A Sociedade Portuguesa de Química (SPQ) admitiu hoje que “errou” quando, a propósito de uma questão (1.5.1) do exame nacional de Física e Química A, disse que a frase, destinada a ser completada, era “cientificamente bastante censurável”.
“Dado que esse parecer veicula informação incorrecta foi solicitado à equipa de auditoria científica de Química da prova de Física e Química A um parecer técnico esclarecendo a correcção” do ponto em causa, refere um comunicado do SPQ.
Assim, adianta a SPQ relativamente à questão em apreço, é correcto afirmar que “a energia de ionização do magnésio é superior à energia de ionização do sódio uma vez que, dado o aumento da carga nuclear ao longo do período, o raio atómico tem tendência a diminuir”.
O novo parecer esclarece ainda que “o aumento da carga nuclear contribui com um efeito atractivo entre as cargas positivas do núcleo e os electrões, que vai no sentido de promover a diminuição do raio atómico e o aumento da energia de ionização”.
“Não está explícito nem implícito na pergunta que este efeito seja exclusivo, que não é. Ele é, no entanto, a regra, que é válida para o par de elementos seleccionados” conclui.
O parecer da equipa de auditoria científica refere, porém, que há excepções à regra, como por exemplo o alumínio (Al): “Apesar de o alumínio ter número atómico superior ao do magnésio, prevalece o efeito de blindagem dos electrões que, repelindo-se, contrariam a atracção nuclear, justificando a diminuição da energia de ionização”.
Na semana passada, a SPQ considerou que o grau de dificuldade do exame nacional de Física e Química A se situou entre 01 e 03, numa escala até 05, nas questões sobre aquela disciplina.
O exame nacional de Física e Química A, 10.º/11.º ou 11.º/12.º, é uma das disciplinas nucleares para os alunos que querem seguir Medicina. Realizou-se no passado dia 19 e é a segunda prova com mais alunos inscritos (57 593), a seguir a Português (73 696).
Lusa
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