quarta-feira, 1 de novembro de 2017

Conteúdo - Ano Polar - Workshop de realização

Conteúdo - O gelo flutua?

Conteúdo - Quando o gelo desaparece

Resumo - A nossa Terra


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Conteúdo - Água doce e salgada

Resumo - Terra e os seus sub-sistemas em interacção


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Resumo - Terra e os seus sub-sistemas em interacção


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Resumo - Terra e os seus sub-sistemas em interacção


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Resumo - Terra e os seus sub-sistemas em interacção


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Powerpoint - Sistemas em Interacção


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Powerpoint - Subsistemas Terrestres


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Exercício - Subsistemas Terrestres


Integrada no tema introdutório à componente de Geologia, do programa de Biologia e Geologia (ano I), a abordagem ao sistema Terra e aos subsistemas terrestres afigura-se importante para a compreensão do objecto da Geologia, da complexidade do trabalho dos geólogos e da necessidade de diferentes métodos e instrumentos de trabalho para o estudo da Terra. Eis alguns comentários de imagens integradas numa aplicação para quadros interactivos sobre subsistemas terrestres.
Exercício 1

O exercício seguinte permite a exploração do conceito de sistema e da tipologia de sistemas. Favorece a discussão em torno da classificação do sistema Terra. As imagens seguintes mostram o exercício e a sua resolução, após deslocação dos termos para as posições correctas...

Exercício 2

O exercício seguinte permite explorar a classificação do sistema Terra, a fundamentação de tal classificação e respectivas consequências. As imagens seguintes mostram o exercício e a sua resolução, após deslocação dos termos para as posições correctas...
 


Exercício 3

Neste exercício os alunos apercebem-se que o sistema Terra, na sua parte mais superficial, funciona com todos os subsistemas em interacção. Ao mesmo tempo são confrontados com a dimensão da Geofera, antevendo a sua organização em camadas distintas, mas relacionadas entre si. 
Exercício 4

O ciclo hidrológico é um excelente exemplo das dinâmicas e interacções dos subsistemas terrestres. As imagens seguintes mostram o exercício e a sua resolução, após deslocação dos termos para as posições correctas...
 

Escrito por José Salsa

Exercício - Subsistemas Terrestres




Imagens de exercícios, extraídas da aplicação para QI "SUBSISTEMAS TERRESTRES" 

Integrada no tema introdutório à componente de Geologia, do programa de Biologia e Geologia (ano I), a abordagem ao sistema Terra e aos subsistemas terrestres afigura-se importante para a compreensão do objecto da Geologia, da complexidade do trabalho dos geólogos e da necessidade de diferentes métodos e instrumentos de trabalho para o estudo da Terra. Eis alguns comentários de imagens integradas numa aplicação para quadros interactivos sobre subsistemas terrestres.

Exercício 1

O exercício seguinte permite a exploração do conceito de sistema e da tipologia de sistemas. Favorece a discussão em torno da classificação do sistema Terra. As imagens seguintes mostram o exercício e a sua resolução, após deslocação dos termos para as posições correctas...

Exercício 2

O exercício seguinte permite explorar a classificação do sistema Terra, a fundamentação de tal classificação e respectivas consequências. As imagens seguintes mostram o exercício e a sua resolução, após deslocação dos termos para as posições correctas...
 


Exercício 3

Neste exercício os alunos apercebem-se que o sistema Terra, na sua parte mais superficial, funciona com todos os subsistemas em interacção. Ao mesmo tempo são confrontados com a dimensão da Geofera, antevendo a sua organização em camadas distintas, mas relacionadas entre si. 
Exercício 4

O ciclo hidrológico é um excelente exemplo das dinâmicas e interacções dos subsistemas terrestres. As imagens seguintes mostram o exercício e a sua resolução, após deslocação dos termos para as posições correctas...
 

Escrito por José Salsa

 

Conteúdo - Gigantesco icebergue prestes a nascer na Antárctida


Um gigantesco icebergue – que deverá ser o maior alguma vez registado – está à beira de se formar na Antárctida.

Uma fissura, que vinha a desenvolver-se lentamente nos últimos anos ao longo da plataforma de gelo Larsen C, na Península Antárctica, expandiu-se abruptamente no último mês. Cresceu 18 quilómetros em Dezembro, tendo agora mais de 80 quilómetros de comprimento. Faltam agora só 20 quilómetros para que a quebra ocorra, dizem os cientistas do Projecto Midas, da Universidade de Swansea, em Gales (Reino Unido).

“A plataforma de gelo Larsen C está prestes a derramar uma área de mais 5000 quilómetros quadrados, na sequência do crescimento substancial da fissura”, frisam os cientistas em comunicado. O icebergue “irá mudar substancialmente a paisagem da Península Antárctica” e poderá anunciar quebras ainda maiores na plataforma de gelo Larsen C.

As plataformas de gelo são áreas de gelo flutuante no oceano, com centenas de metros de espessura, na zona final dos glaciares. Os cientistas temem que a perda de plataformas de gelo à volta do continente branco permita que os glaciares no interior da Antárctida deslizem mais depressa em direcção ao mar, à medida que as temperaturas globais sobem devido às alterações climáticas, aumentando assim o nível do mar com o seu derretimento.

Nos últimos anos, várias plataformas de gelo já se partiram à volta das regiões no Norte da Antárctida, incluindo a Larsen B, que se desintegrou em 2002.

Informação retirada daqui

Vídeo - Isto é Matemática T05E12 Os Primos

Postal Antigo - Angola - Crocodilo


Biografia - Isaac Newton


Era um fim de tarde de 1606. O jovem Isaac Newton, com um livro debaixo do braço, penetrou no pomar da mãe, no coração da Inglaterra. Sentou-se sob uma árvore e a mais famosa maçã da história caiu. Certamente que lhe doeu, mas também fez com que o jovem cientista de vinte e três anos pensasse no assunto.
No mesmo dia, Isaac debatia-se com o problema do que mantinha a Lua na sua órbita à volta da Terra e os planetas nas suas rotas em volta do Sol. Foi depois de pensar sobre a causa da queda da maçã, que ele começou a encontrar a resposta para aquelas questões.
A Infância...

Newton nasceu pouco depois da meia-noite do dia de Natal de 1642. Foi um parto prematuro e o médico que assistiu não esperava que ele sobrevivesse. O seu pai, um agricultor bastante próspero, morreu três meses antes do nascimento de Isaac, deixando a mulher, Hannah, com a responsabilidade das propriedades e o cuidado da frágil criança.

Quando tinha 3 anos a mãe decidiu voltar a casar; o novo marido era um clérigo rico, Barnabas Smith. Após o casamento, ele aconselhou-a a deixar o filho a viver com a avó. Hannah e Barnabas mudaram-se para a aldeia onde ele era prior.

A infância de Isaac foi um período muito solitário, fez poucos amigos e era normalmente introvertido. Fechava-se frequentemente num quarto das traseiras da casa da avó e passava lá o dia construindo modelos e ferramentas.

Quando tinha 10 anos, o padrasto morreu e a sua mãe voltou para casa onde Newton vivia com a avó. Dois anos mais tarde, Isaac foi para o liceu, situado perto da casa do tio com quem ficou a viver. Foi considerado um aluno médio pelos professores e insociável pelos seus colegas. Ignorava o trabalho da escola e passava a maior parte do tempo a construir modelos e a fazer as suas próprias experiências.

Em 1659, Hannah decidiu retirar o filho do liceu e pô-lo a trabalhar na propriedade agrícola da família. Mas, felizmente, o seu génio já tinha sido reconhecido pelo tio com quem vivera e pelo director do liceu. Além disso, a sua capacidade de trabalho na lavoura não era das melhores, deixando frequentemente o trabalho inacabado. Assim, devido à persuasão destes dois homens, Newton foi admitido na Universidade de Cambridge em 1661.

Cambridge, Prismas e a Teoria da Luz...

A mãe de Isaac não tinha recursos para pagar todos os custos universitários; por isso ele entrou na universidade como um bolseiro especial; em vez de receber uma bolsa, pagava à Universidade com trabalho, limpando os quartos.

Numa tarde de Domingo de 1664, Isaac e John Wickins, o seu companheiro de quarto, decidiram visitar uma feira. Enquanto conversava com John, o seu olhar foi atraído por um objecto que brilhava ao sol de fim de tarde, um prisma.

Como os prismas eram considerados brinquedos, os cientistas nunca se tinham preocupado em fazer experiências com eles, contentando-se em maravilhar-se como o efeito de arco-íris, ao qual Newton denominou de espectro. Não satisfeito com a simples observação, traduziu-a para a linguagem matemática e apresentou hipóteses. Foi isto que o fez tão diferente dos cientistas da sua época.

Isaac descobriu que a luz visível, a luz que nos permite ver o mundo, era constituída por todas as tonalidades do arco-íris. Quando estas se encontram misturadas, vê-se luz branca. Quando falta uma parte do espectro, a luz já não aparece branca, mas de cor.

A publicação das descobertas de Newton causaram grande impacto no fabrico de lentes e permitiram transformar o microscópio num instrumento mais sofisticado. No entanto, o resultado mais importante do trabalho de Newton sobre a luz foi o aparecimento de uma nova ciência, a Espectroscopia.

Em Abril de 1664, depois de três anos de estudo, tornou-se num verdadeiro bolseiro, deixando de fazer os trabalhos a que era obrigado. Um ano mais tarde foi-lhe concedido o bacharelato. Isto significava que ele poderia passar mais quatro anos no Trinity College, continuando qualquer outro curso.

A Peste e a Maçã...

No verão de 1665 uma grande calamidade abateu-se sobre o país: a Grande Peste. Cambridge tornara-se, então, demasiado perigosa para ser habitada e a Universidade foi encerrada. Newton voltou para a sua terra natal, onde pretendia continuar os seus estudos. No fim do Verão deu-se a grande descoberta quando ocorreu o incidente da maçã, e Newton começou a trabalhar na sua Teoria da Gravidade Universal. Quando a maçã caiu sobre a sua cabeça, ele soube que esta tinha sido atraída para a Terra pela mesma força invisível que mantinha os planetas nas suas órbitas: a Força da Gravidade. Mas outra questão surgiu: se era esse o caso, por que é que os planetas não se despenhavam contra o Sol, tal como a maçã contra o solo?

Já de volta a Cambridge, tudo parecia fazer sentido, tinha de haver outra força, que produzia o efeito de repulsão sobre os planetas e que era equivalente à força atractiva do Sol: a Força Centrífuga. E ela só se manifestava quando um corpo rodava em volta de outro, a uma velocidade suficiente. Fora por isso que a maçã não flutuava sobre a sua cabeça, ela não estava a girar à volta da Terra como a Lua, não sofrendo, por isso, a força centrífuga, e fora atraída para o chão por causa da força da gravidade.

Professor Isaac Newton e a Royal Society...

Com 26 anos, Newton tornou-se o mais jovem Professor de Matemática da história de Cambridge, depois do seu grande amigo, o Professor Barrow decidir reformar-se e nomeá-lo como seu sucessor.

O lugar de professor exigia que ele fizesse conferências várias vezes por ano, mas Newton era um fraco orador. O número dos assistentes desceu gradualmente e, numa famosa ocasião, ele deu uma conferência para uma sala vazia.

No início de 1672, Newton foi convidado a tornar-se membro da distinta "Royal Society", um pequeno círculo constituído por cientistas de categoria superior. Logo após se ter associado, fez uma demonstração para todos os membros da sua Teoria da Luz. Foi nessa palestra que conheceu outro grande cientista, Robert Hooke. Este considerava-se o especialista na área da Luz e discordava da teoria de Newton. Pela primeira vez, Newton confrontava-se com um cientista que lhe era equiparado. Durante muitos anos, acérrimas discussões assolaram a Royal Society e toda a comunidade científica.

Devido às frequentes discussões, Newton decidiu abandonar a Física e a Matemática e dedicar-se à Alquimia. Os alquimistas não eram cientistas, pareciam-se mais com feiticeiros. Mas Newton estava convencido que podia dar uma contribuição valiosa a esta inexplorada área da ciência. Usou os seus métodos científicos na Alquimia mas, ao contrário do que acontecera com a Física e Matemática, não fez grandes descobertas nesta área.

Leis do Movimento e os Principia...

Os seus estudos em Alquimia foram interrompidos com a noticia de que sua mãe estava a morrer. Durante seis meses o seu tempo foi ocupado a tratar de assuntos referentes à propriedade da mãe. Levou meses a perceber o funcionamento do solar e da propriedade agrícola, e só no início de 1680 pôde entregar a propriedade a um gestor competente e voltar para Trinity.

As querelas entre Newton e Hooke voltaram, agora, sobre as Leis do Movimento que Newton se encontrava a desenvolver e que Hooke reclamara que as tinha pensado primeiro, faltando-lhe só o "fatigante" trabalho de cálculo. Mas só publicou os seus estudos após persuasão de um dos seus melhores amigos, o cientista Edmund Halley; que o convenceu a escrever um relato completo das suas maiores descobertas. Newton precisou de dois anos para acabar o seu livro, trabalhando dia e noite para o completar.

A 28 de Abril de 1686 o livro estava finalmente pronto, chamava-se Philosophiae Naturalis Principia Mathematica, mas é normalmente conhecido como Principia. Ninguém sabe realmente de que doença Newton sofreu entre 1693 e 1696. Alguns afirmaram que ele teve um esgotamento nervoso, outros simplesmente que ele estava fisicamente exausto. Esses anos foram considerados mais tarde pelo próprio como os piores da sua vida, em que pouco conseguiu no campo da Física e não fez nenhum progresso real na Alquimia. O apoio de todos os amigos fez com que gradualmente sai-se da depressão e da sua doença física.

A Casa da Moeda Real e a Presidência da Royal Society ... até ao fim.

Em 1696, Newton foi convidado para assumir o importante cargo de Administrador da Casa da Moeda Real. Aceitou imediatamente a oferta e durante algum tempo abandonou por completo a pesquisa científica e lançou-se numa nova carreira. A Inglaterra estava a mudar a sua cunhagem e necessitava fortemente de ser actualizada e melhorada, e Newton revelou-se o homem ideal para conseguir que esta mudança se desse com suavidade.

Em 1703, os membros da Royal Society elegeram Newton como o seu novo líder. Quando assumiu a presidência, o número de membros era o mais baixo de sempre. Mas, Newton transformou-a na instituição respeitada e mundialmente famosa que é hoje.

Em 1704, foi persuadido a publicar o trabalho que começara quando ainda era graduado em Cambridge, chamou–lhe Opticks. Neste livro, descreveu as suas descobertas com a Luz e foi outro sucesso imediato.

No ano posterior à publicação de Opticks, Newton foi armado cavaleiro pela rainha Ana, em recompensa pelos trabalhos realizados.

Durante mais 33 anos manteve a ilustre posição que ocupava tanto na Ciência como no funcionalismo público. Não publicou mais nenhum trabalho de grande importância, mas, na verdade, já tinha oferecido ao mundo dois dos maiores trabalhos publicados até então.

Sir Isaac Newton faleceu a 20 de Março de 1727 com 84 anos, tendo estado doente durante vários meses. Foi enterrado na Abadia de Westminster, em Londres, a 4 de Abril.

"Na minha opinião, os maiores génios criativos foram Galileu e Newton, a quem vejo, em certo sentido, como uma unidade. E nesta unidade Newton é aquele que atingiu a mais imponente realização no reino da ciência." 
Albert Einstein

"Não sei o que pareço ao mundo, mas, a mim, parece-me ter vivido apenas como um rapazinho brincando à beira do mar divertindo-se ... enquanto o grande oceano da verdade se estendia, por descobrir, na minha frente." 
Isaac Newton

Glória Almeida

Biografia - Lote Lehmann


Soprano, de origem alemã, radicada nos EUA. Estudou em Hamburgo e aqui se estreou, em 1909. Ingressou na Ópera Imperial de Viena, e ali teve o reconhecimento profissional. Cantou todo o repertório da ópera alemã. O compositor Richard Strauss escreveu para ela a ópera Arabella. Interpretou inúmeros papéis, destacando-se na ópera O Cavaleiro da Rosa, onde o papel do jovem é interpretado por uma mulher. Devido à escalada do nazismo saiu da Áustria rumo aos EUA. Aqui teve uma carreira brilhante cantando em Chicago, Nova Iorque. Foi viver para Santa Bárbara onde viria a falecer.

Biografia retirada daqui

Desenhos para colorir - Primavera


Conteúdo - Baruch Espinoza - Conteúdo Filosófico - Natureza Humana


Baruch Espinoza viveu em um tempo onde recebeu diferentes influências, um tempo de transição, que marcava o início da modernidade. O filósofo teve que ser cauteloso na exposição de seu pensamento, porque muitos de seus colegas sofreram perseguição e foram até mortos. Para Espinoza, Deus e a natureza são uma coisa só, não havendo distinção entre eles. Essa concepção exclui ideias transcendentais e entra em choque com os que acreditam no direito divino para os reis, bem como com Direitos naturais hereditários. Seu caracter Naturalista exclui a ideia Dualista de que haveria uma maneira natural de como as coisas deveriam ser. Muitos pensadores acreditavam que as coisas deveriam ser da maneira que são pela vontade de Deus: essa é uma diferença importante no pensamento de Spinoza. 

O filósofo começa a expor seu pensamento acerca da natureza humana no livro Tratado Teológico-político. Nele, o autor explica como acredita que funcionam as economias dos Afetos e Desejos e de que maneira isso afeta como vivemos. No capítulo XVI/3, encontramos um exemplo: "O direito natural e cada homem definem-se, portanto, não pela razão sã, mas pelo desejo e pela potência. Ninguém, com efeito, está determinado a se comportar conforme as regras e as leis da razão; ao contrário, todos nascem ignorantes de todas as coisas e a maior parte de suas vidas transcorre antes que possam conhecer a verdadeira regra da vida e adquirir o estado de virtude, mesmo que tenham sido bem educados. E eles não são menos obrigados a viver e a se conservar, nessa espera, pelo simples impulso do apetite, pois a natureza não lhes deu outra coisa, e lhes recusou a potência atual de viver conforme a reta razão; logo, considerando submetido apenas ao império da natureza, tudo o que um indivíduo julgar como lhe sendo útil, seja pela conduta da razão seja pela violência de suas paixões, é-lhe permitido desejar, em virtude desejar, em virtude de um soberano direito de natureza e tomar por qualquer via que seja, pela força, pela artimanha, por preces, enfim, por meio mais fácil que lhe pareça. Consequentemente, também ter por inimigo aquele que quiser impedi-lo de se satisfazer".

Mais adiante, Spinoza vai argumentar que o uso da Razão viria a partir de um exercício, mas que ainda estamos longe de chegar lá devido às Paixões. O autor disserta: "Mas falta muito para que todos se deixem facilmente se conduzir apenas pela razão; cada um se deixa levar por seu prazer e, mais amiúde, a avareza, a glória, a inveja, o ódio etc. ocupam a mente, de tal sorte que a razão não tem qualquer lugar".

No ano de sua morte, Spinoza termina um outro livro, que seria uma continuação do anterior, dando sequência a seus pensamentos e sua teoria. No Tratado Político (Espinosa), título do novo livro, Espinosa também aborda, em diferentes momentos, a questão da natureza humana, bem como a força das paixões e os efeitos que elas produzem nos corpos. Logo no primeiro capítulo, o autor explica de que maneira ele tenta entender essas paixões e estudá-las, a fim de aplicá-las na sua teoria: "Quando, por conseguinte, apliquei o ânimo à política, não pretendi demonstrar com razões certas e indubitáveis, ou deduzir da própria condição humana, algo que seja novo ou jamais ouvido, mas só aquilo que está mais de acordo com a prática. E, para investigar aquilo que respeita a esta ciência com a mesma liberdade de ânimo que é costume nas coisas matemáticas, procurei escrupulosamente não rir, não chorar nem detestar as ações humanas, mas entendê-las. Assim não encarei os afetos humanos, como são o amor, o ódio, a ira, a inveja, a glória, a misericórdia e as restantes comoções do ânimo, como vícios da natureza humana, mas como propriedades que lhe pertencem, tanto como o calor, o frio, a tempestade, o trovão e outros fenômenos do mesmo gênero que pertencem à natureza do ar, os quais, embora sejam incômodos, são contudo necessários e têm causas certas mediante as quais tentamos entender sua natureza".

O autor expõe seu pensamento com clareza acerca da sua discordância com o pensamento comum da época. Explicando o porquê de não acreditar que as pessoas agem exclusivamente através da razão: "Depois, na medida em que cada coisa se esforça, tanto quanto esta em si, por conservar o seu ser, não podemos de forma alguma duvidar de que, se estivesse tanto em nosso poder vivermos segundo os preceitos da razão como conduzidos pelo desejo cego, todos se conduziriam pela razão e organizaram sabiamente a vida, o que não acontece minimamente, pois cada um é arrastado pelo seu prazer". Para o filósofo, as pessoas não se submetem ao estado por uma análise racional, mas por uma economia de seus desejos, sejam eles medo ou esperança. São as paixões que, em acordo com outras Paixões, encontram vontades comuns que permitem que as pessoas se agrupem em "estados" e, assim, se submetam de alguma maneira a algum sistema. Seja ele monárquico aristocrático ou democrático. "Longe de ser fruto de uma ruptura com a natureza, o estado forma-se no âmbito desta, mediante a dinâmica afetiva, ou passional, que associa ou põe em confronto os indivíduos". "Por isso também, a essência do político é impossível de se confundir com uma qualquer moldura racional de onde e no interior da qual as normas de conduta fossem deduzidas, de modo a imporem-se como condição necessária e legítima da paz e da estabilidade".

Observamos que Spinoza defende uma espécie de sistema econômico de gerenciamento dos afetos, tanto por parte dos súditos, como do Soberano. Esse gerenciamento é subjetivo, e acontece individualmente, com efeitos no coletivo. Cabe, aos súditos, sentirem sua Potência, a fim de preservar sua vida, e maximizar sua liberdade, bem como o soberano de não impor sistema rígido demais que encurrale seus súditos a ponto de que esses se rebelem. O estado mais "racional", é aquele que consegue entender as demandas da sua população, e promover uma espécie de bem-estar. A paz imposta pelo medo, como ausência de guerra, é sempre temporária. O bem-estar de todos é o que ajuda a manter o estado coeso. Esse sistema é precário, e está sempre sujeito a avaliações e adequações para melhor atender a todos, defendendo, assim, até a manutenção do estado pelo soberano. Spinoza entende o estado como a potência da Multidão, e define, no TP 2/17, os sistemas políticos que podem constituir esse estado. O autor esclarece: "Detém–no absolutamente quem, por consenso comum, tem a incumbência da república, ou seja, de estatuir, interpretar e abolir direitos, fortificar as urbes, decidir sobre guerra e paz etc. E se esta incumbência pertencer a um conselho que é composto pela multidão comum, então o estado chama–se Democracia; mas se for composto só por alguns eleitos, chama–se Aristocracia; e se finalmente, a incumbência da República e por conseguinte, o estado, estiver nas mãos de um só, então chama–se Monarquia". Com isso, podemos concluir o pensamento de Spinoza e entender como a Natureza age sobre/através as potências de todos e como isso influencia o estado e o sistema político.