sexta-feira, 11 de novembro de 2011
O que um(a) Professor(a) deve ter...
Uma memória de elefante, para de tudo se lembrar.
Uma paciência de anjo, para a todos educar.
Olhos à volta da cabeça, para tudo poder ver.
Resposta automática, para a todos responder.
Microfone incorporado, para tudo registar.
Umas costas bem largas, para tudo isto aguentar.
Ouvidos com controlo de intensidade, para não ficar com a cabeça atordoada.
E uma voz bem resistente, para não ter de ficar calada.
Oito braços como um polvo, para a todos ajudar.
E um coração de criança, para tudo apreciar.
Um bom filtro nasal, para aos maus cheiros resistir.
E um enorme bom humor, para tudo encarar a rir!
Mais 10 dedinhos de fada, que ajudem a trabalhar…
E umas pernas de atleta, para os mais pequenos apanhar.
Conhecimentos de informática, para usar o computador.
E também de medicina, para aliviar a dor.
Precisa também de ter muita cultura geral.
E nas áreas científicas, não poderá dar-se mal…
Biologia, Matemática e também Meteorologia.
Para além de Físico-química e também Geografia.
Tem de saber Psicologia, para lidar com as pessoas.
E dizer, sem magoar, às vezes coisas menos boas…
Enfim, uma Professor(a) à medida da necessidade,
Só feita por encomenda, não vos parece verdade?
(Autor Desconhecido)
Professores vão perder 700 milhões de euros em 2012, denuncia Fenprof
Em 2012 os professores do ensino básico e secundário vão receber um salário semelhante ao que ganhavam na primeira metade dos anos 90, denunciou hoje a Federação Nacional de Professores. Segundo a Fenprof, por comparação a 2010, o corte na remuneração média mensal dos cerca de 109 mil docentes totalizará perto de 710 milhões de euros.
A maior federação de sindicatos docentes chegou a estes valores depois de somar a redução directa dos vencimentos por via da redução salarial aplicada este ano à função pública, e que continuará em vigor em 2012, com o impacto na remuneração média mensal da eliminação dos subsídios de férias e de Natal.
Em comunicado de imprensa frisa que estes dois mecanismos, em conjunto, vão representar “uma redução mensal de 14,3 por cento”. Este ano os salários mensais da função pública sofreram um corte que oscilou entre os 50 e os 420 euros.
Por via do que classifica de um “roubo organizado”, a Fenprof acrescenta que os salários dos docentes passarão a ter, no próximo ano, “um valor correspondente a um índice que, em média, se traduz numa descida de três escalões na carreira”.
O grupo mais numeroso de professores encontra-se no 9.º escalão, que corresponde ao topo da carreira docente. Segundo a Fenprof, 19.152 professores estão neste escalão e cada um deles, acrescenta, perderá 9.547 euros. O segundo maior contingente está no escalão abaixo deste: 14.541 professores que, segundo os sindicatos, perderão individualmente 8.020 euros. Os cerca de seis mil que estão no início da carreira ficarão com menos 3.310 euros/ano.
Frisando que este dinheiro não será canalizado para pagar custos da educação – “prevê-se um corte de 1,5 mil milhões de euros no sector” –, saúde ou segurança social, a Fenprof conclui que “os portugueses estão a ser vítimas de um monumental roubo que lhes assalta o presente, o futuro e a vida”.
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
As escolas públicas como heterotopias
Perpassa pelas nossas escolas um espectro de permanente heterotopia de crise, porque os agentes estudantis habitam essa mesma crise como um modo de vida. Se, outrora, como refere Foucault, aos indivíduos em estado de crise eram reservados lugares específicos e com uma particular codificação e simbologia, hoje, preferencialmente, serão as escolas a desempenhar tal função.
Michel Foucault estabelece uma distinção extraordinariamente heurística entre as utopias, espaços sem a possibilidade de um lugar real, e as heterotopias, lugares que estão fora de todos os lugares, mas que têm uma localização física e que funcionam, amiúde, como representação, contestação e inversão dos espaços hegemónicos; “espécie de utopias efectivamente realizadas”, “contra-colocações” [“contre-emplacements”] nas quais “todas as outras colocações que se podem encontrar no interior da cultura estão simultaneamente representadas, contestadas e invertidas, espécie de lugares que estão fora de todos os lugares, ainda que sejam efectivamente localizáveis” (Foucault, 1995: 755-756).
Impossível deixar de pensar, desde logo, nas artes pictóricas emergentes e ou marginais, como os graffitis, que invadem as superfícies dos muros e paredes interiores e exteriores da escola, com ironia, paródia, condescendência ou insurgência, nos casos em que assumem uma intencionalidade mais ou menos explícita de humor anti-institucional. Outras vezes, contra o anonimato, desenham-se indecifráveis assinaturas – para quem não as consegue ler… – de uma existência que, doravante, inscrita na paisagem, transformada em paisagem, não mais permanecerá anónima e anódina. Outras formas, ainda, lançam pontes, agonísticas ou cooperativas entre grupos e estilos de apresentação de si, celebrando ícones e mitos. Nas cadeiras, nas mesas das salas de aula e nas paredes dos quartos de banho, multiplicam-se explosões de uma sexualidade ora predatória e machista, ora experimental e hedonista, ora neo-romântica e devedora das virtudes de um amor cortês après la lettre.
Mas existem, igualmente, em numerosos exemplos, delimitações territoriais assinaladas nas paredes por inscrições que estabelecem fronteiras. Tais fronteiras, apesar de não terem existência física, possuem um real valor simbólico baseado no reconhecimento generalizado que lhes confere legitimidade. Não são, por isso, irreais. Só as atravessa quem possui um forte capital subcultural que transporta consigo o santo e a senha da passagem. Tal capital herda-se ou conquista. As fronteiras não são irreversíveis e mantêm uma certa porosidade. Tal como na análise das heterotopias efectuada por Foucault, ganha sentido um duplo sistema de abertura e fechamento, propício a determinados trânsitos.
De certa forma, os estudantes liceais estão em permanente passagem – da infância para a vida adulta, do estudo para o trabalho, dentro do lazer, marcado por consumos omnívoros, ecléticos e cumulativos, de sub género para sub género e na própria escola, transitando entre as regras formais da instituição, respeitadas apenas nas dimensões instrumentais da meritocracia gerencialista – elaborando, em cálculo de minuciosa estratégia, planos de estudo que lhes permitem obter, potencialmente, a média almejada para entrar no curso y da fileira x na Universidade z ou, então, assumindo a desistência do projecto escolar e vivendo o dia-a-dia na escola como uma margem precocemente interiorizada, uma etapa já precária de um percurso que se adivinha errático, intermitente e instável.
Não será jamais exagerado afirmar, assim o creio, que os estudantes são mesmo os prisioneiros dessa passagem, agentes em trânsito, híbridos sociais. Os vários espaços e fronteiras existentes nas escolas transmitem, precisamente, as várias ordens da interacção e a multiplicidade conflitual dos modos de relação com a instituição, quebrando o monopólio das instâncias clássicas de autoridade e manutenção da ordem.
Perpassa pelas nossas escolas um espectro de permanente heterotopia de crise, porque os agentes estudantis habitam essa mesma crise como um modo de vida. Se, outrora, como refere Foucault, aos indivíduos em estado de crise eram reservados lugares específicos e com uma particular codificação e simbologia, hoje, preferencialmente, serão as escolas a desempenhar tal função.
FOUCAULT, Michel, «Des espaces autres» in Dits et Écrits (1954-1988). Paris : Éditions Gallimard
João Teixeira Lopes
sábado, 5 de novembro de 2011
O Globo
O professor aponta para o globo terrestre e pergunta a um aluno:
- Tu. Porque razão é que o globo não é completamente redondo? Repara que está levemente achatado nos pólos...
- Ó senhor professor... Juro que não fui eu! Já estava assim, quando entrei na sala...
- Tu. Porque razão é que o globo não é completamente redondo? Repara que está levemente achatado nos pólos...
- Ó senhor professor... Juro que não fui eu! Já estava assim, quando entrei na sala...
Escola diminui nota a docentes
O Agrupamento Vertical de Escolas Ordem de Sant’Iago, em Setúbal, baixou a classificação do desempenho de nove professores, no início da semana passada, porque a Comissão Coordenadora da Avaliação do Desempenho (CCAD) se enganou e atribuiu mais ‘Muito Bom’ do que as quotas permitiam.
Uma vez que as classificações já constavam de uma acta aprovada e devidamente assinada, a CCAD pediu aos docentes visados que assinassem uma declaração em como concordavam com a alteração das notas. Apesar do desagrado generalizado, apenas duas professoras não assinaram o documento proposto.
De acordo com o Ministério da Educação e Ciência (MEC), após verificar que as classificações atribuídas ultrapassava as quotas, a Comissão Coordenadora da Avaliação de Desempenho do agrupamento "enquadrou os professores dentro das quotas disponíveis", procedimento legal, já que "nenhuma avaliação havia sido submetida ou finalizada".
O ministério garante que "os docentes não apresentaram qualquer reclamação", mas não revela se existem casos similares.
sexta-feira, 4 de novembro de 2011
Uma experiência socialista... em 1931.
Sendo uma época apropriada tanto por causa dos exames que estão a decorrer, como por causa da crise.... reenvio um mail (que mesmo que não tenha nenhum fundamento verídico... dá que pensar.....)
Um professor de economia da universidade Texas Tech disse que raramente chumbava um aluno, mas tinha, uma vez, chumbado uma turma inteira.
Esta turma em particular tinha insistido que o socialismo realmente funcionava: ninguém seria pobre e ninguém seria rico, tudo seria igualitário e "justo".
O professor então disse, "Ok, vamos fazer uma experiência socialista nesta classe.
Ao invés de dinheiro, usaremos as vossas notas dos exames."
Todas as notas seriam concedidas com base na média da turma e, portanto seriam "justas".
Isto quis dizer que todos receberiam as mesmas notas, o que significou que ninguém chumbaria.
Isso também quis dizer, claro, que ninguém receberia 20 valores...
Logo que a média dos primeiros exames foi calculada, todos receberam 12 valores.
Quem estudou com dedicação ficou indignado, pois achou que merecia mais, mas os alunos que não se esforçaram ficaram muito felizes com o resultado!
Quando o segundo teste foi aplicado, os preguiçosos estudaram ainda menos - eles esperavam tirar notas boas de qualquer forma.
Aqueles que tinham estudado bastante no início resolveram que também eles se deviam aproveitar da media das notas.
Portanto, agindo contra os seus principios, eles copiaram os hábitos dos preguiçosos.
O resultado, a segunda média dos testes foi 10.
Ninguém gostou.
Depois do terceiro teste, a média geral foi um 5.
As notas nunca mais voltaram a patamares mais altos, mas as desavenças entre os alunos, procura de culpados e palavrões passaram a fazer parte da atmosfera das aulas daquela turma.
A busca por 'justiça' dos alunos tinha sido a principal causa das reclamações, inimizades e senso de injustiça que passaram a fazer parte daquela turma.
No fim de contas, ninguém queria mais estudar para beneficiar os outros.
Portanto, todos os alunos chumbaram...
Para sua total surpresa.
O professor explicou que a experiência socialista tinha falhado porque ela era baseada no menor esforço possível da parte de seus participantes.
Preguiça e mágoas foi o seu resultado.
Sempre haveria fracasso na situação a partir da qual a experiência tinha começado.
"Quando a recompensa é grande", disse, o professor, "o esforço pelo sucesso é grande, pelo menos para alguns de nós.
Mas quando o governo elimina todas as recompensas ao tirar coisas dos outros sem o seu consentimento para dar a outros que não lutaram por elas, então o fracasso é inevitável."
O pensamento abaixo foi escrito em 1931.
"É impossível levar o pobre à prosperidade através de leis que punem os ricos pela sua prosperidade.
Por cada pessoa que recebe sem trabalhar, outra pessoa tem de trabalhar recebendo menos.
O governo só pode dar a alguém aquilo que tira de outro alguém.
QUANDO METADE DA POPULAçãO DESCOBRE DE QUE NãO PRECISA DE TRABALHAR, POIS A OUTRA METADE DA POPULAçãO IRá SUSTENTá-LA, E QUANDO ESTA OUTRA METADE ENTENDE QUE NãO VALE MAIS A PENA TRABALHAR PARA SUSTENTAR A PRIMEIRA METADE, ENTãO CHEGAMOS AO COMEçO DO FIM DE UMA NAçãO.
É impossível multiplicar riqueza dividindo-a."
Adrian Rogers, 1931
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
Divulgação - Animações em Flash para Geologia
quarta-feira, 2 de novembro de 2011
A Importância de ensinar
Ensinar é questionar, partilhar e criar. É imaginar. Ensinar implica seleccionar tarefas que desafiem as capacidades e a inteligência dos alunos. Para que possam compreender a vida. Para que lhe possam atribuir significado. Para que usufruam da liberdade que o conhecimento proporciona. Para que se possa conhecer e compreender e ser mais livre e mais feliz.
Reunir consensos acerca do que significa ensinar nem sempre é simples porque é uma matéria que envolve valores (e.g., educacionais, morais, cívicos, políticos). Porém, há elaborações teóricas na literatura que têm merecido um significativo consenso. Os seminais e clássicos trabalhos de Nathaniel Gage, John Goodlad, Elliot Eisner e de Linda Darling-Hammond contribuíram para discernir quatro concepções sobre o ensino: a) o Ensino como Trabalho; b) o Ensino como Ofício; c) o Ensino como Profissão; e d) o Ensino como Arte.
No Ensino como Trabalho estamos perante uma visão racionalista e burocrática do processo de ensino, que parte do ingénuo princípio que as boas práticas podem ser definidas e especificadas de formas concretas, sendo apenas necessário que os professores as repliquem para que se alcancem os resultados que se desejam. O papel dos professores consiste na aplicação de orientações práticas previamente elaboradas.
No Ensino como Ofício entende-se que há um conjunto de regras, procedimentos e técnicas, mais ou menos sofisticadas, que podem ser aprendidas e desenvolvidas pelos professores. Ensinar será, nesta concepção, utilizar e aplicar adequadamente as regras e as técnicas prescritas pelas autoridades.
No Ensino como Profissão pressupõe-se que os professores possuem um sólido conjunto de conhecimentos teóricos que, aliado ao domínio de um alargado espectro de saberes-fazer, lhes permite uma atitude crítica e fundamentada sobre o currículo, o ensino e a aprendizagem e sobre as suas próprias acções pedagógicas. Reconhece-se que os professores são capazes de formular juízos profissionais e de agir em função desses mesmos juízos. São, por isso, profissionais que se desenvolvem mais autonomamente em cooperação com os seus pares e que ensinam de acordo com elevados padrões de conhecimento científico, pedagógico e de prática profissional.
Finalmente, no Ensino como Arte estamos perante uma concepção que reside muito na natureza imprevisível, não convencional e inovadora das acções de ensino e de aprendizagem. As práticas estão claramente orientadas para cada pessoa e não são estandardizadas e, por isso, o ensino é dificilmente orientado por regras ou por orientações precisas e algorítmicas. Há uma predominância de dinâmicas de sala de aula baseadas na intuição, na dramatização, na improvisação e na criatividade. Ensinar é utilizar a ciência mas não é uma ciência porque é imprevisível por natureza. Os professores mobilizam um conjunto de recursos pessoais e de conhecimentos que utilizam, de forma única, em interacção com os seus alunos.
Ensinar segundo as duas primeiras concepções tenderá a remeter os professores para o papel de meros executantes passivos, burocráticos, tecnicistas e funcionalistas do currículo. Ou seja, os professores dizem o currículo em vez de permanentemente o reinventarem e reconstruírem com os seus pares e com os seus alunos. Recorrem a técnicas e procedimentos mais ou menos mecanizados, mais ou menos pré-elaborados, mantendo os alunos ocupados na realização de tarefas marcadamente rotineiras. Tarefas que, como um dia nos escreveu Sebastião e Silva a propósito do ensino da Matemática, consistem em exercícios estapafúrdios equivalentes, no ensino das línguas, à retroversão de frases tais como: As sobrinhas dos capitães brincavam no jardim com as netas dos juízes...
Se, por outro lado, o processo de ensinar for encarado como uma profissão ou como uma arte, estaremos perante profissionais que se assumem como intelectuais, como investigadores das suas próprias práticas, capazes de reflectir sobre o que fazem e de participar activamente no desenvolvimento do currículo.
Assim, ensinar é questionar, partilhar e criar. É imaginar. É pensar o currículo como oportunidade única para que os alunos mergulhem a fundo nessa inesgotável fonte de inspiração que é a vida nas suas múltiplas dimensões. Ensinar implica seleccionar tarefas que desafiem as capacidades e a inteligência dos alunos. Para que possam compreender a vida. Para que lhe possam atribuir significado. Para que usufruam da liberdade que o conhecimento proporciona.
Ensinar é, assim, um processo complexo e exigente de mobilização sistemática e propositada de uma diversidade de saberes dos professores. É importante. Para que se possa conhecer e compreender e ser mais livre e mais feliz.
Domingos Fernandes
terça-feira, 1 de novembro de 2011
Aluno agride professor com pontapés
Um miúdo de dez anos, aluno da Escola EB1 de Escalos de Baixo, Castelo Branco, agrediu ontem com pontapés um professor, durante uma visita de vários docentes do agrupamento para averiguar das necessidades do estabelecimento. O agressor, proveniente de uma família com dificuldades económicas, está sinalizado pela Comissão de Protecção de Crianças e Jovens em Risco e é considerado "problemático", por "maltratar os colegas".
A visita de ontem destinava-se a averiguar a sua situação e o seu comportamento, tendo o miúdo reagido com violência, ao pontapé, quando estava a ser questionado por um dos professores. Na sexta-feira, o Ministério da Educação e Ciência repudiou os casos mais recentes de agressões nas escolas, considerando-os "totalmente inadmissíveis e intoleráveis" e defendendo o reforço do Programa Escola Segura. No distrito de Castelo Branco, os casos são "muito pontuais", disse ao Carlos Costa, dirigente do Sindicato dos Professores da Zona Centro.
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