Manter, por mais um ciclo avaliativo de dois anos escolares até 2011, o sistema simplificado da avaliação de professores é uma das propostas apresentadas pela ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, ao Conselho Científico para Avaliação de Professores (CCAP), a quem pediu novo parecer sobre o processo de avaliação de desempenho dos professores. Trata-se de mais um recuo numa das grandes apostas do Governo de José Sócrates, a poucos meses das Eleições Legislativas.
A governante pede ao Conselho Científico para avaliar duas possibilidades: aplicar o modelo de avaliação, tal como previsto, ou manter, por mais um ano, o modelo simplificado.
Para a ministra a ideia é "permitir às escolas e aos docentes o desenvolvimento e a consolidação das competências avaliativas, bem como um período de maior estabilidade", antes de novas alterações.
Confrontados pelo CM com a proposta, tanto João Dias da Silva, da Federação Nacional dos Sindicatos de Educação (FNE), como Mário Nogueira, da Federação Nacional dos Professores (Fenprof), afirmaram que o modelo de avaliação de Janeiro de 2008 é para substituir e a isso mesmo se comprometeu a própria ministra da Educação na Assembleia da República, em Dezembro de 2008. "Está marcada para dia 25 uma reunião no Ministério da Educação sobre o Estatuto da Carreira Docente e, a seguir, tratar-se-á de um novo sistema de avaliação que, obviamente, nunca se poderá basear em quotas", observa João Dias da Silva.
Já Mário Nogueira, da Fenprof, diz que a proposta da ministra é "mais um atestado de incapacidade, da incompetência do Ministério desrespeitador dos professores".
O QUE DISSE A MINISTRA SOBRE A AVALIAÇÃO (Entre 4/4 e 4/12/2008)
"Não faz sentido mudar o modelo de avaliação."
"É um modelo que protege os professores."
"Suspender o modelo de avaliação significa desistir e eu não desisto."
"O modelo de avaliação não saiu de nenhuma cartola."
"No essencial o modelo não é beliscado."
"Não me peçam para suspender a avaliação."
João Vaz
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