terça-feira, 11 de setembro de 2012

Conteúdo - Factores Abióticos - Humidade

Humidade

          A água é imprescindível para a sobrevivência de todos os seres vivos. Uns são mais exigentes que outros e, por isso, desenvolvem adaptações que lhes permitem sobreviver em diferentes ambientes .
Classificação dos Seres vivos em função da

preferência em água 
Exemplos
Adaptações/ Plantas
Animais/ adaptações
Xerófilos
Vivem em meios muito secos
Folhas reduzidas a espinhos que evitam perdas de águaCaules e folhas Carnudos que armazenam água
Cacto

dromedario.gif (3443 bytes)
Dromedário

Passa longos períodos sem beber águaArmazena água
Mesófilos
Necessidades moderadas
Folhas, caules e raízes típicos das plantas que vivem em regiões temperadas
macieira.gif (2742 bytes)
Macieira

Obtêm água por ingestão directa ou através dos alimentos

Higrófilos
Vivem em meios muito húmidos
Folhas grandes que permitem maior evapotranspiração
j0144433.jpg (26509 bytes)Arroz

Têm pele húmida e viscosa para facilitar as trocas gasosas
Aquáticos ou
Hidrófilos
Vivem apenas na água
Corpo reduzido , pouco diferenciado
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Nenúfar
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Peixe
Possuem brânquias para obterem o oxigénio da água



Andreia já lê mensagens no telemóvel e Aurora já distingue os detergentes


Fizeram alfabetização, passaram pelas Novas Oportunidades. Uma ainda está a estudar, a outra já está a trabalhar. 

A troca de mensagens de telemóvel pode ser frenética na adolescência. Aos 16 anos, Andreia Pereira observava a excitação das amigas, mas não sabia escrever nem ler. Também queria receber e enviar SMS. Regressou à escola. Entusiasmou-se tanto que, aos 21, está a fazer um curso de aprendizagem que equivale ao 12.º ano. Já lê livros. Esta semana, na bolsa, carrega Mar me quer, de Mia Couto. Não percebe tudo. Tentou ler Ética Para um Jovem, de Fernando Savater, e parou. Não diz que não consegue, diz que ainda não consegue.

Os baixos níveis de literacia e o analfabetismo não são um exclusivo dos países em desenvolvimento. A antecipar o Dia Internacional da Literacia, que hoje se assinala, foi divulgado um relatório do grupo de peritos instituído pela Comissão Europeia: quase 75 milhões de adultos europeus "não adquiriram as competências básicas de leitura e de escrita, o que dificulta a obtenção de emprego e acentua o risco de pobreza e de exclusão social".

O relatório, anteontem apresentado em Nicósia, numa conferência organizada pela presidência cipriota da União Europeia, fornece exemplos de projectos bem-sucedidos no domínio da literacia, quatro deles de Portugal: o Plano Nacional de Leitura, o Cata-Livros (projecto Fundação Gulbenkian/Casa da Leitura), a organização não governamental Empresários pela Inclusão Social e o Programa Novas Oportunidades (este último terminado por decisão do actual Governo que, em seu lugar, promete criar centros para a qualificação e o ensino profissional).

Andreia estava antes de tudo isso. Passou por uma turma de alfabetização promovida pelo agrupamento vertical Pires de Lima, com o apoio da associação de solidariedade social Qualificar para Incluir (QPI), que no Porto alia educação e trabalho social. Depois entrou nas Novas Oportunidades. Fez o equiparado a 5.º e 6.º anos. Fez o equivalente a 7.º, 8.º e 9.º anos. Agora está a fazer um curso de hotelaria, mesa e bar que lhe valerá pelo 12.º ano.

A mãe está orgulhosa. Na infância, a miúda só se aguentou até ao 3.º ano. Faltava. Maltratava colegas. Divertia-se a esgotar a paciência de professores. Aos 12 anos deixou de aparecer. "Algumas amigas não iam. Queria ser igual a elas." Não se lembra de qualquer tentativa de contrariar a sua desistência. "Queriam lá saber. Achavam que não valorizávamos a escola e pronto." O pai, que fazia biscates, morrera. A mãe, empregada de limpeza, criava os cinco filhos num bairro marcado pelo tráfico e consumo de drogas. Só quando mudou de bairro Andreia sentiu falta das letras. "Percebi que era importante saber ler, escrever, falar bem português." E aprendeu isso. E sobretudo aprendeu "a ter respeito" por ela e e pelos outros.

Há quem comece ainda mais tarde. Aurora Ribeiro está com 43 anos e ainda se lembra do seu primeiro dia de aulas, há quatro. "Quando era pequenina queria era correr atrás do eléctrico." Casou-se ainda adolescente, com um pescador. Criava os oito filhos com o dinheiro que ele ganhava no mar e com o que ela ganhava a vender o peixe que ele trazia. Nem dizia que não sabia escrever ou ler. "Era uma vergonha. Dizia que não estava a ver bem."

O analfabetismo limitava-a. "Nem sabia apanhar o autocarro." Tinha de perguntar ao motorista: "Para onde vai?" As contas eram outra dor de cabeça. Ia descansada à mercearia, perto de casa. "Tinha confiança." Fora dali, tinha de pedir a alguém que a acompanhasse. "E, chegava uma carta a casa, tinha de esperar que os meus filhos viessem para [a] ler." Agora lê, embora nem sempre perceba quem lhe escreve na Segurança Social, na câmara municipal ou no centro de saúde. "Há frases complicadas. Tenho de perguntar."

Tudo mudou quando ficou viúva e, numa aflição, requereu rendimento social de inserção. A QPI, que gere o seu processo, propôs-lhe logo alfabetização. Quando não se sabe ler nem escrever, até escolher os detergentes é tramado. "Ó doutora, tenho vergonha! Vão gozar comigo." 

A técnica sossegou-a. Os outros também estavam a aprender. Fez a alfabetização. Passou pelas Novas Oportunidades. Saiu com o equivalente ao 6.º ano e está a trabalhar. Integra uma empresa de inserção criada pela QPI para responder a mulheres com pouca empregabilidade. Faz limpezas numa residencial. "Antes quero trabalhar que receber RSI." Antigamente andava deprimida. Agora, risos.

Quantos estarão à espera de oportunidade semelhante? Só ali, na QPI, há 50 pessoas a aguardar que abra uma turma de alfabetização de adultos. "Essas turmas só podem ser abertas pela escola pública", diz Elisa Rodrigues, da associação. "Temos uma disponível para trabalhar connosco. Apresentámos a candidatura à Direcção Regional de Educação do Norte, disseram-nos que tinha de ser a escola a pedir. Aquela diz que pediu e que está à espera." Muito do que é a educação de adultos está à espera da reforma que se anuncia.

Texto: Ana Cristina Pereira

sábado, 8 de setembro de 2012

Respostas Estúpidas nos Exames Nacionais

1) Galileu (1564-1642) foi condenado à morte porque foi o 1º a fazer a terra andar à volta.

2) Um braço de mar é um pedaço de mar em forma de braço.

3) O exemplo do Titanic serve para demonstrar a agressividade dos icebergs.

4) Os 4 pontos cardeais são a direita, a esquerda, em baixo e em cima.

5) A França tem 60 milhões de habitantes entre os quais muitos animais.

6) A 2ª guerra mundial foi um período de paz e de prosperidade para a Alemanha.

7) A 11 de Novembro, ao comemorar-se o Armistício da 1ª guerra mundial, o presidente condecora os pais do soldado desconhecido.

8) Na guerra de 1914 a 1918, os soldados morriam várias vezes, primeiro por causa das bombas, e depois porque lhes davam lama para comer.

9) Os rios correm sempre no sentido da água.

10) Um quadrado é um rectângulo que tem um ângulo direito em todos os lados.

11) Um quadrado é um rectângulo um pouco mais curto.

12) O zero é o único número que permite contar até 1.

13) Um septuagenário é um losango de 7 lados.

14) Todos os números pares podem dividir-se por zero.

15) Uma linha recta torna-se curva quando vira.

16) Um compasso utiliza-se para medir os ângulos do círculo.

17) Uma raiz quadrada é uma raiz com 4 ângulos iguais.

18) Os chineses utilizam as suas bolas para fazer contas.

19) Para fazer uma divisão, é preciso multiplicar uma subtracção .

20) O álcool permite tornar a água potável.

21) Uma tonelada pesa pelo menos 100 Kg, se ela for pesada.

22) O desembarque na Normandia teve lugar nas praias de Inglaterra.

23) A primeira guerra mundial fez uma dezena de mortos mas só do lado alemão.

24) As bombas atómicas são inofensivas quando servem para fabricar electricidade.

25) Se não se estragassem, as máquinas não seriam humanas.

26) Um relógio divide-se em 12 fusos horários de igual intensidade.

27) Arquimedes foi o 1º a provar que uma banheira podia flutuar.

28) A datação com o carbono 14 permite saber se alguém morreu na guerra.

29) No cinema mudo, os actores falavam com palavras que escreviam por baixo dos filmes.

30) O cinema era uma energia ainda desconhecida no século XIX.

31) Um litro de água a 20ºC + um litro de água a 20ºC = 2 litros de água a 40ºC.

32) Os agricultores, nem sempre foram pessoas coléricas que queimavam pneus e batatas.

33) Uma língua morta é uma língua que só é falada pelos mortos.

34) Victor Hugo escrevia livros para os pobres miseráveis.

35) Em todos os quadros pintados vê-se bem que Napoleão escondia a sua grande barriga com a mão.

36) A gramática não serve para nada porque é muito difícil de perceber.

37) Napoleão é sobrinho do seu avô.

38) Antes da guilhotina, os condenados à morte eram executados na cadeira eléctrica.

39) A guerra dos 100 anos durou de 1914 a 1918.

40) Uma biblioteca é como um cemitério para os livros velhos.

41) Nero servia-se dos cristãos para fazer lâmpadas, ateando-lhes fogo.

42) A leitura permite ao homem tornar-se míope…

43) Os latinos falavam o grego antigo.

44) A leitura é feita para aqueles que não gostam de escrever.

45) O livro de bolso foi inventado por Gutenberg.

Portugal já tem cem bancos de troca de manuais escolares

Fundador do Movimento pela Reutilização dos Livros Escolares pede ao Governo que estimule as escolas a organizarem-se, para generalizar a reutilização dos manuais.

Em Chaves, a troca de manuais escolares até se fez este fim-de-semana num parque, como se de uma feira, solarenga, se tratasse. Mas pode ser num café, num cabeleireiro, numa florista ou numa loja de informática. O sítio nunca importou muito, basta que haja vontade de participar. O explicador Henrique Trigueiros Cunha lançou o desafio nos últimos meses de 2011, e 2012 está a ser o ano de explosão do movimento pela reutilização de livros escolares, que neste domingo assinalou a abertura do centésimo banco no país.

O momento foi aproveitado para apelar ao Governo que estimule a troca de livros, generalizada, em todas as escolas do país. E não apenas como uma forma de ajudar alunos carenciados, vinca Henrique Cunha, que teme ser esse o plano do executivo. Para este explicador de Matemática, o ministério liderado pelo matemático Nuno Crato deve apostar na reutilização como forma de estimular um comportamento ecológico que, simultaneamente, teria um impacto na bolsa das famílias. Entregar livros usados aos mais carenciados acabaria por os “estigmatizar”, avisa o fundador mo movimento presente no Facebook e em reutilizar.org.

Os portugueses, garante Cunha, estão interessados. Enquanto na banca tradicional se encerram balcões, com a crise, o movimento pela troca de livros escolares multiplica pontos de recolha, à medida que se aproxima o início do ano escolar. Em Agosto, houve mais de 50 novas adesões. A situação económica do país, mais até do que um súbito assomo de ecologia, acreditam muitos dos promotores destes espaços, está a levar as famílias a entregar livros, nuns casos, e muitas outras a procurarem os pontos onde os possam recolher. Seja qual for a motivação, o facto é que estes gestos estão a permitir a reutilização de dezenas de milhares de livros que, de outra forma iriam parar ao papelão, se não ao lixo.

Henrique Cunha recebe diariamente “mais de cem pessoas” no pequeno espaço que lhe emprestaram no edifício Oceanus, em plena Avenida da Boavista, no Porto. É um dos bancos mais concorridos do país, que tem em São Miguel, nos Açores, pela mão do casal Cláudia e Alexandre Moniz, outro exemplo de dinamismo em torno da causa a reutilização. Com página própria no Facebook, e com um serviço que, com um apoio informal de algumas pessoas, chega de Ponta Delgada a outras ilhas do arquipélago (que tem mais três espaços, no Faial), o casal celebrou na sua página o empréstimo de madeiras para prateleiras. Um descanso para as costas, cansadas de manusear “pilhas de livros” espalhadas pelo chão.

É deste improviso, carregado de puro voluntarismo – mas já com alguma organização, fruto de um ano de experiências – que se vai fazendo este movimento. O objectivo, para lá da troca e reutilização dos manuais, é convencer o Governo do desperdício de recursos a que o país se sujeita todos os anos. Henrique Cunha fala do caso da Secundária Eça de Queirós, na Póvoa de Varzim, como um exemplo que o Ministério da Educação poderia ajudar a espalhar. Naquele estabelecimento, a associação de pais – contrariando a posição da confederação do sector, a Confap, que não se mostra adepta da reutilização – tem todo o apoio da direcção da escola na organização da recolha e entrega dos livros. “Funciona tudo muito bem ali, e não há filas como nosso espaço”, nota Henrique Cunha, que todos os dias, pelas 10h, já tem “dezenas” de pessoas alinhadas à espera que abra a porta.

Texto: Abel Coentrão

domingo, 2 de setembro de 2012

Os perigos de um diagnóstico errado!

Pedi-te para me descreveres por escrito o teu fim de semana (...) Tremulamente e, muito agitado, escreveste apenas três linhas. Observei a tua caligrafia (disgrafia) e os erros ortográficos cometidos. Porém, o que mais me doeu foi a confirmação da tua "dor" ainda por explicar.

O Raul era um menino que frequentava o 4.º ano de escolaridade, com algumas retenções pelo meio. Este "caso" nunca tinha chegado até mim.

Um dia, quando fui ao território para dar apoio a Vânia e a Eliana, a professora da sala de aula vizinha abordou-me falando das graves dificuldades de aprendizagem do Raul:

- Não sei mais o que fazer com ele! Já tentei tudo!, dizia-me a professora, angustiada!

Não fiquei indiferente e fui ter com o aluno.

Quando o Raul me viu, senti-lhe o corpo a tremer. Ele não sabia quem eu era.
Perguntei-lhe, ternamente, se me poderia sentar na sua carteira, e muito timidamente respondeu que sim.

Apresentei-me e disse-lhe que estava ali para o ajudar a ler e escrever melhor.
Ah! Como estavas assustado Raul!

Passei-lhe as mãos pelo cabelo, agarrei-lhe as mãos e expliquei o queria dele. Perguntei-lhe, de seguida, se estava disposto a colaborar. Ele, sem saber o que se estava a passar, respondeu, muito baixinho, que sim.

O Raul falava muito baixinho e fixava-se morosamente no meu rosto! Não achei "normal"!

Lembras-te, Raul?

Foi numa segunda-feira, pedi-te para me descreveres por escrito o teu fim de semana, em jeito de composição. Tremulamente e, muito agitado, escreveste apenas três linhas. Observei a tua caligrafia (disgrafia) e os erros ortográficos cometidos. Porém, o que mais me doeu foi a confirmação da tua "dor" ainda por explicar.

Acabando a minha análise, sorri-te e dei-te "os parabéns", preparando-te assim, para a tarefa seguinte. Pedi-te que lesses o que tinhas escrito. E tu, e tu... não conseguiste, não entendias a tua própria escrita.

Eis quando me perguntaste:
-Não diz nada? Não diz que está mal? Eu sei que sou burro!

Ah, Raul como estas tuas palavras mexeram comigo!

E eu respondi-te:
- Tu não és burro! Ninguém é burro! Nunca mais voltes a dizer isso de ti próprio! Eu vou ajudar-te Raul... eu vou ajudar-te!

Sem nenhuma observação depreciativa ao teu trabalho, sem nenhum comentário negativo, apenas com o meu sorriso, com o poder dos afetos e com a minha " fé" que poderia ajudar-te, ficaste feliz. Reconheci-te o "desespero" na imensa vontade que tinhas em aprender e na tua "não aceitação" em não conseguires estar ao nível dos teus pares.

Peguei na folha e fui-me embora, tinha outros meninos à minha espera... Em casa voltei a analisar "a folha". Não era dislexia com toda a certeza... as dúvidas persistiam...

Li os relatórios dos professores anteriores: "Desinteressado; está sempre na lua; não participa; não faz os trabalhos de casa; alienado..."

Tinha de conhecer a tua mãe! Alguma "coisa" não batia certo! Pedi-lhe que me descrevesse o filho e em "tom triste" reiterou as suas dificuldades de aprendizagem. Perguntei-lhe se o filho tinha tido algum problema de saúde, se o parto fora normal, aquelas perguntas do costume, mas fundamentais.

- Não! Respondeu imediatamente a mãe.

E no meio de tanta pergunta, de tanta ponta solta, a mãe lembrou-se:
- Ah, espere! Lembrei-me agora, ele já foi operado aos ouvidos, mas foi em pequenino! Acrescentou.

Deu-me imediatamente aquele "clique". Perguntei-lhe então se achava que o Raul ouvia bem.

- Acho que sim, embora às vezes eu falo com ele e parece não ouvir, mas é porque é distraído!

(Quero salientar que esta mãe nunca descurou do seu filho. Acompanhava o seu percurso escolar e levava-o frequentemente ao médico de família porque ele se queixava de fortes dores de cabeça.) Aconselhei-a ir o mais rapidamente possível a um otorrino. Que estúpida que fui! Nem me tinha lembrado das barreiras económicas daquela mãe. Mas, lá consegui uma consulta! Eu tinha prometido ao Raul que o iria ajudar e foi o que fiz!

Foi no hospital da cidade que lhe diagnosticaram um nível de audição muito abaixo do normal.

Vês, Raul? Afinal tu nunca foste burro! Como não ouvias, como poderias tu aprender? Nunca foste distraído! E quando te fixavas no rosto das pessoas, não eras "estranho", apenas tentavas fazer a leitura labial!

Começámos a tua "aprendizagem" novamente e hoje já tens o teu curso (CEF). Se assim não fosse, eras mais um a abandonar a escola.

Fiquei tão revoltada com o sistema! Como foi possível aquele menino andar anos a fios sem nunca ninguém ter percebido do seu real problema?!: um nível de audição muito abaixo do "normal".

Imaginem só, caros leitores, o grau de sofrimento silencioso daquela criança ao sentir-se revoltado por não aprender como os outros. Ele não aprendia porque não ouvia. E claro está, que ele nunca teve a perceção que ouvia mal, pois sempre "ouviu" assim.

São estes alguns dos "perigos" de diagnósticos nem sempre bem "diagnosticados" que... deixam marcas irreversíveis, na vida dos nossos filhos!

Texto:Manuela Cunha Pereira

sábado, 1 de setembro de 2012

Conteúdo - Factores Abióticos - Luz

Fotoperíodo- período de luz num dia. É maior no Verão e menor no Inverno
A Floração das plantas  é condicionada pelo fotoperíodo:
Plantas de dia longo- Plantas que florescem quando o fotoperíodo é longo (superior a 12 horas).
Plantas de dia curto- Plantas que florescem quando o fotoperíodo é curto (inferior a 8 horas).
Plantas indiferentes- Plantas que florescem independentemente do fotoperíodo ser longo ou curto.
Há seres vivos que preferem a luz, outros fogem dela!                               
Animais lucífugos- Fogem da luz. Preferem locais menos iluminados (exemplo a barata).
Animais lucífilos- Preferem locais mais iluminados (exemplo o percevejo do monte).
Plantas heliófilas- Plantas que necessitam de muita luz (exemplo o girassol).
Plantas umbrófilas ou Plantas de sombra- Plantas que vivem em locais sombrios (exemplo os musgos).


A luz também pode condicionar a cor do pêlo, das penas, a reprodução e a migração dos seres vivos.

Educação para a segurança rodoviária

De cada vez que uma criança, mesmo que muito pequena, sai à rua com os seus pais ou familiares, recebe uma lição sobre regras de circulação. Os adultos servem de modelos e os comportamentos adotados, principalmente se forem sempre repetidos, ensinam mais que mil palavras.

"Tal pai, tal filho.". Este é o provérbio que me ocorre quando se fala de educação para a segurança rodoviária. Não desprezando o papel que a escola pode ter na educação neste âmbito, gostaria de colocar a tónica na ação que deve ser desenvolvida pela família. Esta, se não promove essa educação de forma intencional, não deixa contudo de o fazer de forma inconsciente, quanto mais não seja modelando atitudes e comportamentos.

De cada vez que uma criança, mesmo que muito pequena, sai à rua com os seus pais ou familiares, recebe uma lição sobre regras de circulação. Os adultos servem de modelos e os comportamentos adotados, principalmente se forem sempre repetidos, ensinam mais que mil palavras.

Imaginemos um percurso a pé. Como se comporta o adulto que a acompanha a criança?

- Atravessa na passadeira ou opta por o fazer em qualquer outro sítio para evitar dar mais uns passos (mesmo que muito poucos)?

- Respeita os semáforos ou prefere poupar tempo?

- Caminha pelo passeio ou vai pela rua?

- Quando não há passeio, qual a berma que utiliza? Segue pelo lado esquerdo, pelo direito ou por qualquer um?

As opções dos pais são as lições que os filhos recebem e aprendem. Se elas não as mais adequadas, o ensinamento geral que as crianças podem retirar é o desprezo pelas regras básicas promotoras de segurança na circulação a pé. O cuidado que alguns desses pais poderão ter quando os seus filhos começam a ir à rua sozinhos, pretendendo dar-lhes bons conselhos ("Atravessa sempre na passadeira.", "Espera que o semáforo passe a verde.") esbarra com as aprendizagens já consolidadas realizadas nas saídas em família. "Olha para o que eu digo, não olhes para o que eu faço." revela-se um princípio educativo pouco fiável e completamente ineficaz.

Quanto às regras de circulação no carro da família, muito há também a considerar e a refletir. Aqui fica apenas um exemplo, escolhido pela sua gravidade: o que dizer das situações (infelizmente tão frequentes) em que se vê crianças sem cinto de segurança, ajoelhadas no banco, dizendo adeus aos ocupantes dos carros de trás? Também o uso do cinto de segurança é um hábito que se adquire, embora muitas vezes seja preciso a tomada de atitudes enérgicas por parte dos pais para que as crianças ou os adolescentes o coloquem.

O caminho para a escola processa-se de forma diferente ao longo da vida de um estudante. De uma maior dependência da companhia e da supervisão dos pais, vai-se passando, progressivamente, para uma completa autonomia, que se pretende esclarecida e responsável. Essa responsabilidade, promotora de segurança, começou a desenvolver-se, desde a mais tenra idade, com a observação das regras de circulação adotadas pelos pais, como já foi referido. No caminho para a autonomia há diversas medidas que os pais podem tomar para tornar a criança mais consciente e responsável, e que dependem de diferentes fatores, entre os quais as características do trajeto casa-escola-casa e a forma de deslocação adotada (a pé, de transporte escolar, etc.). A escolha e realização inicialmente conjunta do percurso mais seguro, acompanhada de treino de comportamentos seguros, é, por exemplo, uma estratégia a considerar e a aplicar.

Para terminar, um outro provérbio, "O seguro morreu de velho.", a que gostaria de acrescentar a ideia "e desenvolve-se de pequenino".

Texto: Armanda Zenhas

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Câmara de Leiria invoca interesse público para violar Lei dos Compromissos


A Câmara de Leiria invocou esta segunda-feira interesse público para violar a Lei dos Compromissos de forma a garantir refeições, transportes, componente de apoio à família e actividades extracurriculares a milhares de crianças do pré-escolar e 1.º ciclo.
O vice-presidente da autarquia, Gonçalo Lopes, explicou às Lusa que "a decisão não foi tomada de ânimo leve", mas que teve o apoio de juristas e técnicos de educação, adiantando que os compromissos assumidos ascendem a 5,5 milhões de euros.
Os agrupamentos de escolas do concelho, associações de pais e juntas de freguesia já receberam na sexta-feira um ofício, no qual se assegura a contratação do serviço de fornecimento de 2675 refeições diárias para 26 jardins-de-infância e 25 escolas do 1.º Ciclo (792.181 euros) e a contratação de serviço de acompanhamento de refeições e componente de apoio à família do pré-escolar em cinco jardins-de-infância e três escolas do 1.º ciclo (145.393 euros).

O município assegura ainda a contratação de Transportes Escolares, que abrange 4914 crianças e alunos dos diferentes níveis de ensino (1.614.070 euros), de serviços de Actividades de Enriquecimento Curricular (AEC) para o ensino do Inglês, da Música, da Actividade Física e Desportiva, bem como outras actividades (1.007.069 euros).

Em comunicado, a autarquia indica que serão celebrados protocolos de colaboração com entidades parceiras para fornecimento de duas mil refeições escolares diárias (822.112 euros); para cedências de espaços para servir refeições (57.544 euros); para concretização da Componente de Apoio à Família, que abrange o fornecimento de 1122 refeições diárias e o acompanhamento nos prolongamentos de horário a 1113 alunos de 64 jardins-de-infância (894.384 euros) e protocolos de apoio ao funcionamento do programa das AEC (144.545 euros).

A 14 de Agosto, o presidente da Câmara de Leiria, Raul Castro (PS), já frisara que não existiam condições para assegurar refeições escolares a 5933 crianças do ensino pré-escolar e do 1.º ciclo, devido às exigências da Lei dos Compromissos.

Texto: Correio da Manhã

segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Conteúdo - Desvios alimentares

Todas as pessoas têm a necessidade de se alimentar, mas algumas encaram-na como um acto de prazer. Nem todos nós nos alimentamos da mesma forma, uns comem mais, outros menos, uns engordam com facilidade, outros não. Algumas pessoas alimentam-se de forma excessiva, chegando ao ponto de se magoarem a si próprias, outras restringem a sua alimentação de uma forma abusiva.


Anorexia
A anorexia nervosa tem normalmente início na adolescência. É um transtorno alimentar caracterizado por uma dieta alimentar rigorosa e stresse físico, com o objectivo de manter o peso corporal abaixo dos níveis médios.
Uma pessoa anoréctica nega estar magra, apresentando uma percepção distorcida do seu próprio corpo, considerando-se sempre «gorda». Para manter um peso baixo, o anoréctico induz o vómito, jejua, toma diuréticos e usa laxantes.
A anorexia nervosa é uma doença complexa, que envolve cambiantes psicológicos, fisiológicos e sociais, e apresenta os seguintes sintomas:
- medo de engordar;
-restrição da alimentação;
-perda excessiva de peso;
-prática excessiva de exercício físico;
-períodos menstruais irregulares, ou mesmo inexistentes;
-danos intestinais causados pelo uso excessivo de laxantes;
-danos nos rins provocados pelo uso excessivo de diuréticos;
-anemia;
-osteoporose (baixo nível de cálcio).

Bulimia
A bulimia nervosa é um transtorno alimentar associado à anorexia nervosa. A pessoa bulímica tende a ingerir uma grande quantidade de alimentos como se estivesse com muita fome. Segue-se um período de culpa causado pelo aumento de peso.
Para eliminar esse excesso, a pessoa bulímica vomita o que come e faz uso excessivo de laxativos e diuréticos. Sintomas:
-medo de engordar;
-alimentação compulsiva;
-peso anormal;
-períodos menstruais irregulares;
-Uso excessivo de laxantes e/ou indução do vómito.

Obesidade
A obesidade é considerada pela OMS como uma doença, caracterizando-se pelo excesso de gordura de um indivíduo.
É considerado normal que um indivíduo possua cerca de 20% do seu peso de massa gorda. A massa magra corporal é formada pelos órgãos, músculos, ossos e água muscular, que representam cerca de 80% do peso. Uma pessoa obesa não apresenta estas percentagens.
O excesso de massa gorda está relacionado com uma ingestão calórica mais elevada que a queima de calorias.
A obesidade pode ter características genético-hereditárias, ou ainda estar relacionado a certas doenças. Os sintomas incluem excesso de peso, maus hábitos alimentares e dificuldade em se mover.
Entre as causas da obesidade, podemos enumerar as facilidades da vida moderna (elevadores, escadas rolantes, controles remotos e automóveis), os alimentos pré-cozinhados e o «fast-food».
As pessoas obesas estão sujeitas a uma morte prematura, a patologias que as debilitam a nível psicológico, a problemas de saúde diversos e a alterações na qualidade de vida.

Tratamento
A anorexia e a bulimia são difíceis de ser tratadas, pois afectam os doentes a nível psicológico. O primeiro passo é a utilização de terapia individual, terapia em grupo e terapia familiar, em casos leves e moderados. Como as pessoas que sofrem destes distúrbios alimentares negam que têm problemas, é necessário que os médicos e familiares as motivem na sua recuperação.
É normal que as pessoas anorécticas/bulímicas tenham recaídas. Em casos mais graves, é indicado o tratamento hospitalar.

domingo, 26 de agosto de 2012

Diferentes produtos culturais como textos didáticos

Há algum tempo a menção a textos didáticos remeteria imediatamente aos escritos, inscritos em livros específicos. Podiam ser acompanhados de ilustrações: imagens que lhes serviam de ornamento, podendo mesmo ter relações bastante tênues com as palavras, mas não deixando de tornar a página mais leve e de atrair a atenção dos leitores.

Analisando a aventura do livro, no percurso do leitor ao navegador, Roger Chartier [“A aventura do livro: do leitor ao navegador”, São Paulo, UNESP, 1998] dá conta da história desta relação centro-margens, da disjunção palavra-imagem, tanto do ponto de vista do controle religioso e estatal dos gestos de leitura, quanto das condições técnicas da sua produção. O autor destaca que não apenas o Verbo sempre foi central, como, para imprimir caracteres tipográficos e gravuras em cobre, eram necessárias prensas diferentes, duas oficinas, duas profissões e duas competências. Não havia junção possível.

Agora, quando as tecnologias dos novos suportes permitem as mais diversas junções, a concepção de texto foi ampliada, passando a abranger configurações tecidas por múltiplas linguagens ou, na perspectiva estritamente linguística, por materiais semióticos variados: palavras, imagens, sons, etc., não apenas presentes no mesmo texto, mas “jogando juntos” em articulações que interferem nos sentidos produzidos. Enquanto isso, a concepção de leitura, especialmente no que se pode chamar de tendência escolar, parece mais resistente, arraigada à configuração do texto escrito.

Assim, sem que as questões relativas às leituras (importante marcar o plural) tenham sido superadas, o desafio se torna muito mais complexo, na medida da possibilidade de acesso a textos tão variados que, mesmo não entrando pela porta da frente nas escolas, estão presentes, ainda que obliquamente, no cotidiano das práticas desenvolvidas naqueles espaços. Considerando este contexto, a questão central aqui é: que lugar(es) eles ocuparão?

Esta pergunta remete à discussão do que caracteriza o “texto didático”, uma vez rompidos os limites da intencionalidade da sua produção. Lembrando que os chamados “programas educativos” também parecem marcados por uma inquietante monotonia, quero defender a apropriação educacional dos textos que circulam socialmente. Para além das intenções da produção e dos formatos assumidos, os mais diversos produtos culturais podem ser apropriados como textos didáticos. Produções fílmicas, peças teatrais, videoclips, esculturas, pinturas, instalações, peças publicitárias etc. podem ser incorporados em processos de reflexão coletiva, sustentando abordagens conceituais em trajetórias inovadoras, no melhor sentido do termo, como o “novo” que instaura diferenças qualitativas, redimensionando as práticas desenvolvidas nas escolas, imprimindo-lhes mais sentido(s).

A esta altura, alguém pode estar pensando nos produtos de qualidade “discutível” que circulam em diferentes espaços. Trazê-los para a escola? Eu diria que sim, até para discutir as razões deste sucesso, enquanto outros permanecem restritos a alguns pequenos círculos. Até para lidar com a provisoriedade que marca a cultura do descarte, no movimento de trabalhar os contrapontos e as contradições que constituem as práticas sociais, entre as quais estão inscritas as escolares. Se as produções que circulam socialmente não forem objeto de análise, nas suas várias dimensões, nas escolas, onde serão? E que cidadãos estarão sendo formados se mantidos distantes das questões que pulsam na vida fora da escola?

Finalmente, esta proposta de que os mais variados textos podem ser apropriados didaticamente não dá conta aqui de vários dos seus desdobramentos, o principal deles sendo espaço-tempo para abordar tantas dimensões envolvidas. Esse mesmo que me faz encerrar este texto neste ponto, na compressão presente. Quem sabe no(s) futuro(s)?

A Página da Educação
N.º 187, série II
Inverno 2009

sábado, 25 de agosto de 2012

Vídeo - Espécies em vias de extinção - Panda Gigante

Em Torno da Inclusão

Ela tem oito anos. Na sua curta vida, já passou por situações complicadas. Até chegar à idade em que, pressupostamente, tinha que começar a ir para a escola todos os dias, ficou com a mãe e as crianças do local onde vivia. O vocabulário de que dispunha era reduzido, mas servia perfeitamente para as conversas do dia-a-dia e para as brincadeiras, sem brinquedos, imitando o mundo dos adultos.

Quando a escola chamou, não se pode dizer que foi com grande alegria que entrou neste mundo desconhecido, repleto de crianças e adultos que utilizavam palavras que ela não entendia. Faziam-lhe o que pareciam perguntas, para as quais lhe faltavam as palavras da resposta. Não se pode dizer que era uma frequentadora assídua daquele estranho lugar, mas quando tinha companhia do bairro, até passava bem a manhã, pensando na refeição quente que a seguir iria receber.

Um dia, o legítimo encarregado do poder na cidade, eleito para o efeito, decidiu remover as casas das pessoas com quem ela vivia. A palavra “casa” até era um eufemismo para o abrigo onde morava, mas, uma vez demolido, nem tecto ela tinha. Ninguém parecia querer disponibilizar outro lugar onde se instalar. Passou longas noites ao relento, aconchegada pelos adultos da família, sem perceber porque é que tudo isto lhe acontecera. A escola proporcionava-lhe agora um lugar seco, onde muitas vezes adormecia. E a estadia continuava com refeição incluída.

Como perdurava sem local para viver, houve quem tornou pública a situação. O legítimo encarregado do poder não parecia avançar com uma solução, pelo que um outro encarregado, responsável pelos destinos da povoação e do povo ao lado, aceitou financiar um realojamento provisório para ela, a sua família e os seus vizinhos.

Quando a família procurou integrá-la numa das escolas da zona para onde foram viver, tinha ela sete anos, a resposta era: “Aqui não há vaga” ou “A sua residência não é aqui”. Ela ficou algum tempo sem ir para a escola, como as outras crianças com quem foi realojada. Não parecia haver outra opção: a escola da sua desaparecida residência continuava aquela que podia frequentar.

Resolveu-se então financiar também o transporte diário do grupo de crianças que a incluía. Sujeito ao sabor do trânsito, o grupo atrasava-se, diariamente. Improvisou-se uma mini sala de aula, para as doze crianças dos 5 até aos 11 anos, por duas razões: o grupo não tinha horas certas de chegar, nem de sair, e, com estas aventuras todas, tornava-se a prova paradigmática de que turmas homogéneas só existem na cabeça de burocratas que pretendem ensino normalizado.

Começou um trabalho notável por parte das crianças e da professora, em parceria. Era preciso quebrar o muro invisível, resultado de um vocabulário demasiado tempo confinado ao contexto imediato, e para o qual poucas palavras chegam. Tiveram um contributo de mais uma professora, duas horas por semana, que combinava expressão verbal e não verbal, propondo momentos de trabalho relacionados com o que o grupo fazia na sala de aula.

Cinco meses depois, a menina de oito anos explica-me com grande à-vontade o plano individual de trabalho que ela gere, a partir da agenda semanal, discutida com o grupo e a professora. Comenta o que faz, mostra-me os textos que já sabe ler. Conta-me o projecto de trabalho que desenvolveu com uma colega, sobre bailarinas, e outro acerca de golfinhos. Consegue raciocinar sobre um problema simples.

A turma ao lado da sala improvisada, trabalha de porta aberta e, com alguma frequência, as crianças misturam-se para realizarem alguns trabalhos. Durante o intervalo, as professoras mostram-me o material que desenvolveram, pensando neste pequeno grupo de crianças e na urgência de lhes proporcionar um aumento de vocabulário necessário para conceptualizações mais abstractas e para as quais o léxico disponível era, de longe, insuficiente. Entretanto, a menina procura, no recreio, algumas das novas amigas de fora do círculo realojamento-transporte-turma-transporte-realojamento, constituído invariavelmente de 11 colegas, seis dos quais da sua família.

É fácil falar de inclusão. Difícil é consegui-la. Em Portugal, perto da capital. Em dois mil e nove.

A Página da Educação
N.º 187, série II
Inverno 2009

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Autarquia sem dinheiro para a educação


A Câmara do Bombarral não tem dinheiro para refeições, transportes e outras actividades das crianças do pré-escolar e do primeiro ciclo devido à Lei dos Compromissos e acusa o Governo de não resolver o problema.

Nuno Mota, vereador da autarquia, garantiu ontem que em Julho reuniu com o secretário de Estado do Ensino e Administração Escolar e que "até agora" não obteve resposta.

"A menos de um mês do início do ano lectivo o município não lançou qualquer concurso para as refeições, transportes, actividades de enriquecimento curricular e componente de apoio à família, porque não tem fundo, à luz da Lei dos Compromissos", explica Nuno Mota.

O autarca reconhece que é uma "situação delicada" que "está a deixar apreensivos osencarregados de educação", frisando que o Governo deve 300 mil euros à autarquia.

Texto: L.O.