terça-feira, 17 de junho de 2008

Luxemburgo: Escola portuguesa sem garantias de instalação

O ministro dos Negócios Estrangeiros do Luxemburgo defendeu hoje que «a solução» para a integração da comunidade portuguesa no país está na escola pública, limitando-se a considerar «interessante» o projecto da Universidade Lusófona de abrir uma escola.
O chefe da diplomacia portuguesa, Luís Amado, realizou hoje uma visita ao Grão Ducado onde se reuniu com as principais autoridades do país para discutir, principalmente, questões do domínio da integração da comunidade portuguesa no Luxemburgo.

Os dois ministros dos Negócios Estrangeiros apresentaram em conferência de imprensa os principais resultados das discussões.

Para Jean Asselborn, o Luxemburgo já fez «muitos esforços» para poder chegar a uma solução que satisfaça todas as comunidades estrangeiras no país quanto ao ensino da sua língua e está disposto a «continuar os esforços» num quadro em que se deve privilegiar a escola pública.

O responsável governamental não afastou a possibilidade de se vir a abrir uma escola portuguesa no país, tendo anunciado a criação de um grupo de trabalho para analisar essa possibilidade.

A Universidade Lusófona anunciou em Abril que gostaria de abrir uma escola portuguesa no Luxemburgo para combater a «lamentável» taxa de insucesso escolar entre as crianças portuguesas residentes naquele país.

Por seu lado, Luís Amado começou por sublinhar a «grande identidade de pontos de vista» entre Portugal e Luxemburgo em matérias de política internacional, tendo em seguida referido a importância da comunidade portuguesa neste país.

O chefe da diplomacia portuguesa referiu que, apesar de Portugal ter comunidades maiores noutros países, é no Luxemburgo que ela é maior percentualmente em relação à população total do país.

No Luxemburgo, residem oficialmente 67.800 portugueses, mas o número real deve ascender a 80 mil.

Os portugueses representam 16 por cento da população do Luxemburgo e 20 por cento da população activa.

Para Jean Asselborn, a comunidade portuguesa está «bem integrada», tendo voltado a assegurar que as autoridades do país irão «muito em breve» tomar uma decisão final sobre uma lei que permitirá a dupla nacionalidade para os residentes no país.

O ministro lembrou que o problema para os portugueses é o desconhecimento que têm da língua luxemburguesa, uma questão intimamente ligada à entidade nacional do país.

Na visita bilateral realizada, Luís Amado também teve encontros com o primeiro-ministro, Jean-Claude Juncker, e o Grão Duque do Luxemburgo, Henri Albert Gabriel Félix Marie Guillaume.

Diário Digital / Lusa

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