quarta-feira, 18 de junho de 2008

Fenprof pede revogação da «prova de ingresso»


A Federação Nacional de Professores (Fenprof) pediu esta quarta-feira, a revogação da «prova de ingresso» na carreira docente, considerando que promove o desemprego entre a classe porque professores que já deram aulas também têm que a realizar, informa a agência Lusa.

No âmbito do novo Estatuto da Carreira Docente, todos os candidatos a professor terão a partir de agora de realizar, pelo menos, dois exames, ficando impedidos de aceder à carreira com uma classificação inferior a 14 valores.

Candidatos vão ser avaliados no domínio do português

A prova de ingresso inclui um exame comum a todos os candidatos, no qual são avaliados no domínio da língua portuguesa e a capacidade de raciocínio lógico.

Já a segunda componente da prova irá avaliar os conhecimentos científicos e tecnológicos específicos da área ou áreas disciplinares associadas à formação académica dos candidatos.

Além destes dois exames escritos, o acesso à profissão poderá ainda incluir uma oral ou uma prova prática nos domínios das línguas, ciências experimentais, tecnologias de informação e comunicação (TIC) e expressões.

Só alguns são poupados ao exame

Os únicos dispensados da realização da prova de ingresso são os professores que foram contratados em, pelo menos, dois dos últimos quatro anos lectivos imediatamente anteriores a 2007/8, desde que tenham cumprido cinco anos de serviço lectivo e uma avaliação de desempenho igual ou superior a Bom.

Sofia Barcelos e Paulo Moreira são dois professores com quatro anos de serviço que serão submetidos a esta avaliação e correm o risco de serem excluídos caso não tenham a nota mínima de 14 valores em cada um dos parâmetros da prova.

Professores acusam ministério de ser uma «agência de desemprego»

«Se o Ministério queria uma avaliação, então, deveria tê-la feito antes de começarmos a trabalhar, não agora», acusou Sofia Barcelos, presente numa conferência de imprensa da Fenprof esta quarta-feira, em Lisboa.

A mesma opinião é partilhada por Paulo Moreira, que classifica de «lamentável» esta medida implementada pela tutela.

«A Ministra da Educação tem a mania de dizer que o ministério não é agência de emprego, e não basta que sejam tomadas medidas que dêem qualidade ao sistema. O sistema precisa dos professores, mas também não pode ser agência de desemprego, que é no que se está a tornar», criticou Mário Nogueira, secretário-geral da Fenprof.

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