terça-feira, 16 de setembro de 2008

FNE cria observatório para o processo de avaliação e apresenta proposta alternativa em Dezembro


A Federação Nacional dos Sindicatos de Educação (FNE) vai criar um observatório nacional para o processo de avaliação dos professores e divulga, até ao final do primeiro período deste ano lectivo, uma proposta alternativa à apresentada pela tutela.

"Deve haver uma alteração deste modelo de avaliação", declarou o secretário-geral da FNE, Dias da Silva, à margem da reunião do Secretariado Nacional da estrutura.

Neste sentido, a federação, em articulação com o Instituto Superior de Educação e Trabalho, vai constituir um observatório que "acompanhará o processo de avaliação de desempenho e ajudará a analisar os documentos que estão de acordo com as orientações do Ministério da Educação e as práticas que ocorrem nas escolas". "Será mais um elemento que teremos em conta para a construção, com os professores, de uma proposta que a FNE fará de modelo de avaliação de desempenho alternativo ao da tutela, mas construído e trabalhado com os professores", afirmou Dias da Silva, argumentando que "não há possibilidade de fazer mudanças em educação em lado nenhum do mundo sem a participação e a intervenção dos professores e apesar dos professores".

Com base na análise do tempo desde as aulas que os docentes dão, às actividades que têm, ao atendimento de pais e encarregados de educação e reuniões até ao final deste primeiro período lectivo, o estudo vai indicar o que deve ser melhorado em termos da contabilização do horário de trabalho de professores na escola, disse o responsável.

Além da questão da avaliação de desempenho, Dias da Silva manifestou também a preocupação da FNE face à dimensão das turmas e à degradação dos espaços onde decorrem as aulas, denunciando "as deficientes condições de trabalho que se verificam em muitas escolas, quer para alunos, quer para professores, quer para os trabalhadores não docentes".

Neste encontro vai ser ainda dada particular atenção à questão da educação especial que, segundo Dias da Silva, impõe "a realização de um grande reforço da credibilidade das certificações escolares (...) sem deixar de ter em linha de conta todas as dimensões educativas em que a escola deve intervir".

A FNE insiste igualmente na necessidade de "acabar com o elevado nível de precariedade em termos de vínculos laborais" e exige a substituição do contrato a termo de mais de 20 mil docentes pela contratação sem termo. Lusa

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