quarta-feira, 20 de maio de 2015
terça-feira, 19 de maio de 2015
Notícia - O que é ultra-violeta?
A radiação solar constitui um importante fator natural do clima da Terra influenciando significativamente o ambiente. A parte ultravioleta do espectro solar (UV) desempenha um papel determinante em muitos processos na biosfera, possuindo muitos efeitos benéficos, poderá no entanto causar graves prejuízos para a saúde se o nível de UV exceder os limites de “segurança”.
De facto, se a quantidade de radiação ultravioleta exceder os limites a partir dos quais os mecanismos de defesa, inerentes a cada espécie, se tornam ineficazes, poderão ser causados graves danos a nível biológico, facto que também se aplica ao organismo humano e em particular aos órgãos da pele e da visão. Com o intuito de serem evitadas lesões, agudas e crónicas, resultantes da exposição a elevadas níveis de UV, as pessoas deverão limitar a sua exposição à radiação solar adotando medidas de proteção, medidas estas que variam consoante a sensibilidade de cada um à mesma radiação solar.
A variação diurna e anual da radiação solar que chega à superfície é governada por fatores astronómicos e parâmetros geográficos bem como por condições atmosféricas. As ações decorrentes das atividades humanas que atingem a atmosfera, poluindo o ar e influenciando a camada de ozono, afetam também a radiação UV que chega à superfície. Consequentemente, a radiação UV é um parâmetro ambiental altamente variável no espaço e no tempo. A radiação ultravioleta (UV) faz parte do espectro da radiação solar nos comprimentos de onda compreendidos entre 290 nm a 400 nm. A chamada radiação UV-B corresponde ao intervalo espectral de 280 nm a 320 nm, sendo a principal responsável pela formação de queimaduras na pele, cancro da pele, cataratas e outros efeitos na saúde humana. A radiação solar UV-B que incide na atmosfera da Terra é absorvida principalmente pelo ozono estratosférico o qual se encontra entre 10 km e 50 km de altitude. No entanto, existem outros componentes atmosféricos que podem contribuir também para uma atenuação (por absorção e/ou por difusão) da radiação UV-B na atmosfera como as nuvens, o aerossol atmosférico e até o próprio ar. Existem ainda outros fatores que podem contribuir para o aumento da radiação UV-B como as reflexões das nuvens, neve, areia, etc.
A radiação ultravioleta e a camada de ozono
Cerca de 90 % do ozono atmosférico encontra-se na estratosfera (10-50 km). Assumindo que os outros fatores (altura do Sol, local, nebulosidade, aerossol, etc.) se mantêm constantes, as variações da radiação UV-B resultam das variações na espessura do ozono estratosférico devidas aos vários mecanismos de transporte formação e destruição do ozono na atmosfera. Nos últimos 20 anos observou-se uma redução gradual da espessura da camada de ozono principalmente nas latitudes médias e altas, atribuída à destruição do ozono por compostos químicos resultantes das atividades humanas. Esta redução aumenta regra geral na direção dos polos e com maior intensidade no chamado Buraco de Ozono da Antártida.
Em Portugal a situação da camada de ozono não é significativamente diferente das outras regiões situadas à mesma latitude, observando-se uma redução de cerca de 3% por década durante os últimos 30 anos.
As preocupações resultantes do aumento da radiação UV-B devido à redução global da espessura da camada de ozono levaram a um aumento no interesse pela medição e previsão da radiação UV-B tendo em conta a grande variabilidade espacial e temporal do ozono.
Definição do Índice UV
A necessidade de fazer chegar ao público em geral informação sobre a radiação UV e sobre os seus possíveis efeitos nocivos, levou a comunidade científica a definir um parâmetro que pudesse ser usado como um indicador para as exposições a esta radiação. Este parâmetro chama-se Índice UV (IUV). Assim, o IUV é uma medida dos níveis da radiação solar ultravioleta que efetivamente contribui para a formação de uma queimadura na pele humana (eritema), sendo que a sua formação depende dos tipos de pele (I, II, III, IV) e do tempo máximo de exposição solar com a pele desprotegida.
O Índice UV exprime-se numericamente como o resultado da multiplicação do valor médio no tempo da irradiância efetiva (W/m2) por 40. Exemplo: Uma irradiância efetiva de 0.2 W/m2 corresponde a um valor do UVI de 8.0.
O Índice UV varia entre menor que 2, em que o UV é baixo, 3 a 5, Moderado, 6 a 7, Alto, 8 a 9, Muito Alto e superior a 11 Extremo. Os valores médios do UV para a latitude de Portugal, enquadram-se para o período compreendido entre os meses de Outubro e Abril entre 3 e 6, o que significa Moderado com possibilidade de Alto em alguns momentos deste período e entre 9 e 10 para o período compreendido entre Maio e Setembro, o que corresponde a Muito Alto.
Notícia - Microsoft facilita o desenvolvimento de aplicações para o Kinect
A Microsoft vai lançar durante a Primavera um kit de desenvolvimento para o sistema Kinect
Com o lançamento deste kit a Microsoft pretende facilitar o desenvolvimento de aplicações para o Kinect, o sistema de controlo da Xbox 360 que não necessita de comando, por parte de programadores amadores.
De acordo com a multinacional, a primeira versão do kit de desenvolvimento que será lançado destina-se a utilização pessoal, mas não está posta de parte a disponibilização de uma versão comercial mais tarde.
Lançado no passado mês de Novembro o sistema Kinect foi de imediato utilizado por programadores para outros fins, que não os de jogar na consola.
Com a disponibilidade deste kit de programação a empresa pretende incentivar o surgimento de novas aplicações para o sistema.
segunda-feira, 18 de maio de 2015
Conteúdo - Cyberbullying está a crescer
O cyberbullying, acto de violência intencional e repetido através da Internet ou telemóvel, é um fenómeno em crescendo usado por gozo ou para humilhar que afecta principalmente as raparigas em situações em que dificilmente os agressores são punidos.
As conclusões são do director do serviço de Pedopsiquiatria do Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro (CHTMAD), Justino Gonçalves, que fez uma recolha de estudos sobre o cyberbullying, um dos temas em debate nas III Jornadas «Ensinar e Aprender com a Tecnologia Educativa», que decorrem este sábado, em Vila Real, numa organização da autarquia local.
«O cyberbullying é um problema de comportamento, não é uma doença. Este conceito nasce a partir de bullying. É uma situação que pode acontecer na escola, no trabalho, em que intencionalmente alguém quer prejudicar ou molestar outra pessoa, quer seja física ou psicologicamente», explicou o especialista em declarações à agência Lusa.
Justino Gonçalves referiu que encontrou «apenas sete artigos» sobre o tema numa base de dados internacional de artigos científicos e salientou que esta não é uma definição aceite por toda a comunidade científica.
Da análise dos estudos, o responsável concluiu que o cyberbullying envolve o uso de meios electrónicos para ameaçar ou molestar de forma a «humilhar, provocar medo e desamparo» na vítima (cybervictims), usando o correio electrónico, salas de conversação online ou telemóveis.
Em regra, os agressores (cyberbullie) «são anónimos e dificilmente punidos».
A violência pode ser praticada através do envio de mensagens cruéis e ameaçadoras, criação de páginas na Internet com conteúdos que ridicularizam a vítima, colocação de fotografias ou filmes online, invadir correio electrónico alheio e partilhar o seu conteúdo.
«Aqui os agressores estão escondidos atrás de um ecrã e por isso não há impacto emocional. Para além de as consequências poderem ser mais graves, podem também ser exponenciais em termos de vítimas, porque a mesma mensagem pode ser mandada para milhares de pessoas», salientou.
«Aqui não há consciência do mau estar que estão a provocar. Há um risco maior de suicídio devido às práticas de cyberbullying comparado com o próprio bullying», sublinhou.
No primeiro caso, a «premeditação» é maior e, de acordo com o especialista, o facto de muitas vezes ser praticado em casa, no computador doméstico e não na escola faz com que não haja supervisão.
«Os pais em regra são excluídos. Não fazem ideia do que os filhos estão no quarto a fazer», referiu
Justino Gonçalves referiu que as vítimas tendencialmente são raparigas e mais velhas do que o jovem que faz a agressão.
Um fenómeno «frequente» no cyberbullying é, segundo o médico, vítimas tornarem-se também agressoras por «retaliação».
Regras claras para o evitar
O especialista defendeu a definição de regras claras sobre o uso de telefones e computadores nas escolas para prevenir a ocorrência de cyberbullying.
Considera que é preciso envolver as instituições, professores, pais, estudantes, profissionais de saúde, polícia e a comunidade em geral.
Para Justino Gonçalves, é necessário ainda impor «regras claras sobre o uso de telefone e computadores e sobre as consequências do seu inadequado uso», ou seja, uma definição «clara de que o cyberbullying pode ser sancionado com perda de acesso a computadores, suspensão ou expulsão».
Conteúdo - Anorexia
A anorexia é uma disfunção alimentar, caracterizada por uma rígida e insuficiente dieta alimentar e stress físico. A anorexia é uma doença complexa, envolvendo componentes psicológicos, fisiológicos e sociais. Uma pessoa com anorexia nervosa é chamada de anoréctica. A anorexia afecta principalmente adolescentes do sexo feminino e jovens mulheres do Hemisfério Ocidental, mas também afecta alguns rapazes. No caso dos jovens adolescentes de ambos os sexos, poderá estar ligada a problemas de auto-imagem, dimorfismo, dificuldade em ser aceito pelo grupo, ou em lidar com a sexualidade genital emergente, especialmente se houver um quadro neurótico (particularmente do tipo obsessivo-compulsivo) ou história de abuso sexual ou de bullying. A taxa de mortalidade da anorexia nervosa é de aproximadamente 10%, uma das maiores entre qualquer transtorno psicológico.
Fonte: Anorexia | Planeamento Familiar
Notícia - O reino dos gigantes
Os oceanos pré-históricos eram lugares perigosos, povoados pelos mais sanguinários monstros marinhos. Reconstituímos esses tempos.
O mar tem sido tradicionalmente considerado um lugar perigoso, cheio de mistérios. Privado das adaptações necessárias para poder viver dentro de água, o ser humano criou uma mitologia diversificada de terríveis criaturas ocultas nas profundezas, numa atitude que reflectia o grau de desconhecimento que tinha, até há pouco tempo, de tão extenso meio. Na realidade, porém, não era necessário recorrer à mitologia nem à imaginação: durante boa parte da sua história, os oceanos foram espaços habitados por perigosas feras, autênticos monstros aquáticos. Esses seres eram o resultado da evolução ao longo de dezenas de milhões de anos e o reflexo dos processos de adaptação ao meio marinho. O estudo dos vestígios petrificados permitiu aos paleontólogos desvendar os remotos mundos oceânicos, actualmente sepultados sob as rochas abissais. Os estratos geológicos contêm uma antiquíssima história da qual, por enquanto, ainda só conseguimos arranhar a superfície.
Os mares de finais do Devónico (há cerca de 375 milhões de anos) tinham águas cálidas e eram ricos em fauna e flora marinhas. Entre os invertebrados, havia abundantes briozoários, braquiópodes, corais, amonites e trilobites. Havia também uma grande variedade de peixes, como os ostracodermos, que não possuíam mandíbulas, e os placodermos, que apresentavam, pelo contrário, um maxilar forte e contavam com férreas couraças protectoras. Neste último grupo, o rei incontestado era o Dunkleosteus, um terrível gigante cuja secção frontal estava protegida por uma autêntica armadura de placas. Em vez de dentes, o predador possuía um conjunto de projecções pontiagudas de osso que podiam penetrar na carne das vítimas ou mesmo partir-lhes o esqueleto. Um estudo elaborado, em 2007, pelos zoólogos Philip S.L. Anderson e Mark W. Westneat indica que exercia uma extraordinária força quando mordia, capaz de penetrar a couraça de qualquer outro placodermo que tivesse o azar de atravessar-se no seu caminho. A poderosa mordedura, aliada ao comprimento de seis metros, transformava o Dunkleosteus terrelli no campeão daqueles mares.
Ao longo do Devónico, os peixes diversificaram-se de forma impressionante. Todavia, não foram os únicos vertebrados a dominar o meio marinho. Cerca de 60 milhões de anos depois, durante o Pérmico (há 290 milhões de anos), os répteis começaram a invadir os habitats marinhos. O seu apogeu chegaria no Mesozóico (há cerca de 250 milhões de anos), a “idade de ouro” dos dinossauros. Naquele período, que se prolongou por 185 milhões de anos, os grandes lagartos também cederam parte do protagonismo aos répteis de água salgada, os quais viveram os seus dias de glória durante o Triássico, primeira etapa da era secundária.
No início, surgiram três grupos: Sauropterygia, Ichthyopterygia e Thalattosauria (este juntou-se aos outros dois passados seis milhões de anos). Os sauropterígios chegaram a alcançar uma diversidade próxima dos cem géneros, mas foi no grupo dos ictiopterígios que se encontravam alguns dos gigantes mais espectaculares, incluindo os ictiossauros, cuja forma, semelhante à de peixes e golfinhos, lhes valeu a denominação: em grego, ichthyosauria significa “lagartos-peixes”.
Foi no Triássico que se registou a maior diversidade de ictiossauros. O que atingiu maior tamanho foi o género Shonisaurus, que chegou até nós através de duas espécies. Nas montanhas Shoshone, no estado norte-americano do Nevada, o paleontólogo Charles Camp descobriu a primeira variedade, o Shonisaurus popularis. Os ictiossauros devem ter-se sentido confortáveis naquelas águas, pois a equipa de Camp recuperou mais de uma trintena de exemplares do réptil, que chegava a alcançar 15 metros de comprimento.
Uma segunda jazida, desta vez situada na Colúmbia Britânica (Canadá), permitiu descobrir outra espécie ainda maior. Tratava-se do Shonisaurus sikanniensis, que ostentava uns fabulosos 21 metros de comprimento. Apesar disso, os especialistas Elizabeth L. Nicholls e Makoto Manabe consideram que pode ter havido espécimes ainda mais corpulentos, uma proeza que transformaria o Shonisaurus no maior réptil marinho da história. Dado que os exemplares adultos não tinham dentes, podemos imaginar como seriam estes enormes e plácidos animais a alimentar-se através da sucção de enormes quantidades de lulas e belemnites (moluscos cefalópodes).
Em finais do Triássico (há cerca de 199 milhões de anos), produziu-se uma extinção em massa e grande parte das famílias de répteis neptunianos desapareceu. No entanto, alguns grupos de sauropterígios e ictiossauros sobreviveram e deram origem a novas formas ao longo do período jurássico (há 199 a 145 milhões de anos). Alguns podem ser incluídos na lista de predadores mais sinistros que os oceanos conheceram. Por sua vez, a Plesiosauria é uma das ordens do grupo dos Sauropterygia cujos membros atingiram grandes dimensões. A característica fundamental foi a evolução das extremidades para uma forma de barbatana rígida; importantes modificações ao nível do pulso e do joelho permitiram que utilizasse essas barbatanas para nadar mais vigorosamente do que outros sauropterígios.
Em função da forma do corpo, a ordem divide-se em dois tipos diferentes. Os que tinham o pescoço comprido e uma cabeça pequena são os plesiossauros, enquanto os que exibem o aspecto oposto (pescoço curto e cabeça maior) apresentam a disposição física característica dos pliossauros.
É entre estes gigantes de pescoço comprido que encontramos um monstro que aterrorizava a fauna marinha do Jurássico médio, há 164 milhões de anos: o Liopleurodon. Era um majestoso superpredador que passeava pelos oceanos, orgulhosamente, um corpo que atingia os cinco ou seis metros. Além disso, exibia um aspecto verdadeiramente ameaçador, com fabulosos dentes afiados de tamanho diferente, marca inconfundível de um carnívoro voraz.
Todavia, aquelas águas não foram apenas o cenário escolhido por numerosos répteis, pois houve também peixes enormes. De facto, foi no Jurássico médio que viveu o maior peixe de todos os tempos, o Leedsichthys. Com cerca de nove metros, tratava-se de um gigante sem dentes que pertencia a uma estranha família aquática já extinta, a Pachycormidae. Pensa-se que o Leedsichthys,tal como os actuais grandes vertebrados oceânicos, se alimentava de organismos muito pequenos, como plâncton e peixinhos diminutos. Assim, para comer, só tinha de abrir a boca e filtrar selectivamente a água e os alimentos. Além disso, do ponto de vista paleoecológico, os cadáveres de Leedsichthys devem ter sido como uma espécie de “bufete de praia”, pois propocionavam uma espectacular quantidade de nutrientes a répteis marinhos necrófagos e outros organismos.
O domínio dos “pescoços curtos” e “cabeçudos”, ou seja, dos pliossauros, estende-se até ao Jurássico superior (há 161 a 145 milhões de anos), se tomarmos em consideração uma recente descoberta ocorrida no arquipélago de Svalbard (Noruega), junto das águas do Árctico. Ali, uma equipa de paleontólogos da Universidade de Oslo, liderada por Jorn Hurum, encontrou um espécime espectacular. Em Junho de 2008, desenterraram do gélido solo polar um enorme pliossauro com cerca de 15 metros, um dos maiores descobertos até agora e um verdadeiro tesouro que ainda está a ser estudado. Os jornais baptizaram-no como “o Monstro”, mas os especialistas que se dedicam à sua análise preferem chamar-lhe “Predador X 3”, pois ainda não recebeu uma denominação científica específica.
Com 147 milhões de anos, o mediático Monstro parece bater todos os records pliossáuricos: os primeiros estudos preliminares indicam que pesava cerca de 45 toneladas, que se tratava de um nadador rápido e enérgico, e que possuía uma força de mordedura absolutamente demolidora. O biólogo evolutivo Gregory M. Erickson, que se especializou no estudo de dentadas de répteis, concluiu que o bichinho tinha uma força de mordida dez vezes superior à de qualquer animal actual. Assim, parece que nenhum habitante dos mares jurássicos estaria a salvo dos maxilares da fera.
A dinastia de pliossauros predadores não termina no Jurássico. Durante o Cretácico inferior (há 145 a 100 milhões de anos), os oceanos foram habitados por outro sinistro senhor dos mares, o Kronosaurus: com nove a dez metros, exibia um crânio robusto de dois metros de comprimento e cada dente possuía uma coroa de 12 centímetros.
No decurso do Cretácico superior, manteve-se a rica diversidade de peixes e répteis de água salgada, moradores de oceanos que continuavam a ser lugares extremamente arriscados. Partilhavam as águas tanto gigantes pacíficos, como o Bonnerichthys, com seis metros de comprimento, como sanguinários caçadores, caso do Xiphactinus, de cinco metros. Equipado com enormes dentes afiados que enchiam uma boca semelhante à de um buldogue, este caçador foi um feroz carnívoro.
Um exemplar célebre foi descoberto, em 1952, pelo paleontólogo George Fryer Sternberg no condado norte-americano de Gove (Kansas). Sternberg desenterrou um espécime de Xiphactinus em excelente estado de conservação e que até continha um “brinde”no seu interior: outro peixe inteiro, um Gillicus, de 1,8 metros de comprimento. A explicação mais provável é que o animal engolido, ao agitar-se com toda a força, tenha causado lesões irreversíveis em alguns órgãos internos do sôfrego Xiphactinus. Bem diz o ditado que “pela boca morre o peixe”; neste caso, o glutão não reparou no tamanho da iguaria, pelo que também se poderia dizer que “quem com ferro mata, com ferro morre”.
Não eram os únicos “vizinhos” dos oceanos, pois por ali também navegavam os plesiossauros, esses gigantes de cabeça pequena e pescoços que chegavam a alcançar uma extensão difícil de imaginar. O campeão, até à data, parece ser o Styxosaurus, que tinha 12 metros no total e um pescoço que atingia os seis metros de comprimento (o das girafas ronda os dois metros). Muito se tem debatido a função e a utilidade de semelhante anatomia, e trata-se de uma questão para a qual ainda não se encontrou uma resposta definitiva. O facto é que a flexibilidade do pescoço era muito limitada, devido às rígidas articulações entre as vértebras cervicais. Por isso, o Styxosaurus não podia dobrá-lo de forma ondulante, nem pôr a cabeça fora de água como se fosse um periscópio. O longo cachaço talvez lhe servisse para se aproximar das presas sem que estas pudessem detectar o seu grande corpo.
Os plesiossauros devem ter sido perseguidos por formidáveis esqualos como o Cretoxyrhina e o Squalicorax, os quais podiam alcançar sete e cinco metros, respectivamente, com uma envergadura e porte semelhantes aos dos actuais tubarões brancos. No entanto, apesar de grandes e bem equipados, estes peixes não podiam competir com os grandes senhores da época, os mosassauros. Um espécime, o Tylosaurus, foi encontrado numa jazida norte-americana. Com cerca de 15 metros de comprimento, tinha uma alimentação carnívora variada: alguns dos fósseis mostram o conteúdo das últimas refeições, que incluem peixes, aves marinhas e mesmo outros mosassauros menos ditosos. Houve também géneros mais sibaritas que se especializaram em comer marisco, como é o caso do Globidens e do Prognathodon. Os seus membros possuíam dentes arredondados em forma de cavilha que podiam triturar conchas e outros moluscos.
Grandes carapaças
As tartarugas também não quiseram ficar para trás e, após um tímido começo no Cretácico inferior, chegaram a produzir majestosos espécimes. Podemos referir o Protostega, de três metros, e o Archelon, que, com quatro metros de comprimento, é a maior tartaruga de todos os tempos. É difícil imaginar semelhantes animais, do tamanho de um automóvel utilitário e com um estilo de vida provavelmente não muito distinto daquele das actuais tartarugas. Todavia, a maior parte dos répteis marinhos desapareceu há 65 milhões de anos devido a uma gigantesca catástrofe: o impacto de um enorme bólide contra a Terra provocou a célebre extinção do Cretácico, a qual acabou também com os dinossauros.
A estirpe dos esqualos não terminou na altura mas atingiu, pelo contrário, o seu apogeu, com exemplares como o megalodon, com perto de 20 metros de comprimento. Não se dispõe de muitos dados sobre o animal, pois nunca se recuperou um exemplar completo, mas sabe-se que foi o maior tubarão da história e que dominou, durante mais de 20 milhões de anos, os oceanos do planeta. Para alívio de mergulhadores e surfistas, o megalodon extinguiu-se há 1,8 milhões de anos, possivelmente devido ao arrefecimento das águas ou porque a sua principal fonte de alimentação (os cetáceos) começou a diminuir.
As histórias dos monstros marinhos pré-históricos chegaram até nós na forma de fósseis, e essas rochas são verdadeiros tesouros que nos revelam como eram esses déspotas das profundezas.
Grandes dentadas
Os estudos de Jeff Liston, o maior especialista do mundo em Leedsichthys, indicam que o enorme peixe também não estava a salvo das mandíbulas dos superpredadores jurássicos. Liston estudou um exemplar de Leedsichthys com uma dentada de cerca de 13 centímetros e marcas de dentes de 47 mm de diâmetro. Uma mordedura de semelhante calibre só pode ter sido feita por um pliossauro que tentava caçá-lo sem o conseguir, pois a zona mostra um processo regenerativo. O segundo peixe analisado por Liston apresenta uma mordedura mais pequena, possivelmente feita por um plesiossauro ou um pliossauro ainda jovem.
Super Interessante
M.G.B.
domingo, 17 de maio de 2015
Notícia - O Clima
O conhecimento do clima de uma região é fundamental para o planeamento e gestão das atividades sócio-económicas, e também essencial para mitigar as consequências dos riscos climáticos.
A palavra clima provém de vocábulo grego que designava uma zona da Terra limitada por duas latitudes e era associada à inclinação dos raios solares e, por extensão, às características meteorológicas predominantes.
Na aceção geral o clima é a síntese do tempo e a nossa expectativa sobre as condições meteorológicas. E este é, em essência, o conceito que convém preservar. Cientificamente há que definir os atributos da definição em termos quantitativos, sendo que no clima os fenómenos interessam pela sua duração ou persistência, pela sua repetição e são caracterizados por valores médios, variâncias, probabilidades de ocorrência de valores extremos dos parâmetros climáticos.
Frequentemente ocorre confusão conceptual entre clima e tempo, duas grandezas que se distinguem, designadamente, pelo espaço temporal de referência. Numa simplificação de abordagem poderá dizer-se que o estado de tempo refere-se ao conjunto das condições meteorológicas num dado local, designadamente a temperatura e a humidade do ar, a precipitação, a nebulosidade, o vento e à sua evolução no a dia a dia. Por seu lado o Clima poderá traduzir-se pelo conjunto de todos os estados que a atmosfera pode ter num determinado local, durante um tempo longo, mas definido. Este intervalo de tempo durante o qual podemos dizer que existe um determinado tipo de clima é escolhido como “suficientemente longo”, em geral 30 anos.
O clima de um dado local depende do intervalo de tempo utilizado e não é o mesmo para um ano, um decénio, ou um século. Na descrição quantitativa do clima é necessário indicar o período (intervalo de tempo) a que correspondem os valores numéricos apresentados. Com efeito, o clima varia com o tempo e por isso não devem comparar-se climas utilizando valores que correspondam a intervalos de tempo com números diferentes de anos, ou que correspondam ao mesmo número de anos, mas em épocas diferentes.
Com o conhecimento do clima em Portugal, matéria de responsabilidade do IPMA, podem desenhar-se respostas à escala nacional e internacional, para os desafios da variabilidade e alterações climáticas, tendo em consideração um novo paradigma para os serviços de clima, baseados na premissa de que decisões económicas poderão beneficiar de um melhor conhecimento das condições climáticas.
A Organização Meteorológica Mundial (OMM) fixou para este fim 30 anos começando no primeiro ano de cada década (1901-30, ..., 1931-1960, 1941-1970, ..., 1961-1990, 1971-2000).
Os apuramentos estatísticos referentes a estes intervalos são geralmente designados por Normais Climatológicas (sendo, nomeadamente as normais de 1931-1960 e 1961-1990 consideradas as normais de referência).
As Fichas Climatológicas disponíveis no IPMA, I.P., fornecem, para a estação climatológica selecionada, os valores mensais e os valores anuais de alguns dos principais parâmetros climáticos sob a forma de gráficos e Tabela: valores médios da temperatura máxima e mínima do ar; precipitação; insolação; vento; valores extremos da temperatura máxima e mínima do ar.
Sendo a definição do índice de duração da onda de calor ( HWDI – Heat Wave Duration Index) segundo a Organização Meteorológica Mundial (WCDMP-No.47, WMO-TD No. 1071),considera-se que ocorre uma onda de calor quando num intervalo de pelo menos 6 dias consecutivos, a temperatura máxima diária é supeior em 5ºC ao valor médio diário no período de referência.
De realçar, no entanto, que esta definição está mais relacionada com o estudo e análise da variabilidade climática (em termos de tendências) do que propriamente com os impactos na saúde pública de temperaturas extremas que possam observar-se num período mais curto. Por exemplo, a ocorrência de 3 dias em que a temperatura seja 10 °C acima da média terá certamente mais impacto na saúde que 7 dias com temperatura 5 °C acima da média.
As ondas de calor, que podem ocorrer em qualquer altura do ano, são mais notórias e sentidas pelos seus impactos quando ocorrem nos meses de verão (junho, julho e agosto). De referir ainda que Junho é o mês de verão em que as ondas de calor ocorrem com maior frequência em Portugal Continental.
Desde a década de 1940, período em que existe informação meteorológica diária num maior numero de estações, têm-se verificado ondas de calor de extensão espaço-temporal variável; no entanto, é a partir da década de 90 que se regista a maior frequência deste fenómeno.
Merecem particular referência, pela intensidade, duração e extensão espacial e também pelos impactos socio-económicos, as ondas de calor de Junho de 1981, julho de 1991 e julho/agosto de 2003.
de 15 a 23 de junho de 2005
de 30 de Maio a 11 de junho 2005
de 29 de Julho a 15 de agosto 2003
de Julho de 10 a 18 de julho de 1991
de 10 a 20 de junho de 1981
A análise estatística das séries climatológicas longas da temperatura do ar em Portugal Continental no período de 1931 a 2004, permite verificar que a partir de 1972 há uma tendência crescente dos valores da temperatura média anual à superfície, tendo sido o ano de 1997 o mais quente nos últimos 74 anos.
Os 6 anos mais quentes ocorreram nos últimos 12 anos, sendo 2004, o 18º ano consecutivo com a temperatura mínima do ar acima da média 1961-1990.
A análise estatística da quantidade de precipitação anual no período 1931 – 2004, permite afirmar que nos últimos 20 anos, apenas 8 apresentaram valores da quantidade de precipitação acima da média de 1961-1990. O ano de 2004 registou o valor mais baixo do total de precipitação anual desde 1931. A evolução sazonal dos valores médios, entre 1931-2004 apresenta uma redução sistemática da precipitação na primavera, estatisticamente significativa.
Numa análise à variabilidade sazonal da precipitação verifica-se no período de aquecimento um aumento da quantidade de precipitação no outono e uma diminuição nas outras estações do ano.
Identificam-se na variabilidade mensal da precipitação valores positivos significando que os respetivos meses foram mais chuvosos no período de aquecimento (1976-2004) que no período de arrefecimento (1946-1975); de realçar a diminuição significativa no mês de março e o aumento nos meses de outubro e dezembro. O aumento da quantidade de precipitação neste último mês não compensa a diminuição nos meses de janeiro e fevereiro.
Notícia - Lançamento do novo iPad atrasado
A próxima versão do iPad deverá ser lançada em Junho e não em Abril, como inicialmente previsto. O adiamento deve-se a atrasos na produção do novo tablet
A informação está a ser avançada pela agência financeira Yuanta Securities, originária de Taiwan, que refere que a fábrica onde o iPad 2 está a ser produzido está a ter algumas dificuldades no processo de fabrico, devido ao novo design do tablet da Apple.
De acordo com documentos da Yuanta Securities citados pela agência Reuters, o problema está relacionado com alterações ao design do dispositivo, apresentadas pela empresa de Steve Jobs no início deste mês.
Estas alterações provocaram uma alteração nos processos de produção e consequentemente atrasaram o lançamento do novo iPad.
Com este atraso o lançamento do novo modelo do tablet da Apple passou a estar previsto para Junho e não para Abril, como esperado por vários analistas.
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