domingo, 14 de setembro de 2008

Educação/Ano lectivo: Escola de São João da Madeira inicia aulas abraçada às novas tecnologias

A Escola Secundária Serafim Leite, em São João da Madeira, iniciou quinta-feira o novo ano lectivo de braço dado com as novas tecnologias.

A escola assinala o princípio do fim dos cadernos escolares e dos quadros tradicionais rabiscados a giz.

"Todas as plataformas tecnológicas instaladas até final de Maio começam a ser usadas em pleno neste início de ano lectivo, a partir do dia 11", garantiu à agência Lusa o presidente do Conselho Executivo da escola, Pedro Gual.

A par da Escola Secundária André de Gouveia, em Évora, a "Serafim Leite" foi pioneira a completar o primeiro eixo do Plano Tecnológico da Educação (PTE), recebendo um investimento de meio milhão de euros.

Em 20 das 44 salas de aula há agora quadros interactivos, onde já não se escreve com giz mas com caneta electrónica e onde professor até pode fazer anotações sobre imagens ou textos.

Nas restantes 24 salas os quadros tradicionais coexistem com modernos videoprojectores.

Os computadores com acesso à Internet estão em todas as salas, mas o acesso à rede é possível em todo o perímetro escolar, graças a uma rede sem fios (wireless).

A escola tem também um sistema de comunicações de voz preparado para funcionar sobre protocolo de Internet (VoIP).

Para o presidente do Conselho Executivo, a "revolução" tecnológica traz uma multiplicidade de vantagens, incluindo o aperfeiçoamento do sistema de e-learning (ensino à distância) já existente na escola há três anos.

Neste domínio, "passa a ser tudo mais fácil", observou Pedro Gual.

"Um professor com quadro interactivo pode gravar tudo o que ali escreveu e enviar para a plataforma. Isso permite que os alunos revejam a matéria dada quando quiserem", explica.

A apresentação de sumários electrónicos das aulas é outra possibilidade que se cria e, segundo Pedro Gual, pequenos módulos de formação para ajudar os professores nesta matéria vão iniciar-se na próxima semana.

Numa modernização tecnológica que vai além das salas de aula, a segurança também foi contemplada, já que em todo o perímetro escolar está instalado um sistema de vídeovigilância, com 16 câmaras.

O sistema contempla ainda um cartão electrónico do aluno, que regista entradas e saídas da escola e funciona como uma espécie de cartão Multibanco interno na secretaria, bar e cantina.

É um cartão que traz "maior segurança à comunidade escolar", possibilitando um conjunto de informações que até aqui não era possível, observou Catarina Silva, 16 anos, aluna no 11º ano.

Sobre o recurso dos professores nas aulas a mapas digitais, computadores, videoprojectores e quadros interactivos, a jovem disse não ter dúvidas que "o ensino vai melhorar".

"Vamos aos poucos deixando de andar com os cadernos atrás, substituindo-os por portáteis, o que é bem melhor", sublinhou.

Também Bruno Miguel, 17 anos, se mostrou "surpreendido" com a modernização tecnológica registada nos últimos tempos na escola.

"Acho que estamos no bom caminho. E se o Portugal quer evoluir tem de ser desta forma", referiu este aluno do 12º ano.

Crisália Azevedo, 15 anos, matriculou-se agora na "Serafim Leite", mas já tem "grandes expectativas" quanto ao que a espera.

"Já ouvi falar que aqui apostam muito na inovação e nas novas tecnologias. Eu, que ando sempre a navegar na Internet, fico satisfeita", declarou.

A Escola Secundária Serafim Leite é a mais antiga da cidade e conta actualmente com cerca de 870 alunos matriculados no ensino diurno e 500 a frequentarem as aulas nocturnas.

A aposta do PTE nesta escola foi da responsabilidade da tutela, mas Pedro Gual disse acreditar que a opção teve em conta a apetência da "Serafim Leite" para a formação na área informática.

Antes do lançamento do PTE, alunos daquela escola chegaram a desenvolver uma aplicação informática para planear a rede de oferta educativa e sinalizar casos de abandono escolar, posta ao serviço da Coordenação da Área Educativa de Entre Douro e Vouga.

Lusa

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