Edviges Ferreira, Vice da Associação Professores de Português, falou ao 'CM' sobre os resultados dos exames de Português do 12.º ano.
Correio da Manhã – Como avalia os resultados dos exames de Português do 12.º ano, em que a média desceu para 9,7 valores?
Edviges Ferreira – Estes resultados são um descalabro mas não surpreendem a Associação de Professores de Português (APP). Logo na altura da prova apontámos algumas coisas que podiam levar a uma queda de resultados, nomeadamente a formulação pouco clara da pergunta 2 do I Grupo e o facto de no III grupo, no tema para desenvolvimento, ter sido escolhido um texto do Padre António Vieira, que era do programa do 11.º, provocando confusão e levando muitos alunos a falar só do Padre António Vieira.
– A grande maioria dos agentes educativos acusou o Ministério de elaborar exames demasiado fáceis...
– Mas esse não foi o nosso caso, nunca dissemos que o exame de Português era acessível e até apontámos aspectos que podiam levar a uma classificação mais baixa. O resultado está à vista e a média foi negativa.
– Quem são os responsáveis?
– É lógico que há sempre responsáveis mas não queremos acusar ninguém. Se a prova tivesse sido feita em termos mais claros os resultados seriam melhores. Esta apresentava perguntas dúbias.
– Os professores de Português não são também responsáveis pelos resultados?
– Os professores são os mesmos do ano passado e centenas deles contactaram-nos logo na altura do exame indignados com o seu teor. Estes resultados são maus mas não é culpa dos professores nem dos alunos.
– A APP foi convidada pelo Ministério da Educação a participar na elaboração dos exames?
– Houve de facto um convite mas não quisemos entrar nessa revisão de prova. Sabíamos que mesmo que contestássemos o exame dificilmente seríamos ouvidos.
CM
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