segunda-feira, 20 de outubro de 2008

II Seminário FORBEV

Realiza-se no próximo dia 27 de Outubro, das 13:30 às 18:00, no Auditório da Direcção Regional de Educação do Alentejo, o II Seminário FORBEV, subordinado ao tema "Para além da Branca de Neve - Literacia e Aprendizagem na Biblioteca Escolar".

O Seminário dirige-se, prioritariamente, a bibliotecários escolares e a bibliotecários públicos, a professores com funções de gestão, a autarcas e a técnicos municipais das áreas da cultura e da educação e a estudantes de Ciências da Educação e de Ciências da Informação e Documentação. No entanto, a organização aceita a participação de todos os interessados até ao limite comportado pelo auditório.

Todos os interessados poderão fazer a sua inscrição gratuita no sítio Internet da Biblioteca Pública de Évora (http://www.evora.net/bpe/), sendo as inscrições aceites por ordem de chegada.

domingo, 19 de outubro de 2008

CONFAP apela aos pais para participação mais activa na vida das escolas

'Na escola como em casa, há um lugar que é dos pais' é uma das mensagens da campanha que a CONFAP vai lançar para apelar aos encarregados de educação a uma participação mais activa na vida escolar dos filhos.

A campanha, que foi apresentada no Museu da Electricidade, em Lisboa, conta com o apoio do Ministério da Educação, mas ainda não tem data prevista para arrancar, já que a Confederação Nacional das Associações de Pais (CONFAP) ainda se encontra à procura de apoios e parceiros.

Na cerimónia, a ministra da Educação lembrou que há 30 anos os pais estavam proibidos de participar na vida das escolas, mas que hoje 'o paradigma é o oposto', já que há nos estabelecimentos de ensino 'um espaço' para os encarregados de educação.

'É uma campanha importante porque permite chamar a atenção dos pais e da sociedade civil para a convergência de dois interesses: o interesse dos pais em participar na vida da escola e o interesse da escola em contar com o apoio e a participação dos pais. São dois caminhos que se cruzam', afirmou Maria de Lurdes Rodrigues.

Sublinhando que durante anos os pais 'viveram de costas voltadas para as escolas', a titular da pasta da Educação sublinhou que hoje os pais devem ter uma participação 'qualificada, activa e consequente' na vida das escolas'.

Para acabar com a ideia de que o que se passa para lá do portão não diz respeito aos pais, a campanha da CONFAP inclui folhetos e desdobráveis, 'outdoors', e 'spots' publicitários. A lógica é apelar a uma presença mais activa na vida escolar dos filhos.

'Com os pais na escola todos vão poder aprender mais', 'A escola faz-se com todos', 'Na escola como em casa há um lugar que é dos pais' são algumas das mensagens que serão transmitidas durante a campanha, que alerta ainda para os verbos 'estimular', 'participar' e 'apoiar', responsabilidades que os pais são convidados a assumir de forma 'mais activa'.

'Muitas escolas que eram problemáticas há uns anos atrás saíram dos seus muros e envolveram as comunidades, sobretudo os pais. São hoje escolas que podem ser apontados como exemplo de como passar das dificuldades à normalidade. Esse é o nosso objectivo final: ter pais mais conscientes', afirmou Albino Almeida.

Questionado sobre o arranque da campanha e a verba necessária para o seu lançamento, o responsável adiantou apenas que para já está prevista a distribuição dos desdobráveis, já que esses serão produzidos pelos serviços do Ministério da Educação.

'Podia adiantar números e no dia seguinte dizer que afinal não custou nada. Acreditamos que entre um limite e o outro vamos encontrar as soluções que vão pôr a campanha de pé. Só não posso falar de timings certos. As empresas não vão deixar de exercer a sua responsabilidade social', afirmou.

A campanha foi simbolicamente apresentada na primeira terça-feira de Outubro, dia em que a CONFAP pretende voltar a assinalar anualmente o 'Dia da Escola e dos Pais'.

A revisão do Código do Trabalho deverá garantir aos pais um crédito de quatro horas por filho e por mês para acompanharem melhor a vida escolar dos seus filhos.

A CONFAP entregou este ano na Assembleia da República uma petição na qual solicitava ao Governo que legislasse no sentido de atribuir aos pais direitos laborais que assegurem a sua participação na educação dos filhos.

De acordo com Albino Almeida, a proposta foi acolhida pela Comissão de Trabalho, Segurança Social e Administração Pública, no âmbito da revisão do Código do Trabalho.
'O princípio que está na petição mereceu a concordância de todos os intervenientes na revisão do Código do Trabalho, portanto dos partidos com assento parlamentar', garantiu.

Actualmente, o Código do Trabalho estipula como faltas justificadas 'as ausências não superiores a quatro horas e só pelo tempo estritamente necessário, justificadas pelo responsável pela educação do menor, uma vez por trimestre, para deslocação à escola tendo em vista inteirar-se sobre a situação educativa do filho'.

in www.educare.pt


Professores reformam-se à média de 400 por mês

Em 2008 já se reformaram quase quatro mil professores e educadores de infância. E, apesar de perderem regalias, cada vez mais optam pela reforma antecipada. Só no mês passado houve 510 docentes a reformar-se.

Das duas uma: os professores portugueses estão a ficar velhos ou cansados. O JN comparou as listas de aposentados da função pública e constatou que, de um ano para o outro, estão a reformar-se, todos os meses, duas vezes mais professores e educadores de infância.

Por exemplo, comparando o mês de Setembro deste ano com o do ano anterior verifica-se que o número de aposentados mais que duplicou: de 249 passou para 510. Esta é uma tendência que parece estar a ganhar forma porque o número de professores e educadores de infância que se reformaram este mês de Outubro (322) é bem maior do que os reformados no conjunto de Outubro e Novembro de 2007 (272).

Ao todo e ainda com dois meses para contabilizar, este ano já pediram a reforma 3821 professores e educadores de infância. Sendo que os meses com mais reformas concretizadas foram Setembro (510) e Agosto (485) e o com menos foi o mês deMaio (126).

Como parece pouco crível que de um ano para o outro a população docente tenha envelhecido brutalmente e atendendo a que muitos pedem a reforma antecipadamente, sujeitando-se às respectivas penalizações (ver caixa), a resposta mais provável é que eles andam mesmo cansados e fartos. De quê, só os próprios poderão responder.

"Os professores estão saturados e desmotivados e, por mais que tentemos que não saiam prejudicados querem a reforma de qualquer maneira e com qualquer idade", diz Teresa Maia Mendes, do Sindicato de Professores do Norte. Esta docente auxilia os professores a calcularem quais os termos em que se poderão reformar e, por isso, conhece bem os motivos. Na sua opinião, "muitos professores, especialmente os que estão em topo de carreira, não estão a conseguir aguentar o ritmo da escola e dizem que mais vale sair com qualquer coisa porque, com o desgaste que estão a ter, vão acabar é no cemitério antes da idade da reforma".

A professora tem visto no Diário da República vários professores com pensões baixas o que significa que "muitos não estão a aguentar ir até ao fim". E comprova isso todos os dias pessoalmente. "Temos muitos pedidos de ajuda para a reforma antecipada e, mesmo avisando que vão ter uma quebra enorme com a aposentação, eles dizem que o clima nas escolas está impraticável e que não há maneira de dar a volta. Por isso, raramente mudam de opinião e fogem em frente", explicou ao JN.

sábado, 18 de outubro de 2008

Romance de Inês de Castro reinventado por alunos na internet

A Fundação Inês de Castro e o Plano Nacional de Leitura (PNL) estão a promover um concurso dirigido às escolas preparatórias e secundárias para que estas reinventem o romance de D. Pedro e D. Inês.

O concurso 'Inês de Castro' destina-se a premiar sítios e blogues apresentados por um ou mais alunos, «sendo necessário o acompanhamento de, pelo menos, um professor», refere o comunicado enviado à comunicação social.

«O objectivo é promover e desenvolver o trabalho de pesquisa e de leitura em sala de aula sobre um tema histórico através das ferramentas tecnológicas», afirmou em declarações à Agência Lusa Luísa Matos do PNL.

O tema central deste concurso é 'O romance de D. Pedro e D. Inês de Castro', no qual os «concorrentes poderão aprofundar o seu conhecimento do mito inesiano com vários textos, imagens, animações e outros recursos disponíveis na Internet», esclarece o comunicado.

No século XIV, D. Pedro e D. Inês viveram um amor secreto e após a morte de D. Constança, esposa de D. Pedro, assumiram a relação e passaram a viver juntos num palácio perto da Quinta das Lágrimas, em Coimbra, o que desagradava o rei D. Afonso IV, pai de D. Pedro, que mandou matar D. Inês.


D. Pedro, ao subir ao trono, anunciou que tinha casado em segredo com D. Inês e mandou construir dois túmulos em Alcobaça para si e para a sua amada, Rainha de Portugal.

Para recriarem a história, os alunos podem recorrer a várias técnicas mencionadas no regulamento, tais como dramatizações filmadas de episódios do romance, biografias de D.Inês e de D.Pedro, «contexto histórico da época em que viveram ou recomendação de livros, filmes, músicas, pinturas, esculturas ou outras obras que abordem o romance».

«Este concurso faz com que haja um trabalho transversal, visto que os alunos podem trabalhar no Português, na História, na Educação Visual e noutras disciplinas», acrescentou Luísa Matos.

O regulamento do concurso informa que os trabalhos serão avaliados segundo «critérios de riqueza, correcção, clareza de conteúdo, estética e acessibilidade da informação disponibilizada».

A iniciativa da Fundação Inês de Castro e do PNL decorre entre 06 de Outubro deste ano e 31 de Março de 2009 e a lista dos vencedores será publicada em Abril de 2009.

Os premiados vão receber um fim-de-semana nos hotéis do 'Grupo Lágrimas Hotels & Emotions', ipods e cheque livro (para as escolas dos vencedores), oferta da Ydreams.

A Lusa contactou a Fundação Inês de Castro, mas ninguém se mostrou disponível para falar sobre esta iniciativa.

Diário Digital / Lusa

Violência diminui nas escolas

Os casos de violência nas escolas diminuíram 54 por cento dentro dos estabelecimentos de ensino, mas aumentaram 8,4 por cento no exterior.



O relatório “A Segurança nas Escolas”, relativo ao último ano lectivo e que será discutido na Comissão de Educação e Ciência da Assembleia da República, revela que os funcionários foram as principais vítimas de violência nas escolas. No ano lectivo 2006/2007, 147 funcionários foram agredidos, num universo de 51.352.

Os professores surgem logo a seguir e os alunos em terceiro.

Entre os crimes registados, o furto foi o mais verificado com 25,8 por cento dos casos, seguido das ofensas à integridade física, com 24,2 pontos percentuais.

O documento destaca ainda que, no que respeita às ocorrências contra bens pessoais, são as acções que envolvem o uso do telemóvel que mais se destacam, com 367 casos, num total de 918.

sexta-feira, 17 de outubro de 2008

Professores obrigados a louvar 'Magalhães'

Um grupo de professores que participaram em acções de formação sobre o computador portátil 'Magalhães', no âmbito do Plano Tecnológico da Educação, foram obrigados a fazer canções de louvor ao computador, o que deixou indignados muitos docentes e lançou a polémica na blogosfera.

'Absolutamente surreal'. Foi com estas palavras que o professor de Educação Visual e Tecnológica, no Agrupamento de Escolas de Castro Daire, Paulo Carvalho, descreveu a situação no seu blogue pessoal.

Cerca de 200 professores foram obrigados a cantar melodias como 'Esta vida de marinheiro está a dar cabo de mim' e 'Grândola, Vila Morena', como é possível verificar no video colocado por Paulo Carvalho na internet. 'Como professor e coordenador TIC senti-me vexado nestes dois dias', escreveu Paulo Carvalho.

Linha SOS Segurança adiada

A aprovação do relatório sobre segurança nas escolas, no qual é sugerida a criação de uma Linha SOS – Segurança nas Escolas, foi adiada até ao final do mês, para permitir uma análise mais profunda do documento e a apresentação de propostas por parte dos deputados da Comissão Parlamentar de Educação.


O relatório, elaborado pela deputada socialista Fernanda Asseiceira, enumera uma série de medidas de combate ao fenómeno, entre as quais a existência de uma linha telefónica para professores, alunos, auxiliares e pais que dará apoio pedagógico, psicológico e jurídico.

Apesar de elogiado o trabalho de campo realizado pela deputada do PS, a Oposição não poupou críticas às conclusões apresentadas, considerando-as demasiado macias e por pintarem um cenário muito cor-de-rosa. O PSD sublinha a importância da criação da Linha SOS, mas considera o relatório muito macio para se obterem resultados práticos no combate à insegurança.

Luísa Mesquita, ex-deputada comunista, sublinhou a colagem das conclusões à intervenção da ministra da Educação quando Maria de Lurdes Rodrigues foi ouvida pela Comissão: 'É preocupante. A ideia que fica é que as conclusões são a intervenção da ministra.'

Miguel Tiago, do PCP, adiantou que não aprovará um relatório que 'apresenta como um mar de rosas as medidas adoptadas pelo Governo em política educativa'.

NOTAS

CIDADANIA E SEGURANÇA

O relatório sugere a criação de um módulo curricular ‘Cidadania e Segurança’, com carácter obrigatório no 5.º ano.

MEDIAÇÃO DE CONFLITOS

É sugerido no documento que os professores tenham formação para gestão e mediação de conflitos, para a diversidade e multiculturalidade.

DIFICULDADES

Abandono escolar, comportamento desviante dos alunos, violência nas salas de aula, fraca participação dos pais e localização próxima a bairros problemáticos são factores que potenciam a insegurança.

ESCOLAS TEIP

Entre os problemas das escolas de Territórios Educativos de Intervenção Prioritária (TEIP) estão a falta de recursos materiais e de auxiliares.

André Pereira

quinta-feira, 16 de outubro de 2008

‘Magalhães’ impostos às autarquias

O Ministério da Educação rejeitou ter imposto às autarquias o pagamento de cerca de 300 euros pelo encargo anual com a ligação à internet em banda larga de cada computador ‘Magalhães’. Segundo Rui Nunes, assessor do Ministério, foi feita apenas uma proposta que as autarquias podem ou não aceitar. "É falso que o Ministério esteja a notificar as autarquias, não há qualquer obrigatoriedade. A adesão das câmaras ao programa ‘Magalhães’, com ajuda para a ligação à internet das famílias mais carenciadas, é sempre feita numa base voluntária e muitas mostraram interesse".

O Ministério reagiu assim às acusações do deputado do PSD Agostinho Branquinhonum debate no Parlamento sobre a exigência do ensino. Branquinho disse saber que "o Ministério mandou para todas as câmaras do País propostas – aquelas pressões que não são bem pressões – para pagar os modems, que custam 45 euros, e a totalidade ou parte da assinatura anual da internet, que se eleva a 250 euros". B.E.

B.E.

ASPL lança abaixo-assinado por melhores condições para o cargo de Director de Turma

A ASPL, associando-se à Unesco, à Internacional da Educação e à ONU, na comemoração do Dia Mundial do Professor, que se assinalou no dia 5 de Outubro, promoverá a recolha de assinaturas, em todo o país, para um abaixo-assinado que tem como objectivo exigir melhores condições para o exercício do cargo de director de turma. Consagrar na componente lectiva do horário de trabalho do docente director de turma três tempos de 45 minutos destinados ao exercício desta função é o mínimo que, segundo a ASPL, é necessário aos directores de turma para o desempenho deste cargo tão importante para o processo de ensino-aprendizagem dos alunos. Com a alteração feita pelo Ministério da Educação na organização dos horários escolares, das horas para tempos de 45 min., os docentes perderam cerca de meia hora no tempo que antes tinham para o exercício do cargo de DT.
Esta pretensão da ASPL tem, assim, o objectivo de melhorar a actuação do Director de Turma (DT) que, particularmente após a entrada em vigor do novo Estatuto do Aluno, tem vindo a assumir um papel cada vez mais importante e cujas áreas de intervenção incorporam um conjunto de vertentes de actuação junto de alunos, professores e encarregados de educação. Cabe-lhe ainda competências tão diversas como promover a comunicação e formas de trabalho cooperativo entre professores e alunos; coordenar, em colaboração com os docentes da turma, a adequação de actividades, conteúdos, estratégias e métodos de trabalho à situação concreta do grupo e à especificidade de cada aluno; articular as actividades da turma com os pais e encarregados de educação, promovendo a sua participação; coordenar o processo de avaliação dos alunos, garantindo o seu carácter globalizante e integrador, e a própria elaboração do Projecto Curricular de Turma; registar informaticamente todas as faltas dos alunos, enviá-las por correio aos seus encarregados de educação; elaborar as pautas de avaliação, inserindo todas as informações inerentes.
Esta é uma das acções que esta organização sindical promove para assinalar a comemoração do Dia Mundial do Professor. A ASPL dará continuidade a esta comemoração, lançando um novo abaixo assinado sobre outra problemática fundamental para os professores portugueses, como a avaliação do seu desempenho profissional.
Depois de recolhidas as assinaturas, os abaixo-assinados serão entregues ao Presidente da República, ao Presidente da Assembleia da República e à Ministra da Educação.
O lema escolhido para este ano pela Unesco é “Os professores contam” e para que tal seja concretizável, é fundamental que o Ministério da Educação crie as condições para o exercício da docência.

quarta-feira, 15 de outubro de 2008

Governo anuncia 400 novas creches

O primeiro-ministro, José Sócrates, anunciou a construção de 400 novas creches e a criação 18 mil novas vagas nas áreas metropolitanas do Porto e Lisboa.

José Sócrates, que falava no âmbito da cerimónia de inauguração da creche e jardim-de-infância da Misericórdia da Trofa, em S. Romão do Coronado, disse que as áreas metropolitanas do Porto e de Lisboa são as zonas "que mais necessitam" destas creches.

"É aqui (áreas metropolitanas) que temos maior necessidade, é aqui que temos listas de espera, é aqui que as famílias mais necessitam de ajuda", frisou Sócrates.

Estas creches, que deverão estar concluídas, o mais tardar, até início de 2010, serão construídas no âmbito da terceira fase do programa de Alargamento da Rede de Equipamentos Sociais (PARES).

Segundo o primeiro-ministro, com a disponibilização de mais creches, o Estado está a apoiar as famílias mais jovens e a proporcionar-lhes condições para que tenham mais filhos.

"Se pensarmos qual é o problema mais importante para as famílias jovens, podemos dizer com segurança que um desses problemas é sem dúvida a conciliação entre a vida profissional e a vida familiar", disse, acrescentando que "é por isso que as creches desempenham um papel tão importante no país".

"Não podemos perder mais tempo, temos obrigação de construir rapidamente as creches públicas que são indispensáveis para que as famílias jovens possam planear a sua vida e possam ter acesso àquilo que é essencial, instituições onde possam deixar os seus filhos", sublinhou Sócrates.

O primeiro-ministro salientou que este investimento em novas infra-estruturas de carácter social acontece depois do governo ter conseguido equilibrar as contas públicas.

"No momento em que pusemos em ordem as contas públicas, em que reduzimos o défice, em que reduzimos a dívida e a despesa, encontramos os recursos financeiros indispensáveis para fazer um investimento que é necessário fazer para ajudar as famílias", sublinhou Sócrates.

O primeiro-ministro lembrou que foi este governo que instituiu no ano passado o subsídio de gravidez e aumentou o abono de família "em 25 por cento", "apesar de ter tido necessidade nestes últimos três anos de reduzir a despesa" do país.

"A verdade é que as contas públicas em ordem significam que o Estado não vai causar uma outra dificuldade, nem à economia nem às famílias", disse. DN

terça-feira, 14 de outubro de 2008

Europa quer alargar cuidados pré-escolares a mais crianças

Portugal cumpriu já algumas metas, mas ainda está longe de outras, sobretudo na cobertura de estabelecimentos para crianças até aos três anos. A Comissão Europeia quer mais trabalho feito até 2010.

A decisão foi adoptada em 2002, no Conselho Europeu de Barcelona, e enquadra-se no objectivo de remover os obstáculos à participação da mulher no mundo do trabalho. Até 2010, os parceiros da UE comprometeram-se a alargar a oferta de cuidados a pelo menos 90% das crianças entre os três anos e a idade do ensino obrigatório. Para os menores de três anos, o compromisso tem fasquias mais baixas: 33%. Ainda assim, é aqui que cerca de metade dos países falha, Portugal incluído.

Uma das realidades confirmadas pelos números do relatório agora divulgado pela Comissão confere ao nosso país uma situação peculiar: a taxa de emprego das mulheres não é "afectada" entre os 25 e os 49 anos pelo facto de elas serem mães. Ou seja, elas são as que na Europa dos 27 mais acumulam as duas funções, a de trabalhar e a de cuidar. Isto, mesmo tendo menos facilidades ou apenas semelhantes facilidades de colocarem os filhos numa estrutura de apoio à infância por 30 ou mais horas durante a semana.

Os autores do relatório lembram que a procura de infantários e estabelecimentos do pré-escolar pode depender muito de factores como o nível de desemprego de cada país, o recurso a soluções informais no seio das famílias (por exemplo a guarda pelos avós), a duração da licença de maternidade e o aproveitamento desta para cuidar de filhos mais velhos.

segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Ameaçada com pistola

Uma aluna de 13 anos foi assaltada sob ameaça de pistola à saída da Escola EB 2,3 Dr. Manuel Pinto de Vasconcelos, em Freamunde, Paços de Ferreira. A adolescente foi confrontada por um indivíduo nas imediações do estabelecimento, que lhe apontou a arma e levou um telemóvel.




Ao que foi possível apurar, o roubo ocorreu por volta das 11h00, após a vítima ter saído do estabelecimento escolar. Um suspeito, aparentando ter cerca de 25 anos, terá ameaçado de morte a aluna e exigido dinheiro. Perante uma adolescente estupefacta, o assaltante acabou por se limitar a arrancar o telemóvel das mãos da vítima, que apresentou queixa na GNR.

Contactado pelo CM, o presidente do conselho executivo do Agrupamento de Escolas, Luís Garcês, lamentou que a instituição não tenha sido informada da ocorrência, considerando a gravidade do caso, face à utilização de uma arma, num crime que envolveu uma aluna.

'É uma situação inédita. Já não se trata de simples furtos de dinheiro, telemóveis ou outros objectos, como às vezes acontece, dentro ou fora da escola. A utilização de armas, seja dentro ou fora do estabelecimento escolar, deixa-nos preocupados, porque representa um risco grave para a segurança dos alunos e não só', comentou Luís Garcês, adiantando que a escola não dispõe de sistema de videovigilância, que deverá ser instalado 'em breve'.

DETALHES

SEGURANÇA

A segurança da escola de Freamunde é assegurada por vigilantes, em regime de permanência, e patrulhas ocasionais da Escola Segura da GNR.

SURPRESA

Foi com 'surpresa' e 'estupefacção' que funcionários e alunos reagiram à notícia do assalto à mão armada na zona escolar, sublinhando não haver histórico de casos de violência.

EM GRUPO

'Quando não vamos para casa de autocarro ou com os nossos pais o ideal é sairmos da escola em grupo, como temos feito sempre, mas nunca por medo', reagiu um aluno.

HEMATOMA MOTIVA QUEIXA EM LEIRIA

O Agrupamento de Escolas de Marrazes está a averiguar uma queixa de alegada agressão, apresentada pelos familiares de um aluno da Escola do 1º Ciclo do Ensino Básico de Marinheiros, em Leiria.

De acordo com os queixosos, a criança, de sete anos, apareceu em casa com uma nódoa negra num braço, que terá sido provocada pelo professor. O menino contou que se levantou e foi junto do docente fazer uma pergunta, porque não o tinha ouvido, e que este o agarrou, levando-o até à carteira.

O caso ocorreu na semana passada e os familiares ainda confrontaram o professor, tentando que formulasse um pedido de desculpas. Como não o fez, apresentaram queixa na esquadra da PSP. O Agrupamento conta ter o processo de averiguações concluído na próxima semana.

ESCOLA PRIMÁRIA DO CERCO

A professora agredida por pais de um aluno da Escola do 1º Ciclo do Cerco do Porto ainda não conhece o desfecho para este caso e continua sem dar aulas.

Quase 15 dias após a agressão, a situação continua a ser avaliada pelos responsáveis do Ministério da Educação e enquanto decorrem reuniões entre pais e docentes a escola permanece com os portões fechados para evitar situações semelhantes.

O aviso oficial que interdita a entrada dos pais no espaço da escola adverte ainda que 'qualquer tentativa forçada para entrar ou insultos serão comunicados à polícia'.


Mário Fernandes / Manuela Teixeira

domingo, 12 de outubro de 2008

Seminário - Educação Alimentar em Meio Escolar

As inscrições para o seminário “Educação Alimentar em Meio Escolar” estão abertas até ao próximo dia 13 de Outubro, anunciou a Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular (DGIDC) no seu sítio.

A DGIDC está a organizar este seminário em colaboração com a Associação Portuguesa de Nutricionistas, no âmbito da comemoração do Dia Mundial da Alimentação.

O evento realizar-se-á no Auditório II do Centro de Congressos de Lisboa, na Praça das Indústrias, no próximo dia 16 de Outubro, entre as 09:00 e as 17:00 horas.

O seminário destina-se a professores coordenadores da Saúde e outros interessados em reflectir sobre esta área temática, como técnicos e profissionais da área e pais e encarregados de educação.

A abertura estará a cargo do secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, da directora-geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular, Joana Brocardo, e do presidente da Associação Portuguesa de Nutricionistas, Alexandra Bento.

O programa junto informa sobre as comunicações agendadas e respectivos autores.


O programa está disponível em:
http://sitio.dgidc.min-edu.pt/saude/Documents/PROGRAMAeducalimentar.pdf .

Mais informação em
http://sitio.dgidc.min-edu.pt/saude/Paginas/default.aspx e

http://sitio.dgidc.min-edu.pt/saude/Paginas/Alimentacao_Actividade-Fisica.aspx




Formação
‘Educar para estilos de vida saudáveis’


A Direcção-Geral de Inovação e Desenvolvimento Curricular está a promover acções de formação designadas “Educar para estilos de vida saudáveis: metodologias de intervenção na escola”.

Estas acções destinam-se a professores coordenadores da área temática da saúde que ainda não as tenham frequentado.

Decorrerão entre 13 de Outubro e 29 de Novembro e estão previstas turmas em Aveiro, Castelo Branco e Leiria (área da Direcção Regional de Educação do Centro), Loures, Setúbal e Torres Vedras (área da Direcção Regional de Educação de Lisboa e Vale do Tejo) e Santiago do Cacém e Portalegre, na área da Direcção Regional de Educação do Alentejo.

As inscrições decorrerão através das respectivas direcções regionais de Educação, pelo que os interessados deverão consultar os sítios destas para obter mais informações.


Mais informação sobre esta acção em

http://sitio.dgidc.min-edu.pt/PressReleases/Paginas/FormacaoPES.aspx

Pais agridem professora do filho

Aviso: "Por motivos de segurança não é permitida a entrada de pais, encarregados de educação ou familiares no espaço da escola." É um ofício do Ministério da Educação afixado na porta do estabelecimento de ensino do 1º Ciclo do Cerco, no Porto. Na origem deste aviso está o facto de os pais de um aluno de seis anos terem agredido e ameaçado uma professora.


A agressão à estalada, acompanhada de insultos e ameaças, aconteceu dia 21 de Setembro, quando a professora Andreia mandou uma criança ficar na cantina na hora de recreio, como castigo por esta ter desobedecido a uma ordem. De acordo com as declarações do presidente da associação de pais, José Santos, à agência Lusa, "alguém telefonou aos pais do aluno contando o sucedido": "De imediato, deslocaram-se à escola, onde começaram por ameaçar, insultar docentes e funcionários, até conseguir agredir a professora Andreia."

O episódio anda de boca em boca entre os pais dos alunos, mas poucos querem falar sobre o assunto. Desde o dia 1 que todos os familiares dos alunos encontram o portão fechado à chave, sendo as entradas e as saídas controladas por funcionárias.

Da parte da direcção da escola, não há declarações, mas o CM sabe que a professora Andreia não voltou ao estabelecimento de ensino desde o dia em que sofreu a agressão. O aluno, filho dos agressores, também não tem ido às aulas. Uma situação que ainda aguarda decisões a ser tomadas entre o Conselho Executivo da Escola e o Ministério da Educação, que já tem conhecimento dos factos, também participados à PSP.

A Associação de Pais da Escola do 1º Ciclo do Cerco pede reforço das patrulhas Escola Segura da PSP junto das escolas do Cerco, que ficam no meio de um dos bairros sociais mais problemáticos do Porto. Ontem, o carro da polícia esteve cerca de cinco minutos na porta da escola primária, mas abandonou o local antes da saída das crianças.

PROBLEMAS NA SECUNDÁRIA PASSOS MANUEL

A Escola Secundária com 3º Ciclo Passos Manuel, em Lisboa, foi palco nos últimos tempos de alguns episódios de violência. O mais recente foi um caso de esfaqueamento, ocorrido na passada terça-feira, que envolveu dois alunos do estabelecimento de ensino situado na Travessa Convento de Jesus. Tudo aconteceu já no exterior da escola, com um aluno a esfaquear o colega num braço, na sequência de uma discussão entre os dois.

A outra situação ocorreu a 19 de Setembro, quando dois alunos fizeram explodir duas bombas caseiras no pátio da escola, felizmente sem provocar vítimas. Os estudantes, com idades entre os 14 e os 15 anos, fabricaram as bombas recorrendo a produtos tóxicos e a lixívia, a partir de uma receita retirada da internet.

AVÓ ESPANCADA NO INTERIOR DE ESCOLA EM BEJA

A avó de uma aluna da Escola Básica de Santa Maria, em Beja, acusa algumas encarregadas de educação de a agredirem à porta do conselho executivo quando se preparava para apresentar queixa contra as alunas que bateram na neta. "Estacionaram a viatura da Câmara de Beja e com as fardas vestidas entraram de rompante seis a sete mulheres e começaram a bater-me", afirmou Arminda Canário, advogada e avó da aluna de 14 anos, do 9º ano. A escola é frequentada por crianças de bairros problemáticos. Arminda, que sofreu traumatismo craniano e torácico, apresentou queixa na escola e PSP.

NOTAS

Primeiro caso

Há cerca de uma semana, alunos da Escola Secundária do Cerco agrediram uma professora e um vigilante. O caso já está no Ministério Público.

Bairro problemático

As duas escolas do Cerco estão localizadas no meio de um dos bairros referenciados pelo consumo e tráfico de droga.

DREN em silêncio

A Direcção Regional de Educação do Norte remete esclarecimentos sobre o caso para decisões a tomar pelo Ministério.

Manuela Teixeira/M.P.

sábado, 11 de outubro de 2008

Professores e pais concordam com 100% de sucesso no 9º ano

O objectivo do Governo em atingir os 100% de sucesso no 9º ano é uma meta aplaudida pelas federações sindicais de educação e pelas confederações de pais, mas estas entidades falam em dificuldades e mostram-se preocupadas com a possibilidade de se cair no facilitismo.

De acordo com a ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues, um dos objectivos da tutela é alcançar, nos próximos anos, os 100% de aprovações no final do 9º ano de escolaridade.

Para o dirigente da Federação Nacional de Professores (Fenprof), Mário Nogueira, trata-se de uma ambição «partilhada por todos», mas frisou que a «ministra da Educação tem feito muito pouco para que isso aconteça».

Citado pela agência Lusa, o sindicalista explica que, «para ter esse sucesso, o ministério tem que ter nas escolas professores da educação especial para ajudar os alunos com dificuldades», tendo criticado, nesse sentido, a redução do número deste tipo de docentes.

O dirigente da Fenprof sugeriu, ainda, a existência de professores devidamente valorizados para se envolverem no combate ao insucesso escolar.

Já o presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), Albino Almeida, afirmou que é necessário alterar a cultura das escolas para ajudar os alunos com dificuldades.

Para Albino Almeida, «a escola tem de fazer o seu trabalho sem facilitismos», adiantando que a «escola pública só será de qualidade quando atingir os seus objectivos», nomeadamente 0% de abandono escolar e 100% de sucesso.

Por sua vez, o secretário-geral da Federação Nacional de Educação, João Dias da Silva, salientou que se pretende o sucesso de todos os alunos de todos os anos, desde que haja também aquisição de conhecimento.

Para o sindicalista, trata-se de «uma ambição legítima de todos os educadores, mas é preciso que este sucesso corresponda à efectiva aquisição de conhecimentos e competência que são essenciais para o nível de escolaridade que nos reportamos».

Por fim, o presidente da Confederação Nacional Independente de Pais, Joaquim Ribeiro, advertiu para o facto de poder haver «facilitismo» na execução desta meta.

«Duvidamos que isso aconteça de um ano para o outro, mas cá estaremos para dar o braço a torcer e dizer que a ministra da Educação tinha razão», afirmou.

Sítio do e.escolinha

O e.escolinha já tem um sítio: http://www.eescolinha.gov.pt/ .


Entre as informações já disponíveis encontram-se as características técnicas do equipamento, conselhos para pais e alunos e datas de acções de formação destinadas a professores.

Está disponível o Guia para Pais e Educadores dos alunos a quem se destina o computador ‘Magalhães’.

Está também disponível um cartaz com algumas recomendações para os utilizadores do computador ‘Magalhães’.

Listas de Colocação da 3ª Ciclica

Já estão disponíveis as Listas de Colocação da 3ª Ciclica.

Consulte aqui.

sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Segunda conferência do Plano Nacional de Leitura

No dia 23 de Outubro, após a sessão de abertura, o programa prevê a realização de três conferências.



A primeira, subordinada ao tema "A promoção da leitura nos países da OCDE", é proferida por José Neves e Maria João Lima (Observatório das Actividades Culturais). A presidência e os comentários ficam a cargo de Fernando Pinto do Amaral (Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa).



A segunda, que incide sobre a "Inovação curricular no Reino Unido: impacto no desenvolvimento da literacia", tem como oradora Sue Horner (Qualifications and Curriculum Authority, Reino Unido). A presidência é da responsabilidade de Joana Brocardo (Direcção-Geral de Inovação e de Desenvolvimento Curricular) e os comentários de Simon Richey (Fundação Calouste Gulbenkian, UK Branch).



Segue-se a terceira conferência, que versa sobre as "Estratégias de promoção de leitura nos países da União Europeia: a experiência da EU-Read e da Stiftung Lesen na Alemanha". Proferida por Heinrich Kreibich (Stiftung Lesen, EU-Read), esta palestra tem presidência e comentários de Adriana Baptista (Conselho Científico PNL).



Posteriormente, tem lugar o painel "Programas de desenvolvimento comunitário e literacia", com intervenções de Pedro Cunha (Projecto K'cidade), Sofia Ferreira (Clubes de Leitura e Escrita) e Maria Emília Nabuco (Associação A Par-Aprender em Parceria).

A presidência e comentários ficam a cargo de Glória Bastos (Universidade Aberta).



O dia termina com a apresentação de "O clube de leitura PNL", da responsabilidade de Carlos Correia (CITI - Universidade Nova de Lisboa).



No dia 24 de Outubro, decorrem duas conferências. Na primeira, "Literacia e leitura: uma visão internacional", tem a palavra Kathy Bartlett (Fundação Aga Kahn), cabendo a presidência e os comentários a Maria Emília Brederode Santos (Comissão de honra PNL e Revista Noesis).



Na segunda conferência, "Promoção da leitura: um programa para todos", a intervenção é de Richard Crabb (Quick Reads - Reino Unido), enquanto a presidência e os comentários são de Carlos Liz (Conselho Científico PNL e CEPCEP - Universidade Católica de Lisboa).



A sessão termina com a exposição do estudo "Avaliação externa do PNL - 2.º ano", apresentado por António Firmino da Costa (CIES/Instituto Superior de Ciências do Trabalho e da Empresa). A presidência e os comentários estão a cargo de João Mata (Gabinete de Estatística e Planeamento da Educação).



Esta conferência tem entrada livre.



Para mais informações, consultar a página do PNL .

«Professores que sofrem»: quem trata da educação especial?

Esta é a história de um vazio legal que coloca muitos em sofrimento. Professores especializados que não encontram colocação, ainda para mais numa área tão específica como a Educação Especial. Continua por resolver o caso dos docentes com pós-graduação em Necessidades Educativas Especiais com menos de cinco anos de experiência (1825 dias de serviço obrigatórios).

Sofia Barcelos é apenas um caso. Um dos muitos testemunhos recolhidos pelo PortugalDiário para retratar o sofrimento de quem está no desemprego, mesmo sabendo que os seus conhecimentos são mais do que necessários.

«Em 2005-06 decidi investir todo o meu subsídio de desemprego na pós-graduação. Estudei com colegas que saíram especializados, sendo que a pós-graduação teve os mesmos conteúdos, o mesmo programa e a mesma exigência, que a dita especialização. Todos fizemos defesa de monografia, mas os colegas com especialização diferenciam-se apenas pelos cinco anos de serviço, anteriores à formação», contou.

Na última colocação directa a nível nacional, anunciada a 28 de Agosto, surgiu a confirmação: «Nas listas definitivas de ordenação encontram-se candidatos em situação semelhante à minha, ou seja, candidatos cujo denominador comum é a habilitação pedagógica e científica para a Educação Especial que não é reconhecida como formação especializada devido ao ponto 2 do artigo 4 do Decreto-Lei 95/97».

Sofia não entende por que é que as regras são diferentes a nível nacional e local. «Porque motivo sou contratada em Contratação de Escola e sou excluída do concurso nacional, sendo que os requisitos legais da habilitação para a docência são exactamente os mesmos?», questiona, não compreendendo esta estranha diferença entre colegas: «A escola pública não é a mesma? O perfil de professor não é o mesmo? O desempenho profissional não é o mesmo?»

Aos 31 anos, Sofia soma quatro anos de trabalho, «mas pouco mais de um ano e meio de tempo de serviço efectivo», encontrando-se agora desempregada. Recorda-se que, no ano passado, foram colocados cerca de 200 professores sem formação para acompanhar crianças e jovens com autismo, paralisia cerebral ou deficiência mental, precisamente devido a esse vazio legal, que levou o Ministério da Educação (ME) a concluir que havia falta de docentes especializados. Depois destes terem sido excluídos, o ME ficou com lugares vagos que teve de ocupar com colegas de outras áreas (Electrotecnia e Ciências Agrárias, por exemplo¿)

«Em Novembro, o Ministério prometeu resolver a situação, mas nada fez. Agora, 95% das pessoas na minha situação estão no desemprego», frisou, tentando resistir a uma situação que espera levar até às portas da ministra, num protesto nacional a realizar esta terça-feira. «Há colegas com muito menos anos de serviço que, por não terem sido denunciados, já foram colocados este ano e por isso vão ter regalias que eu não vou ter», contou.

«Existem dois pesos e duas medidas», dado que estes professores com menos de cinco anos de experiência podem ser contratados por concurso de escola, mas não a nível nacional. «Qual é a diferença? Não compreendo», desabafa, sabendo que na oferta de escola não tem direito a ADSE.

«Desde o ano lectivo 2007/08, há professores colocados na Educação Especial administrativamente pelo ME sem qualquer preparação científica nessa área e, simultaneamente, há Professores habilitados em E.E. que foram excluídos e não estão colocados em nenhuma das modalidades de Concurso para a Escola Pública», referiu.

Para além do desemprego, o que mais dói é a situação de impotência, quando crianças com Necessidades Educativas Especiais (NEE) continuam à espera de ajuda: «Os pais e encarregados de educação das nossas crianças e jovens com NEE preferem professores habilitados cientificamente do que professores sem qualquer preparação científica nesta área e sem qualquer vontade para leccionarem neste grupo».

Filipe Caetano

quinta-feira, 9 de outubro de 2008

«Professores que sofrem»: o cancro que «desaparece» na sala de aula

Maria, vamos chamar-lhe assim, manteve a doença em segredo durante seis anos. O linfoma não lhe atrapalhava o trabalho, antes pelo contrário, dava-lhe força para ajudar cada vez mais os seus alunos a superar-se. Conseguiu, e não precisou da ajuda de ninguém, até porque o reconhecimento pelo bom trabalho nunca apareceu, mesmo quando ainda a consideravam «normal».

Professora de português no 12º ano, viu alunos seus entre os melhores do país, com notas que quase rebentaram a escala. Na sala de aula não havia diferenças, apenas prazer. Nunca pensou em desistir, apesar de ter direito a baixa médica. «Como poderia deixar de dar aulas se é isso que me dá ainda mais força?». Força, nada poderia caracterizar melhor esta mulher: «Sinto-me bem dentro da sala de aula. Estou bem é com os alunos».

Maria sabe o que é trabalhar com jovens. Tem cinco turmas, cerca de cem alunos. Há pouco tempo, resolveu tornar pública a sua história, ainda que ao PortugalDiário tenha pedido para manter a identidade sob reserva. Quem a conhece saberá quem é, não é necessário revelar muito mais do que isso. Os factos, por si só, já são relevantes.

Na escola, poucos conheciam a sua doença. Preservou o segredo e recorreu à imaginação para esconder os efeitos da quimioterapia. Durante nove meses usou peruca e lenços, faltando apenas nos dias em que tinha de fazer tratamentos. Não quis que tivessem pena dela, nem que lhe dessem «pouco tempo de vida». Preferiu continuar a lutar.

Apenas lhe interessavam os alunos, «vinte e tal juízes por sala, os mais rigorosos de todos», que serviam de «equilíbrio». Lá dentro, o cancro «desaparecia». «Todos os seus alunos de 12º ano obtiveram classificação positiva no exame. A mais alta foi 19,6. Ainda hoje guarda o jornal onde tal está referido, foram quatro ou cinco alunos, a nível nacional, que se aproximaram do 20. A média, essa foi superior à nacional», referiu, no seu testemunho pessoal.

«A vida ensinou-me a mudar a perspectiva das coisas. Passei a viver a curto prazo, dia-a-dia». Diz que se chegar à reforma já será uma «benesse», o que não a impede de se indignar com a inveja e falta de reconhecimento alheios.

Com a progressão na carreira, chegou a professora titular. «Tive a sorte de ocupar cargos que me deram pontos e, curiosamente, entre esses pontos estão o reduzido número de faltas que dei. Foram muito poucos e só quando estritamente necessário. Este novo processo não avalia o trabalho feito nas salas de aula, por isso estou-me borrifando para as grelhas. Os alunos, as aulas, essas são as minhas prioridades», contou, revelando ter recusado sempre cargos de coordenação, por não se sentir capaz de avaliar colegas. «Estou na escola para avaliar alunos».

Frontalmente contra o actual regime de avaliação dos professores, «porque coloca colegas contra colegas», Maria ergue mais uma bandeira na sua vida: «Hei-de lutar até ao fim contra este estado de coisas, sempre e enquanto puder!»


Filipe Caetano