quinta-feira, 26 de junho de 2008

Instaurados processos disciplinares a polícias que visitaram escolas


O Ministério da Administração Interna mandou instaurar processos disciplinares contra três agentes da PSP que visitaram escolas na véspera da manifestação que reuniu dezenas de milhares de professores em Lisboa.

O ministério adiantou hoje que o relatório da Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI) sobre o caso, denunciado pelas associações sindicais, chegou ao gabinete de Rui Pereira no dia 19, tendo sido despachado quatro dias depois.

“O ministro da Administração Interna acolheu integralmente as propostas constantes do relatório final” e determinou “a instauração de três processos disciplinares” que serão agora conduzidas pela própria PSP, lê-se numa resposta enviada por escrito à Lusa, sem avançar mais pormenores.

Confrontado com esta decisão, o director nacional da PSP, Francisco Oliveira Pereira, disse não ter conhecimento oficial dos processos instaurados aos agentes da corporação. “Não sei nada, porque oficialmente não recebi nada do ministério. Sei pela comunicação social, mas não passa disso”, afirmou o responsável.

A TVI adiantou, entretanto, que os processos visam três agentes dos comandos de Leiria e Santarém, que visitaram agrupamentos de escolas nas Caldas da Rainha e Santarém para recolha de informações sobre os preparativos para a manifestação.

Numa primeira reacção à decisão do ministério, e apesar de não conhecer o resultado do inquérito, a Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP) diz acreditar que os agentes “agiram de boa-fé”. “Aquilo que nos transmitiram é que tinham cumprido todas as regras” e que as visitas às escolas visaram saber “quantos autocarros iam sair e quantas pessoas estavam envolvidas, por uma questão de segurança”, afirmou Paulo Rodrigues, em declarações à TSF.

A investigação da IGAI foi ordenada pelo Ministério da Administração Interna depois de os sindicatos de professores terem denunciado a visita de agentes da polícia a várias escolas para saber quantos professores iriam participar na manifestação nacional que viria a realizar-se em Lisboa.

Rui Pereira revelou mais tarde que “no próprio dia em que houve rumores de uma deslocação a uma escola de agentes de segurança” pediu à IGAI que realizasse um processo de averiguações. A 25 de Março, o ministro Rui Pereira anunciou ter aceitado o pedido da Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI) para alargar o prazo e o âmbito das investigações, “por haver indícios de deslocação de forças de segurança a outras escolas”.

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