domingo, 8 de junho de 2008

Educação: Governo antecipa metas do Plano Tecnológico

A partir do próximo ano lectivo, as escolas abrangidas pelo Plano Tecnológico da Educação terão ligação à Internet em banda larga com velocidade de 48Mbps e um quadro interactivo por cada três salas de aula, objectivos inicialmente previstos para 2010.
«Essas eram metas para 2010, mas vão ser concretizadas já no próximo ano lectivo. Estamos a fazer um esforço considerável para antecipar o cumprimento dos objectivos», afirmou o coordenador do Plano Tecnológico da Educação (PTE), João Trocado da Mata, em entrevista à Agência Lusa.

De acordo com a resolução do Conselho de Ministros que aprova o PTE, de 16 de Agosto de 2007, um dos objectivos do plano é a ligação à Internet em banda larga de alta velocidade para todas as escolas, «com velocidade de 24Mbps em 2008, visando alcançar progressivamente até 2010 a velocidade de acesso de 48Mbps».

Por outro lado, ainda no eixo de actuação da «tecnologia», outra das metas é a existência em 2010 de um computador com ligação à Internet para cada dois alunos. Actualmente, o ratio é de um para cada 13 estudantes.

No entanto, o responsável garante que com o lançamento do concurso público internacional para a aquisição de mais de 111 mil computadores, essa relação será de um equipamento por cada cinco estudantes já a partir de 2008/09.

«Actualmente, a média europeia é de um computador com ligação à Internet por cada seis alunos. Nos países mais avançados essa relação é de um para cinco», sublinhou o responsável, acrescentando: «posteriormente haverá novo concurso para a aquisição dos computadores necessários para se atingir o objectivo final».

O Plano Tecnológico da Educação, lançado há quase um ano, prevê para as escolas do 2º e 3º ciclo do básico e secundárias a instalação de cerca de 310 mil computadores, nove mil quadros interactivos e 25 mil videoprojectores até 2010. Em 2008/09, cada sala de aula daqueles níveis de ensino terá um vídeoprojector e será instalado um quadro interactivo por cada três salas, sendo este último um objectivo inicialmente agendado para 2010.

Também a partir do próximo ano lectivo, o cartão electrónico do aluno será generalizado para cerca de 800 mil estudantes, permitindo controlar a assiduidade, as entradas e saídas na escola, fazer compras na papelaria ou no bar e, essencialmente, suprimir o dinheiro. «O que acontece hoje em dia é que os alunos continuam a levar dinheiro para a escola para carregar o cartão. Estamos a trabalhar com o sector bancário para que o cartão possa ser carregado no Multibanco ou através de 'homebanking'», explicou.

Através do cartão, os encarregados de educação vão poder ser informados, por sms, da assiduidade dos seus educandos, mas com o livro de ponto electrónico os pais poderão mesmo saber se o aluno está ou não a ter aula e quais os conteúdos que estão a ser transmitidos. «O livro de ponto electrónico faz parte do projecto Escola Simplex. Através de login e password numa aplicação o encarregado de educação poderá ter acesso a essas informações», explicou João Trocado da Mata.

Quanto à avaliação electrónica, adiantou que o estudo de implementação está concluído, sendo agora analisado pelo Conselho de Gestão do PTE. No próximo ano lectivo, arranca uma experiência piloto com testes de diagnóstico em alguns estabelecimentos. «Para isso é necessário que as escolas tenham redes de área local, elevados ratios de computadores por aluno e velocidade de ligação à Internet. Os projectos dependem muito todos uns dos outros», afirmou.

O Plano Tecnológico da Educação representa um investimento de cerca de 400 milhões de euros e pretende colocar Portugal entre os cinco países europeus mais avançados na modernização tecnológica dos estabelecimentos de ensino.

Diário Digital / Lusa

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