quinta-feira, 4 de maio de 2017

Biografia - Sylvia Plath


Foram os últimos poemas escritos por Sylvia Plath. A 11 de Fevereiro de 1963, com 31 anos de idade, no seu apartamento de Londres, a poetisa punha termo á vida. Deixava dois filhos de tenra idade, um marido de quem estava a separar-se, um romance, A Campânula de Vidro, publicado apenas três semanas antes sob pseudónimo, um primeiro livro de poesia, The Colossus, de 1960, e vários textos inéditos. A recolha Ariel, organizada pelo viúvo, o poeta Ted Hughes, foi editada dois anos após a morte se Sylvia Plath, mostrando-a na maturidade do seu génio poético. Posteriormente vieram à luz duas outras colectâneas de poemas, Crossing the Water e Winter Tress (este inclui também a peça Three Women), além de um volume de correspondência organizada pela mãe, Letters Home, e de uma selecção de histórias, artigos e excertos de diário, Johnny Panic and the Bible of Dreams, também da responsabilidade de Ted Hughes. As circunstâncias da vida e da morte de Sylvia Plath criaram uma mitologia à sua volta que, mais do que esclarecer, tem contribuído para confundir as interpretações da sua obra. Uma coisa é certa: é uma obra forte, alheia a convenções, arrebatada e arrebatadora. Provavelmente de fundo autobiográfico, reflectindo uma ânsia de perfeição e verdade que a existência lhe negou. Na introdução à edição americana de Ariel, diz Robert Lowel: “tudo nestes poemas é pessoal, confessional, sentido, mas a maneira de sentir é alucinação controlada, a autobiografia de uma paixão. Esta poesia e esta vida não são uma carreira; dizem que a vida, mesmo quando disciplinada, simplesmente não vale a pena ser vivida”. Sylvia Plath nasceu em Boston, Massachusetts, de ascendência alemã e austríaca. Era uma menina dotada e ambiciosa, apoiada por um pai simultaneamente amado e odiado que morreu quando ela tinha oito anos. Na mãe, detestava o sentido da domesticidade. Adolescente, tem o privilégio de frequentar um estágio na Mademoiselle de Nova Iorque, que lhe inspira a matéria de A Campânula de Vidro (incluindo a tentativa de suicídio de heroína e o tratamento à base de choques eléctricos a que é submetida). Morre inacabada.

Informação retirada daqui

Manual - Tourism Highlights 2008


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Biografia - Rudolf Emmanuel Clausius

(1822 - 1888) Físico alemão nascido em Köslin, na Prússia, agora Koszalin, Polônia, um dos fundadores da ciência da termodinâmica moderna.

Filho de um pastor e professor, estudou nas universidades de Berlim e Halle. Apresentou um artigo corrigindo a teoria calórica de Carnot, aproximando-a ao trabalho de Joule, demonstrando que calor não era um fluido e, sim, uma forma de energia, ou seja, formulando o segundo princípio da termodinâmica e dando importante contribuição para o desenvolvimento da teoria cinética dos gases (1850). Foi (1855-1888) sucessivamente professor no Polytechnic Institute, em Zurique, e nas universidades de Würzburg e Bonn.

A partir do teorema de Carnot, definiu a nova grandeza: a entropia (1865). Sua teoria sobre eletrólise antecipou em parte a teoria iônica do químico sueco Svante Arrhenius.

4ºAno - Estudo do Meio - Protocolo - Comportamento dos materiais face à variação da temperatura


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Biografia - D.Francisco de Melo da Cunha

Monteiro-mor do reino, gentil-homem da câmara da rainha D. Maria I, grã-cruz das ordens de Cristo e de Nossa Senhora da Conceição, presidente do senado da câmara de Lisboa, governador e capitão general do Algarve, governador da Torre de Belém, tenente-general, e um dos governadores do reino em 1808. 

Nasceu a 26 de abril de 1741, faleceu a 7 de abril de 1821.

Sucedeu na casa dos Cunhas em 1778 a seu pai, e no ofício e casa dos monteiros-mores em 16 de fevereiro de 1789 a seu primo Francisco de Melo. Por decreto de 14 de novembro de 1802 foi agraciado com o título de conde de Castro Marim. 

Achava-se em 1807 encarregado do governo das armas do Algarve, sendo então já tenente-general, quando as tropas francesas comandadas por Junot, entraram em Portugal. Retirando-se para sua casa logo que se estabeleceu entre nós o governo intruso, foi um dos primeiros a acudir em defesa da pátria, quando em junho de 1808 rebentou no Algarve o grito de revolta, e assumiu desde logo a presidência da junta que se constituiu em Faro. Quando as forças populares se congregaram para expulsar do nosso território os soldados de Napoleão, o conde de Castro Marim, marchando à frente das tropas que então se organizaram no Algarve, passou ao Alentejo, chegou a Beja no dia 19 de agosto, e seguindo depois para Lisboa, estava em Évora quando se assinou a convenção de Sintra, em 30 do referido mês de Agosto, contra a qual protestou da mesma forma que fez o general das tropas do norte Bernardim Freire de Andrade. Expulsou os soldados de Junot, logo que se tratou de formar a regência, e foi nomeado para um dos lugares de governador do reino, e pouco depois chegava a noticia que o conde de Castro Marim fora agraciado com o titulo de marquês de Olhão, por decreto de 21 de dezembro de 1808, pelo príncipe regente, que vivia no Rio de Janeiro. 

De 1808 a 1820 exerceu o marquês de Olhão os cargos da governador do reino e de conselheiro de guerra; depois da Revolução do 1820 afastou-se dos negócios públicos, mas pouco tempo sobreviveu, porque faleceu no ano seguinte. 

Havia casado em 29 de novembro de 1783 com D. Joaquina Teles da Silva, filha dos marqueses de Penalva.

Informação retirada daqui

quarta-feira, 3 de maio de 2017

Desenhos para colorir - Outono


EFA - STC - Powerpoint - Análise a Inquéritos - Sociedade, Tecnologia e Ciência


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Notícia - Caça ao cogumelo



Enquanto crianças, fascinam-nos como abrigos de fadas e duendes; mais tarde, continuam a seduzir-nos como deliciosas iguarias. O biólogo Jorge Nunes revela o mundo dos cogumelos silvestres e conta-nos como o património micológico português tem vindo a ser progressivamente delapidado.

Os cogumelos silvestres encontram-se um pouco por todo o lado, sendo mais comuns nas florestas e nos prados. Quase esquecidos durante grande parte do ano, com a chegada das primeiras chuvas, estes curiosos organismos voltam a brotar do manto de folhas mortas e a merecer a nossa atenção. À cata deles surge sazonalmente uma multidão incógnita de apanhadores que os vai saqueando sem qualquer respeito pela propriedade alheia, pelas mais elementares regras de colheita e pelas normas básicas de segurança alimentar que recomendam um adequado conhecimento das espécies comestíveis e venenosas, o que, como têm demonstrado as inúmeras notícias que se repetem anualmente, nem sempre acontece. Enquanto uns os colhem indiscriminadamente, outros há que lhes têm medo e se recusam a tocar-lhes ou a comê-los.

Embora para a maioria das pessoas os cogumelos não passem de pequenas flores coloridas, na verdade, por detrás das suas curiosas formas e atraentes cores, escondem-se fascinantes seres vivos, que pouco ou nada têm a ver com as plantas, às quais eram associados até há bem pouco tempo.

Desde a Antiguidade que as diferenças dos cogumelos (e dos fungos em geral) relativamente às restantes espécies vegetais foram salientadas por alguns naturalistas, como Teo­frasto (370–287 a.C.), que os considerava “plantas imperfeitas”, uma vez que não apresentavam raízes, folhas, flores ou frutos. Com o passar dos séculos, as evidências dessas dissemelhanças foram-se acentuando e avolumaram-se, em resultado dos trabalhos de vários investigadores, nomeadamente do sueco Elias Fries (1794–1878), considerado o pai da micologia, a ciência que estuda os fungos. No entanto, só em 1969 é que Whittaker propôs a separação, já demasiado óbvia, das plantas e dos fungos em dois reinos distintos: Plantae e Fungi. Este reino à parte inclui membros tão diversos como os cogumelos, as leveduras (usadas, por exemplo, no fabrico do pão e na fermentação de vários produtos alimentares, como o vinho e a cerveja) e os bolores (tão bem conhecidos das donas-de-casa e utilizados na produção de antibióticos, como a famigerada penicilina).

Ao contrário das plantas, que são capazes de produzir o seu próprio alimento através da fotossíntese, os fungos, tal como os animais, não conseguem fazê-lo, pelo que precisam de o obter no meio onde vivem. Uma outra diferença relativamente às plantas é o facto de as células fúngicas possuírem paredes celulares com quitina em vez de celulose (um dos principais constituintes das paredes celulares dos vegetais).

O que habitualmente designamos por “cogumelo” é na realidade a pequena parte visível de uns curiosos seres subterrâneos que podem atingir vários quilómetros de comprimento, constituindo os maiores organismos vivos da actualidade. O verdadeiro corpo do fungo, geralmente desconhecido da maioria das pessoas, é constituído por um emaranhado de filamentos escondidos no solo, que compõem no seu conjunto o chamado “micélio”, sendo os cogumelos as suas extremidades reprodutoras, denominadas em linguagem científica por “carpóforos”.

Desengane-se quem possa pensar que eles começam a brotar com as primeiras chuvas de Outono para saciar as requintadas exigências gastronómicas dos humanos. Essas estruturas, onde afinal não moram quaisquer criaturas mágicas, desempenham uma importante função na reprodução do próprio fungo, que, através delas, consegue dispersar os seus preciosos esporos. Estes são células resistentes que podem viajar para muito longe até encontrarem as condições ideais e germinarem, originando novos indivíduos.

Um típico cogumelo do campo, por exemplo, produz cerca de seis biliões de esporos, que podem ser libertados a uma média de cem milhões por hora. Mas existem outras espécies ainda mais profícuas, em que um único cogumelo pode produzir mais de 700 biliões de esporos, que, por terem dimensões microscópicas, são facilmente disseminados pela mais suave brisa através dos quatro cantos do mundo.

Consoante o substrato que utilizam para se fixarem, os cogumelos podem classificar-se em saprófitos, parasitas e micorrizais. Os saprófitos, que vivem sobre a matéria orgânica em decomposição (geralmente folhas, árvores, cadáveres e fezes de animais), desempenham um papel essencial no ciclo de nutrientes. Os parasitas, como o próprio nome indica, parasitam outros seres vivos (animais e plantas), alimentando-se dos nutrientes que absorvem dos seus hospedeiros. Quanto aos micorrizais, são aqueles que subsistem em relação sim­bió­tica (entreajuda com benefício mútuo) com as raízes de algumas plantas (geralmente árvores, como castanheiros, bétulas, pinheiros e carvalhos, entre outros). Neste caso, as plantas (que são seres autotróficos com capacidade de produzir o seu próprio alimento através da fotossíntese) fornecem ao fungo os nutrientes orgânicos (seiva elaborada), e estes, devido ao modo como o micélio se liga às raízes, conferem às plantas a capacidade de expandirem o seu sistema radicular, aumentando a superfície de absorção de água e sais minerais.

Embora se conheçam cerca de 70 mil espécies de fungos, apenas uma pequena parte origina cogumelos como estruturas reprodutoras. No entanto, a sua enigmática beleza e exotismo atraíram desde tempos imemoriais a atenção do homem (a primeira referência a conhecimentos micológicos data de 1200 a.C.), que cedo lhes descobriu importantes propriedades medicinais e culinárias.

Em muitas zonas rurais de Portugal, a apanha de cogumelos silvestres é uma tradição arreigada, sendo uma prática que se repete ano após ano durante o Outono e o Inverno. Antigamente, em tempos de crise económica, estas dádivas da natureza, também conhecidas como “carne dos pobres”, devido ao seu aspecto e sabor a carne quando convenientemente confeccionadas, constituíram valiosos suplementos alimentares para as populações famintas. Porém, parece que cada vez mais esta “carne dos pobres” tem vindo a converter-se em “carne dos ricos”. Na actualidade, já não são apenas as gentes de parcos recursos económicos que valorizam os cogumelos; desde há muito que estes cativaram as classes mais abastadas com os seus odores e paladares inebriantes, constituindo iguarias dignas dos mais requintados menus. 

O mais curioso é que, mesmo com o advento da biotecnologia e com os notáveis desenvolvimentos na produção industrial de cogumelos, continua a ser necessário recorrer à mãe-natureza para encontrar os espécimes mais apetitosos. Na verdade, as espécies cultivadas nunca foram muito apreciadas pelos gastrónomos mais distintos, pois estão longe de possuir a fragrância e o sabor deliciosos que caracterizam as suas congéneres silvestres.

O fracasso do cultivo de muitas espécies selvagens parece explicar-se, entre outras razões, pelo facto de esses cogumelos viverem em simbiose, formando micorrizas, com determinadas plantas de porte arbóreo, o que dificulta a sua lavoura. Assim, apesar dos consideráveis avanços tecnológicos, a recolha de determinadas espécies bravias continua a ser a única forma de fornecer os restaurantes mais requintados e exigentes, que preferem os exemplares selvagens.

A procura crescente e desenfreada de cogumelos na natureza obrigou vários países europeus a tomar medidas que passaram pela criação de uma legislação que regulamentasse o sector, garantindo uma apanha sustentável das espécies micológicas. Dado que Portugal ficou à margem desse processo de preservação dos cogumelos – sem regulamentação e sem fiscalização sobre a apanha e comercialização –, tornou-se, no decurso dos últimos anos, um destino tentador para os apanhadores e comerciantes de cogumelos silvestres.

Como se não bastasse a falta de legislação, uma outra razão parece ter contribuído para o crescente interesse nos cogumelos lusos: o acidente na central nuclear de Chernobil, ocorrido em 26 de Abril de 1986. Esse acontecimento de má memória afectou um grande número de países europeus, com a contaminação radioactiva dos seus cogumelos. Assim, pelo facto de Portugal se localizar bem longe dessa catástrofe ambiental, os nossos cogumelos rapidamente receberam a confiança dos clientes europeus, levando a que a sua colheita tenha disparado repentinamente. Em poucos anos, esta prática assumiu proporções inquietantes, podendo considerar-se, em algumas regiões do país, quase como um atentado ambiental, tendo em conta a forma desregrada como tem sido realizada.

Na preparação deste trabalho, revisitei a Beira Baixa e estive à conversa com duas ex-apanhadoras que conheci em Outubro de 2004, quando as entrevistei a propósito de uma outra reportagem sobre esta matéria. Se na altura já se queixavam de que o intermediá­rio a quem vendiam o produto da safra estava a enriquecer à custa delas e que era “cada vez mais difícil encontrar os cogumelos mais valiosos”, agora fiquei a saber que deixaram definitivamente essa ocupação sazonal. “Não foi por vontade própria”, confidenciaram-me, até porque o pouco dinheiro que ganhavam com os cogumelos somado às parcas pensões rurais “ajudava a pagar as sardinhas, o queijo, o café e o açúcar” que traziam semanalmente da vila. A decisão ficou a dever-se única e exclusivamente a uma razão: “Já não há cogumelos para apanhar!”, afirmaram consternadas.

Em vários países, designadamente em França e Itália, algumas espécies de cogumelos já suplantaram o prestígio do famoso caviar, sendo presença habitual nos restaurantes mais sublimes, onde alguns exemplares podem atingir várias centenas de euros. Por cá, embora os cogumelos ainda não tenham atingido o prestígio parisiense, algumas espécies, de sabor suave e de odor inebriante, não deixam ninguém indiferente. Os espécimes mais afamados que brotam espontaneamente em solo lusitano são, entre muitos outros para os quais não faltam receitas, das mais tradicionais até às mais criativas e requintadas, os míscaros (Boletus edulis), salteados em azeite e alho; os míscaros amarelos (Tricholoma equestre), muito bons guisados; os gasalhos (Macrolepiota procera), deliciosos assados só com sal e azeite ou fritos de cebolada; os rapazinhos (Cantharellus cibarius), dos melhores que podemos colher e adaptados a vários tipos de preparação culinária; as sanchas (Lactarius deliciosus), muito boas grelhadas ou guisadas; os absós (Amanita caesarea), excelentes em cru, para fazer molhos e até em sobremesas; as pantorras (Morchella vulgaris), que, ao contrário dos restantes cogumelos comestíveis, surgem apenas na Primavera e são deliciosas estufadas ou recheadas no forno; e os línguas-de-boi (Fistulina hepatica), que podem ser grelhados, estufados ou guisados.

Tal como acontece com muitos outros organismos, também no caso dos cogumelos as pessoas só atribuíram nomes vulgares aqueles que poderiam ter interesse para o homem, quer pelas suas qualidades culinárias ou medicinais, quer pela sua toxicidade. É muito importante não esquecer que os nomes comuns não são de fiar, pois variam muito de região para região, sendo algumas espécies distinguíveis apenas por especialistas. No caso da espécie Macrolepiota procera (bom comestível) é conhecida por "roque", em Chaves, por "frade", em Freixo de Espada à Cinta, por "centieiro" e "gasalho", na zona do Douro, por "róculo", no Mogadouro, por "marifusa", em Miranda do Douro, por "cogordo", em Monção, e por "gasalho", na Beira Baixa. O mesmo acontece com várias outras espécies, como a Cantharellus cibarius (excelente comestível), que é conhecida por "rapazinhos" em Chaves e por "crista de galo" na região do Gerês; a Lactarius deliciosus (bom comestível) é designada por "sancha" em Chaves, "cardela" na zona do Mogadouro e "telheira" em muitas outras regiões do país; a Tricholoma equestre (bom comestível) é conhecida por "tortulho" em Chaves, "níscaro" em Ovar, "serrobecas" ou "sinchos" na zona de São Pedro do Sul e "míscaros" na Beira Baixa.

Portugal tem sido uma verdadeira galinha-dos-ovos-de-ouro para empresas nacionais e estrangeiras, que colectam a “matéria-prima” para deleite da clientela hollywoodiana de restaurantes chiques por toda a Europa. Assiste-se assim a uma crescente procura para exportação e para consumo interno, dado que os portugueses também têm vindo a (re)descobrir este “manjar dos deuses”.

Contudo, esta insensata delapidação do património micológico português não se deve unicamente à ausência de legislação, mas resulta principalmente de uma grande falta de informação e sensibilização das populações, que têm ficado à mercê de interesses económicos oportunistas. Mesmo sabendo que a maior fatia dos lucros tem ido parar às mãos dos intermediários, que acabam por vender os cogumelos no estrangeiro por três ou quatro vezes mais do que pagam aos colectores, estes não conseguem resistir à tentação de reforçarem os seus módicos rendimentos familiares. Perante o assédio, a única preocupação dos colectores tem sido somente o peso da colheita: quanto mais pesada, melhor!

Uma vez que se trata de um produto da terra que é colhido livremente, fica exclusivamente à consciência de cada apanhador a quantidade recolhida, o tamanho e estádio de desenvolvimento dos exemplares e o modo como são arrancados. Bastaria 
criar um código de conduta e sensibilizar e (in)formar adequadamente as populações para se começar a inverter esta situação. Torna-se urgente esclarecer os colectores, ensinando-os a rentabilizar de forma equilibrada um novo recurso biológico que, apesar de renovável, exige alguns cuidados para evitar a sua rápida extinção.

Neste caso, ao contrário do que acontece com muitas outras espécies de fauna e flora, a preservação dos cogumelos silvestres não passa por proibir a apanha, mas por realizá-la de forma adequada e em conformidade com as características peculiares do ciclo de vida de cada fungo. A apanha sustentável significa garantir, em primeiro lugar, o cumprimento do objectivo reprodutor a que se destinam os cogumelos, após o que podem servir, sem qualquer problema, para deleite dos caprichos gastronómicos humanos. Assim, para recolher convenientemente os cogumelos, é necessário atentar em alguns preceitos que, além de permitirem a necessária segurança alimentar dos apreciadores micológicos, protegerão as espécies que vão rareando:

• Apanhar apenas as espécies que se conhecem bem, as quais devem ser consumidas ou conservadas de imediato;

• Nunca misturar espécies desconhecidas com exemplares para alimentação, pois pode ocorrer contaminação através de esporos ou exsudados venenosos;

• Devem colectar-se os cogumelos cortando-os, evitando destruir o micélio que está debaixo da terra, garantindo assim a manutenção do espécime nos anos vindouros;

• A recolha deve ser efectuada preferencialmente para cestos de vime, de modo a permitir que os esporos escapem para a terra, o que possibilitará a sua dispersão;

• Os exemplares envelhecidos e muito jovens são impróprios para consumo, pelo que não devem ser apanhados, de modo a permitir a propagação dos seus esporos;

• Nunca aceitar ou comer cogumelos que não tenham sido colhidos ou confeccionados por um conhecedor fidedigno.

As pessoas inexperientes em micologia devem evitar a apanha de cogumelos, pois a existência de várias espécies venenosas e até mortais, que se confundem facilmente com as suas congéneres comestíveis, exige muita prudência. Além disso, é preciso ter muito cuidado com as crendices populares relativas à toxicidade dos cogumelos, pois quase todas são falsas e acreditar nelas pode ser meio caminho andado para um envenenamento ou até para a morte. Seguem-se alguns exemplos que não são de fiar: um cogumelo venenoso faz embaciar a prata e faz enegrecer o alho; se o “chapéu” do cogumelo já foi comido por lesmas ou por outro animal pode ser digerido com segurança pelo homem; as espécies com anéis não são perigosas; qualquer cogumelo seco é seguro, devido ao facto de as toxinas perderem a sua toxidade durante a desidratação; os cogumelos que crescem na madeira não são mortais; os sintomas de envenenamento surgem imediatamente após a ingestão. Tudo isto, repete-se, são ideias falsas e perigosas.

Convém lembrar que a toxicidade dos cogumelos é uma característica genética das espécies, pelo que só um conhecimento profundo de micologia poderá permitir distinguir com segurança as espécies comestíveis, que podem ser utilizadas como inesquecíveis manjares, das perigosas, que poderão tornar-se comida de risco. Mesmo assim, não deve haver excesso de confiança, pois a utilização maciça de substâncias altamente tóxicas (como pesticidas, fungicidas e insecticidas) pode levar a que os fungos supostamente comestíveis que surgem em zonas poluídas se tornem perigosos para a saúde humana. De igual modo, fungos que cresçam em áreas onde existe muito tráfego rodoviário ou grande incidência de poluição industrial podem também tornar-se venenosos, mesmo que em condições normais sejam espécies comestíveis. Isto fica a dever-se ao facto de, nesses locais, os fungos actuarem como esponjas e concentrarem nos seus tecidos elevadas quantidades de poluentes que os tornam verdadeiros cocktails venenosos.

Em Portugal, existem várias espécies venenosas, das quais um pequeno grupo é considerado mortal:

Psalliota xanthoderma: o seu cheiro desagradável a fenol e a iodo é a melhor forma de o distinguir do Psalliota campester (bom comestível).

Amanita muscaria: provoca uma intoxicação com consequências psíquicas e pode confundir-se com o Amanita caesarea (excelente comestível).

Amanita pantherina: provoca intoxicação do tipo atropinóide e pode confundir-se com o Amanita rubescens (bom comestível).

Amanita phalloides: é mortal e pode confundir-se com o Tricholoma equestre e com o Russula virescens (bons comestíveis).

Amanita verna e Amanita virosa: são mortais e podem confundir-se com o Lepiota procera (bom comestível).

Cortinarius orellanus e Cortinarius phoeniceus: são mortais.

Pleurotus olearius: causa graves perturbações intestinais e pode confundir-se com o Cantharellus cibarius (excelente comestível).

Hypholoma fasciculare: é mortal.

Tricholoma sejunctum e Tricholoma sulfureum: são venenosos e podem confundir-se com o Tricholoma equestre (bom comestível).

As intoxicações resultantes da ingestão de cogumelos venenosos podem ter diferentes consequências consoante as espécies consumidas e o tipo de toxinas ingerido. Assim, existem algumas que actuam ao nível da musculatura lisa, provocando a vasoconstrição generalizada; hemolisinas que destroem os glóbulos vermelhos do sangue; toxinas que atacam a mucosa intestinal, que afectam o sistema nervoso central e que provocam problemas ao nível do fígado, das células nervosas e dos rins, entre outras.

Em caso de intoxicação por consumo de cogumelos, deve contactar-se de imediato o Centro de Informação Antivenenos, entidade ligada ao Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), que se encontra disponível 24 horas por dia, através do telefone 808.250.143 ou do 112, para obter aconselhamento sobre os primeiros socorros a prestar à vítima. Deve também transportar-se o doente, com a maior brevidade possível, até ao hospital mais próximo. Caso se verifique a ocorrência de vómitos, convém recolher o conteúdo estomacal, que deverá ser entregue ao médico, pois poderá permitir a identificação, através dos esporos, da espécie causadora da intoxicação, possibilitando uma terapêutica mais adequada.



J.N. - SUPER 153 - Janeiro 2011

Manual - Introdução à Programação


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terça-feira, 2 de maio de 2017

Fotogaleria - One Direction no Pavilhão Atlântico








http://www.tvi24.iol.pt/fotos: Luís Carvalhal

Vídeo - Isto é Matemática T03E04 Como Guardar os Ovos

Biografia - Arundhaty Roy

Graças à atribuição do Booker Prize em 1998, Arundhaty Roy obteve a consagração literária aos 38 anos com a publicação de um primeiro romance que passou a constituir um macro fundamental na literatura indiana. Situado na região de Kerala, no sul do subcontinente, de onde a autora é oriunda, O Deus das Pequenas Coisas narra a saga de uma família hindu convertida ao cristianismo, cujos membros se dispersam pelo mundo para, no termo de três gerações, se reunirem na terra natal e aí fazerem o balanço das experiências vividas. Como numa metáfora da união-separação, o protagonismo é assumido por um par de gémeos, Esthappen e Rahel, irmão e irmã, o que fica e a que parte, a que volta e o que permaneceu, Oriente e Ocidente ou vice-versa – e o tema fulcral da narrativa, misteriosamente aberto até à última página, é a possibilidade – impossibilidade de reencontro entre mundos separados por uma violência que ultrapassa a carne. Para dizer esta tragédia, social, familiar e individual, A. Roy transpõe os limites do romanesco convencional, entra no território velado da poesia, socorre-se do poder mágico do mito. O resultado é um livro que não se parece com nenhum outro e lembra, vagamente todas as hipóteses de livro sobre épocas convulsas e bastardas. Arquitecta de formação, argumentista de cinema e televisão por ocupação, militante feminista e ecologista (lutou contra o armamento nuclear da Índia) por influência de uma mãe avançada demais para o lugar e a época, Arundhaty põe nesta obra a máxima sabedoria que é possível ter-se sobre o passado que nos prende e o presente que nos asfixia. Recentemente, publicou o ensaio Pelo Bem Comum (2001), onde contesta a construção de uma mega-barragem que, em nome do progresso, vai desalojar centenas de milhar de pessoas. Pertence à categoria de escritores para quem a literatura, sem abdicar de uma busca estética, se insere num vasto projecto ético. 

Informação retirada daqui

Biografia - Jacobus Henricus van't Hoff

(1852 - 1911) Químico holandês, nascido em Rotterdam, fundador da estereoquímica. Estudou matemática, filosofia e ciências naturais, enquanto praticava esportes e dedicava-se à música e à poesia. Aos quinze anos matriculou-se no Hoogere Burgershool, onde foi atraído para o mundo da química. Entrou para a Escola Politécnica de Delft (1869) e depois estudou em Leiden. Em seguida, foi para Bonn e depois, com Kekulé, para Paris trabalhar no Laboratório de Wurtz e terminou sua tese de doutorado na Universidade de Utrech. Com o francês Joseph Achille Le Bel, criou a estereoquímica (1874). Tornou-se conferencista em física (1876) na Escola de Veterinária de Utrecht e iniciou sua carreira de professor universitário 1877) na Universidade de Amsterdã, onde ensinou química, mineralogia e geologia e consagrou-se como pesquisador.

Formulou os fundamentos da cinética química (1884) e a partir dos estudos de Wilhelm Pfeffer, formulou a teoria da osmose, no livro Estudos sobre a dinâmica quântica (1886).

Foi ensinar química em Leipzig (1887) transferindo-se, posteriormente, para a Universidade de Berlim (1896) a convite da Academia de Ciências da Prússia, ficando ali por cerca de dez anos (1896-1906), onde publicou vários artigos e os livros Lições de química teórica e físico-química e Fundamentos de Química. Ganhou o Prêmio Nobel de Química (1901) pelos enunciados das leis da dinâmica química e da pressão osmótica.

4ºAno - Estudo do Meio - Protocolo


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Biografia - João Gonçalves Zarco

Fidalgo cavaleiro da casa do infante D. Henrique, pertencente a uma família distinta. 

Seguiu desde muito novo a carreira marítima, e por mais de uma vez exerceu o comando das caravelas, que guardavam as costas do Algarve. Quando o infante D. Henrique se lançou no caminho das explorações marítimas, João Gonçalves Zarco foi o primeiro que se lhe ofereceu para o coadjuvar nesses empreendimentos. Aproveitando o oferecimento, o infante D. Henrique, em 1418, mandou preparar um barco, e entregando-o a João Gonçalves Zarco e a Tristão Vaz Teixeira, mandou-os ou demandar terras desconhecidas, ou procurar umas ilhas que já apareciam nos mapas, e a que teriam aportado cinquenta ou sessenta anos antes outros navegadores portugueses. João Gonçalves Zarco chegou depois dalguns dias de viagem, à ilha que chamou de Porto Santo, voltando logo a Portugal a dar conta do resultado da sua expedição. O infante ficou satisfeitíssimo, e tratou logo de colonizar a ilha. Ordenou pois a João Gonçalves Zarco e a Trintão Vaz Teixeira que voltassem a Porto Santo, dando-lhes por companheiro outro criado da sua casa, chamado Bartolomeu Perestrelo. Foi nessa segunda viagem que descobriram ou demandaram a ilha da Madeira, saindo Tristão Vaz e Gonçalves Zarco do Porto Santo no dia 1 de julho de 1419, e indo aportar à Madeira no ponto a que chamaram de S. Lourenço, por ser de S. Lourenço, também o nome do navio que os conduzia. Fizeram depois em torno da ilha uma viagem de circum-navegação, e foram pondo nomes aos diferentes acidentes da costa. Nessa viagem recebeu a principal baía da ilha o nome de Baía do Funchal, e uma grande lapa onde se escondiam muitos lobos que os viajantes caçaram, o nome de Câmara de Lobos, tomando desse sitio o próprio João Gonçalves Zarco e os seus descendentes o apelido de Câmara. 

Voltando a Portugal, receberam os dois navegadores do infante o devido prémio. Confirmou a João Gonçalves Zarco o apelido de Câmara, e deu-lhe por armas escudo em campo verde, e nele uma torre de menagem com cruz de ouro, e dois lobos-marinhos encostados à torre com paquife e folhagens vermelhas e verdes. e por timbre outro lobo-marinho sentado em cima do paquife. Além disso, dividindo a ilha em duas capitanias, fez mercê duma delas, a do Funchal, a João Gonçalves Zarco. Partiu este para a sua ilha, depois de ter casado com uma senhora por nome Constança Rodrigues de Almeida, e todo se entregou à colonização da sua maravilhosa propriedade. Não se esqueceu contudo dos seus deveres de cavaleiro, nem sobretudo da multa gratidão que devia ao infante D. Henrique, e, quando este quis tentar a expedição de Tanger, veio pôr-se à sua disposição. No cerco de Tanger foi armado cavaleiro pelo infante, e tendo escapado com vida a essa desastrosa expedição, tornou para a Madeira, onde, aproveitando as ricas maltas que existiam ali, fez construir alguns navios com que de vez em quando auxiliou o infante nas suas expedições de descobrimento para além do cabo Bojador. Diz-se que foi ele, mas não se sabe com que fundamento, o primeiro que pôs a artilharia a bordo. Esses instrumentos guerreiros eram então bem imperfeitos e de bem pouco serviam, mas, assim como eram, se alguém se lembrou de a pôr a bordo, foram de certo portugueses que precisavam bem de todos os meios de defesa que o génio humano lhes pudesse sugerir para se defenderem nas aventurosas expedições que tentavam contra desconhecidos perigos. Os navios de Gonçalo Zarco figuraram, como se disse, nos descobrimentos para além do cabo Bojador, e um sobrinho de Gonçalves Zarco, Álvaro Fernandes, foi um dos nossos descobridores mais felizes e audaciosos. João Gonçalves Zarco morreu na segunda metade do século XV, cheio de anos e de felicidades, deixando filhos que foram tronco de algumas das mais nobres famílias portuguesas. O ramo principal da sua casa é hoje representado pelos descendentes dos condes e marqueses da Ribeira Grande.

Informação retirada daqui


segunda-feira, 1 de maio de 2017

Conteúdo - Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade - Quem pode diagnosticar TDAH


O diagnóstico de TDAH é fundamentalmente clínico, realizado por profissional que conheça profundamente o assunto e que necessariamente descarte outras doenças e transtornos, para então indicar o melhor tratamento.

O termo hiperatividade tem sido popularizado e muitas crianças rotuladas erroneamente. É preciso cuidado ao se caracterizar uma criança como portadora de TDAH. Somente um médico (preferencialmente psiquiatra), juntamente com psicólogo ou terapeuta ocupacional especializados, podem confirmar a suspeita de outros profissionais de áreas afins, como fonoaudiólogos, educadores ou psicopedagogos, que devem encaminhar a criança para o devido diagnóstico. Existem testes e questionários que auxiliam o diagnóstico clínico.

Hoje já se sabe que a área do cérebro envolvida nesse processo é a região orbital frontal (parte da frente do cérebro) responsável pela inibição do comportamento, pela atenção sustentada, pelo autocontrole e pelo planejamento do futuro. Entretanto, é importante frisar que o cérebro deve ser visto como um órgão cujas partes se interligam. Portanto, o funcionamento inadequado de outras áreas conectadas à região frontal pode levar a sintomas semelhantes aos do TDAH.

Desenhos para colorir - Outono


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Notícia - O prazer do açúcar não termina na boca

Perguntem aos ratos, eles sabem reconhecer um bom pedaço de açúcar sem o saborear e mudam o comportamento à espera de mais. Foi assim que Albino Maia e os seus colegas testaram a existência de um sensor que detecta o açúcar assim que ele é absorvido dos intestinos para o sangue, e faz com que o cérebro liberte uma hormona chamada dopamina, que está associada à recompensa e ao prazer. A descoberta foi publicada nesta quarta-feira na revista online Public Library of Science (PLoS), que disponibiliza os artigos livremente, e está obrigatoriamente ligada a um dos maiores problemas que afligem as sociedades do século XXI – a obesidade.

Em 2008 o investigador português publicou um artigo onde mostrava que ratos sem a sensação de sabor continuavam a mostrar uma reacção de recompensa quando ingeriam açúcar. Albino Maia tentou a seguir perceber como é que os ratos sentiam este açúcar. A investigação decorreu na Universidade de Duke, Estados Unidos.

Para isso a equipa fez experiências comportamentais. Colocou ratos numa caixa que tinha dos dois lados água pura para os mamíferos beberem. Depois os cientistas injectaram na corrente sanguínea dos ratos um composto com glicose – o nome da molécula do açúcar –, sempre que os ratos iam para um dos lados.

Isto fez com que eles passassem a preferir tendencialmente o lado onde iam receber o composto. Mas a equipa comparou o efeito do açúcar quando a injecção era na jugular e quando era na veia porta hepática – o vaso que recolhe o sangue que acabou de receber os nutrientes absorvidos no intestino.

“Verificámos que a injecção na veia porta hepática era mais eficaz a condicionar o comportamento do animal”, disse Albino Maia, de 33 anos, médico e investigador, que trabalha agora no Instituto Champalimaud. Ou seja, os roedores sentiam este açúcar e voltavam à procura de mais.

De seguida, os investigadores foram comparar a produção de dopamina no cérebro, quando se injectava baixas concentrações de glicose na veia porta hepática e noutros pontos da circulação. “Com a concentração baixa de glicose tínhamos libertação de dopamina quando [a glicose era injectada] na veia porta hepática, mas não [quando era injectada] nos outros locais.”

Os cientistas perceberam que estavam “na presença de um sensor de glicose na veia porta hepática que enviava um sinal para a libertação de dopamina no cérebro”, explicou o cientista. “Todas as nossas células têm alguma capacidade de sentir a glicose, porque a glicose é a moeda de troca energética.” Tudo o que se passa nas células necessita de energia e o açúcar é o combustível que produz esta energia.

Por isso, será muito importante haver uma detecção precoce da entrada desta fonte de energia no corpo e “quando estamos a fazer uma refeição, e ingerimos açúcar, a veia hepática é a porta de entrada para o organismo”, disse. “É aquilo que vai permitir uma detecção mais precoce.” É possível que isto provoque uma segunda sensação de prazer associada ao açúcar, defendeu o cientista, explicando que ainda não se percebeu muito bem o efeito da dopamina no corpo.

Um dos resultados mais curiosos deste trabalho, mostra que apesar de os adoçantes serem “aprovados” pela boca, ou seja, o paladar detecta estes “doces”, o sensor na veia porta hepática não os reconhece. “Faz sentido que o organismo tenha alguma forma de detectar a disponibilidade de energia”, explicou o investigador e estes adoçantes não são a energia que o corpo está à procura.

“Do ponto de vista médico, a utilização de adoçantes é algo que não é eficaz quando se está a delinear uma dieta”, sublinhou o especialista. Aliás, Albino Maia defende que esta descoberta pode acrescentar uma peça ao puzzle médico que provoca a obesidade. “Pode ajudar a compreender algumas das bases que estão subjacentes ao nosso comportamento alimentar”, diz o cientista. Até porque se sabe que as pessoas com obesidade têm um sistema de produção de dopamina alterado, lembra o cientista.

Qual é o próximo passo? “Perceber como é que isto se processa em humanos e qual é a importância em termos fisiopatológicos.”

Manual - Principais Componentes de um Sistema Informático


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