terça-feira, 20 de maio de 2008

Educação: Fusão dos 1.º e 2.º ciclos só com consenso político


Um estudo do Conselho Nacional de Educação defende a fusão entre os 1º e 2º Ciclos de escolaridade, mas o Governo diz que, para já, não há condições para avançar. Talvez após as eleições haja condições para a mudança.


No estudo ‘A Educação das Crianças dos zero aos 12 anos’, o ciclo de seis anos "visaria neutralizar as transições bruscas identificadas ao nível da relação dos alunos com o espaço–escola, as áreas e os tempos de organização do trabalho curricular e a afiliação dos professores". Na transição dos ciclos há um contraste "violento e repentino entre o regime de monodocência e o de pluridocência ", uma diferença acentuada com a cultura profissional dos professores: enquanto para os do 1º Ciclo o foco é o aluno, para os do 2º Ciclo o foco é a disciplina escolar. Por isso, é sugerido um regime de monodocência, com progressiva co-adjuvação. A solução mais interessante seria a existência de "equipas multidisciplinares".

No entanto, a alteração dos Ciclos só deverá avançar após 2009. O secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, frisou ao CM ser necessário "um largo consenso político" para poder avançar. "As bases já estão criadas, o perfil dos professores já foi alterado de modo a que, se for preciso, estejam preparados para a mudança". O governante recorda que têm sido dados passos para a fusão dos Ciclos, entre os quais a criação das escolas básicas integradas. "Não é para uma legislatura. É preciso integração ao nível do currículo. É uma questão que os partidos devem colocar na agenda", sugere Valter Lemos.

ENSINO BÁSICO

MENOS DISCIPLINAS

Em Fevereiro, a ministra da Educação anunciou a concentração de algumas disciplinas do 2.º Ciclo, para reduzir o número de docentes a leccionar em cada turma. A Lei permite que um só professor leccione um conjunto de disciplinas à mesma turma, como Língua Portuguesa e Inglês ou Matemática e Ciências.

DESARTICULAÇÃO

Há desarticulação de políticas entre sucessivos governos na área da Saúde, Segurança Social, Educação, Família e Emprego, criticam os responsáveis do estudo.

AMAS PROFISSIONAIS

O estudo do Cnedu recomenda o alargamento dos apoios destinados às crianças até aos três anos de idade e a profissionalização das amas, sob o acompanhamento e supervisão de educadores de infância.

CM

Sem comentários: