sexta-feira, 18 de abril de 2008

34 crianças feridas, balanço final


Um total de 34 crianças ficaram feridas sem gravidade no lugar de Igreja, em Esposende, na sequência do despiste de um autocarro, confirmou o chefe do gabinete do governador civil de Braga, José Lopes, ao PortugalDiário. O autocarro, da empresa Auto-viação do Minho, onde seguiam cerca de 50 crianças e dois idosos, caiu numa ravina porque o veículo ter-se-á chegado demasiado à berma da estrada. Tudo aponta para a inexperiência do motorista. Era a primeira vez que fazia sozinho este percurso entre Gemeses e Esposende. De acordo com o chefe de gabinete do Governador Civil de Braga, José Lopes, o homem, na casa dos 30 anos, substituía o colega que morreu subitamente de ataque cardíaco esta manhã. Anteriormente, o motorista terá feito apenas viagens de instrução, sempre acompanhado. Apesar de não ter ficado ferido, foi levado para o hospital porque estava muito comovido. No veículo viajavam estudantes do 2º e 3º ciclos do Ensino Básico e do Secundário da localidade, alunos da EB23 António Corria de Oliveira e da Escola Secundária Henrique Medina. O autocarro, que fazia uma carreira normal, assegurava também o transporte escolar ao abrigo de um acordo assinado com a autarquia.«Os mais pequenos só choravam»
Segundo testemunhas no local, foram os alunos que partiram o vidro traseiro do autocarro, para que todos os ocupantes conseguissem sair. Alguns jovens relataram ao PortugalDiário que o autocarro ia devagar, até porque tinha acabado de arrancar de uma paragem. No momento do acidente, houve muitos choros por parte das crianças mais pequenas, contaram. Ivan, 17 anos, aluno da Escola Secundária Henrique Medina, recebeu tratamento no local a ferimentos em dois dedos da mão direita. «Nem sei como tudo aconteceu. Quando o autocarro tombou, saí pela janela traseira» que partiu durante o acidente. Rui Ferreira, 15 anos, seguia no banco traseiro e, relata: «mal o autocarro começou a resvalar segurei-me no tecto e quando caiu saí pela janela».
«Os mais pequenos, de 10 anos, choravam muito e os mais velhos ajudaram-nos a sair do autocarro», conta Diana, 15 anos, que saiu pelo vidro da frente «depois de o motorista o ter partido». Apesar de inexperiente, os menores garantem que o condutor seguia de vagar. «Ele ainda estava a arrancar porque tinha acabado de sair de uma paragem», asseguram. Todos saíram pelo seu pé e «quando o INEM chegou toda a gente já estava fora do autocarro». Crianças chegaram a ser dadas como desaparecidas
Houve alguma confusão no local do acidente, com pais a acorrerem à procura dos filhos. Duas crianças chegaram a ser dadas como desaparecidas, segundo disse ao PortugalDiário Jorge Cardoso, vice-presidente da autarquia e vereador da Protecção Civil. Foram inclusive chamados mergulhadores dos bombeiros de Fão para verificarem o riacho que cobria parte da frente do autocarro. Os mergulhadores não encontraram nada, situação confirmada agora que a viatura foi retirada do local por uma grua.
Crianças dispersas por vários hospitais. No local, pelo menos 17 crianças foram assistidas pelas equipas médicas que se deslocaram para a freguesia de Gemeses.
Nove pessoas foram assistidas no Hospital de São Marcos, em Braga, 14 foram vistas na unidade hospitalar de Barcelos, e 11 no Hospital de Santa Luzia, em Viana do Castelo. Contactada pelo Portugal, directora clínica do Hospital de Barcelos, Sameiro Neves, refere que «são tudo situações sem gravidade. Não há nenhuma situação complicada», explicou. O acidente ocorreu antes das 8h00 e acorreram ao local, de imediato, nove bombeiros. Foram mobilizados seis corpos de bombeiros e dois núcleos da Cruz Vermelha, com 16 ambulâncias, uma viatura de suporte intermédio de vida e uma viatura médica de emergência e reanimação.

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