quinta-feira, 10 de abril de 2008

Pais concordam com escola a tempo inteiro e menos disciplinas no 2º ciclo

A confederação que reúne as associações de pais (CONFAP) concorda com o alargamento do conceito de 'escola a tempo inteiro' ao segundo ciclo, defendendo ainda uma redução do número de disciplinas e a sua reorganização por áreas de saber.
A ministra da Educação revelou hoje, em entrevista à Agência Lusa, que o Governo vai alargar ao segundo ciclo o conceito de 'escola a tempo inteiro' que introduziu na antiga primária, reorganizando o horário e o currículo, nomeadamente através da concentração de disciplinas.Maria de Lurdes Rodrigues explicou que o modelo será muito semelhante ao do primeiro ciclo, sendo remetidas para 'o final do dia' as actividades de enriquecimento curricular ligadas às expressões e ao estudo acompanhado, de forma a 'concentrar na parte lectiva o essencial das actividades associadas à aquisição de competências básicas'.No âmbito da revisão do currículo do segundo ciclo, que estará concluída até Março, o Ministério da Educação quer ainda concentrar algumas disciplinas para reduzir o número de docentes a leccionar em cada turma.'Iremos trabalhar com o Governo na implementação desta medida procurando aproveitar a experiência adquirida com a 'escola a tempo inteiro' no primeiro ciclo e procurar evitar os constrangimentos práticos que a medida teve na aplicação' à antiga primária, afirmou à Lusa Albino Almeida, presidente da Confederação Nacional das Associações de Pais (Confap), lembrando que a medida estava prevista e pretende acertar o ensino português com o que é praticado no resto da Europa.Entre os principais 'constrangimentos' verificados na aplicação da medida ao primeiro ciclo, o responsável pelas associações de pais salienta edifícios deficientes e 'instalações sem cantinas, pavilhões gimnodesportivos para a componente lúdica e sem salas para a componente de música'.'Queremos acreditar que, no caso do segundo ciclo, pela configuração das escolas, este problema não se porá com a mesma acuidade do primeiro ciclo', afirmou.'As escolas EB 2/3 têm esses equipamentos, mas resta saber se é possível articulá-los com o modelo de funcionamento de uma escola a tempo inteiro que tenham estas actividades e outras relativas a miúdos do quinto e sexto anos', realçou.Os pais concordam ainda com uma redução das cargas horárias e defendem o reagrupamento das actuais disciplinas por áreas de saber.
'Há muito tempo que nós dizemos que os currículos do 2º ciclo e do 3º ciclo têm de ser revistos. São currículos imensos e faz sentido agrupar as disciplinas por áreas e, nesse ponto de vista, nós não partilhamos a ideia de que possa ser feito por um professor único', defende, realçando que 'deve haver pelo menos um professor de língua portuguesa, um professor de matemática e um professor de expressões', as três áreas que considera fundamentais no currículo do segundo ciclo, onde as crianças chegam depois de quatro anos com um só professor.'Este é um enorme trambolhão que as crianças dão e, portanto, faz sentido trabalhar por áreas e reduzir o currículo. Esta medida deve procurar recolher o melhor do que são não só as experiências de outros países como ainda a aplicação da medida ao primeiro ciclo cá', disse, considerando que trabalhar por áreas de saber contíguas, como matemática e físico-químicas, por exemplo, será benéfico para os alunos de forma a reduzir as aulas, as disciplinas e o peso das mochilas, por exemplo.

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