terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Higiene e Segurança no Trabalho - Trabalhos com Escadas Portáteis


Download 1 - Dropbox
Download 2 - Mega
Download 3 - Google Drive
Download 4 - Box

Biografia - Miguel Torga

Conheci Miguel Torga em Coimbra. Encontrava-o muitas vezes no eléctrico carreira nº 3, quando ambos regressávamos dos nossos respectivos trabalhos, nos anos 70, rumo à parte alta da cidade.

Médico que sempre foi a par de escritor, terminava as consultas no seu consultório no Largo da Portagem, 45 e eu já apanhara o mesmo eléctrico duas paragens antes, na Av. Fernão de Magalhães onde trabalhava então, na Federação dos Grémios da Lavoura da Província da Beira Litoral, num prédio emblemático, todo forrado a azulejos amarelos, que felizmente ainda não sofreu a voragem das demolições, mesmo junto à estação dos caminhos-de-ferro, mais conhecida em Coimbra por Estação Nova.
O meu pai, Manuel de Paiva Boléo, foi professor da Universidade de Coimbra na Faculdade de Letras e, desde sempre, na minha família se falou de Miguel Torga, também porque a mulher do escritor, Andrée Crabbé Rocha também professora de Letras cruzava-se com o meu pai na faculdade. Uma irmã minha, amiga do Leandro Morais Sarmento morava ao lado de Miguel Torga e passavam lá muitos fins de tarde a conversar. Lembro-me da minha irmã comentar que lhe parecia Miguel Torga ter uma grande angústia perante a morte, o que é patente no seu «Diário».
A admiração e o conhecimento da obra de Miguel Torga eram partilhados na minha família, onde a minha mãe nos recitava «Herodes» “o tal das tranças” lá na Judeia que foi para o Inferno “só porque não gostava de crianças” e outros textos.
Como é sabido Miguel Torga não era uma pessoa muito dada, mas eu várias vezes meti conversa com ele, até porque era temas não faltavam dado vivermos na mesma cidade. Mais de uma vez fiquei ao seu lado no tal eléctrico, e, se muitas pessoas o conheciam, muitas mais naquela carreira ignoravam quem era aquele senhor, de faces magras, como que esculpidas em rocha, com um tom de pela escura e um olhar penetrante. Com o tempo muitas mais sabiam que ele era um escritor de repercussão mundial e uma das glórias de Coimbra, embora ali não tenha nascido.
Mais tarde, nos anos 90, conheci em Lisboa uma japonesa que foi professora de literatura portuguesa numa universidade de Tóquio e que traduziu vários textos de Miguel Torga para japonês. Chama-se Takiko Okamura e é muito conhecida no meio literário português, porque já foi bolseira do Instituto Camões e penso que da Gulbenkian e que além de Torga já traduziu José Cardoso Pires e «Os Lusíadas» para japonês e publicou há escassos anos (2003, salvo erro) uma bem documentada biografia de Wenceslau de Morais, em japonês. A professora Takiko admirava muito Miguel Torga com quem esteve na sua terra natal mais de uma vez e com quem tirou fotografias, que me mostrou.
A religiosidade de Torga que perpassa pela sua obra é tão autêntica, percebe-se que foi forjada na vida dura que levou em criança, na relação próxima entre o céu e a terra. Mais tarde, no Brasil em casa do tal tio que o obrigava a trabalhos duros, a imensidão da natureza e quantas vezes não se terá interrogado sobre o que afinal fazemos neste mundo e um Deus que nem sempre nos parece magnânimo, perante tanta rudeza que nos rodeia, nas relações humanas e da paisagem agreste.
Adolfo Correia Rocha, nasceu a 12 de Agosto (dia de Santa Clara) de 1907 em S. Martinho de Anta, numa pequena aldeia de Trás-os-Montes, distrito de Vila Real. Filho de camponeses pobres, o pequeno Adolfo foi sempre muito chegado à mãe por quem nutria uma enorme afeição, como ele próprio diria em «A Criação do Mundo». Eram três irmãos. Em 1913 Adolfo Rocha terminou a escola primária com o Sr. Botelho, a quem Miguel Torga dirá que deveu muito da sua formação.

«Um mundo! Um nunca acabar de terra grossa, fragosa, bravia, que tanto se levanta a pino num ímpeto de subir ao céu, como se afunda nuns abismos de angústia, não se sabe por que telúrica contrição»

Miguel Torga, pseudónimo que escolheu por duas razões: Miguel por ser o nome próprio de dois mestres da língua castelhana como Cervantes (1547-1616) e Unamuno (1864-1936) grandes escritores também preocupados com a alma humana. E Torga de «torgas» urzes que florescem nas terras transmontanas, cor de vinho, com profundas raízes bem metidas nas rochas. Que melhor nome poderia ter escolhido? Não é ele também uma rocha, até no nome? 
Adolfo terminou a 4ª classe com distinção e o pai percebeu que devia continuar a estudar, o que era raro na época nos meios rurais. Escapou assim à vida no campo e à enxada, que trocaria pela caneta. O pai ofereceu-lhe um cavaquinho quando terminou a 4ª classe e por não ter posses para o poder mandar estudar disse-lhe: «tens de escolher ou o Seminário ou o Brasil»
Adolfo Rocha esteve um ano no Seminário de Lamego, mas aos 13 anos (em 1920) optou pelo Brasil tendo ido para casa de um tio – fazenda de Santa Cruz, no Estado de Minas Gerais. Ali a vida do futuro escritor não foi fácil: mungir as vacas, cujo leite era o alimenta da casa, tratar dos porcos, ir ao moinho, ir a cavalo buscar o correio longe da fazenda, fazer a escrita e tudo o mais que fosse preciso. Foram dias de inferno para o jovem Adolfo, não tanto pelo trabalho, mas porque os tios lhe não dedicavam grande afecto, e ele que adorava a mãe, sentia fortemente a sua ausência.
Em 1925, como recompensa pelo trabalho de cinco anos o tio anuncia-lhe que lhe paga os estudos num colégio em Coimbra. Fez em três anos o liceu que era de sete.
Em 1928 entrou para o curso de medicina. Escreveu o primeiro livro de versos «Ansiedade» e em 1929 dá-se com o grupo da revista «Presença», onde pontoavam José Régio, Branquinho da Fonseca e João Gaspar Simões, mas cedo o individualismo de Torga o afasta do grupo.
É a altura em que o jovem estudante de medicina e literato lê os grandes nomes da literatura mundial: Gide, Dostoievski, Ibsen, Proust, Jorge Amado, Cecília Meireles, etc. Em 1930 publica «Rampa». «Tributo» e «Pão Ázimo» em 1931.
Em 1932 começou a publicar o que seriam dezasseis volumes do «Diário».
Acaba a licenciatura em 1933 e passa a exercer a sua especialidade de clínica geral, na sua terra natal e em Vila Nova de Miranda do Corvo, mas cedo se radica em Coimbra.
Em 1934 usa pela primeira vez o pseudónimo que o imortalizaria – Miguel Torga, em «A Terceira Voz».
Escreve, em 11 de Dez de 1934, o poema «Prece»:

«Senhor deito-me na cama/Coberto de sofrimento;/ E a todo o comprimento/Sou sete palmos de lama:/Sete palmos de excremento/Da terra-mãe que me chama./Senhor, ergo-me do fim/Desta minha condição:/Onde era assim, digo não,/Onde era não, digo sim;/Mas não calo a voz do chão/Que grita dentro de mim./Senhor acaba comigo/Antes do dia marcado;/O tiro de um inimigo.../Qualquer pretexto tirado/Dos sarcasmos que te digo.» 

Em 1937 escreve «A Criação do Mundo» iniciando uma autobiografia ficcionada. Viaja pela Europa: França, Itália, Bélgica, Espanha e por Portugal e colabora na Revista de Portugal dirigida pelo escritor Vitorino Nemésio. Escreve «Peregrinação»

«Corro o mundo à procura dum poema/Que perdi não sei quando, nem sei onde./Chamo por ele, e a voz que me responde/Tem o timbre da minha, desbotado./Às vezes no mar largo ou no deserto/Parece-me que sim, que o sinto perto/Da inspiração;/Mas sigo afoito em cada direcção/E é o vazio passado/Acrescentado.../Areia movediça ou solidão./Teimoso lutador, não desanimo/Olho o monte mais alto e subo ao cimo,/ A ver se ao pé do céu sou mais feliz./Mas aí nem sequer ouço o que digo;/O silêncio de Orfeu vem ter comigo/E nega os versos que afinal não fiz.»

Adolfo Rocha/Miguel Torga chegou a ter, em 1939, um consultório em Leiria, mas passava os fins-de-semana em Coimbra, com professores e intelectuais como Paulo Quintela e Vitorino Nemésio em casa de quem conheceu a futura mulher – Adrée Crabbé, de apelido, por casamento, Rocha.
Um texto de Miguel Torga sobre a guerra civil espanhola levou-o à prisão, onde esteve três meses. Casou em 27 de Julho de 1940.
Em 1941 abriu consultório de médico em Coimbra, no Largo da Portagem, com vista sobre o Mondego – a «sua» janela para o mundo.
Escreve os célebres contos «Montanha» (mais tarde com o título «Contos da Montanha» apreendido pela Censura. Começa a escrever o seu célebre «Diário».
Miguel Torga fez edições de autor, porque se recusava a entregar os textos previamente à Censura, como era obrigatório na época e porque, dizem os que o conheceram de perto que era extremamente económico.
O seu romance «O Senhor Ventura» data de 1943, mais tarde será transposto para o cinema e foi um dos primeiros a ser traduzido para o chinês, há poucos anos. Penso que também foi traduzido pela Takiko Okamura, de que falei, para japonês.
A sua vida literária decorre com regulares edições. A mulher completa o doutoramento em 1947. A filha nasceu em 1955.
Em 1954 recusou um prémio literário atribuído por ocasião das comemorações do Centenário de Almeida Garrett.
Em 1960 o prof. Jean-Baptiste Aquarone (da Faculdade de Letras de Universidade de Montpelier) propõe Miguel Torga para prémio Nobel da Literatura. O escritor recebe em 1969 o Prémio Literário Diário de Notícias.
Com o 25 de Abril de 1974 escreveu no Diário XII: 

«Golpe Militar. Assim eu acreditasse nos militares. Foram eles que durante macerados cinquenta anos pátrios, nos prenderam, nos censuraram, nos apreenderam e asseguraram com as baionetas o poder à Tirania. Quem poderá esquecê-lo. Mas pronto de qualquer maneira é um passo. Oxalá não seja duradoiramente de parada...»

Em 1976 foi-lhe atribuído o Grande Prémio Internacional de Poesia da XII Bienal de Knokke-Heist (Bélgica). Dois anos depois foi de novo proposto para prémio Nobel. Em 1978 a Fundação Calouste Gulbenkian prestou-lhe homenagem nos 50 anos de carreira literária. Em 1980 recebeu o Prémio Morgado de Mateus, ex-equo com o escritor brasileiro Carlos Drummond de Andrade.
A 10 de Junho de 1989 o júri do Prémio Camões dá-lhe esse prestigiado galardão e, em Janeiro de 1991, a revista «Le Cheval de Troie» dedica-lhe um número especial. É mais uma vez nomeado para o Nobel da Literatura pela Associação Portuguesa de Escritores.
Em 1993 publica o 16º vol. de «Diário». O último onde escreve o poema «Requiem por mim»
A 17 de Janeiro de 1995, às 12,33 minutos deixa este mundo.
Fiquemos com estas suas palavras:

«Ser livre é um imperativo que não passa pela definição de nenhum estatuto. Não é um dote, é um Dom». 

Biografia retirada daqui

Notícia - Turismo em Portugal - Drave (Arouca)


Rodeado de altos montes, Drave é um lugar mítico. A visão que do estradão se tem do povoado lá no fundo, é surpreendente. O Solar dos Martins e a capelinha dedicada à Nossa Senhora da Saúde destacam-se do ondular dos montes, uns atrás dos outros, a recortar-se da luz do poente, é sublime. Sublime é também a perspectiva que a seguir se tem do Vale de Paivô.

Informação retirada daqui

segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Desenhos para colorir - Inverno


EFA - STC - DR3 - Ficha de Trabalho nº11 - Exportação de Resíduos - Sociedade, Tecnologia e Ciência


Download 1 - Dropbox
Download 2 - Mega
Download 3 - Google Drive
Download 4 - Box

Livro de Valter Hugo Mãe fica no Plano Nacional de Leitura apenas para o secundário


O romance O Nosso Reino, de Valter Hugo Mãe, que gerou polémica pelas passagens de cariz sexual, sairá das leituras recomendadas no 3.º ciclo pelo Plano Nacional de Leitura (PNL) para constar apenas do secundário, disse o comissário Fernando Pinto do Amaral, nesta segunda-feira.


“Não está em causa a sua qualidade literária, o que houve foi um problema de inserção na lista. O livro entrou no 3.º ciclo por lapso, porque foi escolhido para o secundário”, explicou o comissário do PNL. São centenas de livros e dezenas de listas que integram o PNL, pelo que é normal que ocorram erros deste tipo, explicou o responsável, exemplificando com um caso semelhante que aconteceu há uns anos com um livro da escritora Alice Vieira.

De qualquer forma, o poeta desvaloriza a polémica, explicando que não se trata de uma obra de cariz erótico, mas de um livro com memórias de infância e que tem umas passagens com conteúdo sexual, que apareceram descontextualizadas da narrativa. Assim, o livro continuará a integrar o PNL, mas na lista das leituras recomendadas para alunos do secundário.

O Nosso Reino estava nas listas dos livros de leitura recomendada para o 3.º ciclo do ensino básico, que abrange 7.º, 8.º e 9.º anos, portanto, alunos com idades compreendidas entre os 12 e os 15 anos.

A polémica surgiu quando pais de alunos do 8.º ano da Escola Secundária Pedro Nunes, em Lisboa, que leram o livro nas férias do Natal, se aperceberam do seu conteúdo e protestaram.

A decisão de passar o livro para as listas do secundário foi tomada após uma reunião na tarde desta segunda-feira com a comissão de especialistas que seleccionam os livros. Contudo, Fernando Pinto do Amaral sublinhou que esta decisão não foi uma “reacção” à polémica, mas sim a correcção de um lapso, que entretanto foi detectado.

Informação retirada daqui

Vídeo - Autismo - Tenho um irmão autista

Biografia - Larry Page


Lawrence E. Page, mais conhecido por Larry Page, nasceu em Ann Arbor, Michigan, Estados Unidos da América, a 26 de Março de 1973. O seu pai, Carl Victor Page, professor de Ciência da Computação da Universidade de Michigan, e a sua mãe, Gloria Page, professora de programação informática, incutiram-lhe o gosto pela informática. Aos 6 anos de idade, já Larry Page se rendera apaixonadamente ao mundo dos computadores. Todos os seus estudos, a partir daí, tiveram em mente uma formação académica nesta área: frequentou a East Lansing High School, formou-se em engenharia de computação pela University of Michigan e obteve o grau de Mestre na Stanford University.
Enquanto frequentava a Stanford University, Larry conheceu Sergey Brin. Juntos, desenvolveram o motor de busca Google, que começou a funcionar em 1998. Larry saiu de Stanford, depois de concluir a formação académica.
Larry Page foi o primeiro director executivo da Google como empresa. O rápido crescimento deste motor de busca, levou a que Larry Page e Sergey Brin, o outro co-fundador da Google, sentissem necessidade de contratar um estratega que contribuísse significativamente para a construção da infra-estrutura corporativa necessária à manutenção do Google como Empresa. A escolha recaiu em Eric Schmidt, na altura presidente e director executivo da Novell.
Em Abril de 2001, Larry passou a desempenhar as funções de Presidente de Produtos, dividindo a responsabilidade pelas operações diárias do Google com Eric Schmidt e Sergey Brin.
Larry foi reconhecido como o inovador do ano pela revista Research and Development Magazine e foi eleito para a Academia Nacional de Engenharia Norte Americana.

Informação retirada daqui

Powerpoint - Fatores Bióticos


Download 1 - Dropbox
Download 2 - Mega
Download 3 - Google Drive
Download 4 - Box

Notícia - Planeta Vénus

Vénus é o segundo planeta mais próximo do Sol e o planeta mais próximo da Terra. Venha desvendar os seus enigmas...

Resumo - Matéria para exame de História A 12º Ano


Download 1 - Dropbox
Download 2 - Mega
Download 3 - Google Drive
Download 4 - Box



Conteúdo - Filosofia Antiga


Filosofia antiga é o período compreendido entre o surgimento da filosofia e a queda do Império Romano. A filosofia antiga nasceu de uma necessidade em explicar o mundo com explicações reais

Originalmente, todas as áreas que hoje denominamos ciências faziam parte da Filosofia: expressão, no mundo grego, de um conjunto de saber nascido em decorrência de uma atitude. E, de fato, tanto Platão, no Fédon, quanto Aristóteles, na Metafísica, puseram na atitude admirativa, no admirar tò thaumázein, e também no páthos ("um tipo de afetação, que pode ser definido como um estranhamento"), a archê da Filosofia. "No Teeteto, Sócrates diz a Teodoro que o filósofo tem um páthos, ou seja, uma paixão ou sensibilidade que lhe é própria: a capacidade de admirar ou de se deixar afetar por coisas ou acontecimentos que se dão à sua volta". O thaumázein, assim como o páthos, têm a ver com "um bom ânimo ou boa disposição (...) que levou certos indivíduos a deixar ocupações do cotidiano para se dedicar a algo extraordinário, a produção do saber: uma atividade incomum, em geral pouco lucrativa, e que nem sequer os tornava moralmente melhores que os outros.".

sábado, 28 de janeiro de 2017

Resumo - Mercantilismo


Download 1 - Dropbox
Download 2 - Mega
Download 3 - Google Drive
Download 4 - Box



Biografia - João Baptista da Silva Leitão de Almeida Garrett

Escritor e Dramaturgo romântico, foi o proponente da edificação do Teatro Nacional de D. Maria II e da criação do Conservatório.

Nasceu no Porto, em 4 de Fevereiro de 1799; 
morreu em Lisboa em 9 de Dezembro de 1854.

Filho segundo do selador-mor da Alfândega do Porto, acompanhou a família quando esta se refugiou nos Açores, onde tinha propriedades, fugindo da segunda invasão francesa, realizada pelo exército comandado pelo marechal Soult que entrando em Portugal por Chaves se dirigiu para o Porto, ocupando-o.

Passou a adolescência na ilha Terceira, tendo sido destinado à vida eclesiástica, devendo entrar na Ordem de Cristo, por intercedência do tio paterno, Frei Alexandre da Sagarada Família, bispo de Malaca e depois de Angra. 

Em 1816, tendo regressado a Portugal, inscreveu-se na Universidade, na Faculdade de Leis, sendo aí que entrou em contacto com os ideais liberais. Em Coimbra, organiza uma loja maçónica, que será frequentada por alunos da Universidade como  Manuel Passos. Em 1818, começa a usar o apelido Almeida Garrett, assim como toda a sua família.

Participa entusiasticamente na revolução de 1820, de que parece ter tido conhecimento atempado, como parece provar a poesia As férias, escrita em 1819. Enquanto dirigente estudantil e orador defende o vintismo com ardor escrevendo um Hino Patriótico recitado no Teatro de São João. Em 1821, funda a Sociedade dos Jardineiros, e volta aos Açores numa viagem de possível motivação maçónica. De regresso ao Continente, estabelece-se em Lisboa, onde continua a publicar escritos patrióticos. Concluindo a Licenciatura em Novembro deste ano.

Em Coimbra publica o poema libertino O Retrato de Vénus, que lhe vale ser acusado de materialista e ateu, assim como de «abuso da liberdade de imprensa», de que será absolvido em 1822. Torna-se secretário particular de Silva Carvalho, secretário de estado dos Negócios do Reino, ingressando em Agosto na respectiva secretaria, com o lugar de chefe de repartição da instrução pública. No fim do ano, em 11 de Novembro, casa com Luísa Midosi.

A Vilafrancada, o golpe militar de D. Miguel que, em 1823, acaba com a primeira experiência liberal em Portugal, leva-o para o exílio. Estabelece-se em Março de 1824 no Havre, cidade portuária francesa na foz do Sena, mas em Dezembro está desempregado, o que o leva a ir viver para Paris. Não lhe sendo permitido o regresso a Portugal, volta ao seu antigo emprego no Havre. Em 1826 está de volta a Paris, para ir trabalhar na livraria Aillaud. A mulher regressa a Portugal. 

É amnistiado após a morte de D. João VI, regressando com os últimos emigrados, após a outorga da Carta Constitucional, reocupando em Agosto o seu lugar na Secretaria de Estado. Em Outubro começa a editar «O Português, diário político, literário e comercial», sendo preso em finais do ano seguinte. Libertado, volta ao exílio em Junho de 1828, devido ao restabelecimento do regime absoluto por D. Miguel. De 1828 a Dezembro de 1831 vive em Inglaterra, indo depois para França, onde se integra num batalhão de caçadores, e mais tarde, em 1832, para os Açores integrado na expedição comandada por D. Pedro IV. Nos Açores transfere-se para o corpo académico, sendo mais tarde chamado, por Mouzinho da Silveira, para a Secretaria de Estado do Reino. 

Participa na expedição liberal que desembarca no Mindelo e ocupa o Porto em Julho de 1832. No Porto, é reintegrado como oficial na secretaria de estado do Reino, acumulando com o trabalho na comissão encarregada do projecto de criação do Códigos Criminal e Comercial. Em Novembro parte com Palmela para uma missão a várias cortes europeias, mas a missão é dissolvida em Janeiro e Almeida Garrett vence abandonado em Inglaterra, indo para Paris onde se encontra com a mulher. Só com a ocupação de Lisboa em Julho de 1833, consegue apoio para o seu regresso, que acontece em Outubro. Em Novembro é nomeado secretário da comissão de reforma geral dos estudos. Em Fevereiro do ano seguinte é nomeado cônsul-geral e encarregado de negócios na Bélgica, onde chega em Junho, mas é de novo abandonado pelo governo. Regressa a Portugal em princípios de 1835, regressando ao seu posto em Maio. Estava em Paris, em tratamento, quando foi substituído sem aviso prévio na embaixada belga. Nomeado embaixador na Dinamarca, é demitido antes mesmo de abandonar a Bélgica.

Estes sucessivos abandonos por parte dos governos cartistas, levam-no a envolver-se com o Setembrismo, dando assim origem à sua carreira parlamentar. Logo em 28 de Setembro de 1836 é incumbido de apresentar uma proposta para o teatro nacional, o que faz propondo a organização de uma Inspecção-Geral dos Teatros, a edificação do Teatro D. Maria II e a criação do Conservatório de Arte Dramática. Os anos de 1837 e 1838, são preenchidos nas discussões políticas que levarão à aprovação da Constituição de 1838, e na renovação do teatro nacional.

Em 20 de Dezembro é nomeado cronista-mor do Reino, organizando logo no princípio de 1839 um curso de leituras públicas de História. No ano seguinte o curso versa a «história política, literária e científica de Portugal no século XVI».

Em 15 de Julho de 1841 ataca violentamente o ministro António José d'Ávila, num discurso a propósito da Lei da Décima, o que implica a sua passagem para a oposição, e o leva à demissão de todos os seus cargos públicos. Em 1842, opõem-se à restauração da Carta proclamada no Porto por Costa Cabral. Eleito deputado nas eleições para a nova Câmara dos Deputados cartista, recusa qualquer nomeação para as comissões parlamentares, como toda a esquerda parlamentar. No ano seguinte ataca violentamente o governo cabralista, que compara ao absolutista. 

É neste ano de 1843 que começou a publicar, na Revista Universal Lisbonense, as Viagens na Minha Terra, descrevendo a viagem ao vale de Santarém começada em 17 de Julho. Anteriormente, em 6 de Maio, tinha lido no Conservatório Nacional uma memória em que apresentou a peça de teatro Frei Luís de Sousa, fazendo a primeira leitura do drama.

Continuando a sua oposição ao Cabralismo, participa na Associação Eleitoral, dirigida por Sá da Bandeira, assim como nas eleições de 1845, onde foi um dos 15 membros da minoria da oposição na nova Câmara. Em 17 de Janeiro de 1846, proferiu um discurso em que considerava a minoria como representante da «grande nação dos oprimidos», pedido em 7 de Maio a demissão do governo, e em Junho a convocação de novas Cortes. 

Com o despoletar da revolução da Maria da Fonte, e da Guerra Civil da Patuleia, Almeida Garrett que apoia o movimento, tem que passar a andar escondido, reaparecendo em Junho, com a assinatura da Convenção do Gramido.

Com a vitória cartista e o regresso de Costa Cabral ao governo, Almeida Garrett é afastado da vida política, até 1852. Em 1849, passa uma breve temporada em casa de Alexandre Herculano, na Ajuda. Em 1850, subscreve com mais de 50 outras personalidades um Protesto contra a Proposta sobre a Liberdade de Imprensa, mais conhecida por «lei das rolhas». Costa Cabral nomeia-o, em Dezembro,  para a comissão do monumento a D. Pedro IV

Com o fim do Cabralismo e o começo da Regeneração,  em 1851, Almeida Garrett é consagrado oficialmente. É nomeado sucessivamente para a redacção das instruções ao projecto da lei eleitoral, como plenipotenciário nas negociações com a Santa Sé, para a comissão de reforma da Academia das Ciências, vogal na comissão das bases da lei eleitoral, e na comissão de reorganização dos serviços públicos, para além de vogal do Conselho Ultramarino, e de estar encarregado da redacção do que irá ser o  Acto  Adicional à Carta. Em 25 de Junho é agraciado com o título de Visconde, em duas vidas.

Em 1852 é eleito novamente deputado, e de 4 a 17 de Agosto será ministro dos Negócios Estrangeiros. A sua última intervenção no Parlamento será  em Março de 1854 em ataca o governo na pessoa de Rodrigo de Fonseca Magalhães.

Morre devido a um cancro de origem hepática, tendo sido sepultado no Cemitério dos Prazeres.


Fontes: 
Leituras - Revista da Bibilioteca Nacional, n.º 4, Primavera de 1999 (número consagrado a Almeida Garrett, e integrada nas comemorações do Bicentenário do seu nascimento);

António José Saraiva e Óscar Lopes
História da Literatura Portuguesa,
Porto, Porto Editora, 1975

Biografia retirada daqui

Notícia - Turismo em Portugal - Lindoso (Ponte da Barca)


Lindoso é a maior freguesia do concelho de Ponte da Barca, do qual dista 25 km da sede, pertence ao distrito de Viana do Castelo, faz fronteira com Espanha e tem cerca de 1300 habitantes. Inserida no PNPG – Parque Nacional Peneda-Gerês, é uma região de clima rigoroso, frio no Inverno, temperatura amena ou quente no Verão, e chuvas abundantes que atingem uma precipitação média anual superior aos 2200 mm. Povoação típica composta por velhas casas de granito, bem inseridas na paisagem, subsistindo ainda em algumas instalações agrícolas a cobertura de colmo.

Informação retirada daqui