos regimes da acção social escolar e do transporte escolar podem ficar sem esse apoio. No caso das famílias que não tenham direito a bolsas de estudo, a coima pode duplicar de valor em caso de incumprimento.

O documento foi aprovado por maioria no parlamento regional em Outubro, com os votos do PS, PSD e CDS-PP. BE, PCP e PPM votaram contra. Na altura a Confederação Nacional das Associações de Pais tinha antecipado que a proposta açoriana serviria de bitola para o documento que está a ser preparado para o continente.

O Ministério da Educação e Ciência não comenta essa possibilidade. O Governo mantém a previsão da apresentação de um novo estatuto até à Primavera, com o objectivo de permitir a sua entrada em vigor no próximo ano lectivo.

quarta-feira, 30 de junho de 2010

Pais e professores querem coordenadores nas escolas


Pais e professores puseram-se ontem de acordo sobre a urgência de exigir ao Ministério da Educação uma mudança na organização da educação especial. O primeiro passo será criar departamentos específicos para esta área, nas escolas, com um coordenador especializado. O objectivo é combater as fragilidades, tanto na sinalização como nas respostas dadas aos quase 32 mil alunos com necessidades educativas especiais (NEE).

A iniciativa foi revelada ao DN por Albino Almeida, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), após uma reunião com a Federação Nacional dos Professores (Fenprof) realizada ontem, na qual também foi debatida a reorganização da rede escolar que o Governo aprovou (ver texto nesta página).

Segundo Albino Almeida, a criação de departamentos dedicados à educação especial foi 'um dos pontos de entendimento' entre as organizações, e é encarado como 'uma medida de fácil aplicação' pelo Governo, até porque 'não implica necessariamente um aumento da despesa'.

Os departamentos são serviços das escolas que organizam a oferta pedagógica dos diferentes grupos de disciplinas (por exemplo: as línguas e as ciências exactas), liderados por um professor coordenador da área.

Actualmente, a educação especial não tem um departamento específico, sendo, conta Manuel Rodrigues, da Fenprof, 'muitas vezes integrada pelas escolas no grupo das Expressões, a par da Educação Física ou da Educação Visual'.

Uma situação que, considera Albino Almeida, afecta a capacidade de 'organização da resposta' às necessidades dos estudantes.

'No cenário actual, muitas vezes há um aluno com determinadas características como a dislexia, que são detectado por um professor, depois a informação é transmitida à direcção da escola, que a encaminha para as unidades especializadas de apoio', explica. 'Só depois é que é organizada uma resposta que muitas vezes é tardia e insuficiente.'

Com um coordenador, considera, 'a sinalização seria feita mais cedo, e sobretudo melhor'.

E a 'resposta adequada' - que provavelmente implicaria um aumento dos alunos apoiados - até poderia ser dada 'recorrendo a outros técnicos, como os que as autarquias podem facultar através dos seus fundos sociais' e 'do melhor aproveitamento e formação dos professores. 'Neste momento, a Dislex, uma entidade apoiada pelos pais e por cientistas, está a oferecer 50 horas de formação aos professores', ilustrou.

Para Manuel Rodrigues, a 'eventual criação deste departamento pelo ministério da Educação, há muito exigida pela Fenprof, seria certamente positiva'. Porém, o sindicalista tem mais dúvidas de que a medida, por si mesma, fizesse a diferença.

'Seria um passo muito tímido, há milhentas coisas que é preciso alterar para que a escola seja realmente inclusiva', defende. 'Nós temos preparado um conjunto de medidas para propor ao Ministério onde, desde logo se questiona a utilização da Classificação Internacional de Funcionalidade [CIF, ver texto em baixo] como meio de sinalizar os alunos. Defendemos também o fim da lógica das escolas organizadas por deficiência e defendemos a necessidade de mais professores e mais formação', descreve.

A utilização da CIF é também considerada 'insuficiente' pelos pais, que lembram os 'estudos internacionais apontando para uma prevalência da ordem dos 10% de alunos com necessidades educativas permanentes'.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

XXXV - Encontro Nacional das Associações de Pais


A Confederação Nacional das Associações de Pais - CONFAP, em conjunto com a Federação Regional de Évora das Associações de Pais e Encarregados de Educação, vai realizar no próximo dia 17 de Abril de 2010, no Auditório da Direcção Regional do Alentejo, o seu XXXV Encontro Nacional de Associações de Pais subordinado ao tema 'Os Pais e os desafios da Educação do Século XXI', com a presença de Sua Excelência a Sra. Ministra da Educação e convidados nacionais e internacionais.

Nesse momento de referência e partilha do Movimento Associativo de Pais, analisaremos os desafios que se colocam às Associações de Pais para garantirem uma Escola verdadeiramente inclusiva e também para a construção de uma Escola cidadã, valorizando a participação parental nos Conselhos Gerais como forma de alavancar os contractos de autonomia que as Escolas devem propor ao Ministério da Educação.

Estão convidadas todas as Escolas e Autarquias do Alentejo bem assim como outros membros da Comunidade Educativa local e nacional.

Apelamos à participação massiva de toda a Comunidade Educativa Alentejana.


Confederação Nacional das Associações de Pais - CONFAP
Presidente: Albino Almeida

Federação Regional de Évora das Associações de Pais e Encarregados de Educação
Presidente : Ana Cadete


Data: 17 de Abril de 2010

Local: Auditório da DREA - Évora

Tema: 'Os Pais e os Desafios da Educação para o Século XXI'

Painel 1: Escola Inclusiva - a que temos e a que queremos

Painel 2: Novos desafios para uma gestão partilhada da Escola
Pública. Associações de Pais, Professores, Alunos,
Autarquias e Comunidade, que participação ?


Organização: Federação Regional de Évora e CONFAP

sábado, 10 de abril de 2010

Pais precisavam do dobro das férias para acompanhar ritmo dos filhos


Os pais teriam de usufruir do dobro dos dias de férias de que dispõem para acompanhar o ritmo das interrupções lectivas, um problema que se agrava nas faixas etárias mais jovens por falta de alternativas, lamentam os educadores.

Segundo o calendário escolar para a educação pré-escolar, as férias do Verão duram cerca de dois meses e há ainda a somar outros 10 dias úteis nas interrupções lectivas do Natal, Carnaval e Páscoa. Para o ensino Básico e Secundário, os pais, que geralmente têm 22 dias de descanso, devem prever mais de 50 dias úteis de férias no final do ano lectivo e mais de 10 nas épocas festivas.

"No ensino público, muitas vezes, não há opções, porque encerram um mês em Agosto e também nas interrupções lectivas. Faz com que os pais tenham de procurar nas instituições privadas locais para colocarem os filhos porque as suas férias não são coincidentes", afirmou à agência Lusa a presidente da Confederação Nacional Independente de Pais e Encarregados de Educação, Maria José Viseu.

Mas a situação repete-se no ensino privado, reconhece, com muitos colégios a calendarizarem dias de férias além da capacidade dos pais.

No caso de crianças até aos quatro anos, a situação piora: "Neste caso, ainda é mais grave, porque não existe legislação específica em termos de calendário escolar para as creches. E as actividades de tempos livres (ATL) não existem para esta faixa etária", explica Maria José Viseu.

Paulo Mata, responsável por um ATL na zona de Lisboa, explica que "até aos quatro anos não há oferta, até porque obriga a instalações mais apuradas, como um sítio para a sesta, obriga à mudança de fraldas, a pessoal mais especializado e não se torna tão rentável".

Carla Peidró, mãe de Leonor, de 22 meses, apercebeu-se este ano da falta de alternativas: "A minha filha começou a andar na escola há um mês e só agora percebi até que ponto é difícil conciliar a vida pessoal e profissional. O colégio está fechado todo o mês de Agosto e na Páscoa encerra duas semanas. Eu tenho apenas 25 dias de férias por ano."
Sem grande suporte familiar por perto, uma das soluções passará por dividir as férias com o marido.

Também o valor cobrado pelos ATL faz com que alguns casais tenham deixado de passar férias juntos.

Há oito anos que Joana e André têm só uma semana de férias conjuntas: "Não temos dinheiro para pagar quase 200 euros por semana num ATL por cada um dos dois filhos. A única solução é desencontrarmos as férias", conta Joana Borges.

Com quatro filhos, as férias tornam-se "um drama bem real" para Susana Soares, que se socorre de uma tabela Excel "para gerir com muita antecedência" o destino de cada criança nas interrupções escolares.

Os dois filhos do meio, com 9 e 7 anos, andam num colégio privado e têm 11 semanas de férias seguidas só no Verão.

"Entre as minhas férias, algum apoio familiar e ATL vou tentando gerir a crise", diz Susana Soares, que gasta mais de 3000 euros por ano para suprir necessidades impostas pelas férias escolares.

Reconhecendo que pode ser uma forma de concorrência ao ATL, Paulo Mata diz que há um novo movimento entre os pais que se organizam para contratarem, conjuntamente, uma educadora que trate dos filhos durante as pausas escolares.

"Sai mais barato do que pagar a um centro de férias", admite.

Há também associações de pais que se organizam com ofertas de actividades de tempos livres.

Para a Federação Regional de Setúbal das Associações de Pais (FERSAP), o Ministério da Educação deveria elaborar com as autarquias e o Instituto Português da Juventude um plano nacional para a ocupação dos tempos livres.

"Não podemos exigir que seja a escola só por si a resolver este problema", diz António Amaral, responsável da FERSAP.


Lusa

sexta-feira, 19 de março de 2010

CONFAP: PROPOSTA DE PARECER SOBRE ALTERAÇÃO DO ESTATUTO DO ALUNO


A CONFAP, desde o parecer dado à Lei 30/2002, vem chamando a atenção para o facto de o Estatuto do Aluno ser alterado, revisto, ou republicado, mais em função da agenda mediática, do que da reflexão e avaliação da sua prática e do real impacto daquele Estatuto na vida das escolas.

Reiterámos esta apreciação aquando da discussão do actual Estatuto do Aluno, na Comissão Parlamentar de Educação, na AR, em 2008. Nela, como então notámos, não participaram os estudantes algo que, sugerimos, seja alterado desta vez! Até porque esta é uma revisão anunciada para a actual legislatura e requerida também pela CONFAP, nos termos que a seguir se desenvolvem.

Conforme, entre nós, assinalava um Companheiro de Almada, já desaparecido, com longos anos de participação nos órgãos directivos das escolas, a ligação entre os deveres dos docentes, plasmados no seu Estatuto de carreira, e os direitos dos alunos, plasmados no respectivo Estatuto, é uma tal relação que, atenta a polémica em que esteve envolvido o actual ECD, nomeadamente na definição do que é a componente não lectiva dos docentes, aí reside a origem de alguns equívocos (?) e controvérsias, logo na leitura, mas essencialmente na prática, do presente Estatuto do Aluno.

O próprio processo legislativo no Parlamento, com peripécias várias a serem passadas, quase em directo, para todos os órgãos de comunicação social, também não ajudou nada...

Assim, passaram para a opinião pública algumas ideias feitas acerca do Estatuto que é preciso desmontar, porque não resistem a uma análise intelectualmente honesta e à própria prática do Estatuto em muitas escolas, seja no que toca às faltas dos alunos, seja à questão, mais ampla e complexa, da disciplina.

FALTAS

A falta é um direito do aluno quando justificada por um dos motivos incluídos no nº1 do artigo 19º da lei 3/2008, mas não pode transformar-se num acto em que por tudo ou nada se recorre e se justifica com motivos no mínimo duvidosos e sobre a cobertura de pais e encarregados de educação menos atentos ou mais permissíveis, ou mesmo de professores menos exigentes.

Defende a CONFAP que os alunos possam justificar as suas faltas, no ensino secundário, de acordo com o princípio aplicado aos Deputados: a palavra faz fé, não carecendo, por isso de comprovativos adicionais. Quando for invocado o motivo de doença, poderá, porém, ser exigido atestado médico, caso a situação se prolongue por mais de uma semana.

Uma das ideias feitas sobre o actual estatuto que importa desmontar é a de que ' as provas de recuperação, para os alunos com excesso de faltas, não trazem vantagens e até podem ter resultados perversos, uma vez que prejudicam os bons estudantes', ou, 'quando percebem que as provas de recuperação não servem para reprovar, voltam a faltar'.

Estas afirmações encerram uma ideia inaceitável: a de que um aluno que falta, mesmo de forma sistemática e sem justificação, deve fazer uma prova que, face à ausência de aprendizagens, motivadas pelas ausências às aulas, só poderá, mesmo, reprová-lo! A menos que não se acredite na eficácia da frequência escolar para a aquisição de aprendizagens!..

Propõe, então, a CONFAP que se mantenha a obrigatoriedade de a escola proceder ao registo de todas as faltas, venha a justificá-las, ou não, e de realizar um diagnóstico das aprendizagens perdidas pelo aluno, em resultado das suas faltas! Assim, deverá desaparecer a expressão 'prova de recuperação' passando a chamar-se-lhe 'prova de diagnóstico'.

Para a CONFAP sempre foi claro que as faltas, se dadas de forma sistemática e sem motivo justificado, revelam incumprimento de deveres essenciais por parte do aluno e falta de respeito para com os outros e deve ser tratado com seriedade e ter consequências, como proporemos.

Porém, e mais importante, as faltas determinam sempre perdas de aprendizagens que devem, sempre, ser repostas, mas diferenciando as estratégias para tal, conforme tais faltas forem consideradas pela escola - justificadas, ou injustificadas.

Por isso a CONFAP apoiou o despacho da M.E. no qual se exarou que 'a prova de recuperação não pode ter a natureza de um exame, devendo ter um formato e um procedimento simplificado, podendo ter a forma escrita, ou oral, prática, ou de entrevista'.

Tal despacho mereceu a concordância de sindicatos para quem 'com o fim das provas de recuperação obrigatórias para os alunos que ultrapassam o limite de faltas, cada escola passa a ter autonomia (...) ficando nas mãos dos professores decidir a forma de apreciar a situação de cada aluno e decidir o que fazer em cada situação'.

Igual aprovação lhe deu o Conselho de Escolas para quem tal despacho plasma ' uma boa medida', que é 'passar a responsabilidade para as escolas'.

A essa apreciação, o Conselho de Escolas acrescenta que é necessária 'uma base comum de trabalho', com o que também concorda a CONFAP!

Tal base comum de trabalho, para a CONFAP, parte do princípio de que o preceito legal que deve prever, para todos os casos, que os docentes, depois de apreciada a situação de cada aluno, escolham para cada caso, ou um teste de recuperação - sugere-se que se lhe chame teste diagnóstico - ou um trabalho extra, ou uma apresentação na aula, ou, após confirmada a perda de aprendizagens, a frequência de aulas suplementares!

Ou seja, a CONFAP constata que um aluno, por atingir um grande número de faltas e, pior, se ultrapassar os limites máximos previstos na lei actual, perde, seguramente, aprendizagens significativas! Ora, a uma grande perda de aprendizagens, corresponderá, logicamente, perante qualquer prova, falta de aproveitamento! E é a falta de aproveitamento que determina a retenção, mesmo não faltando... quanto mais faltando!

Por isso a CONFAP recusa o argumento contra as provas de recuperação, (ou de diagnóstico, como sugere que se chamem, independentemente da forma que revistam) quando se afirma que, com elas, 'os alunos não vão às aulas, chegam, fazem uma prova e passam de ano'.

Se, de facto, assim fosse, estávamos a admitir que há escolas que validam que não é preciso ir à escola para aprender, bastando fazer as provas de recuperação! Ou, pelo contrário, basta frequentá-las, ser assíduo, para ter sucesso escolar! Ora 18 750 alunos, retidos no 9º ano, seguramente não por faltas, no ano lectivo de 2007/2008, provam que assim não é!

Como também recusa o argumento de que tais provas, tenham a forma que tiverem, atento o seu fim, sejam 'mais carga burocrática', ou 'castigo para os professores'. Integradas, ou não, na componente lectiva, tais provas fazem parte do direito, universal, inalienável e imprescritível, das crianças e dos jovens, à educação!

Coerentemente, a CONFAP defende e propõe, como 'base de trabalho comum', que é na garantia do direito à educação que se deve fazer a diferença, nas consequências, entre faltas que a escola considere justificadas e as que considere não justificadas.

Assim, especificamente, em relação ao artigo 22º do actual Estatuto (efeito das faltas), propomos que deve ser claro, no futuro Estatuto, que quando a escola considera a falta justificada, prévia, ou posteriormente à sua ocorrência, corresponsabiliza-se pelas aprendizagens que o aluno vier a perder, ou tenha perdido. Caberá à escola, de acordo com a lei, fazer, sempre, o diagnóstico das aprendizagens perdidas, ou não, pelo aluno durante a sua ausência justificada.
Deverá fazê-lo através dos meios que a lei já prevê e julgados pela escola, na sua autonomia de decisão pedagógica, apropriados ao caso!

Defende a CONFAP que o procedimento da escola seja similar, mesmo quando decida considerar as faltas injustificadas. Se, depois do diagnóstico, se confirmar ausência substancial de aprendizagens e como consequência das faltas serem injustificadas, mesmo que não tenham atingido o limite máximo semanal inscrito na lei, o aluno deve ser informado de estar em forte risco de ficar retido e ser-lhe imposto um plano de recuperação e avaliação de conhecimentos, a ser cumprido sem falhas e faltas!

Especialmente nos casos em que o aluno tenha ultrapassado o limite máximo de faltas, sugere a CONFAP que a futura lei preveja a audição do aluno e do seu Encarregado de Educação, do Conselho de Turma e do Conselho Pedagógico.

Pretende-se, em casos primários, permitir ao aluno, mediante o cumprimento de um contrato em que este assuma não faltar mais, frequentar aulas suplementares e realizar trabalhos escolares e sociais na escola, ser submetido a uma prova final com carácter de exame para tentar evitar a retenção. Naturalmente que este contrato deverá ser também subscrito pelo Pai/Encarregado de Educação.

Propomos que a futura lei seja assertiva e clara nesta matéria, pois todos sabemos que são muito perniciosos os efeitos de uma retenção para o aluno, para a escola e para a sociedade, pelo que deve ser evitada por todos os meios ao alcance das escolas, dando a estes alunos uma segunda oportunidade de ter sucesso! Com trabalho e exigência!

INDISCIPLINA

Na mesma senda de contribuir para 'uma base comum de trabalho', somos de parecer que o Estatuto do Aluno, no campo disciplinar, deve evoluir no sentido de dar à escola - direcção e professores - a possibilidade de dar uma resposta rápida e adequada aos problemas de ordem disciplinares existentes no interior da escola.

Sabemos que a existência de regras claras, objectivas e a efectiva e rápida aplicação das medidas correctivas e/ou sancionatórias, melhoram o ambiente e em consequência as aprendizagens dos alunos e o trabalho dos docentes.

Se nos perdemos em burocracias excessivas, com base em pretensos actos de rigor do direito, perdemos o tempo e o espaço necessário à tomada de decisão e à sua eficácia, essenciais em matéria de disciplina em contexto escolar.

Não podemos passar uma imagem errada, de permissividade e de leveza permanente nas consequências para quem prevarica de forma sistemática e intencional, especialmente na escola, local de formação de cidadãos!

Não falamos em reforço da autoridade do professor, pois pensamos que ela existe na medida em que o mesmo saiba exercer as suas funções de docente e de pedagogo e, também, não podemos fazer da escola um tribunal, dos docentes oficiais de justiça e dos directores juízes!

No actual Estatuto, nomeadamente - sem sermos exaustivos - no art. 6º, alíneas c) e g), no art. 9º, no art. 15º, alíneas e) e q), no art. 23º, no art. 27º, n.º 1, n.º 2, alíneas c) e d) e n.º 3 e no art. 43º, n.º 1, existem já mecanismos que consagram que, ao contrário do que se propala, sem honestidade intelectual, a lei não protege o aluno que desobedece e este, face ao actual Estatuto, não fica impune! A lei poderá ser melhorada, mas é preciso, primeiro, que se aplique sempre!

Reforçar o papel das Associações de Pais e Encarregados de Educação na prevenção da indisciplina é de grande importância, pelo papel de coordenação que, nesta matéria em especial, podem fazer com os Pais Representantes de Turma, Pais Representantes no Conselho Geral e Pais Representantes no Conselho Pedagógico, na escola e, fora dela, no Conselho Municipal de Educação, Comissões de Protecção e Comissões da Acção Social locais.

Os paradigmas sociais e familiares mudaram e com eles novas formas de comportamentos e de atitudes surgem todos os dias, muitos deles arrastando os alunos para acções marginais e contrárias à salutar convivência com o outro, ou com os outros, seus pares, ou não.

A CONFAP admite que a futura lei possa introduzir preceitos de maior responsabilização das famílias, desde que se preveja, de forma inequívoca, a verificação de 'ausência de família', para não penalizar, dupla e socialmente, os 'órfãos de pais vivos' que temos nas nossas escolas...

A referida 'ausência de família' deve ser aferida pela obrigatoriedade de contactar as famílias, sucessivamente, através da caderneta do aluno, da solicitação postal registada com aviso de recepção; nesta fase deverá, também, notificar-se a CPCJ e a rede social local da autarquia de proximidade.

Se a escola prevendo que não consegue contactar algumas famílias por qualquer daqueles meios, deverá introduzir no regulamento interno que fica previsto que a escola pode recorrer a meios de efectiva responsabilização das famílias, Pais/Encarregados de Educação, pelo cumprimento dos deveres do aluno, como a notificação das situações de incumprimento parental, para efeito de eventuais penalizações pecuniárias, ou outras, em colaboração com os Ministérios do Trabalho e da Segurança Social e do Ministério das Finanças.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

FILHOS DE PAIS EM GUERRA


A ideia de um pai ou de uma mãe manipular o seu filho com a intenção de predispô-lo contra o outro progenitor pode parecer difícil de aceitar, porém é um fenómeno cada vez mais frequente depois de um divórcio ou separação.

Este fenómeno, conhecido pelos especialistas como Síndrome de Alienação Parental, é ainda pouco estudado em Portugal e foi objecto da Grande Reportagem, emitida pelo canal SIC.

Porque todos devemos reflectir a forma de como os nossos comportamentos afectam os nossos filhos, não só em caso de divórcio, e pelo que o tema nos parece de importante, divulgamos o link (clicar na imagem) para visualização do programa.



Como informação adicional sobre o tema, divulgamos um livro (link na imagem para a livraria) onde o autor descreve, de uma forma prática e rigorosa, o processo pelo qual um progenitor muda a consciência do seu filho de forma a impedir ou destruir o vínculo com o outro pai, até conseguir que o odeie ou rejeite.


O livro é dirigido a pais e mães em processo de separação, ou que se encontrem já divorciados, a psicólogos e assistentes sociais e aos profissionais que, ao trabalharem no mundo judicial, se encontram implicados nos processos de direito de família, como juízes, fiscais, advogados e forenses.


Não deixamos de recordar a Constituição da República Portuguesa no que à família, casamento e filiação consagra como fundamental




Artigo 36.º
(Família, casamento e filiação)


1. Todos têm o direito de constituir família e de contrair casamento em condições de plena igualdade.

2. A lei regula os requisitos e os efeitos do casamento e da sua dissolução, por morte ou divórcio, independentemente da forma de celebração.

3. Os cônjuges têm iguais direitos e deveres quanto à capacidade civil e política e à manutenção e educação dos filhos.

4. Os filhos nascidos fora do casamento não podem, por esse motivo, ser objecto de qualquer discriminação e a lei ou as repartições oficiais não podem usar designações discriminatórias relativas à filiação.

5. Os pais têm o direito e o dever de educação e manutenção dos filhos.

6. Os filhos não podem ser separados dos pais, salvo quando estes não cumpram os seus deveres fundamentais para com eles e sempre mediante decisão judicial.

7. A adopção é regulada e protegida nos termos da lei, a qual deve estabelecer formas céleres para a respectiva tramitação.

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

BIPP - Banco de Informação de Pais para Pais



O BIPP – Banco de Informação de Pais para Pais – é uma Instituição Particular de Solidariedade Social (IPSS) criada em 2005 por um grupo de pais de crianças com necessidades especiais. Tem como principal objectivo ORIENTAR FAMÍLIAS cujo destino lhes tenha colocado nas mãos crianças com deficiências.
 



A necessidade de ORIENTAÇÃO DAS FAMÍLIAS de pessoas com necessidades especiais advém da constatação da falta de resposta do Estado para com estas.

O BIPP nasceu para a integração e a eficiência na disponibilização da informação sobre os serviços existentes (públicos e privados) que possam dar resposta às necessidades específicas das pessoas com necessidades especiais.

O BIPP nasceu também para apoiar o desenvolvimento desses mesmos serviços e será o único banco de informação organizado e completo a permitir um cruzamento das informações necessárias para orientar a vida de cada pessoa com cada caso específico.

O BIPP é um CENTRO DE PARCERIAS, ou seja, só através das parcerias com todas as instituições públicas e privadas, associações, escolas e centros terapêuticos e com a disponibilização da informação actualizada dos serviços é  que o BIPP consegue ser uma excelente capacidade de resposta. O BIPP não trabalha com uma ou outra deficiência, trabalha com todas.

A acção do BIPP, é disponibilizada de 2 formas:
ESPAÇO BIPP - Situado na R Rosa Araújo em Lisboa, na sede do Automóvel Club de Portugal,  um espaço onde se encontram técnicos especializados   que orientam  aàs famílias na busca das soluções mais eficientes para cada problema.  Disponibilizam toda a informação permanentemente actualizada dos serviços de saúde, educação, apoios, legislação e integração no mercado de trabalho, públicos e privados
BIPP ONLINE - através de um portal que permite às famílias informarem-se, partilhando e trocando autonomamente informações. Este portal funciona como ferramenta de suporte a toda esta informação e está sempre em actualização visando a melhoria e eficácia das respostas dadas às famílias, técnicos, escolas, associações e todos os que convivem e lidam com cidadãos especiais.

Quantos aos objectivos do BIPP, são:
1.     Orientar as famílias para os diversos recursos existentes na sociedade.
2.     Facilitar o acesso à informação disponível para responder a cada deficiência, tornando-a facilmente acessível às famílias. Promover as sinergias entre os vários serviços e recursos existentes, de forma a evitar a duplicação de esforços, através do Portal BIPP.
3.     Possibilitar à pessoa com deficiência uma vida com sentido e com um caminho definido, em termos escolares, familiares e comunitários (através do acesso privilegiado a toda a informação disponível, tendo a mais valia de usufruir de uma rede de parceiros que maximizam os recursos disponíveis para dar resposta a cada deficiência).
4.     Dar apoio aos familiares que, invadidos por sentimentos de frustração, culpa e dúvida, têm de decidir o caminho a tomar (através das actividades dinamizadas pelos Centros de Atendimento).
5.     Colaborar no desenvolvimento dos recursos já existentes para as pessoas com deficiência (através das actividades dinamizadas pelos Centros de Atendimento).

 
             Aproveite para visitar o portal em www.bipp.pt

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

Debater as AECs e Componente de Apoio à Família

      Debate sobre as AEC e CAF

      Actividades de Enriquecimento Curricular
              Componente de Apoio à Família.

Dia 7 de Novembro| Sábado
Centro Cultural de Juvenil de Santo Amaro - Laranjeiro 

15h00
  
    Oradoras:
     Dr.ª Emília Bigotte - presidente da Federação Distrital de Coimbra das Associações de Pais e representante da CONFAP na CAP das AEC

     Dr.ª Helena Arcanjo - professora do 1.º Ciclo, membro do Conselho Nacional da FENPROF
  • Debate aberto à Comunidade Educativa(pais, professores, educadores, auxiliares de educação, autarcas, técnicos municipais)
A questão é pertinente. O que é um ATL? E a CAF?
A CAF surgiu como apêndice no despacho do ME das AECs no 1.º ciclo. Mas as APs há muito que faziam ATL para apoio às crianças e aos pais.
Não é a mesma coisa?
Deve a CAF apenas ser um apoio prestado pela entidades promotoras das AECs?
E sendo as CAF um apoio previsto pelo despacho, não tem de ser gratuito?
E as APs que não são entidades promotoras de AECs que serviço prestam aos sócios? ATL ou CAF?
Este é um grande e oportuno tema para reflexão no debate de 7 de Novembro!
Inscreve-te!
Ficha de Inscrição - necessária para efeitos logísticos de sala e cafetaria



Apoio:
Câmara Municipal de Almada
Organização: 
FERSAP - 20 Anos com os Pais na Educação

domingo, 20 de setembro de 2009

CONFAP - MANUAIS E MATERIAL ESCOLAR E ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR


MANUAIS E MATERIAL ESCOLAR
ACÇÃO SOCIAL ESCOLAR

Caros pais e encarregados de educação!

1- Relativamente ao manuais escolares e à sua aquisição, a Confap neste ano lectivo em que as dificuldades das famílias em consequência da crise são chamadas a um esforço maior, mantendo que os manuais devem ser distribuídos gratuitamente em todos os graus do ensino obrigatório, vem comunicar a todos os pais e encarregados de educação que, em primeiro lugar, se informem nas escolas sobre a necessidade de adquirir todos os manuais e material escolar durante o mês de Setembro ou se podem fasear a sua compra nos meses de Setembro e Outubro, atento o facto de muitas escolas fazerem revisões das matérias de anos anteriores, é possível que nalgumas disciplinas os livros possam ser comprados apenas em Outubro.

2- Questionar se os cadernos de actividades, de exercícios e CD’s que muitas vezes vêm embalados em conjunto com os manuais (vulgo blocos pedagógicos), são para utilizar e portanto adquirir juntamente com os manuais ou não. Se não forem, têm o direito de não os adquirir. A sua compra é facultativa. A Confap lembra que tais cadernos e CD’s não são subsidiados pela Acção Social Escolar (o valor total pode exceder o limite da comparticipação) porque não são obrigatórios e por isso as editoras são obrigadas a disponibilizar apenas os manuais para venda.

3- Os pais e encarregados de educação devem certificar-se na escola dos apoios a que têm direito pelo Ministério da Educação e Autarquias (1º ciclo), junto dos serviços administrativos ou consultando a legislação que deve estar afixada em local visível e que aqui se anexa. Na sequência da publicação do Decreto-lei 55/2009 procedeu-se à publicação do Despacho 18.987/2009 de 17 de Agosto (Regula as condições de aplicação, a partir do ano lectivo de 2009-2010, das medidas de acção social escolar, da responsabilidade do Ministério da Educação e dos Municípios, em diversas modalidades) e que revoga os anteriores despachos nºs 20956/2008, de 24 de Julho, e 10150/2009, de 26 de Março.

4- Informamos também que a acção social escolar é agora mais dinâmica. Às famílias que estejam a sofrer com o flagelo do desemprego ou cujo orçamento esteja reduzido devido a salários em atraso, a Confap recomenda que façam prova dessa situação junto da escola para que sejam reposicionados em escalão mais favorável (c.f Despacho 10150/2009).

5- A poupança deve começar aquando a recolha das listas de manuais e de material escolar, na escola. Aos pais e encarregados de educação não pode ser exigido mais material para além do material de uso próprio e necessário para o aluno cumprir as suas tarefas, podendo e devendo, reutilizar o material do ano anterior que se encontre em perfeitas condições de uso. Outro material necessário ao funcionamento da escola/turma/actividades, só pode ser dado a título facultativo, (como resmas de papel, tonners e tinteiros ou donativos em dinheiro) pois estes gastos são assegurados por verbas próprias a disponibilizar pela escola e autarquia a quem cumpre assegurar o funcionamento das actividades lectivas.

6- A Confap tem defendido junto do Ministério da Educação, atento o investimento feito via Plano Tecnológico, que o computador é e será, cada vez mais, uma ferramenta de estudo e de pesquisa dos alunos. Em vez de fotocopiarem partes de outros manuais, as escolas devem virar-se para os conteúdos multimédia.
Os manuais tenderão a funcionar como um instrumento de apoio ao estudo, podendo ficar na escola, ou em casa.
A utilização do computador e dos conteúdos multimédia é um caminho que tem de ser percorrido.

7- A Confap defende que as escolas deveriam receber uma verba para este fim, com um valor estabelecido para cada aluno, podendo assim utilizar cabalmente as novas tecnologias.

8- O manual como apoio ao estudo, na escola como em casa, aproveitando-se cada vez mais, os conteúdos multimédia no ensino, também permitirá libertar as costas dos nosso filhos e educandos, dos pesos absolutamente vergonhosos que têm de carregar diariamente nas mochilas.

Nota: a não obrigatoriedade de adopção e de compra de manuais para algumas disciplinas só começa em 2010/2011.


Não deixe de nos contactar pelos meios habituais e nomeadamente através da nossa página www.confap.pt (mail: gestor.pagina@confap.pt) onde manteremos informação e esclarecimentos que sejam relevantes e necessários.


Legislação:


― Despacho n.º 18987/2009. D.R. n.º 158, Série II de 2009-08-17, do Ministério da Educação - Gabinete do Secretário de Estado Adjunto e da Educação
Regula as condições de aplicação, a partir do ano lectivo de 2009-2010, das medidas de acção social escolar, da responsabilidade do Ministério da Educação e dos Municípios, em diversas modalidades.

― Decreto-Lei n.º 55/2009. D.R. n.º 42, Série I de 2009-03-02, do Ministério da Educação
Estabelece o regime jurídico aplicável à atribuição e ao funcionamento dos apoios no âmbito da acção social escolar.

Portaria n.º 42/2008, de 11 de Janeiro (link directo)
Determina as disciplinas e áreas curriculares em que não há lugar à adopção de manuais escolares ou em que esta é facultativa.

terça-feira, 15 de setembro de 2009

Conselhos aos pais - Um manual para encarregados de educação

Crianças doentes... pais em casa

A Gripe A pode obrigar muitos pais a ficar em casa, seja para tomar conta de um filho doente ou porque a escola fechou, por prevenção. Uma situação excepcional que já obrigou a alterar o sistema das baixas médicas.

Quem ficar a cuidar de um filho tem direito a faltar ao trabalho para prestar assistência à família. Nestes casos, a remuneração é equivalente a 65% do ordenado:

Até 30 dias por ano, se a criança for menor de 12 anos, ou independentemente da idade, se for portadora de deficiência ou doença crónica
Até 15 dias por ano, se a criança for maior de 12 anos, ou independentemente da idade, se for portadora de deficiência ou doença crónica
Durante todo o período de uma hospitalização
Se eu ficar doente, o meu filho deve ficar em casa?

Neste caso, a recomendação oficial é a de que todo o agregado familiar mantenha a rotina, ou seja, as crianças não devem deixar de ir à escola. Filipe Froes, consultor da Direcção-Geral da Saúde (DGS), recomenda, no entanto, que o doente cumpra as regras de isolamento e protecção, além de que deve ser reforçada a vigilância aos sintomas nos restantes membros da família. Os contactos próximos que façam parte de um grupo de risco - asmáticos, diabéticos - devem tomar Tamiflu, preventivamente. Pedro Simas, virologista do Instituto de Medicina Molecular, tem outra opinião: "A probabilidade de transmissão do vírus entre pessoas que vivem na mesma casa é muito grande. Numa lógica de contenção da epidemia, fará mais sentido que todo o agregado familiar respeite a quarentena de sete dias."

Devem evitar-se os autocarros para a escola?

Nos transportes camarários, de uso exclusivo das escolas, é importante que cada criança ocupe sempre o mesmo lugar. Desta forma, reduz-se o contágio e facilita-se o controlo da epidemia. Nos transportes públicos, é importante seguir todos as regras de contenção da epidemia (cuidado ao espirrar, tossir) e evitar estar muito próximo das outras pessoas. À saída do autocarro deve lavar-se as mãos ou desinfectá-las com uma substância alcoólica. Ao mínimo sinal de gripe, a ordem é deixar de andar de transportes colectivos. Sempre que possível, e nas alturas de pico da epidemia, é preferível que os alunos vão para a escola a pé ou em viatura particular.

Devo adiar a entrada do meu filho na creche?

Na gíria pediátrica, o infantário ganha a designação de "infectário". Um mal necessário que se paga com doenças, sobretudo infecções respiratórias, desde que a criança entra na escola. "Antes, as doenças apareciam na escola primária, agora é mais cedo", nota a pediatra do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, Paula Valente. Mesmo assim, esta médica, de 67 anos, não advoga o adiar da entrada na creche. "Há medidas que não são realistas. Se os pais tiverem de deixar os filhos na escola para poder ir trabalhar, não faz sentido aconselhar o contrário." No entanto, para as crianças com menos de 6 meses ou com problemas respiratórios, a especialista recomenda que se evite a ida para a creche, especialmente no pico da epidemia.

O que guardar na mochila?

Garrafa de água (os bebedouros estarão selados)
Lenços de papel (usar uma vez e deitar fora)
Toalhetes desinfectantes (para usar sempre que não for possível lavar as mãos com sabão)
Um iogurte, uma sande e uma peça de fruta (uma alimentação equilibrada - variada e rica em vitaminas - é fundamental para enfrentar o vírus)
O contacto mais imediato dos pais ou encarregado de educação
Conselhos aos pais

- Em Portugal, 30% das crianças têm excesso de peso e a obesidade é um dos factores de risco, em matéria de gripe. Nunca é tarde para adoptar hábitos de alimentação saudável - a típica dieta mediterrânica, rica em verduras, fruta, azeite e pão

- Cabe aos pais informar os responsáveis da escola acerca das fragilidades dos seus filhos, sinalizando problemas respiratórios, diabetes, alergias a medicamentos ou qualquer outra patologia que possa condicionar o estado geral de saúde

- É importante ensinar as crianças a tossir e espirrar para o antebraço ou para um lenço de papel, que deverá ser deitado fora, depois de utilizado

- A lavagem das mãos deve ser adoptada pelas crianças como rotina, antes de saírem de casa e quando regressarem da escola

- Uma criança com febre tem de ficar em casa

- A escola deve ser avisada, no caso de um diagnóstico de gripe

- Os espaços abertos, como jardins ou parques, devem ser preferidos, relativamente aos locais fechados, com pouca circulação de ar

- Restringir as visitas de pessoas com sintomas gripais

- Consultar o médico de família para avaliar a necessidade de vacinar ou não as crianças contra a Gripe A (as primeiras vacinas estarão disponíveis em Setembro, para os grupos de risco)

- Manter em casa uma reserva de paracetamol, toalhetes desinfectantes, máscaras de protecção

- Estar atento aos sintomas gripais - febre alta, de início súbito, dores no corpo, tosse, nariz entupido, dor de garganta, arrepios, fadiga, vómitos ou diarreia

- Evitar as urgências hospitalares e ligar para a Linha de Saúde 24 (808 24 24 24)

E se a gripe lhe bater à porta...

- O doente deve ficar num quarto, sozinho, de porta fechada, idealmente com uma casa de banho de uso exclusivo

- Deve ser sempre a mesma pessoa a cuidar do paciente, sendo esta a única a entrar no quarto

- Mulheres grávidas ou pessoas com doenças crónicas não devem aproximar-se do doente

- O espaço onde está o engripado deve ser arejado, com janelas, bem como as zonas comuns da casa

- Os objectos e roupas não devem ser partilhados

- Nos doentes, medir a febre de manhã e à noite, registar a evolução e controlá-la com paracetamol

- Tomar muitos líquidos para manter a hidratação

Alerta

- Dificuldade respiratória, vómitos persistentes, prostração, pele arroxeada, recusa alimentar ou persistência da febre durante mais de quatro dias, são sinais de complicações